Reconciliação

De acordo com o dicionário Aurélio, o termo “conciliação” significa “ação ou efeito de agir de maneira pacificadora com; ação ou efeito de fazer com que alguém (que esteja em desacordo com outra pessoa) entre em acordo com; harmonizar ou harmonizar-se”.

Porém, se tomarmos por referência o significado que a palavra ganhou no dia a dia das agências de viagens, que são obrigadas a fazer a conciliação de cinco relatórios mensais do BSP e mais três relatórios internacionais, o verbete terá que acrescentar outra definição, praticamente antagônica à que se encontra no dicionário.

A quantidade de inconsistências e duplicidades, que beira a média mensal de 8.8%, reflete a inadequação do processo vigente, o qual contempla diferentes procedimentos, formatos e de faturas, que tornam insuportável a rotina burocrática vivenciada pelas agências de viagens. Como se tudo isso não bastasse, existem companhias aéreas que mantêm mais de um modelo de relatório, utilizando do BSP e também de critérios próprios.

Melhor que alterar o significado da palavra é reduzir o número de conciliações e de relatórios, concentrando no BSP a totalidade das informações fornecidas por todas as companhias aéreas. Assim, fortaleceremos o significado do termo “reconciliação”: restabelecimento de boas relações entre pessoas que estavam desavindas.

Edmar Bull

 

Crescemos 13%

A pesquisa de vendas realizada pela Abracorp revela que as Agências de viagens associadas faturaram R$ 6 bilhões e cresceram 13% no primeiro semestre de 2013, comparado a igual período do ano passado.

Como previsto, alcançamos dois dígitos de crescimento no primeiro semestre de 2013, apesar de os dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) indicar que houve redução média de 5,81% na oferta do segmento aéreo doméstico.

As vendas de passagens para os voos domésticos cresceram 10%, atendendo a demanda por viagens de negócios no país. Embora a TAM tenha registrado queda de 6% em volume de vendas, sua participação no mercado de viagens domésticas subiu e alcançou 34,1%, garantindo à empresa aérea a retomada da liderança perdida no primeiro trimestre para a Gol Linhas Aéreas, que, agora, aparece logo atrás, com participação de 33,5%.

As tarifas médias praticadas pela Tam e Gol em voos domésticos, de acordo com a pesquisa Abracorp, foram de R$ 574 e R$ 529 respectivamente.

Vale ressaltar ainda que as novas regras de aplicação da taxa de conexão – resolução 274 da Anac que entrou em vigor neste mês – resultarão em acréscimo de R$ 14 em uma viagem de ida e volta na qual os voos não sejam diretos. Considerando uma tarifa de R$ 200, o custo total da viagem encarecerá 7%.

No segmento aéreo internacional os dados Abracorp revelam que houve 18% de aumento no faturamento e de 14% nos preços dos bilhetes, quando convertidos para o real e comparados às tarifas praticadas no primeiro semestre de 2012. Dois grandes destaques foram as companhias aéreas Alitalia, que obteve crescimento de 58% no montante das vendas do segmento, e a American Airlines, com 40%, em parte atribuído à ampliação de 19% no número de freqüências ofertadas. No final do semestre, as empresas Etihad e Ethiopian iniciaram suas operações, agregando, deste modo, maior competitividade à rota internacional da Ásia e Oriente Médio.

Hotelaria em alta no mercado de viagens corporativas

No que concerne à hotelaria nacional, o crescimento registrado no primeiro semestre de 2013 foi de 19%. Os hotéis independentes lideraram as vendas em número de diárias, conquistando 37,8% de participação de mercado no segmento. Accor e Atlantica Hotels International responderam, respectivamente, por 10,8% e 9,3%. Os chamados brokers (centrais ou interpostos de reservas) hoteleiros ocuparam a quinta posição em vendas, movimentando quase R$ 91 milhões e garantindo participação de 8,1% nas vendas para as viagens domésticas.

Como reflexo ao aumento das viagens ao exterior, o segmento hoteleiro internacional teve aumento de 41% e demonstrou a força dos hotéis independentes, cujo market share atingiu os 54%, bem à frente dos brokers (7%) e das redes Accor (7%), Atlantica (1,9%), Meliá Hotels (0,1%) e outras redes (25%).

Serviços agregados

O estudo da Abracorp indicou que a Localiza, com diária média de R$ 178, permanece na liderança do setor de locação de automóveis nacional, respondendo por 61% da participação no mercado corporativo – depois da hotelaria internacional, este foi o segmento de negócios de maior crescimento (23%). A mesma empresa, no entanto, é a quarta no ranking internacional, arás da Hertz (27%), Avis (16%) e outras (43%).

Na categoria “outros serviços”, o destaque foi para o setor de eventos, que movimentou mais de R$ 208 milhões em nível nacional e internacional, à frente de lazer (R$ 68 milhões), cartões de assistência (R$ 5 milhões), cruzeiros (R$ 4 milhões) e outros (R$ 94 milhões).

Conclusão e perspectivas

Com investimentos em tecnologia, em constantes treinamentos voltados à capacitação dos mais de 9 mil colaboradores e atuando com transparência no atendimento aos seus clientes, as agências Abracorp confirmam a nossa previsão. Ou seja: crescemos dois dígitos previstos e a tendência é fecharmos o ano mantendo ganhos de produtividade.

Edmar Bull

Regras tarifárias

O mercado brasileiro de aviação civil é composto pela crescente oferta das quase 60 companhias aéreas internacionais que atuam no Brasil, além das disponibilidades já oferecidas pelas empresas que fazem voos domésticos.

Neste cenário, nós, os agentes de viagens, somos obrigados a entender os diferentes tipos de tarifas e a multiplicidade de regras tarifárias impostas por todas elas. Estamos diante de um verdadeiro tsunami de letrinhas, que inunda de irracionalidade os processos gerenciais para reservas e emissões de TKTs.

São incontáveis as regras tarifárias vigentes. Enquanto uma companhia impõe duas horas como prazo limite para garantir o preço do bilhete reservado, outra garante a reserva, desde que a emissão seja feita hoje. Chegam ao absurdo e a inexplicável situação de acabarem cobrando mais caro por uma passagem só de ida, quando comparada a outra passagem de ida e volta.

Existem inclusive variações de regras e de tarifas também definidas para cada canal de distribuição. Emitir um bilhete por meio de um Sistema GDS não exige código de segurança, ao contrário do procedimento adotado para a emissão da passagem nos portais das próprias empresas aéreas.

Enfim, como os funcionários não entendem as regras impostas pelas próprias empresas aéreas onde eles trabalham como podem esperar que nós, agentes de viagens, consigamos entender?

Em meio à falta de padronização, viceja o faturamento das empresas aéreas a base da cobrança de penalidades e multas. Aliás, as ADMs já constituem uma das mais rentáveis, senão a mais rentável fonte de receita para essas cias que são, acreditem, concessionárias de um serviço público.

Apelamos ao bom-senso e à racionalidade gerencial em favor da simplificação e da padronização, que devem prevalecer entre as empresas aéreas nacionais e internacionais.

Edmar Bull

PS – No próximo dia 25 de julho, no Hotel Blue Tree Morumbi, às 12 horas, os dados estatísticos referentes à movimentação Abracorp no primeiro semestre de 2013 serão divulgados durante coletiva de imprensa. Aguardem!