Aprimorar e certificar números do mercado de viagens corporativas

 
Rubens Schwartzmann*
Há alguns anos a Abracorp divulga, trimestralmente, os números que referenciam o mercado de viagens corporativas. Apurados de forma censitária, os valores e percentuais que a entidade divulga já contam com elevada representatividade – englobam um terço do PIB do mercado em que atuamos. Na última reunião com as associadas, colocamos em pauta e aprovamos a adoção de meios para aprimorar e certificar a metodologia que vimos utilizando.
Decidimos pela contratação de uma empresa de consultoria e auditoria para desenvolver um sistema de fornecimento de dados gerenciais e de vendas. Trata-se de um projeto de BI (Business Intelligence), destinado a fomentar ainda mais a credibilidade da Abracorp. Haverá inovações no instrumental de coleta; inclusão de novas variáveis e recortes de análise (a exemplo das tarifas médias por pares de cidades e diárias médias por destinos), que vão favorecer a identificação de tendências.
Depois de um diagnóstico das agências e definição dos indicadores para a associação e para o mercado, será formulado um sistema automatizado para permitir que não haja nenhum tipo de intervenção manual e que as informações sejam ainda mais confiáveis. Poderemos comparar cada indicador sem variáveis – laranja com laranja e maçã com maçã. Na sequência, será criado um processo de certificação e homologação. Cada agência se tornará apta a enviar seus dados de acordo com o manual desenvolvido pela empresa de auditoria.
Desta forma, o produto final será uma ferramenta de BI (Business Intelligence) da Abracorp, onde os donos, CEO´s e diretores terão indicadores de performance da sua empresa comparados com as demais. Naturalmente, não haverá exposição do nome de nenhuma agência associada. Serão apenas dados referenciais do mercado, a exemplo do valor do tíquete médio, volume de transações x colaboradores, número de pessoas x faturamento, entre outros. Estamos certos de que o dashboard a ser criado irá ajudar, em muito, os donos a pilotarem melhor os seus negócios.
*Rubens Schwartzmann é Presidente do Conselho de Administração da Abracorp.

 

Nova gestão revigorada pela força da união

Foto_Rubens conduz reunião Abracorp
Ao assumir o mandato de dois anos como presidente do Conselho de Administração da Abracorp, no final de abril, projetamos uma série de ações destinadas a fortalecer a entidade e aprimorar seu funcionamento no âmbito das TMCs associadas. Na pauta, elegemos como uma das prioridades a atualização do nosso planejamento estratégico, concebido há seis anos, quando da criação da Abracorp em substituição ao Favecc e TMC Brasil. Cenários mudam mas o DNA da harmonia se fortalece.
Nada mais natural que a releitura do documento adotado até o presente à luz das mudanças ocorridas tanto no cenário econômico do país como nas tecnologias de gestão e da dinâmica evolutiva do funcionamento do mercado corporativo. Enquanto o planejamento estratégico vigente foi concebido pela Deloitte Brasil, estamos ultimando entendimentos, já aprovados pelo Conselho, de delegar a atualização a quem nos ofereça as condições mais compatíveis e adequadas às nossas atuais necessidades.
Enquanto isso, na última reunião mensal com os representantes das nossas associadas, foi decidido que Edmar Bull, presidente da Abav Nacional e membro do Conselho Consultivo da Abracorp, será o porta-voz da entidade para assuntos governamentais em todas as instâncias decisórias.

Perguntas que não querem calar

Em regra, boas respostas ocorrem por conta da qualidade das perguntas, em termos de clareza, capacidade instigadora e precisão do foco. Dias atrás, um repórter do trade me perguntou se uma empresa sem TMC consegue uma gestão saudável. Assegurei que sim. Afinal, todos os modelos têm prós e contras. Naturalmente, como especialista, enxergamos menos prós e mais contras neste modelo. Sabemos o quanto de investimentos em infraestrutura, treinamento e tecnologia é necessário para oferecer as melhores soluções aos nossos clientes.
A gestão interna sai muito mais cara e a empresa perde com a falta de suporte de uma TMC. No passado, algumas arriscaram montar suas house-agencies, mas hoje isso é incomum. Outras arriscam um conceito open booking, mas quando colocado na balança, ter uma TMC é muito mais compensador. A necessidade de gerenciar aquele centro de custo é cara e acaba por confundir o core business da empresa.
Meu interlocutor indagou se eu recomendaria este modelo ‘independente’. Não hesitei em afirmar que não. As empresas são corresponsáveis pela vida de seus funcionários enquanto estão trabalhando, seja num escritório ou numa viagem a trabalho. As soluções das TMC’s especializadas em gestão de Viagens Corporativas são voltadas para este público. Possuem soluções de rastreabilidade do viajante, controle total das informações, a viagem é gerenciável. No modelo ‘independente’, a viagem não é gerenciável pela empresa, mas sim pelo viajante, o que torna o processo vulnerável e exposto a riscos.
Também quis saber se falta transparência na relação entre empresas e gestores. Disse-lhe que a base de tudo é a confiança mútua. Sem ela, nenhuma relação se estabelece e nem prospera. Sempre notamos, em eventos corporativos, uma preocupação para que a TMC atue de forma transparente. Porém, abrir uma concorrência só para pressionar seu fornecedor atual a baixar preços, isso é transparência? Transparência transcende a relação TMC-cliente. Abrange toda a cadeia produtiva. Atuar de forma transparente e dentro da legalidade tributária é outro ponto fundamental, que marca grande distância entre uma TMC e um aventureiro de plantão. Afinal, todos buscam redução de custos e é nessa palavra, custos, que aventureiros assediam o cliente corporativo.
Deu sequência à sabatina perguntando se as TMCs precisam melhorar em renovação para atrair novos clientes. Lembrei que a renovação não está somente na TMC – ela está, de novo, em toda a cadeia produtiva. Renovação na forma de contratar um serviço, quer seja da TMC, no contrato com uma cia aérea, um hotel ou um serviço de seguro viagem.
A velocidade da informação faz com que o cliente tenha acesso simultâneo a tudo. Mas a existe uma pergunta-chave:  qual a necessidade desse ou daquele cliente? Hás mais de 7 bilhões de pessoas no mundo e não se encontrará uma igual a outra. E o mercado quer rotular cliente, TMC e fornecedor da mesma forma. Não é assim. A renovação está exatamente no modo de reconhecer o perfil e as qualidades desse ou aquele cliente, TMC ou fornecedor.
No cenário “on demand”, o consumidor quer determinado serviço na hora e daquela forma; do contrário, troca. Por isso se faz necessária a constante renovação, seja no setor de turismo ou nos demais.
Por fim, indagou sobre o que pesa mais: ouvir o cliente ou as inovações tecnológicas. Sustentei que ambas questões são intercomplementares. Ouvir o cliente é fundamental para a escolha dos caminhos, mas para chegar lá a tecnologia será sempre crucial. Acrescentei que num cenário cada vez mais complexo, a dica é simplificar ou descomplicar processos. As TMC’s possuem know-how e tecnologia para auxiliar seus clientes a inovarem e melhorarem em seus processos de compras de viagens e gestão de despesas.
 
Rubens Schwartzmann