O “Valor da Distribuição” no turismo corporativo

No próximo dia 7 de outubro, depois de uma longa jornada, voltaremos a nos reunir no 8º Fórum Abracorp, em Fortaleza. O evento, patrocinado pela Localiza, um dos mais importantes do setor, ocorrerá durante o Business Travel Day, da Abav Collab 2021.
Elegemos o tema “Valor da Distribuição” como catalisador de nossas reflexões. Poderíamos eleger outros assuntos que incluíssem a palavra “pandemia”, mas preferimos olhar para frente e para o novo ciclo que se avizinha. Achamos interessante essa discussão após olharmos o que vem acontecendo nos mais variados mercados, que, de alguma forma, foram atropelados durante o período de pandemia em busca de soluções emergenciais e com baixo resultado prático.
Esse para nós é o ponto principal. Os agentes econômicos foram ágeis e geraram uma série de novos padrões para tentar responder perguntas inigualáveis na nossa recente história. Buscaram caminhos, testaram, erraram e acertaram. O fato é que dessa experiência podemos tirar um legado rico e promissor.
Depois de tantos saltos, voltamos ao básico. Essa é a proposta. No nosso caso, mais especificamente, como fica a distribuição dos produtos de viagem? Qual o novo papel das agências de viagens corporativas? Onde estarão concentrados os nossos investimentos? Viagens de turismo e viagens corporativas se resumem às facilidades de compra e venda?
Entendemos que não. Entendemos que o consumidor/viajante entra nesse novo ciclo com exigências ainda maiores em suas experiências. Depois de um período de “abstinência”, tudo o que ele não quer é frustrar sua viagem por erro primário em sua compra e valorizar cada centavo investido.
A necessidade de levar uma boa experiência ao cliente exige um contínuo investimento em tecnologia. O conhecimento necessário para se distribuir os serviços adequados a cada perfil de consumidor demanda contínuo desenvolvimento e capacitação. Se considerarmos que o mercado corporativo está num ritmo ainda lento de retomada, esses investimentos tornam-se mais relevantes ainda.
Sendo essa nossa crença, entendemos que a qualidade do distribuidor será o grande diferencial para o novo que se aproxima. Parece básico, mas o diferencial nem sempre é tão simples assim. Pelo que já construímos não dá para acreditar que o diferencial é preço ou facilidades tecnológicas. O diferencial está no quanto, de fato, custa distribuir qualquer produto ou serviço num mundo digital onde as fontes de conteúdo são variadas e mais amplos ainda os canais por onde são distribuídos esses produtos e serviços.
Estamos retomando nossas atividades. Se comparado com julho/21, recuperamos 11% no total de nosso faturamento. Crescemos mês sobre mês, mesmo ainda longe do que já fomos em agosto de 2019. Sabemos que o impacto maior em nossos resultados vem do segmento internacional, que ainda está em menos de 10% do registrado antes da pandemia.
O que percebemos é que a recuperação está lenta nas viagens corporativas, reflexo ainda do ambiente inseguro que as empresas sentem. Mas, graças à vacinação e consequente controle na contaminação, já começamos a notar que algumas empresas multinacionais esboçam um reaquecimento. O que nos leva a acreditar que para o último trimestre de 2021 poderemos vislumbrar uma recuperação muito mais sólida. Será nesse ambiente que falaremos sobre o nosso setor e sobre o novo modelo da distribuição.

Rubens Schwartzmann – Presidente do Conselho de Administração

Mesmo antes da vacina, viajar é seguro

O início da vacinação dos brasileiros contra a Covid-19, mesmo que ainda em ritmo lento e seletivo, é alentador. No entanto, do ponto de vista das viagens corporativas, fundamentais para a roda da economia e dos negócios girar, temos de evocar a sensatez.

Executivos, empresários e profissionais tarimbados são pessoas, acima de tudo, esclarecidas. Sabem, muito bem, tomar os devidos cuidados para se protegerem e não colocarem a segurança biossanitária dos outros em risco. E têm pleno discernimento de que o ativo mais precioso do ser humano é a saúde. E, por conseguinte, a vida.

Faz quase um ano que a humanidade (Brasil incluso) se dedica a criar protocolos e segui-los à risca. Sem exagero, já há uma cultura de contenção à proximidade física. De proteção severa e disciplinada das portas de entrada do coronavírus, por meio de máscaras, higienização constante das mãos e cuidados afins. Não por acaso, já definimos o calendário das reuniões Abracorp em 2021. Serão todos eventos presenciais.

Outro ponto: está mais que comprovado que aeronaves e hotéis tornaram-se ambientes plenamente seguros – por meio de recursos de biossegurança de que não dispomos, com esse rigor, nem mesmo nas nossas próprias casas. São indústrias maduras, perceptivas e que não negligenciam a importância da própria imagem pública.

Portanto, concomitantemente ao processo de imunização e dos esforços para torná-lo mais célere e abrangente, há que se destravar as agendas – especialmente das viagens corporativas. Batalhar pela agilização do processo de imunização é louvável. Mas não podemos aniquilar o bom, em nome do ótimo.

Desempenho positivo sofre reversão com a segunda onda 2021

Fonte: BI Abracorp – Inteligência de Dados. Crescimento 4ºT 2020

A robustez da malha aérea nacional, com potencial de expansão, impulsiona a economia e comprova que viajar é seguro. Temos de ser pragmáticos, equilibrados e influenciadores determinados.

Finalizo esta mensagem dando conta de que aceitei coordenar as ações do movimento “Unidos pela Vacina”, voltadas a prefeitos, secretários de saúde e sociedade civil organizada. Sejam bem-vindos: @vacinaparatodos.

Aquecer os motores das viagens corporativas

Quando a pandemia se instalou, não teve jeito: o Brasil, a exemplo do mundo todo, recolheu-se. A palavra de ordem ‘fique em casa’ transformou-se em mantra, porque nada se conhecia a respeito da Covid-19. Ideias desencontradas, muitas delas disseminadas sem o menor cuidado e critério, se encarregaram de piorar o já ruim. O medo do desconhecido nunca se fez tão presente, sem, contudo, aniquilar o fio de esperança de todos nós.

Passaram-se os meses e, pouco a pouco, pipocaram pelo mundo ensaios e perspectivas concretas de vacina contra esse mal sem precedentes. Hoje, juntamente com as medidas profiláticas que vieram para ficar, as vacinas desenvolvidas por meio de diferentes abordagens científicas já são uma realidade. O fato é que a vacinação já tem agenda. E com ela, a famosa luz no fim do túnel dá o ar da graça. Nesse contexto, é fundamental que haja uma união efetiva entre iniciativa privada e poder público, para garantir o andamento célere e adequado da vacinação

Ao trazermos a reflexão para o nosso ramo de negócios – turismo e eventos corporativos, cabe conclamar a todas as lideranças e players do trade, para que se unam contra a inércia. Reiterar, de forma uníssona, que a indústria de viagens corporativas movimenta mais de 60% das atividades da aviação civil e da hotelaria. De forma indireta, o peso econômico das viagens corporativas, numa equação realista, viabiliza o funcionamento do turismo a lazer nas bases que a humanidade conhece.

A humanidade viaja a negócios desde a mais longínqua antiguidade e essa mobilidade audaciosa é traço indissociável da civilização. Reduzir o fluxo de viajantes em nome da saúde e da vida é indiscutível e louvável. Mas replanejar a retomada gradativa e crescente das viagens e eventos, já na antessala da imunização, é indispensável. Os clientes corporativos, nossos parceiros notáveis geradores de emprego e renda, já devem refazer o desenho do futuro próximo, no tocante à movimentação de seus executivos e colaboradores.

Vacina salva vidas. Vacina há de salvar, também, o turismo!