Há bons sinais, porém…

Carlos Prado*

A reflexão contida nesse post corrobora e acrescenta recortes aos já publicados anteriormente, nesse espaço. E também leva em conta manifestações recentes do novo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, deputado federal licenciado (PSL-MG).

A Abracorp aplaude o propósito governamental de conceder incentivos para instalação de hotéis e atrações, como parques temáticos. A abertura de áreas especiais de interesse turístico, com benefícios tributários e facilidades para licenciamento é muito bem-vinda.

Também faz sentido a ideia de aproveitar regiões com infraestrutura já estabelecida – a exemplo dos parques Beto Carrero World (CE) e o Beach Park (CE). Entre os critérios, a proximidade com portos e aeroportos. Ministro quer adotar o modelo do México, que transformou a região de Cancun e é referência internacional de sucesso.

Para lastrear a vontade política dele, sobram dados convincentes, como aqueles da pesquisa feita pelo Mtur durante as Olimpíadas: mais de 87% dos estrangeiros declararam que pretendiam voltar ao Brasil.

Nesse contexto, a Abracorp reafirma posição de protagonista na defesa dos interesses do desenvolvimento do setor de Turismo como um todo, em completa harmonia com os esforços das demais entidades. E quer sepultar o tempo em que atenção dispensada pelo governo ao Turismo sempre foi desproporcional ao potencial que ele representa.

Daí a necessidade urgente de redução do Custo-Brasil, que inclui o preço injusto do combustível cobrado das empresas aéreas que atendem o mercado doméstico. Pleiteio a adoção de medidas que garantam a estabilidade jurídica, indispensável para atrair novos investimentos.

Reivindico, ainda, linhas de crédito baseadas em juros compatíveis com a importância estratégica do Turismo como vetor de desenvolvimento. E, também, a aceleração urgente do processo de privatização de mais aeroportos, portos, rodovias e demais condições que assegurem estímulo ao setor de viagens e turismo.

Notamos que existe no Brasil enorme demanda represada por viagens, em razão de medidas econômicas equivocadas do passado. É preciso reverter o cenário de desacertos e ampliar a base de consumo, com crescentes ganhos de escala. Precisamos de soluções coerentes e duradouras, escoradas na condução determinada das políticas públicas. Assim, ratificamos a disposição de dar continuidade ao diálogo franco, mantido com a inciativa privada (pares, fornecedores e clientes) e o poder público, em todas as esferas de gestão.

Para fechar, ocorre-me o caso da Oktoberfest, que surgiu no momento em que Blumenau (83 e 84) sofreu enchentes de efeitos trágicos. Em 2018 chegou à 35ª edição como a 2ª maior festa da tradição alemã no mundo, atrás apenas da Oktoberfest de Munique, na Alemanha. Se o Turismo foi a redenção de Blumenau, quando em crise, por que não transpor o exemplo para o país, que também pede reconstrução e melhor governança?

*Carlos Prado é empresário e presidente do Conselho de Administração da Abracorp

O ano nem acabou e já temos boas notícias

www.abracorp.org.br

Carga tributária extorsiva, juros elevados, encargos trabalhistas absurdos, baixa qualificação profissional, sucessivas crises econômicas, corrupção endêmica, mas o empreendedor brasileiro resiste…

E é no meio deste cenário que o governo federal publica a Medida Provisória que libera 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras. Medida que há anos tem sido sugerida pelas entidades representativas do setor de viagens e turismo, a exemplo da Abracorp. Abraçada pelo ministro Vinícius Lummertz, a MP foi assinada pelo presidente Michel Temer, com o aval de Paulo Guedes, futuro ministro da Economia do governo Bolsonaro.
Eliminar barreiras ao investimento estrangeiro no mercado de viagens e turismo constitui fato determinante para o desenvolvimento econômico do país, medida que esperamos seja sucedida por diversas outras iniciativas prometidas ou sinalizadas pelo novo governo a partir do ano que vem.
Entre elas, a atualização da Lei Geral do Turismo, a transformação da Embratur em agência de promoção turística e a recém prometida concessão de todos os aeroportos do país à operação pela iniciativa privada, são medidas necessárias e capazes de ajudar a catapultar a taxa de crescimento real do PIB brasileiro, no médio prazo.
Assim como os demais setores da economia, o mercado de viagens e turismo requer segurança jurídica, equilíbrio cambial e estabilidade política. Basta de jogar no escuro, com o público torcendo contra, sob regras ruins e que mudam a todo momento.
O desenvolvimento, nos moldes que a sociedade brasileira merece e trabalha para realizar, precisa mesmo de um ambiente de negócios que favoreça a presença de um maior número de companhias aéreas operando no mercado doméstico.
Estamos seguros de que os benefícios resultantes abrangem muito além do setor de viagens e turismo, alcançando, direta ou indiretamente, praticamente todos os ramos de atividade econômica.
Carlos Prado

Presidente Bolsonaro, o turismo quer e pode ajudar

O país, a despeito do clima nervoso da campanha eleitoral, sai fortalecido pela forma ordeira e republicana com que o pleito se realizou. O resultado da votação, incontestável, legitimou a vontade popular e descortinou a antevisão de cenários iminentes pelas lideranças empresariais.

Como protagonista da ampla cadeia turística, onde se insere a indústria de viagens corporativas, busco captar, filtrar e analisar os primeiros movimentos do eleito, definições de ministros e ministérios, etc. Tudo isso com a lupa focada na relevância que será dada ao turismo como opção segura, rápida e viável à recuperação econômica do país.
A expectativa da Abracorp e de toda a cadeia produtiva do setor de turismo, pode ser resumida em duas premissas: 1 – Cabe ao governo centrar foco e priorizar ações ao setor de viagens e turismo. 2 – A Abracorp e toda a cadeia produtiva do setor de viagens e turismo estão empenhados em trabalhar a favor do desenvolvimento da atividade econômica.
Vejo com bons olhos os propósitos declarados pelo economista Paulo Guedes, no sentido de que é preciso reduzir impostos, em vez de distribuir subsídios. Também enxugar a máquina pública e promover a desburocratização, para que investimentos privados possam prosperar com ganhos de produtividade e competitividade.
O redesenho dos ministérios, em gestação, é compreensível. A eventual fusão que resulte na nomenclatura Indústria, Comércio e Turismo, cogitada como alternativa, é bem avaliada pelos players e lideranças setoriais. Porém, em qualquer hipótese, defendemos que haja recursos e estrutura compatíveis com a importância do setor. Quem sabe um aparelho mais ágil e resolutivo, sob a chancela de uma mega secretaria.
A expectativa inclui a percepção clara, por parte do governo, de que o Brasil é o destino número um no ranking mundial dos países com mais atrativos naturais. E o oitavo com mais atrativos culturais. O fortalecimento integrado do nosso receptivo, por meio de políticas de Estado – e não apenas de Governo – abrirá as portas dos nossos tesouros para o mundo. Nosso portfólio ganhará destaque nas vitrines internacionais, para atrair viagens a lazer e a negócios.
Todos sabemos, muito bem, que o mercado de viagens corporativas anda, avança e prospera ao ritmo da roda da economia. Executivos e técnicos cruzam o planeta com mais intensidade quando o deslocamento se justifica. E é nesse clima de expectativa e esperança que todas as entidades do trade estão unidas e articuladas, para que possamos nos posicionar à altura da força que representamos. A união setorial e de toda a cadeia de valor é o nosso ativo mais valioso.
*Carlos Prado é empresário e presidente do Conselho de Administração da Abracorp