A equação para que a aviação seja viável no Brasil não é das mais fáceis. Depende de uma série de fatores que envolvem ações das empresas aéreas e políticas de governo. Nos últimos anos, observamos um crescimento setorial bastante significativo e a expectativa é de melhoria para o futuro. Dentro das viagens corporativas, por exemplo, houve um aumento de 16,3% no número de bilhetes emitidos para dentro do país.
A privatização de importantes aeroportos, como Galeão (RJ), Brasília (DF) e Guarulhos (SP), foi um importante passo para o desenvolvimento do transporte aéreo nacional. Porém, os altos custos operacionais e a falta de investimento em aeroportos menores ainda são problemas a serem enfrentados.
Temos o terceiro maior mercado doméstico do mundo, com 95,1 milhões de passageiros transportados em 2014, segundo dados da Abear, atrás apenas dos EUA e da China, e capacidade para aumentar ainda mais. De 2002 a 2013, nosso mercado aéreo cresceu 208% e a expectativa é de que aumente mais 109% até 2020. Isso dentro de um universo perfeito, em que empresas aéreas e Governo, cada um no seu lugar, invistam na infraestrutura dos aeroportos, diminuam impostos, melhorem a eficiência dos voos, ampliem a malha aérea, entre outros itens.
As quatro empresas que dominam o setor – Avianca, Azul, Gol e TAM – tem reagido positivamente, ampliando a oferta, diversificando os seus serviços e melhorando a eficiência operacional. Mas, com a demanda em alta, voltamos à complicada equação da aviação brasileira. É possível aumentar o número de assentos no mercado aéreo nacional para acompanhar a crescente procura por este tipo de transporte? As melhorias na infraestrutura aeroportuária são suficientes para absorver a elevação vertiginosa de passageiros? E a intervenção governamental no preço do QAV (querosene de aviação) assim como os elevados impostos e taxas aeroportuárias e aeronáuticas, vão continuar atrapalhando o desenvolvimento do setor no país?
Mesmo com tantos percalços, até hoje nosso setor aéreo conseguiu se desenvolver e é bem possível que a resposta para todas estas questões seja “sim”. Mas fico imaginando: como seria tudo muito melhor se não existissem tantos entraves.
Edmar Bull