Não endossável

Como sabemos, passagem aérea não é endossável, ou seja, não pode ser transferida para outra pessoa. Esse procedimento é proibido por resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que determina que “o bilhete de passagem é pessoal e intransferível”. Quando um passageiro adquire um bilhete e não deseja utilizá-lo, é preciso cancelar a passagem e pedir reembolso, ocorrendo em multa, ou apenas desmarcar os voos e deixar o bilhete em aberto para utilizá-lo em até um ano.
Mas um projeto de lei do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que cria a possibilidade de transferência de bilhete aéreo entre passageiros (PLS 394/2014), aguarda designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Para entrar em vigor, o projeto alteraria o Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei 7.565/1986), estabelecendo que o bilhete, embora pessoal, possa ser transferido de uma pessoa a outra.
Na apresentação do projeto, o senador argumenta que a possibilidade de transferência de bilhetes aéreos entre passageiros aumenta o poder de escolha do consumidor e beneficia o mercado concorrencial do setor.
Impossível endossar esta ideia.
Mas vamos lá… Apesar deste projeto mostrar desconhecimento, por parte do senador, da complexidade do setor de viagens e, em especial, do setor aéreo, não podemos ignorá-lo. Vez por outra, vemos nossos congressistas adentrando em temas que pouco dominam e aprovando leis que afetam a vida de empresas, trabalhadores e cidadãos, sem se preocuparem se esta é ou não viável.
Além de tirar o controle do setor aéreo daqueles que realmente entendem do assunto, como as comissões da Anac, composta por profissionais do setor, mudanças como esta causariam uma relação custo-benefício bastante negativa para os usuários, uma vez que seria necessário criar uma série de novos processos e procedimentos em todas as empresas envolvidas no setor. Temos que ficar atentos para que ideias como esta não ganhem eco no nosso renomado Congresso.
Neste caso, sugeriria aos políticos que guardassem suas energias para assuntos mais relevantes. Afinal, não faltam demandas urgentes para que nosso país possa alcançar o desenvolvimento que tanto desejamos.
Edmar Bull

Sem crise

Apesar do atual nível de pessimismo diante da economia, que atinge a marca recorde de 55%, conforme aponta pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), superando o índice de 54%, apurado em janeiro de 1991, quando o Brasil estava no auge do plano Collor, o mercado de viagens corporativas deve manter investimentos em tecnologia, gestão de processos e desenvolvimento de talentos, ao menos no que diz respeito às agências de viagens que ampliam a sua competitividade no setor.

Um dos aspectos que motivam o treinamento e a constatante capacitação profissional é que para promover um funcionário o custo é muito menor do que buscar alguém fora. Os critérios adotados sob essa perspectiva de gestão empresarial não ficam limitados apenas à obtenção de ganhos financeiros, mas focam também o grau de comprometimento demonstrado pelos colaboradores – fator determinante para a conquista de resultados.

Neste cenário, objetividade e iniciativa voltadas ao encontro de soluções são atributos que diferenciam o desempenho de quem busca estudar o desconhecido, é capaz de “deixar a sua zona de conforto e desenvolver novas habilidades” – como recomendam os especialistas em RH, que enfatizam ainda a importância do ter e saber manter um bom networking, cumprir as metas estabelecidas, contribuir com o ambiente corporativo, compreender bem a dinâmica do mercado e o significado de uma sábia expressão: “A união faz a força”.

Edmar Bull

Vantagem competitiva

O mercado de viagens corporativas obtém, mais uma vez, por meio da Pesquisa de Vendas Abracorp, acesso a informações detalhadas sobre o desempenho alcançado por empresas fornecedoras de produtos e serviços que atuam em diferentes segmentos do Setor.

Os dados falam por si e ganham ampla repercussão na imprensa, no âmbito dos veículos de comunicação dirigidos ao trade do setor e, também, ocupando com destaque vários espaços editoriais em jornais, revistas, rádios e TVs.

Quais foram as empresas aéreas que conquistaram participação de mercado, considerando a quantidade de bilhetes emitidos para voos domésticos e internacionais? Em relação à hotelaria, locação de automóveis, entre outros segmentos, questões semelhantes encontram respostas em tabelas autoexplicativas, ilustradas graficamente, disponíveis para consultas no site www.abracorp.org.br a partir do dia 8 de fevereiro de 2015.

Análises mais detidas sobre os números também permitem identificar tendências, entre as quais destaco o crescimento de 14,5% do montante dos negócios realizados pelas agências de viagens no ano de 2014, ante 2013, alcançando R$ 14,9 bilhões. Ou seja, mais do que revelar aumento superior aos índices relativos à ampliação da oferta e retratar a força de vendas do canal, este dado ratifica a importância dos investimentos que tendem a ser realizados cada vez mais pelas agências de viagens: em tecnologia, gestão de processos e capacitação profissional.

Afinal, ampliar em dois dígitos o montante de negócios, mantendo praticamente inalterado o quadro de colaboradores, ratifica outra tendência irreversível: a conquista de notáveis ganhos de produtividade, revertida em vantagem competitiva.

Edmar Bull