Expectativas positivas

No próximo dia 29 de janeiro a Abracorp divulga a sua já esperada Pesquisa de Vendas 2014, com o relatório consolidado das agências associadas, contemplando os principais dados que referenciam o mercado de viagens corporativas no Brasil, a partir da movimentação de passagens aéreas, diárias hoteleiras, locação de veículos entre outros indicadores relacionados a destinos nacionais e internacionais.

Qual companhia aérea conquistou a liderança na movimentação do mercado domésticos? E quanto aos voos internacionais, quais serão os percentuais de participação consolidados em 2014? No ranking das redes hoteleiras existem alterações significativas em relação ao desempenho registrado no ano anterior? Quem obteve mais room nights? Com qual dimensão de oferta e tarifa média? Essas e outras dúvidas serão respondidas na pesquisa.
Os dados, apresentados desde 2010, dão um panorama detalhado da performance do segmento de viagens corporativas no Brasil. Não por acaso, são utilizados por uma série de empresas como fonte de referência para definir o seu planejamento estratégico. Companhias aéreas já demonstraram publicamente a importância da Pequisa Abracorp para as suas empresas, utilizando várias das informações e tendências reveladas nos relatórios apresentados pela entidade para compor a divulgação de resultados; assim como também ocorre com as mais importantes redes hoteleiras e as locadoras de automóveis.

Embora os últimos dados ainda estejam sendo tabulados, estamos confiantes de que os números gerais apresentados serão positivos e, de um modo geral, deverão registrar crescimento, se não superior, pelo menos dentro do esperado.

A divulgação da Pesquisa de Vendas 2014, vale dizer, também ajuda a fortalecer a nossa entidade junto ao setor de viagens e turismo como um todo, fazendo com que a Abracorp cumpra com a sua missão de ser referência na indústria de viagens corporativas e, ainda, contribua com a promoção do seu desenvolvimento.

As expectativas são positivas, repito. Isso significa que, após um ano de incertezas, 2015 deve começar com boas notícias. Pelo menos é o que esperamos revelar nos próximos dias.
Edmar Bull

O “X' da questão

Não conheço nenhuma dona de casa que vá à feira aos domingos e compre uma dúzia de tomates podres. Se o fruto passou do ponto, ela vai na banca ao lado e leva tomates fresquinhos, perfeitos para um bom almoço. Fazendo um paralelo com os nossos aeroportos, não temos a opção de procurar outra banca. Se o aeroporto for ruim, temos que engolir goela abaixo, custe o que custar.
Com a privatização – ou concessão, como prefiram – dos aeroportos brasileiros, iniciada em 2012, já são seis os aeródromos sob gestão privada: Galeão, no Rio; Confins, em Minas; Brasília, no DF; São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte; Viracopos e Guarulhos, em São Paulo. A previsão do Governo é privatizar mais três este ano: em Curitiba, Recife e Cuiabá. Dos 60 aeroportos administrados pela Infraero, apenas 10% deles estão sob uma gestão descentralizada da burocracia federal e os tomates frescos se destacam. Nos demais, sem exceções, se alguém lembrar de um me avisa, a banca está caindo aos pedaços e não só o tomate, mas a cebola, o chuchu e o que mais se vê nestes aeroportos está passando do ponto.
Por isso, reajustar os preços das tarifas aeroportuárias nos aeródromos administrados pela Infraero em 14,21% é, no mínimo, incoerente, sob a ótica de quem utiliza o sistema aeroviário no Brasil. Não faz sentido este aumento, ainda que autorizado pela Agência Nacional da Aviação Civil (Anac).
O reajuste, que segundo a Anac passará a ocorrer anualmente, segue uma regra para o cálculo que está prevista na Resolução 350/2014. Ou seja: o aumento tem como base o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), deduzido do fator “X”, que compartilha os ganhos de produtividade do setor com os usuários.
Estes ganhos de produtividade são o grande “X” da questão.
Estamos vendo os tais ganhos nos poucos aeroportos já privatizados. Nos restantes, pouca ou quase nenhuma melhora. A Anac afirma que a nova resolução cria um modelo de regulação das tarifas aeroportuárias mais adequado à nova estrutura do mercado, diante do processo de concessões no setor. Mas, ao contrário dos operadores privados, a nova metodologia não exige da Infraero o atendimento de requisitos de qualidade do serviço prestado aos usuários. Vale dizer: devemos pagar tarifas de aeroporto novo mesmo utilizando os velhos e sucateados.
Entre os quesitos de qualidade avaliados pela Anac estão: o bom funcionamento de elevadores, de escadas rolantes, esteiras e processamento de bagagens; a limpeza; as informação aos usuários; o conforto térmico e acústico; a disponibilidade de carrinhos de bagagem, de vagas para estacionamento para veículos; e a variedade de lojas e praças de alimentação, entre outros. Interessante, mas a verdade é que, se os requisitos acima fossem utilizados hoje para ajustar os valores das tarifas dos aeroportos administrados pela Infraero, certamente estes preços seriam reajustados para baixo. Afinal, tomate ruim não tem valor.
Edmar Bull

Via de mão dupla

O mercado de viagens corporativas contribui quatro vezes mais com o ingresso de divisas para o Brasil, a tomar por referência o gasto médio diário dos viajantes que nos visitam para fazer negócios (US$ 329,39) e turismo (US$ 73,77).
O fato foi mais uma vez constatado e com a credibilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que executou a pesquisa para Embratur entre os meses de abril a setembro de 2014, com 1.726 entrevistas realizadas, incluindo as cinco regiões do Brasil.
Vários outros dados relevantes também foram obtidos, revelando informações sobre o perfil destes desejados visitantes, entre as quais destaco as seguintes:
Origem
– 23% são da Europa
– 20% são da América do Norte
– 6,2% são da América do Sul
Sexo
– 58,6% são homens
– 41,4% são mulheres
Faixa etária
– 54,4% dos turistas têm entre 25 e 44 anos
Escolaridade
– 97,4% têm nível superior
Renda mensal
– 41,9 % têm renda acima de US$ 4.000
Apesar de o referido estudo apontar ainda que, a imagem do País é positiva para 74% dos entrevistados e mais 92% deles terem elogiado a receptividade do povo brasileiro, sabemos ser indispensável investir em infraestrutura e capacitação profissional.
Neste sentido, cabe ressaltar a importância das agências de viagens corporativas, na perspectiva de atuarem em sinergia com o poder público para potencializar resultados. Afinal, todos nós sabemos que o nosso setor é constituído por uma via de mão dupla, que propicia boas oportunidades em ambos os sentidos: emissivo e receptivo.
Edmar Bull