Ao assumir o mandato de dois anos como presidente do Conselho de Administração da Abracorp, no final de abril, projetamos uma série de ações destinadas a fortalecer a entidade e aprimorar seu funcionamento no âmbito das TMCs associadas. Na pauta, elegemos como uma das prioridades a atualização do nosso planejamento estratégico, concebido há seis anos, quando da criação da Abracorp em substituição ao Favecc e TMC Brasil. Cenários mudam mas o DNA da harmonia se fortalece.
Nada mais natural que a releitura do documento adotado até o presente à luz das mudanças ocorridas tanto no cenário econômico do país como nas tecnologias de gestão e da dinâmica evolutiva do funcionamento do mercado corporativo. Enquanto o planejamento estratégico vigente foi concebido pela Deloitte Brasil, estamos ultimando entendimentos, já aprovados pelo Conselho, de delegar a atualização a quem nos ofereça as condições mais compatíveis e adequadas às nossas atuais necessidades.
Enquanto isso, na última reunião mensal com os representantes das nossas associadas, foi decidido que Edmar Bull, presidente da Abav Nacional e membro do Conselho Consultivo da Abracorp, será o porta-voz da entidade para assuntos governamentais em todas as instâncias decisórias.
Perguntas que não querem calar
Em regra, boas respostas ocorrem por conta da qualidade das perguntas, em termos de clareza, capacidade instigadora e precisão do foco. Dias atrás, um repórter do trade me perguntou se uma empresa sem TMC consegue uma gestão saudável. Assegurei que sim. Afinal, todos os modelos têm prós e contras. Naturalmente, como especialista, enxergamos menos prós e mais contras neste modelo. Sabemos o quanto de investimentos em infraestrutura, treinamento e tecnologia é necessário para oferecer as melhores soluções aos nossos clientes.
A gestão interna sai muito mais cara e a empresa perde com a falta de suporte de uma TMC. No passado, algumas arriscaram montar suas house-agencies, mas hoje isso é incomum. Outras arriscam um conceito open booking, mas quando colocado na balança, ter uma TMC é muito mais compensador. A necessidade de gerenciar aquele centro de custo é cara e acaba por confundir o core business da empresa.
Meu interlocutor indagou se eu recomendaria este modelo ‘independente’. Não hesitei em afirmar que não. As empresas são corresponsáveis pela vida de seus funcionários enquanto estão trabalhando, seja num escritório ou numa viagem a trabalho. As soluções das TMC’s especializadas em gestão de Viagens Corporativas são voltadas para este público. Possuem soluções de rastreabilidade do viajante, controle total das informações, a viagem é gerenciável. No modelo ‘independente’, a viagem não é gerenciável pela empresa, mas sim pelo viajante, o que torna o processo vulnerável e exposto a riscos.
Também quis saber se falta transparência na relação entre empresas e gestores. Disse-lhe que a base de tudo é a confiança mútua. Sem ela, nenhuma relação se estabelece e nem prospera. Sempre notamos, em eventos corporativos, uma preocupação para que a TMC atue de forma transparente. Porém, abrir uma concorrência só para pressionar seu fornecedor atual a baixar preços, isso é transparência? Transparência transcende a relação TMC-cliente. Abrange toda a cadeia produtiva. Atuar de forma transparente e dentro da legalidade tributária é outro ponto fundamental, que marca grande distância entre uma TMC e um aventureiro de plantão. Afinal, todos buscam redução de custos e é nessa palavra, custos, que aventureiros assediam o cliente corporativo.
Deu sequência à sabatina perguntando se as TMCs precisam melhorar em renovação para atrair novos clientes. Lembrei que a renovação não está somente na TMC – ela está, de novo, em toda a cadeia produtiva. Renovação na forma de contratar um serviço, quer seja da TMC, no contrato com uma cia aérea, um hotel ou um serviço de seguro viagem.
A velocidade da informação faz com que o cliente tenha acesso simultâneo a tudo. Mas a existe uma pergunta-chave: qual a necessidade desse ou daquele cliente? Hás mais de 7 bilhões de pessoas no mundo e não se encontrará uma igual a outra. E o mercado quer rotular cliente, TMC e fornecedor da mesma forma. Não é assim. A renovação está exatamente no modo de reconhecer o perfil e as qualidades desse ou aquele cliente, TMC ou fornecedor.
No cenário “on demand”, o consumidor quer determinado serviço na hora e daquela forma; do contrário, troca. Por isso se faz necessária a constante renovação, seja no setor de turismo ou nos demais.
Por fim, indagou sobre o que pesa mais: ouvir o cliente ou as inovações tecnológicas. Sustentei que ambas questões são intercomplementares. Ouvir o cliente é fundamental para a escolha dos caminhos, mas para chegar lá a tecnologia será sempre crucial. Acrescentei que num cenário cada vez mais complexo, a dica é simplificar ou descomplicar processos. As TMC’s possuem know-how e tecnologia para auxiliar seus clientes a inovarem e melhorarem em seus processos de compras de viagens e gestão de despesas.
Rubens Schwartzmann
O futuro se faz presente
Muito gratificante retornar e retomar a blogosfera, em seu novo desenho, onde o Espaço Abracorp chega ao 4º ano no contexto do 14º Fórum Panrotas – Tendências do Turismo. A cada edição, o evento ganha musculatura e peso, por conta do aprimoramento de formato, pertinência temática, qualidade dos palestrantes e apoio parceiro do trade turístico. Reciprocidade. Transparência. Competência na leitura de tendências e aposta nas boas práticas enquanto caixa de ressonância do setor. Todo o nosso reconhecimento aos méritos da Panrotas, sob a regência firme, inspiradora e carismática de Guillermo Alcorta.
A programação distribuída nos dois dias do Fórum reúne 37 palestrantes, entre nacionais e internacionais. Temas, propostas e abordagens retratam as questões basilares da indústria turística contemporânea. À audiência presencial e virtual, oportunidade de imersão, reflexão e fortalecimento de massa crítica. Oxigenar percepções, iluminar e estreitar o foco no processo de releitura contínua da economia em geral e no âmbito das nossas empresas.
Da primeira palestra no dia 15 (Inteligência Emocional – Como Aumentar a Resiliência em Tempos de Incerteza), com Marcela Prado, à exposição de encerramento no dia 16 (Empreendedorismo: a Ousadia de um Disruptor Diferenciado), com David Neeleman, o Fórum vem ao encontro das inquietações e busca de horizontes de todos nós. Para as TMCs Abracorp, sempre antenadas e alinhadas com as práticas da melhor extração, são dois dias de observação, aprendizagem e interação.
Considerando a temática – “Visão de futuro e como irão inovar”, o Painel dos Presidentes, que encerra a programação do dia 15, tem um caráter testemunhal de cases de enfrentamento bem sucedido em cenário turbulento. Azul Linhas Aéreas Brasileiras; Avianca Brasil; CVC e Abear, representadas pelos respectivos presidentes, têm razões de sobra para festejar, como fornecedores e partners da cadeia turística, os resultados positivos alcançados pelas TMCs Abracorp, em 2015. As exposições e debates deste painel, que tratam de futuro e inovação, feitas por quem pensa e toca organizações bem sucedidas, servem de baliza sinalizadora ao mercado e às nossas associadas.
Cabe reiterar, na antessala do 14º Fórum Panrotas, que a Abracorp é provedora de inovações desde sua fundação. Impulsionadas pelas competências que possuem, as TMCs conquistam ganhos de produtividade, consolidam e ampliam a base de clientes corporativos – dos mais diversos ramos e portes. Acrescente-se dashboards com indicadores de performance da gestão de viagens do cliente, que permitem identificar as tendências e facilita o processo de tomada de decisões; além de ferramentas de gestão de despesas ou de expenses. Investem em BI, CRM, OBT e no desenvolvimento de sistemas próprios de reservas.
A todos os participantes, o melhor aproveitamento do Fórum Panrotas. É tempo de estreitar laços, aprofundar vínculos e afinar instrumentos para enfrentar e vencer os próximos desafios.