De acordo com a ANAC, cabe ao transportador aéreo “assegurar as medidas necessárias para a efetivação do reembolso tão logo lhe seja solicitado, incluídas as tarifas aeroportuárias e observados os meios de pagamento”. Pelo menos esta foi a resposta que a ABAV Nacional recebeu do órgão, em 2010, quando questionou o prazo de reembolso do cliente.
Nós, agentes de viagens, sabemos que, semanalmente, devemos efetuar o pagamento dos bilhetes aéreos internacionais e, a cada dez dias, dos bilhetes nacionais. Por que, então, as companhias aéreas podem levar até 120 dias para nos reembolsar? É claro que o cliente tem direito a receber seu dinheiro de volta em caso de cancelamento de voos e mais óbvio ainda é o fato de que o atraso na devolução da quantia recai nas agências de viagens. Mais um peso nos nossos ombros…
Recentemente, a Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal definiu que os passageiros de transporte aéreo devem receber, em um prazo de 30 dias, o reembolso do valor total dos bilhetes não utilizados com a devida correção monetária e com a garantia da aplicação de uma multa de 100% para a empresa que não cumprir a medida, ainda em tramitação no Congresso.
As perspectivas seriam boas se o Brasil já não contasse com uma lei que defende exatamente isso – mesmo assim, continua crescendo o índice de agências e de passageiros prejudicados, fator diretamente relacionado à falta de fiscalização da ANAC.
Este cenário ganha uma cor ainda mais obscura ao percebermos que, mais do que nunca, a frase “é preciso cobrar o cliente” vem esmagando a ideia original – quase antiga, talvez, para alguns – de “bem atender o cliente”. Quando foi que a impunidade passou a ser mais importante que a qualidade?
Edmar Bull
Turismo, Copa e Eleições
O plantão de notícias Panrotas informa que Barack Obama reconhece a importância do setor de viagens e turismo como vetor estratégico para o desenvolvimento dos EUA.
Países árabes, como Dubai, demonstram com resultados irrefutáveis o êxito dos investimentos realizados com foco na atividade, que ocupa posição de liderança mundial na geração de empregos.
No Brasil, a ANAC revela que só 26,5% das passagens aéreas em voos para as cidades-sede durante o Mundial foram vendidas até agora. Além disso, o FOHB divulga que 45% dos quartos de hotéis ainda estão vazios.
Neste mesmo ano, em que o nosso país será sede da Copa do Mundo, teremos eleições para a Presidência da República. Oportuno indagar:
1-) Será que as autoridades brasileiras abrirão de vez os olhos e de fato compreenderão que a matriz econômica do Turismo exerce impacto em tantos outros setores econômicos?
2-) Também por isso, será que o Turismo ocupará posição de destaque na composição dos planos de governo?
Sobram voos, preços caem
Nada como a dinâmica do mercado para orientar e mesmo reorientar os rumos dos negócios da imensa cadeia turística, no contexto da Copa do Mundo 2014. Os preços salgados de meios de hospedagem e passagens aéreas para esse período, praticados nos primeiros meses do ano, cederam.
Ou seja, a elevação artificial não resistiu à acomodação natural e às evidências ditadas pela lei da oferta e da procura. Afinal, por mais grandioso que seja o evento Copa do Mundo, a vida das pessoas e das empresas precisa seguir seu curso, não importa a que ritmo e compasso.
Conforme tenho sustentado, as previsões de crescimento do mercado de viagens corporativas estão mantidas, a despeito de um declínio previsto nos meses de junho e julho. Houve, na verdade, deslocamentos de datas de eventos – alguns antecipados, outros postergados.
Chegou-se a temer que houvesse falta de voos para atender às demandas do mercado de viagens corporativas durante a Copa. No entanto, observando o cenário a apenas três semanas da abertura do evento, podemos afirmar que os executivos e viajantes a negócios podem ficar sossegados: não faltarão voos e os preços estão em queda. Portanto, uma excelente oportunidade para quem souber aproveitá-la.
Enquanto não rola a bola nos gramados brasileiros, sob os holofotes do mundo inteiro, reiteramos nosso otimismo quanto ao desempenho das nossas associadas. Afinal, apuramos já no primeiro trimestre deste 2014 faturamento total de R$ 3,3 bilhões – um crescimento de 18,3% em relação ao mesmo período de 2013.
Bons negócios a todos!
Edmar Bull