Hora de passar o bastão!

Rubens Schwartzmann*
Aprendi com meu pai que a vida profissional não se restringe à luta cotidiana para tornar nossas empresas sólidas, saudáveis e bem-sucedidas. Fora das quatro paredes dos nossos escritórios, há missões fundamentadas no voluntarismo, no engajamento setorial e na percepção de que, sozinhos e isolados, somos mais vulneráveis.
Nossa empresa pode ser uma ilha de excelência, por exemplo. Mas é preciso enxergar e levar em conta o arquipélago todo em sua volta… A união de propósitos e a comunhão de práticas saudáveis, de forma organizada, levam à criação de instituições, de entidades que não visam a lucro, mas ao fortalecimento coletivo dos associados, proporcionando ganhos para o mercado como um todo.
Assim sintetizo a razão de ser da Abracorp! E, também, o escopo da minha atuação na Presidência do Conselho Administração da entidade, em mandato de dois anos, que chega ao encerramento. Conforme sinalizei na posse, não postularia mais um biênio, como prevê o estatuto da Abracorp.
Sempre acreditei na força do coletivo e continuo acreditando muito na força da nossa ABRACORP, afinal, isso foi o que me motivou, naquele momento, a decidir dedicar parte do meu tempo e da minha experiencia em prol desta entidade e, por consequência, de toda a nossa indústria! Sim! Alguns projetos em fase de conclusão têm impacto direto em toda cadeia de fornecedores e empresas clientes. Contudo, como dito acima, a entidade representa o coletivo e, portanto, é hora de passar o bastão e dar espaço a outros associados também darem a sua contribuição.
Para efeito de registro, cabe resgatar algumas ações que marcaram este ciclo, dentro de um plano de metas até mesmo ambicioso, considerando a profundidade e complexidade dos processos de mudança:

  •  Logo no início fizemos a revisão do nosso Planejamento Estratégico, com assessoria da KPMG;
  • Em seguida, mudamos o formato das reuniões, tornando-as mais interativas, dando espaço ao associado para participar da co-criação de projetos importantes para o setor e criamos um ambiente favorável a discussão de temas relevantes (espaço chamado de “voz do associado),
  •  Decidimos colocar as mãos num “vespeiro” (afinal, apurar os números de vendas de uma empresa muitas vezes já é difícil, imagine consolidar os dados de 30!) e implantar o BI Abracorp – concluída fase 1 do projeto. Esta ferramenta irá oferecer dados estatísticos incríveis para toda indústria;
  • Realizamos o 1º Fórum Abracorp direcionado ao mercado, dentro da Abav Expo 2017;
  • Dado o sucesso do 1º, realizamos do 2º Fórum Abracorp, este na WTM LA 2018 e operacionalizado 100% pelo nosso comitê de Eventos;
  • Revitalizamos as atividades dos comitês temáticos, que incluiu, entre outras atividades, a padronização de vouchers das locadoras de automóveis.
  • Com o apoio de outras entidades e de alguns fornecedores parceiros, estamos em vias de lançar nossa plataforma de Princípios e Valores do Associado e Guia de boas práticas dos Fornecedores e Clientes.

Esta plataforma tem por objetivo promover as melhores práticas em gestão de viagens corporativas e nortear um relacionamento ético e sustentável entre as três partes (TMC & FORNECEDOR & EMPRESA-CLIENTE).
Sobre o BI Abracorp, estou certo de que se trata de iniciativa de grande impacto e relevância para o mercado como um todo, ao conferir mais abrangência e precisão na coleta, apuração e análise de dados setoriais. As cias aéreas, a hotelaria, as locadoras e seguradoras; os meios de pagamento; enfim, todos os elos de uma extensa cadeia de valor podem, com os recursos do BI Abracorp, ter acesso – sob medida – a informações apuradas de forma automática e não mais manual, tendo assim aderência a diretrizes de compliance e governança.
Herdeira da série histórica de dados que eram divulgados pelas entidades que lhe deram origem (FAVECC e a TMC Brasil), a Abracorp só fez conquistar credibilidade e reconhecimento como referência setorial.
O Boletim Abracorp em Ação, recém-lançado pela Coordenadoria dos Comitês da entidade, que tem à frente Daiana Moreira, é parte das nossas iniciativas educacionais. Os materiais produzidos estão disponíveis na biblioteca virtual Abracorp (abracorp.org.br) ou nas redes sociais…
Ao fim desta missão, quero agradecer o apoio recebido por todos, em especial dos membros do nosso Conselho, do meu vice-presidente (Carlos Prado), que me ajudaram muito nesta empreitada; também quero agradecer aos meus antecessores nesta posição (Edmar e Francisco), que me apoiaram em todas as iniciativas propostas. Meu reconhecimento à presteza e profissionalismo dos colaboradores que tocam o dia-a-dia da entidade (Daiana e Michelle), incluindo o nosso ex-diretor executivo Gervásio Tanabe, que agora empresta seu talento e dedicação à Abav Nacional.
A Abracorp está pronta para receber o novo presidente do Conselho de Administração. Seja ele quem for, vai contar com uma boa base e caminhos bem delineados para tornar a entidade mais e mais significativa para o segmento de viagens corporativas! Acredito em decisões coletivas, que amplificam a força de união.
Abraços e Sucesso a todos!
*Rubens Schwartzmann é CEO da Costa Brava e presidente do Conselho de Administração da Abracorp

Um Ano Novo pra valer

Rubens Schwartzmann

Chego ao final do mandato como presidente do Conselho de Administração da Abracorp com a agradável sensação de dever cumprido. Mais que sensação – certeza! Baseados na visão associativa, fortalecemos o espírito de união e de colaboração. Por consequência, a marca Abracorp também está fortalecida.

Em nossa última convenção anual, realizada no início de dezembro em Mendoza, na Argentina, debatemos e finalizamos a revisão do Estatuto da entidade, visando atualizá-lo frente aos novos desafios do setor. E com base nos pilares consolidados e em processo de consolidação, antevimos cenários e possibilidades para 2018.

Ratificamos e fortificamos as conquistas dos antecessores por meio de ações planejadas, que passaram pela necessária reedição do Planejamento Estratégico da Abracorp. Esse realinhamento contou com a participação das 30 TMCs associadas, o que foi determinante para o trabalho desenvolvido pela KPMG.

As sementes para a definição dos Princípios de Valor Abracorp também foram plantadas. No 1º trimestre de 2018 faremos a colheita de bons frutos, gerados em benefício da atuação de toda a cadeia produtiva do setor. Ou seja, os Princípios de Valor Abracorp servirão para nutrir as ações da entidade, das associadas, dos fornecedores e clientes.

Implantar o projeto de BI, cujo desfecho é aguardado por nós e pelo mercado como um todo, constituirá expressiva evolução das informações sobre viagens corporativos no Brasil. Com alto grau de acuidade e precisão, os dados decorrentes da pesquisa de vendas junto às associadas ganharão em abrangência, profundidade e consistência. Esse redimensionamento revitaliza a marca Abracorp; permite às associadas tomar decisões estratégicas mais seguras, consequentes e oferecer para os fornecedores e clientes uma visão mais apurada sobre o segmento.

O tripé que dá sustentação à Abracorp – pessoas, governança e informação – ganhou musculatura e sinergia com a operacionalização dos comitês temáticos e dos grupos de trabalho. De forma voluntária e organizada, os representantes das associadas levaram avante propostas e projetos destinados a aprimorar as relações com o mercado, em clima de parceria. A padronização dos vouchers de faturamento das locadoras de automóveis é um exemplo da proatividade dos comitês.

Com realismo e determinação, sempre acreditamos na capacidade de superação das TMCs Abracorp. Acertamos quando apostamos no reaquecimento gradual da indústria do turismo, com ênfase nas viagens corporativas. E essa convicção é que nos impulsiona para o aprimoramento constante da entidade nas relações com o mercado.

Responsáveis por mais da metade do volume de viagens corporativas do país, as nossas TMCs se consolidam como referência setorial e capitalizam cacife para influenciar definições políticas relevantes para o turismo brasileiro.

Por fim, meu ‘muito obrigado’ aos meus pares e parceiros, pela colaboração, respeito e confiança nesses dois anos de trabalho conjunto. E que em 2018 tenhamos uma Abracorp ainda mais coesa, transparente e perceptiva.

O que precede a escolha de uma TMC?

Rubens Schwartzmann*
Temos abordado, em diferentes meios, locais e circunstâncias, a pertinência de se contar com os serviços especializados de uma TMC. Respondemos, de forma sóbria e isenta, às perguntas sobre a possibilidade de se prescindir de uma TMC, por meio da criação de departamentos internos dedicados à gestão de viagens das empresas. Sempre analisamos cenários, arrolamos prós e contras e chegamos à conclusão consensual de que as soluções ‘caseiras’, mesmo que alimentadas por consultorias profissionais disponíveis no mercado, são limitadas.
Levemos em conta o comportamento global dos investimentos em viagens de negócios, em 2016. Eles atingiram a cifra de US$ 1,3 trilhão, segundo dados do Relatório Global Annual & Forecast, divulgado recentemente durante a GBTA Convention 2017 da GBTA Foundation, braço de educação e pesquisa da GBTA.
A demanda crescente por viagens desta natureza requer, cada vez mais, programas gerenciados com segurança, de modo a equilibrar as necessidades dos funcionários com os objetivos corporativos. Dada a complexidade da matéria e o leque de variáveis a ser considerado, ganha relevância, no processo de escolha, a TMC mais apropriada à dinâmica e à cultura da corporação.
Estudo recente da Fundação GBTA, em parceria com o Banco Central Americano, apresenta respostas para as questões-chave relacionadas à escolha da TMC mais apropriada para esta ou aquela organização. Sobre o valor que uma TMC agrega à política de viagens do seu cliente, entende que o rastreamento de dados e o relatório de gastos garantem melhor compreensão do volume de negócios realizado com cada fornecedor.
O gerenciamento dos canais preferenciais de reserva por uma TMC permite saber quando os bilhetes são reservados e as reservas feitas. Isso permite monitoramento estratégico, em defesa dos interesses dos passageiros. As TMCs ajudam os gerentes de viagens a se manterem informados sobre as tendências da indústria. Fornecem acesso a recursos e educação corporativa, para garantir o pleno atendimento das necessidades de seus viajantes.
Economicidade: uma TMC pode alcançar a redução de 5% a 50% das despesas de viagem do seu cliente, revela o estudo da GBTA. O uso de dados capturados pela TMC no comportamento do viajante permite oferecer projeções de volume mais precisas e negociar taxas mais baixas com os fornecedores. Programas de viagem com simples orientações diferem daqueles providos de políticas predefinidas, que alcançam resultados mensuráveis de maior sucesso financeiro.
A escolha da TMC, em última análise, deve ser precedida de discussões internas para de determinar os objetivos fundamentais do programa de viagem. Feito isso, inicia-se a interlocução com TMCs. A contratante deve expor seus objetivos e ouvir da candidata a ser contratada os caminhos e planos para atingi-los. Recomenda-se incluir TMCs de tamanhos e escopos diferentes nessas discussões iniciais.
Empresas com grande número de plantas ou filiais ao redor do mundo tendem a procurar uma TMC globalizada ou com muitos parceiros globais. Porém, uma TMC menor pode ser mais ágil para acomodar as necessidades do cliente de pequeno, médio ou até grande porte. Em qualquer circunstância, o relacionamento com uma TMC deve se basear na transparência. Cabe à TMC orientar o cliente por meio de roteiro personalizado para cada programa. E explicar a lógica que sustenta suas recomendações. Transparência e honestidade garantem a saúde da relação. E o sucesso recíproco vem em decorrência.
*Rubens Schwartzmann é CEO da Costa Brava Viagens e presidente do Conselho de Administração da Abracorp