O ano nem acabou e já temos boas notícias

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Carga tributária extorsiva, juros elevados, encargos trabalhistas absurdos, baixa qualificação profissional, sucessivas crises econômicas, corrupção endêmica, mas o empreendedor brasileiro resiste…

E é no meio deste cenário que o governo federal publica a Medida Provisória que libera 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras. Medida que há anos tem sido sugerida pelas entidades representativas do setor de viagens e turismo, a exemplo da Abracorp. Abraçada pelo ministro Vinícius Lummertz, a MP foi assinada pelo presidente Michel Temer, com o aval de Paulo Guedes, futuro ministro da Economia do governo Bolsonaro.
Eliminar barreiras ao investimento estrangeiro no mercado de viagens e turismo constitui fato determinante para o desenvolvimento econômico do país, medida que esperamos seja sucedida por diversas outras iniciativas prometidas ou sinalizadas pelo novo governo a partir do ano que vem.
Entre elas, a atualização da Lei Geral do Turismo, a transformação da Embratur em agência de promoção turística e a recém prometida concessão de todos os aeroportos do país à operação pela iniciativa privada, são medidas necessárias e capazes de ajudar a catapultar a taxa de crescimento real do PIB brasileiro, no médio prazo.
Assim como os demais setores da economia, o mercado de viagens e turismo requer segurança jurídica, equilíbrio cambial e estabilidade política. Basta de jogar no escuro, com o público torcendo contra, sob regras ruins e que mudam a todo momento.
O desenvolvimento, nos moldes que a sociedade brasileira merece e trabalha para realizar, precisa mesmo de um ambiente de negócios que favoreça a presença de um maior número de companhias aéreas operando no mercado doméstico.
Estamos seguros de que os benefícios resultantes abrangem muito além do setor de viagens e turismo, alcançando, direta ou indiretamente, praticamente todos os ramos de atividade econômica.
Carlos Prado

Presidente Bolsonaro, o turismo quer e pode ajudar

O país, a despeito do clima nervoso da campanha eleitoral, sai fortalecido pela forma ordeira e republicana com que o pleito se realizou. O resultado da votação, incontestável, legitimou a vontade popular e descortinou a antevisão de cenários iminentes pelas lideranças empresariais.

Como protagonista da ampla cadeia turística, onde se insere a indústria de viagens corporativas, busco captar, filtrar e analisar os primeiros movimentos do eleito, definições de ministros e ministérios, etc. Tudo isso com a lupa focada na relevância que será dada ao turismo como opção segura, rápida e viável à recuperação econômica do país.
A expectativa da Abracorp e de toda a cadeia produtiva do setor de turismo, pode ser resumida em duas premissas: 1 – Cabe ao governo centrar foco e priorizar ações ao setor de viagens e turismo. 2 – A Abracorp e toda a cadeia produtiva do setor de viagens e turismo estão empenhados em trabalhar a favor do desenvolvimento da atividade econômica.
Vejo com bons olhos os propósitos declarados pelo economista Paulo Guedes, no sentido de que é preciso reduzir impostos, em vez de distribuir subsídios. Também enxugar a máquina pública e promover a desburocratização, para que investimentos privados possam prosperar com ganhos de produtividade e competitividade.
O redesenho dos ministérios, em gestação, é compreensível. A eventual fusão que resulte na nomenclatura Indústria, Comércio e Turismo, cogitada como alternativa, é bem avaliada pelos players e lideranças setoriais. Porém, em qualquer hipótese, defendemos que haja recursos e estrutura compatíveis com a importância do setor. Quem sabe um aparelho mais ágil e resolutivo, sob a chancela de uma mega secretaria.
A expectativa inclui a percepção clara, por parte do governo, de que o Brasil é o destino número um no ranking mundial dos países com mais atrativos naturais. E o oitavo com mais atrativos culturais. O fortalecimento integrado do nosso receptivo, por meio de políticas de Estado – e não apenas de Governo – abrirá as portas dos nossos tesouros para o mundo. Nosso portfólio ganhará destaque nas vitrines internacionais, para atrair viagens a lazer e a negócios.
Todos sabemos, muito bem, que o mercado de viagens corporativas anda, avança e prospera ao ritmo da roda da economia. Executivos e técnicos cruzam o planeta com mais intensidade quando o deslocamento se justifica. E é nesse clima de expectativa e esperança que todas as entidades do trade estão unidas e articuladas, para que possamos nos posicionar à altura da força que representamos. A união setorial e de toda a cadeia de valor é o nosso ativo mais valioso.
*Carlos Prado é empresário e presidente do Conselho de Administração da Abracorp

O momento pede reflexão e análise de cenários

Carlos Prado*

Semana antes do 1º turno das eleições 2018, realizamos o 3º Fórum Abracorp, no contexto da 46ª Abav Expo. Na oportunidade, ensejamos que o próximo presidente da República “devolva ao país a tranquilidade para se trabalhar”. E hoje, a poucos dias do embate final, ratificamos esta expectativa, acrescida de que o Turismo passe a ser prioridade efetiva na agenda estratégica do país. A seguir, uma avaliação sucinta do que rolou no 3º Fórum Abracorp.

O tema escolhido – preço ou valor, o que é mais importante – brotou de uma conversa entre os membros do Conselho da entidade. Em torno deste mote, reunimos nove profissionais notórios e experientes, que compuseram o painel mediado pela diretora da Academia de Viagens, Patricia Thomas. Auditório lotado, as exposições sucintas de cada participante mostraram que os players da indústria de viagens corporativas estão antenados e afinados sobre os desafios da atividade.

Um dos pontos fundamentais discutidos no 3º Fórum recaiu sobre o papel das TMCs na compatibilização de preço-valor na relação cliente-fornecedor. Se os departamentos de compra das empresas tendem a focar tão-somente no preço, os especialistas das TMCs dispõem de conhecimento e ferramental para considerar outras variáveis menos tangíveis. Porém, determinantes para o sucesso da viagem, que é uma atividade-meio para o cumprimento de missões comerciais relevantes.

O caráter único do perfil do viajante, inspirador de políticas diferenciadas e sob medida, permeou toda a discussão. Daí a necessidade de conhecimento específico sobre o que é uma viagem, as melhores opções para diferentes faixas etárias de viajantes, a motivação corporativa de cada missão e os objetivos do investimento. O gestor profissional de viagens é o mais bem preparado para enxergar além do preço e alcançar conteúdos qualitativos em matéria de valor.

O evento veio ratificar a sintonia fina que prevalece no ambiente das viagens corporativas e o papel crescente da Abracorp enquanto referência, marca e compromisso com as melhores práticas do mercado. Finalizo com meu agradecimento aos participantes e debatedores do 3º Fórum Abracorp: Sheila Rodrigues – TMG (KPMG); Rogério Guerra (Gol); Priscila Souza (Blue Tree); Fernando Vasconcellos (Abracorp-Kontik); Alexandre Motta (Abracorp-Tour House); Marcel Frigeira (Alagev-IBM)); Paulo Henrique (Localiza); e Wellington Costa (GBTA).

*Carlos Prado é Presidente do Conselho de Administração da Abracorp