Otimização de processos e padronização

Rubens Schwartzmann*

É recorrente no mercado constatarmos a adoção de medidas unilaterais, que exercem maior ou menor impacto sobre a cadeia produtiva do setor como um todo. Alteram, sem prévio aviso, a gestão de processos, resultando em custos adicionais às corporações, aos sistemas e às pessoas direta e indiretamente envolvidas.

Há quem possa argumentar “a empresa é minha e tenho total autonomia para adotar qualquer medida” ou, ainda, “adotamos tal medida em outros países e agora somos obrigados a adotar o mesmo no Brasil”. Tais argumentos, não menos recorrentes, só causam transtornos desnecessários, uma vez que o diálogo pode e deve prevalecer.

Neste mês de setembro, nossos associados se manifestaram sobre a medida adotada por um fornecedor, que anunciou sobretaxar as transações via cartões de crédito. Prontamente reagimos, por ofício, que tal decisão, “em nossa visão, é algo surpreendente e um retrocesso na concepção da transparência nas relações”; uma vez que os meios eletrônicos de pagamento proporcionam os melhores processos para a gestão das viagens corporativas, além de reduzirem os riscos de financiamento.

Ou seja, a decisão que aparentemente visava reduzir custos à empresa fornecedora do serviço, simplesmente conflita com a absoluta maioria (75%) das transações feitas no ano de 2016 pelas associadas Abracorp em seu segmento.

Além disso, ao anunciar a decisão apenas um dia antes de ser implementada pela empresa como política comercial, tal medida colidiria com a dinâmica do setor como um todo, em busca da otimização de processos e da padronização. Ambas são fundamentais para as necessárias reduções de custos e riscos.

Felizmente, houve várias manifestações contrárias à adoção da medida, a exemplo da Abav e das entidades representativas dos Travel Managers. Isso resultou, ao menos, no adiamento da decisão unilateral anunciada.

O fato é que não faz sentido confundir cobrança por serviços de valor agregado (marcação de assentos diferenciados, transporte de bagagem ou flexibilidade para remarcação de voos) com sobretaxar quem paga com cartão de crédito.

*Rubens Schwartzmann é CEO da Costa Brava Viagens e Eventos e presidente do Conselho de Administração da Abracorp

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Rubens Schwartzmann*
Na madrugada de 6 de dezembro de 2015, o portal Panrotas noticiou a emissão do 1º tkt NDC nas Américas. O feito foi anunciado na Ilha de Comandatuba (BA) – durante evento realizado pela Abracorp, atestando a competência tecnológica das TMCs associadas, com devido reconhecimento internacional. A nota informava ainda que, em comunicado oficial, o gerente regional da IATA para as Américas parabenizava os protagonistas.
Desde então, questões relacionadas ao desenvolvimento de soluções compatíveis com o avanço das ferramentas online ganham destaque na pauta da entidade. As associadas Abracorp fazem investimento contínuo e crescente em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. A estratégia coloca as TMCs em patamar tecnológico focado na qualidade dos serviços prestados às corporações.
Há dois anos, a ABRACORP realizou um painel de debate com os principais players do segmento de OBT’s. Uma das perguntas feita por um associado foi sobre a reemissão online de e-tkt. Todos disseram estar trabalhando neste desenvolvimento e que seria prioridade em suas pautas de desenvolvimento.
Sabemos que muitos são os desafios desta indústria da tecnologia no turismo. E que vivemos num cenário de imprevisibilidade. Mas, passados dois anos, a questão permanece em aberto, na pauta das cias aéreas, GDSs e OBTs.
Quando teremos a reemissão de e-tkt online nos OBT’s? Especialmente disponíveis para usuários e clientes reemitirem seus próprios bilhetes, sem a necessidade de se realizar um processo manual junto ao seu TMC?
Que as respostas sejam apuradas, com apoio da imprensa especializada. E sob a ótica da Abracorp, que vê a urgência do diálogo compromissado com a satisfação dos viajantes corporativos.
*Rubens Schwartzmann é diretor da Costa Brava Turismo e presidente do Conselho de Administração da Abracorp
 

CONTRADIÇÕES

O site oficial da Associação Internacional de Transporte Aéreo informa que a missão da entidade é representar, liderar e atender a indústria aérea, com suas 275 associadas – as quais compõem 83% do tráfego aéreo global.

Até o momento, cerca de 70 empresas aéreas internacionais IATA possuem recursos tecnológicos alinhados à Nova Capacidade de Distribuição (NDC) de produtos extras em um voo. Ou seja: em curto espaço de tempo, observamos significativos avanços tecnológicos para a venda dos chamados serviços auxiliares; a exemplo da cobrança por despacho de bagagens, numa indicação de que esse marketplace está se modificando a passos largos.
Importante salientar que o canal agências de viagens continua e continuará sendo um fortíssimo e o principal canal de vendas das companhias aéreas. Embora, para algumas delas, a exploração do canal direto seja a melhor alternativa, as próprias companhias aéreas sabem e experimentam em seu dia-a-dia que esse canal, o direto, é altamente sensível a preços e riscos. Ou ignoramos as fraudes sucessivas que as companhias aéreas sofrem em seus sites, obrigando-as a um alto investimento em prevenção? E que um atendimento de call center não gera custos operacionais às empresas?
Em evidente paradoxo, entretanto, constatamos que vigoram ultrapassados critérios Gerais, Financeiros, de Competência e de Segurança para que a IATA credencie uma agência de viagens. Além de farta, a documentação exigida das mais de 100 mil agências de viagens que compõem a rede global de distribuição IATA inclui anacrônicas e extemporâneas taxas administrativas, garantias financeiras entre outras exigências.
O que o consumidor, aqui incluído o próprio gestor de viagens corporativas, não sabe é o custo existente para uma agência de viagens ter as credenciais da IATA. E também os custos para manutenção, alteração, geração de documentos, entre outros. Uma simples alteração cadastral da agência, como mudança de endereço, por exemplo, acarreta uma série de custos em cascata. Diante das mudanças que o mundo tem vivenciado, urge que algumas regras da IATA sejam revistas, no sentido de simplificar e otimizar essa relação.
Temos visto algumas agências surpreendidas com cobranças que variam de R$ 3.000,00 a R$ 100.000,00, para ser feito o registro de uma simples mudança de endereço ou mínima alteração no contrato social… Por que? Qual é a lógica disso nos dias de hoje?
O descompasso entre modernidade e obsolescência requer medidas urgentes, sob pena de colocar em cheque de credibilidade o discurso da prática.
*Rubens Schwartzmann é diretor da Costa Brava Turismo e presidente do Conselho de Administração da Abracorp