NDC enriquecedor

Durante o Fórum Panrotas, no painel “IATA e o novo sistema New Distribution Capability (NDC)”, ficaram claros alguns dos vários itens que compõem a pauta das reuniões internacionais que mobilizam a WTAAA – Aliança Global das Associações de Agências de Viagens.  Jean-Charles Odelé-Gruau, diretor regional da IATA para as Américas, subiu ao palco e fez uma apresentação na qual enalteceu os benefícios da plataforma NDC, apresentada por ele como revolucionária e que promete facilitar o dia a dia das companhias aéreas, das agências de viagens e dos consumidores. 

Entretanto, diante das duas primeiras perguntas que fiz: “Quem pagará a conta?” e “Os preços cobrados serão os mesmos para GDSs, agências de viagens e companhias aéreas?”, o diretor da IATA limitou-se a afirmar que esta era uma “questão difícil de ser respondida”, reiterando, logo em seguida, os benefícios do sistema – comparação entre tarifas e voos, limites de bagagem, refeições e bebidas diferenciadas e wi-fi a bordo foram os mais repetidos. 

O “agregador”, como se referiu Jean-Charles ao NDC, deve favorecer a precificação dinâmica e oferecer extenso conteúdo às agências de viagens, permitindo que elas também realizem buscas mais avançadas – o que possibilita agregar mais qualidade ao trabalho de atendimento à demanda. O representante da IATA afirmou ainda que, assim como os sistemas atuais, é possível que as informações disponibilizadas sejam apresentadas aos consumidores. 

Ao ser questionado, então, sobre o fato de que, se implantado, o sistema incentivaria as companhias aéreas a continuar vendendo diretamente para o consumidor, Jean-Charles “contra-argumentou” dizendo que “as aéreas já tornam a venda direta possível por meio de seus websites”. 

Enfim, o painel foi enriquecedor, revelando à indústria de viagens como um todo que ainda existe muito a ser debatido sobre o NDC, sobretudo no que diz respeito ao papel que as agências de viagens desempenharão neste “novo processo de distribuição” e quais serão os impactos diretos e indiretos do NDC sobre a cadeia de valor. 

O diálogo franco e direto continua.   

Edmar Bull

NDC e Fórum Panrotas

No dia 1º de abril (terça-feira), durante o imperdível Fórum Panrotas 2014, logo após a palestra “Iata e o novo sistema New Distribuition Capabillity (NDC)” e de um sábio intervalo que está reservado para networking, haverá outro importante painel sobre infraestrutura aeroportuária, aberto pelo Ministro responsável e seguido pela apresentação de cases de sucesso consagrados no exterior.

Bastaria isso para anteciparmos os nossos sinceros parabéns à Panrotas. Porém, a programação completa do Fórum está sensacional.

E por falar em competência e na difusão das melhores práticas, reitero uma notícia já publicada no Brasil e que ganha crescente projeção internacional, desde que a ABAV Nacional aceitou o convite e passou a integrar a Aliança Global das Associações de Agências de Viagens (WTAAA), em 2012.

Outra excelente notícia vem dos bastidores, onde todos atuam unidos, contribuindo no processo de negociação e combatendo com rigor a criação de qualquer novo sistema de distribuição que possibilite prejudicar as agências de viagens, independente do mercado ou do nicho em que atuam.

Está, portanto, afastado o fantasma que assombrava os atores envolvidos, incluindo os consumidores – as pessoas físicas e jurídicas. Refiro-me à ultrapassada ameaça de que o NDC pudesse vir a ser o único sistema de distribuição do setor. Trata-se de um risco definitivamente afastado pela legislação nos Estados Unidos, após a formalização de consulta encaminhada ao departamento responsável.

Parabéns para todos que atuam de forma coesa e democrática e conquistam ampla e indispensável força associativa, obtida por meio da união e, repito, sempre de braços abertos para o diálogo franco e produtivo.

Edmar Bull

Custos X Preço X Rentabilidade

Viajar de avião é o meio de transporte mais barato. Uma passagem aérea pode ser custosa, mas proporciona, seguramente, a melhor relação custo-benefício.

Até mesmo o caminhar entre um destino e outro, em algumas circunstâncias, torna-se mais caro do que percorrer o mesmo trajeto a bordo de um avião, considerando as frequências e as rotas aéreas comerciais existentes.

Um bom exemplo, com expressiva repercussão midiática sobre o assunto, nos foi dado na semana passada, a partir de rigorosa e apurada matéria exibida na TV GloboNews, O programa Mundo S/A, ao comparar o preço e a rentabilidade da empresa aérea de bandeira com o preço e a rentabilidade das ferrovias que atendem o Canadá, ratifica esta percepção. Viajar de avião é mesmo barato.

Reza uma lenda no trade turístico também que diz: “Todo bilionário que investe na aviação comercial torna-se milionário”. A frase é de efeito, mas reflete uma realidade que pode ser observada nos balanços operacionais das empresas aéreas mundo afora, que com regularidade figuram no vermelho.

Contudo, mesmo amargando perdas, sabemos que todas as empresas aéreas são cada vez mais indispensáveis para o transporte das pessoas e de cargas.

A aviação impulsiona de maneira significativa o desenvolvimento econômico dos destinos atendidos por vôos internacionais, nacionais e regionais, que são realizados com regularidade também crescente, de acordo com as estatísticas divulgadas pela IATA e analisadas ao longo das últimas décadas.

Como potencializar os benefícios proporcionados pela aviação comercial, sem comprometer a rentabilidade setorial?

Edmar Bull