Acordo Mercosul-UE: vento sopra a favor da economia

Carlos Prado

A assinatura iminente do acordo esboçado, que demandou 20 anos de negociações, se consuma na iniciativa do Governo Federal de abrir a economia brasileira e, por conseguinte, abrir o mercado brasileiro para entrada de novos produtos. Isso acelera a cadeia econômica, sob todos os aspectos. 

Mas o acordo também vai intensificar a relação entre os membros do Mercosul. E, de quebra, os demais países da América do Sul, incluindo os países associados, tais como Colômbia e Chile.

Os números projetados por conta do acordo são animadores, a despeito do prazo circunscrito em 15 anos, para se alcançar a plenitude dos benefícios recíprocos entre os blocos. Segundo o governo, tratado vai aumentar em US$ 100 bilhões as exportações para o bloco, em 15 anos.

Do ponto de vista da indústria de viagens corporativas, a decisão abre um leque de possibilidades de curto, médio e longo prazo.

Uma vez batido o martelo e definido o cronograma básico da implantação do acordo, prevê-se intensificação dos investimentos na infraestrutura e na produção de bens e serviços, além de encontros e eventos internacionais entre os players envolvidos – dos fornecedores de commodities aos de manufaturados, passando pela gama de serviços especializados que será alocada.

A movimentação de pessoas é inerente a esse cenário, somada aos esforços do governo para ampliação da infraestrutura do país. Os dados do BI Abracorp indicam que, no 1º trimestre de 2019, Buenos Aires, Santiago, Cidade do México, Bogotá, Lima, Miami, Nova Iorque, Paris e Londres representaram quase 30% dos destinos internacionais vendidos pelas Travel Management Companies (TMCs) associadas.

Planejamentos estratégicos serão atualizados à luz do novo cenário; eventos específicos vão carrear investimento do meio empresarial, incluindo novas plataformas digitais e recursos de BI. Esses são exemplos que apontam para o aquecimento potencial dos negócios das nossas TMCs. E não é pra menos: juntos, Mercosul e União Europeia reúnem perto de 780 milhões de pessoas e representam cerca de 25% do PIB mundial.

O veto necessário

Carlos Prado

Esgota-se em algumas horas o tempo para o presidente Jair Bolsonaro sancionar ou vetar o texto relativo ao despacho gratuito de bagagens. A Abracorp se une às expectativas das outras entidades setoriais da indústria do turismo, pelo veto presidencial.

Menos regulação, menos engessamento burocrático. E mais lucidez sobre o impacto da gratuidade nos aguardados investidores, atraídos pela abertura irrestrita de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras.

Transporte de bagagem deve ser percebido como item de uma cesta de serviços agregados ao portador de uma passagem aérea. O passageiro opta por transportar bagagem. E a cia aérea vende o serviço, para quem precisa e se dispõe a pagar por ele.

O veto é necessário sob vários aspectos – uns mais tangíveis, outros mais sutis e simbólicos. Segurança jurídica, legislativa e ambiente propício ao exercício de boas práticas são itens fundamentais que o investidor estrangeiro analisa e avalia.

Flexibilidade é conceito essencial para a simplificação de processos e até mesmo para elevar o padrão de compliance. Para a viabilidade econômica e competitividade de uma aérea, é vital. Condição sine-qua-non.

Estabelecer a gratuidade estrangula a equação comercial das low cost, tão esperadas e necessárias às dimensões continentais do Brasil. O país pede e necessita de mais cias aéreas, para dar mais vida ao ambiente concorrencial.

Abracorp com outras entidades enviou, no início de Junho, ofício ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, quando marcou posição a favor do veto do despacho gratuito de bagagem.

Num dos trechos do documento, os presidentes das entidades signatárias argumentam que a MP é desestimulante para futuros novos players, pois traz de volta a burocratização. “A consequência da regulamentação de franquia de bagagem é prejudicial ao consumidor, que deixa de ter opções mais vantajosas”, asseguram. 

Em suma, só nos cabe ratificar a expectativa pelo veto presidencial, para que a bem-vinda política de ‘céus abertos’ faça jus ao nome, isenta de complicadores restritivos. Há muito investimento e postos de trabalho em jogo nessa indústria. E prontos para aterrissar em nosso país.

Aliança estratégica com Grupo Band

Carlos Prado

Chegou o momento de compartilhar com o trade turístico, em toda a sua capilaridade, o resultado de tratativas iniciadas em fevereiro, durante encontro de alta relevância com o presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação (Band), Johnny Saad. A pauta foi conduzida a partir do mote ‘como somar forças para contribuir com a geração de empregos, a partir de iniciativas conjuntas’? Ali foi dada a largada de uma iniciativa que se desenha memorável, pela qualidade e empenho dos protagonistas e clareza de propósitos que a empreitada exige.

O próximo passo levou ao encontro, em São Paulo, com dois representantes do Grupo Bandeirantes de Comunicação, especialistas no setor: Caio Luiz de Carvalho e Gabriela Fagliari. Mobilizados pelo diretor executivo da Abracorp, Gervasio Tanabe, contamos nessa reunião com Orlando de Souza (Fohb), Ralf Aasmann (Air TKT), Geraldo Rocha e Edmar Bull (Abav Nacional), Monica Samia (Braztoa), Marco Ferraz (Clia Brasil); Paulo Miguel Júnior (Abla) e Toni Sando (Visite São Paulo e Unedestinos). Um time de peso, motivado e disposto a abraçar a causa.

Na oportunidade, cada entidade compartilhou dados comprobatórios da força econômica do Turismo e o seu grande potencial de crescimento. Afinal, o Brasil lidera o ranking de competitividade em turismo do Fórum Econômico Mundial, na categoria recursos naturais. E ocupa a honrosa 8ª posição em recursos culturais e ambiente de negócios. Diante do engajamento sério e consequente dos mencionados dirigentes setoriais, fortalecemos a convicção de que trilhamos o caminho da força de união.

A propósito, no início de abril, a união de esforços entre as entidades do turismo resultou na exibição de um vídeo sugestivo e didático. A peça apresentou, à direção do Band, a importância do setor de turismo e da indústria criativa como vetores estratégicos para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Por sua vez, a emissora produziu e estreia no Jornal da Band uma série de reportagens especiais, gravadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador e programadas para as edições de 8, 9 e 10 de maio.

Como o leitor pode perceber, a iniciativa surgiu e flui sem sobressaltos. Além dos parceiros do trade turístico, conclamamos e contamos com todas as lideranças de vários segmentos de fornecedores de insumos e serviços à grande indústria do turismo. O incremento da necessária sinergia passa pela geração de mais informações, na perspectiva de se fortalecer a massa crítica indispensável para o sucesso da iniciativa.

É essencial que se aumente a percepção sobre o potencial extraordinário do Turismo na esfera dos agentes públicos, em todos os níveis. Das cidades e estados às instâncias decisórias de Brasília. Que, além das parcerias privada-privada, pública-privada e pública-publica, utilizem os vastos recursos que temos disponíveis para incrementar a economia com justiça social e responsabilidade ambiental.

Na ponta, queremos fomentar e estimular a criação de meios para a pauta chegar às comunidades e à população em geral. E isso, com ênfase no uso concatenado das redes sociais de cada entidade envolvida. O propósito é alcançar um discurso coeso e direcionado para o mesmo objetivo: maximizar as oportunidades latentes do Turismo para a geração de emprego, renda e fortalecimento da imagem do país perante o mundo.