Awasi Iguazú

Review: Awasi Iguazú

As Cataratas do Iguaçu compõem uma das paisagens mais arrebatadoras do (meu) mundo. Tão incríveis que por si só já bastariam para qualquer viajante. Mas visitá-las e conhecer todas as belezas naturais do seu entorno sem dúvidas fica ainda melhor em uma propriedade que sabe como poucas se aproveitar do destino no qual está inserida. Felizmente, é esse o caso do belo Awasi Iguazú.

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O nome Awasi há anos se converteu em sinônimo não apenas de lodges lindos, imersos na natureza, como também de propriedades extremamente sustentáveis, com gastronomia e serviços impecáveis (suas outras propriedades atualmente são o Awasi Atacama e o Awasi Patagonia, ambas no Chile).

O grupo entrou recentemente em nova fase (e está prestes a converter um dos melhores hotéis do Brasil, o Ponta dos Ganchos, em sua primeira propriedade brasileira); mas o Awasi Iguazú é a prova viva de que as premissas estabelecidas na fundação dos lodges, membros Relais & Châteaux, definitivamente permanecem inalteradas.

Awasi Iguazú
foto: Mari Campos

Em abril, tive o prazer de me hospedar nesta bela propriedade argentina, instalada em Puerto Iguazú, que é, sem dúvidas, a mais exclusiva iniciativa de hospitalidade na região das Cataratas do Iguaçu. Localizado a 45 minutos de carro do aeroporto de Foz do Iguaçu, ali tudo está incluído no dia-a-dia do hóspede, incluindo um carro com guia privativo para todos os passeios.  

A viagem ao Awasi Iguazú foi organizada pela Camilla Mattar Viagens, consultoria de viagem membro Serandipians especializada em roteiros cuidadosa e autenticamente personalizados, com impecável curadoria de hotéis e lodges.

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Awasi Iguazú
Foto: Mari Campos

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Os encantos do Awasi Iguazú

Totalmente imerso na Mata Atlântica, e a curta distância do lado argentino das Cataratas do Iguaçu, o Awasi Iguazú é um lodge extremamente charmoso na Argentina com apenas 14 acomodações – todas elas em estilo chalé, como pequenas vilas privativas.

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Operando em um impecável sistema tudo incluído – tudo mesmo, dos transfers à alimentação, dos passeios ao bar aberto – , o Awasi Iguazú tem suas vilas espalhadas pela propriedade, construídas em uma encosta íngreme em meio à densa vegetação nativa anexa ao Parque Nacional Iguazú. Mas todas sempre a uma curta caminhada da casa central do lodge, onde ficam restaurante, bar e recepção.

As vilas do Awasi Iguazú são totalmente integradas à natureza ao redor, como charmosas (e muito espaçosas) casas na árvore, com direito a quarto, living, espaçosos banheiros e deck com plunge pool privativa.

A madeira escura do lado de fora dá lugar a uma decoração com cores suaves do lado de dentro, valorizando texturas, tecidos locais, obras de arte Guarani e livros e gravuras sobre a fauna, flora e história regionais.

As janelas são enormes, dando a impressão de que as frondosas árvores do lado de fora (que garantem total privacidade) estão praticamente dentro do quarto. Um detalhe adorável é o desnível entre o living e o quarto propriamente dito, garantindo que a natureza do entorno seja sempre visível, a partir de qualquer cômodo ou móvel.

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Os espaços públicos são lindos, seguindo a mesma padronagem de cores claras das vilas e repletos de peças de artesãos locais e regionais, instalações de arte, artesanato Guarani e livros, muitos livros. Há muito espaço aconchegante, interna e externamente, seja para descansar, tomar um drink ou café ou fazer suas refeições.

As áreas fechadas também contam com enormes janelas de vidro para fazer a natureza sempre protagonista e o delicioso deck externo praticamente mergulha na copa das árvores (e há sempre repelente fartamente disponível, em todo canto, para quem precisar).

No pequeno lobby diante da informal recepção, uma iniciativa adorável: deixam um enorme quebra-cabeças das Cataratas que acaba sendo montado coletivamente pelos hóspedes enquanto esperam seu guia chamar para o passeio da vez.

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Awasi Iguazú
Foto: Mari Campos

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Equipe e gastronomia de primeira

Os passeios oferecidos pelo Awasi Iguazú, aliás, são deliciosos, dos lados brasileiro e argentino das Cataratas a visitas a comunidades indígenas, trilhas, pequenos safáris fotográficos, passeios de barco, caiaque e SUP pela região. Têm duração variada e diversos níveis de dificuldade, assim todo perfil de hóspede é contemplado. E os guias são ótimos em compartilhar conhecimento de fato, inclusive em português.

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Os tours têm duração variada e diversos níveis de dificuldade, de passeios contemplativos de barco a trilhas mais puxadas, assim todo perfil de hóspede é contemplado. E os guias são ótimos em compartilhar conhecimento de fato, inclusive em português.

Mais importante ainda: se dedicam realmente a mostrar a exuberante natureza local e regional ao hóspede (algo que, infelizmente, ainda não é feito de maneira tão imersiva e eficiente nas propriedades existentes do lado brasileiro das Cataratas).

A gastronomia Relais & Chateaux é realmente excepcional, mesmo nos snacks mais simples, como meras empanadas. E tudo é sempre à la carte, feito na hora, do café da manhã ao jantar.

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A equipe afinada do Awasi Iguazú, formada majoritariamente por jovens da região, merece destaque absoluto: o treinamento cuidadoso é claro nos mínimos detalhes do dia-a-dia (como no fato de todo e qualquer membro do staff saber exatamente qual o tipo de água que você prefere beber). E o trato é sempre nominal, informal e muito cálido e atencioso, dos garçons aos barmen, do time da recepção aos guias.

Faço só duas rápidas observações relacionadas a serviço. Primeiro, senti falta da uniformidade no housekeeping. Por exemplo, no “montar” o deck externo da vila para o dia, como geralmente acontece nos lodges, colocando as almofadas e estofados das espreguiçadeiras em seus devidos lugares e preparando o local para o uso do hóspede. Vi que curiosamente faziam em algumas acomodações e em outras não (na minha não fizeram em nenhum dos dias ao longo da estadia toda).

Também senti falta de uniformidade no serviço de guias: enquanto alguns hóspedes tiveram o mesmo guia durante toda a estadia (o que considero ideal, não apenas pela fluidez dos passeios pelo vínculo criado como até para a hora das gorjetas – e que, aliás, geralmente acontece nas demais propriedades Awasi), eu passei por três guias diferentes durante a minha estadia.

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Awasi Iguazú
Foto: Mari Campos

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Tudo incluído de fato

No Awasi Iguazú, assim como nos demais lodges do grupo, tudo está incluído de fato. Os transfers ida e volta, seja para o aeroporto de Foz do Iguaçu no Brasil ou de Puerto Iguazú na Argentina, estão incluídos na estadia (ainda que apenas em horários fixos pré-estabelecidos pelo hotel, que podem não combinar exatamente com o horário do seu voo – vale ficar de olho).

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As diárias incluem também todas as refeições (sempre à la carte e excelentes, um dos maiores destaques do hotel), bar aberto, room service, e passeios privativos diários toda manhã e tarde (ou um passeio full day por dia).

Todas as acomodações contam ainda com um completo minibar – com vinhos, cafés, chás, cervejas, bebidas não alcoólicas e petiscos – sempre incluído nas diárias. A primeira bolsa de lavanderia utilizada em qualquer momento da estadia também é 100% cortesia.

A gastronomia do Awasi Iguazú, aliás, é um de seus maiores destaques: tudo é servido cheio de sabor e com apresentação impecável, e sempre à la carte. O menu valoriza muito os ingredientes locais (tem até doce feito com a casca de árvore yacaratiá), é craque em pratos tipicamente argentinos e também reformula várias receitas tradicionais da região.

Vale destacar também a carta de vinhos, feita com ótimos vinhos argentinos de vinícolas menores, estilo boutique. A equipe do restaurante é ótima na sugestão das harmonizações e a equipe do bar é excelente na criação de coquetéis, também majoritariamente feitos com ingredientes locais ou regionais.

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Dicas extra

Durante todos os meus dias em Puerto Iguazú utilizei mais uma vez o chip para viagens internacionais da O Meu Chip, que me manteve conectada 100% do tempo, sem estresse. Há sempre pelo menos 15% de desconto na compra de qualquer chip físico ou eSIM DESSE LINK com o cupom MARICAMPOS.

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Sobre a Camilla Mattar Viagens

A viagem ao Awasi Iguazú, na Argentina, foi toda organizada pela Camilla Mattar Viagens, consultoria de viagem localizada em São Paulo membro Serandipians. Camilla e sua equipe atendem há muitos anos viajantes oriundos do Brasil inteiro, criando roteiros cuidadosa e autenticamente personalizados, com valiosa curadoria de hotéis e lodges, seja para destinos nacionais ou internacionais.

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Review: The Vines Resort Spa

Ter a chance de dormir e acordar diante dos Andes é um privilégio e tanto. Que, sem dúvidas, fica ainda mais especial se o horizonte vier também repleto de vinhedos. E é bem assim no The Vines Resort & Spa, o belo resort argentino, membro da The Leading Hotels of the World, que ocupa uma porção bem especial do  Vale do Uco, no coração da maior região vinícola da Argentina.

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Localizado a cerca de 110 km de carro (ou 1h30 de carro) do Aeroporto Internacional de Mendoza, o resort está localizado em uma propriedade de cerca de 600 mil hectares e é parte do  The Vines of Mendoza, um empreendimento que reúne centenas de co-proprietários para seus vinhedos – em geral, amantes de vinhos que decidiram ter a chance de produzir seus próprios rótulos (com o auxílio imprescindível, é claro, dos enólogos e viticultores associados ao projeto, como Mariana Onofre e Santiago Achaval).

Foto: Mari Campos

A ideia do The Vines of Mendoza começou há 20 anos, quando Mendoza começava a ganhar atenção e respeito internacional. Foi nessa época que o norte-americano Michael Evans conheceu o Vale de Uco e se apaixonou pela região. E resolveu então comprar 4 hectares de vinhedos para tentar realizar o sonho de produzir seu próprio vinho – uma ideia que acabou inspirando vários de seus amigos a seguirem seus passos.

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De lá pra cá, a The Vines of Mendoza já vendeu vinhedos particulares para mais de 220 proprietários ao redor do mundo (inclusive vários brasileiros), expandiu a propriedade para 1.500 acres, produz mais de 35 variedades diferentes de uvas, está em processo de certificação orgânica e está em plena fase de expansão de seu belo hotel.

O The Vines Resort & Spa está aberto para qualquer viajante, mesmo aquele que não tem o mais remoto interesse em um dia produzir seu vinho. E há mesmo muito mais a se fazer por ali, além deste pequeno mergulho na enologia, da gastronomia ao lazer.

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Foto: Mari Campos

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Como é se hospedar no The Vines Resort & Spa

O The Vines Resort & Spa, apesar da imensa área que ocupa, é uma propriedade de poucas acomodações – e todas em estilo chalé ou mini villa. Os chalés têm diferentes categorias e subcategorias, mas são todos muito espaçosos, com pátios privativos, living e cozinha. O minibar está sempre incluído nas diárias.

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Vale cacifar um dos chalés da categoria Deluxe em diante, pois contam ainda com lareiras interna e externa, chuveiro externo, banheira ou piscina – e esses sim contam com vista desobstruída para a paisagem que rodeia o hotel (muitos dos mais simples têm a vista bloqueada por vegetação). As acomodações ficam conectadas à sede do resort através de bucólicos caminhos rodeados de vegetação.

A sede do resort abriga a discreta recepção, lounge, bar e o restaurante, além de uma deliciosa piscina e uma jacuzzi, ambas ao ar livre. É no restaurante Siete Fuegos, do chef argentino Francis Mallmann, que o hotel serve café da manhã, almoço e jantar – sempre com vista panorâmica para o laguinho logo em frente, os Andes e os vinhedos.

CLIQUE AQUI para conferir disponibilidade e valores para hospedagem no The Vines Resort & Spa

O tranquilo café da manhã é uma delícia. Há um pequeno buffet separado em duas estações, mas o maior destaque fica mesmo para as opções de pratos à la carte, também incluídas no desjejum. Embora a carta seja enxuta, os pratos são deliciosos.

O Siete Fuegos é também bela pedida, principalmente para o jantar, dada a distância do resort para outros restaurantes. O ambiente é elegante, o serviço é informal e o menu é caprichado. As carnes e legumes na brasa são as grandes estrelas, mas as empanadas e a burrata são sempre infalíveis! Para acompanhar, uma extensa carta de vinhos, é claro.

Enquanto o grande spa do hotel não vem, vale destaque a academia, em um edifício separado, em meio aos vinhedos, com vistas panorâmicas incríveis. E há também um simpático mapa para jogging e caminhadas dentro da propriedade.

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Acho importante saber de antemão que o staff do The Vines Resort & Spa é atualmente composto sobretudo por integrantes muito jovens, da comunidade local, que está em sua maioria tendo ali a primeira experiência hospitalidade – mas são todos simpáticos e queridos.

Há um amplo menu de atividades possíveis (cobradas à parte), como passeios pela região, visitas a outras vinícolas, degustações especiais, cavalgadas e até workshops para você criar seu próprio blend em uma tarde divertida. Tudo isso pode ser reservado também pelo serviço de concierge online através do Whatsapp (embora a resposta às demandas possa demorar às vezes).

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O resort está em plena fase de expansão, com novas luxuosas unidades (serão 20 novas residências no total), bem diferentes das já existentes, a serem inauguradas ainda nesse e nos próximos anos. O Siete Fuegos vai ganhar novo espaço em meio aos vinhedos, e o resort vai abrir um segundo restaurante no perímetro ocupado por ele atualmente.

A The Vines of Mendoza tem ainda a The Vines Foundation, fundação que colabora com fornecimento de alimentos para refeitórios locais, escola vocacional para jovens da região (com formação em hospitalidade, aulas de inglês etc) e um refúgio de resgate de animais. Já a The Vines Global organiza viagens especiais mundo afora com foco em cultura e enoturismo.

CLIQUE AQUI para conferir disponibilidade e valores para hospedagem no The Vines Resort & Spa

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Foto: Mari Campos

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Um dia perfeito no The Vines Hotel & Spa

Um dia perfeito no The Vines Hotel & Spa depende do perfil do hóspede. Para mim, levando em consideração todas as experiências e atividades que experimentei durante minha estadia, seria o seguinte:

5:30h – saída para cavalgada até o sopé dos Andes para ver o dia amanhecer, com direito a café quentinho lá no alto, contemplando vistas arrebatadoras.

8:30h – de volta ao hotel, um lauto café da manhã em uma das mesas da varanda do Siete Fuegos, com vista para os vinhedos e as montanhas.

10:00h – tour em bike pela vinícola.

11:30h – Caminhada guiada pelos vinhedos da The Vines of Mendoza, seguida de degustação em uma de suas bodegas, devidamente harmonizada com empanadas e outros petiscos.

14:30 – Criar seus próprio blend com as amostras de Malbec do The Vines of Mendoza em um divertido workshop.

17:00 – Curtir a piscina (se estiver calor) ou a jacuzzi ao ar livre (se estiver friozinho) enquanto contempla o cair da tarde.

20:00 – Jantar harmonizado no Siete Fuegos de Francis Mallmann, seguido de um night cap no lounge ao ar livre, sob as estrelas.

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Sobre a Leading Hotels of the World

Composta por mais de 400 propriedades independentes localizadas em mais de 80 países, a Leading Hotels of the World reúne hotéis de luxo que realmente incorporam a essência dos destinos nos quais estão inseridos. Fundada em 1928 por um grupo de hoteleiros europeus inovadores, a LHW há nove décadas busca oferecer experiências de viagem notáveis e autênticas em suas propriedades-membro. Seu programa de fidelidade gratuito, Leaders Club, oferece a seus membros serviços personalizados e benefícios de viagens exclusivos durante as estadias.

Saiba mais sobre o Leaders Club aqui.

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Dica extra

Durante a viagem à Argentina utilizei, como sempre, um chip para viagens internacionais da O Meu Chip (que, aliás, funciona muito bem em diversos países do mundo todo) e fiquei conectada 100% do tempo, sem estresse ou qualquer dificuldade. Eles contam com ajuda em português no Whatsapp caso você tenha qualquer dificuldade com o uso do seu chip. E há sempre pelo menos 15% de desconto na compra de qualquer chip físico ou eSIM NESSE LINK com o cupom MARICAMPOS.

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A hospitalidade diversa do Ibiti

É difícil não se encantar pelo Ibiti, em Minas Gerais. Afinal, essa deliciosa empreitada de turismo regenerativo, sem similar na hospitalidade internacional, é praticamente uma utopia transformada realidade – como bem diz a placa de madeira logo à entrada da reserva.  

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O que começou nos anos 1980 com o sonho do empresário Renato Machado de proteger os arredores do Parque Estadual de Ibitipoca, MG, hoje se converteu em um projeto de vários braços distintos – e do qual o turismo é força importante – que já ultrapassa os 6 mil hectares de área total.

Focado em projeto de rewilding, o IBITI é hoje membro da BLTA (Brazilian Luxury Travel Association) e seu Xodós do Brasil e continua expandindo não só seu território e força sócio-econômica transformadora como também sua vocação para a hospitalidade.

Inicialmente Reserva do Ibitipoca, depois Comuna do Ibitipoca até que virasse simplesmente IBITI, o projeto oferece três modelos já muito bem estruturados de hospedagem turística regenerativa. E inaugura agora a quarta vertente dessa seara hoteleira: sua primeira casa de vidro totalmente automatizada, com vistas surreais para a reserva a partir de qualquer ponto.

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Foto: Mari Campos

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Como é se hospedar no Ibiti

Seu modelo de turismo de baixo impacto, que atua regenerando o meio ambiente, conservando fauna e flora e apoiando sócio-economicamente as comunidades locais, acontece em outras três opções distintas de hospitalidade.

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A primeira investida do Ibiti na hotelaria veio com o adorável Ibiti Engenho Lodge, até hoje a grande estrela do projeto. O casarão construído ao redor de um pátio, com distintas varandas e rodeado por montanhas verdejantes tem apenas 8 grandes suítes, cada uma com uma decoração diferente – mas sempre essencialmente mineiras.

Inaugurado ainda em 2008, suas áreas comuns têm e jeitinho de “casa de vó”, decoradas com muita brasilidade e com a natureza sempre à vista. Tem também spa, sauna e uma deliciosa jacuzzi ao ar livre.

A beleza e aconchego importam, e muito, mas nada disso se compara à calidez do serviço e à primorosa gastronomia tocada pelas “meninas do Engenho” com maestria. Do café da manhã ao almoço mais frugal, do café da tarde ao jantar de vários passos, tudo ali é simplesmente delicioso – e está incluído nas diárias. Cada garfada é uma viagem. E a equipe do lodge ainda é craque em preparar os set ups mais lindos, seja interna ou externamente, para cada refeição.

Engenho Lodge ainda administra a vizinha Casa Carlinhos, com 3 suítes, que deve ser alugada por inteiro mas tem direito de uso dos serviços do lodge.

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A segunda opção de hospedagem é o Ibiti Village, que deu nova vida a Mogol, um diminuto vilarejo de ruas de terra batida que esteve a ponto de desaparecer. Com apenas algumas dezenas de moradores permanentes, teve parte de suas casas originais reformadas e transformadas em 11 acomodações turísticas cheias de conforto.

Todas as casas são diferentes entre si e foram decoradas seguindo temas diferentes – como a dedicada a Guimarães Rosa, decorada com frases e obras do genial escritor. Algumas têm cozinhas completas, outras não; algumas possuem apenas um dormitório outras acolhem famílias.

No Ibiti Village a hospedagem também acontece com pensão completa incluída, servida sempre no Yucca, o restaurante vegetariano e orgânico do vilarejo – que tem ainda escola, igreja, posto médico, café, cinema e prainha de rio. Além da inclusão de um passeio guiado por dia, os hóspedes do Village também são contemplados com algumas atividades culturais, como concertos de piano em um Steinway de jacarandá da Bahia de 1874.

CLIQUE AQUI para ver valores e disponibilidade no Ibiti Village.

Foto: Mari Campos

A terceira opção de hospitalidade é o Ibiti Remote, que conta com três acomodações privativas, todas com localizações bem remotas na reserva. Focadas em quem deseja mesmo total desconexão, o acesso a elas se dá, dependendo da acomodação, por trilha, bicicleta, a cavalo ou em veículos 4×4.

A quarta empreitada começa agora, em clima de soft opening, e deve ser oficialmente inaugurada antes do final do semestre. A primeira Casa de Vidro do Ibiti foi construída mais isolada, em uma área mais alta da montanha que acolhe o Village.

Com paredes de vidro abertas para a natureza exuberante do Ibiti, e vibe quase futurista, totalmente automatizada, ali as vistas arrebatadoras estão incluídas a partir de praticamente todo cômodo.

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Foto: Mari Campos

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Dia-a-dia entre descanso e atividades

No Ibiti, independente da acomodação escolhida, o hóspede passa dia e noite imerso na natureza. Todas as diárias no Ibiti Engenho Lodge e no Ibiti Village incluem pensão completa e um passeio guiado por dia.

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O ritmo por ali é sempre lento e silencioso, perfeito para descansar e dar um belo reset mental. Mas a oferta de atividades possíveis também é enorme, incluindo trilhas, cavalgadas, bike, visitas comunitárias, caiaque, SUP, praia de rio e diversas outras experiências.

Margeando o Parque Estadual do Ibitipoca, o território preservado pelo Ibiti é repleto de montanhas, riachos, lagos e quedas d’agua. A vegetação nativa da região divide espaço com áreas recuperadas com reflorestamento e realmente é verde a perder de vista a partir de qualquer canto.

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Não bastasse tanta beleza natural, a propriedade ainda conta com muita arte espalhada por seu território. As mais famosas são as gigantes esculturas que compõem a instalação My Big Family, da norte-americana Karen Cusolito, cuja visitação é permitida apenas aos hóspedes do projeto.

As obras, feitas em metal reciclado, reminiscentes do Burning Man, fizeram tanto sucesso nas redes sociais que já viraram também a cara do Ibiti. Com dimensões que chegam a 6 toneladas e 9 metros de altura em uma única estátua, exigiram uma logística tremenda para serem transportadas à região montanhosa – mas encontraram na Pedra do Tatu, diante de uma das mais belas vistas do Ibiti, seu repouso.

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Foto: Mari Campos

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Além da hospitalidade

A hospitalidade é apenas um dos muitos braços do Ibiti. Além dela e da preservação e regeneração ambiental que deu origem ao projeto, há também produção orgânica de alimentos na Gaia Produtos Ecológicos (inclusive café), reciclagem (o projeto tem seu próprio centro para tal), reaproveitamento (todos os resíduos orgânicos são reaproveitados ali), educação na Life School, reintrodução de animais silvestres em seu habitat original (como os muriquis-do-norte, maiores primatas das Américas).

A ideia principal é sempre que cada projeto tenha empreendedores diferentes e ajude a economia local girar melhor. A hospitalidade regenerativa é sempre o melhor caminho para fazer a indústria turística realmente girar a favor dos destinos.

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Para chegar ao Ibiti: o aeroporto mais próximo é Zona da Mata/Juiz de Fora (IZA). A partir do aeroporto, são pelo menos mais duas horas de carro até a entrada do Ibiti (com estrada de terra na parte final). Outra possibilidade é pousar diretamente na propriedade em helicóptero ou monomotor.

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Wilderness

A excelência da Wilderness na Botsuana

Uma viagem de sonho, passando por três safári camps bem diferentes entre si em três regiões bem diversas de um mesmo (fascinante) país. Foi assim a minha primeira experiência comprovando a excelência da Wilderness na Bostsuana, África.

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Que as maravilhas das savanas infinitas são muitas, não é novidade. Nem que há vários países diferentes no continente africano nos quais podemos ter experiências arrebatadoras de safári. Mas a Botsuana, e digo e escrevo isso há tempos, desde minha primeira visita ao país, é garantia de alguns dos melhores avistamentos de vida selvagem que você terá na sua vida.

O turismo no país respira safári e sempre soube criar lodges e camps realmente imersivos neste tipo (tão fascinante) de experiência turística. Não por acaso, foi ali mesmo que começou a história da Wilderness: em 1983, um grupo de jovens rangers africanos resolveu se unir e criar um negócio voltado para turismo sustentável no país.

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Wilderness
Foto: Mari Campos

Hoje, a Wilderness, fundada por aqueles jovens visionários, ultrapassou as fronteiras da Botsuana e é líder mundial em conservação e hospitalidade. Hoje comprometida com a preservação em 2,3 milhões de hectares africanos, espera dobrar essa área de terra protegida, chegando a mais de 5 milhões de hectares protegidos até 2030.

São mais de 60 camps/lodges sob sua bandeira, divididos em três categorias distintas (Classic, Classic+ e Premium, sempre com pensão completa, bar aberto, dois safáris diários e serviço de lavanderia), espalhados por 8 países africanos diferentes. Juntos, ocupam mais de 6 milhões de acres de terras remotas e preservadas, com os quais criam itinerários completos para férias de sonho dos mais distintos perfis de viajantes.

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Wilderness
Foto: Mari Campos

Aliás, tem hoje até sua própria companhia aérea: a WildernessAir, que, com aviõezinhos com prefixos que homenageiam distintas espécies africanas, transportam seus hóspedes entre aeroportos, lodges e camps com esmero.

Voltar ao começo de uma história tem sempre um gostinho especial. Entre uma profusão de leões, búfalos, elefantes e hipopótamos, me perdi e me encontrei no Delta do Okavango, na Depressão Mababe e na reserva Linyanti, guardando na memória momentos de beleza selvagem surreais.

E trago aqui, com prazer, uma breve review dos três camps nos quais me hospedei nesta visita mais recente à Botsuana, unidos por uma viagem linda, meticulosamente organizada pela Wilderness, que resistiu até ao cancelamento de voos internacionais.

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Wilderness
Foto: Mari Campos

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Wilderness Jao

Meu começo de viagem, mesmo com percalços de última hora, não poderia ter sido melhor: depois de passar uma noite no simpático  Grays Eden, um hotel boutique localizado a curta distância do aeroporto (com direito a gostosa piscina e ótimo restaurante), cheguei ao belíssimo Wilderness Jao.

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O Jao Camp foi o primeiro safári lodge de luxo da Botsuana. Criado no início dos anos 2000 pela família de Cathy e David Kays (que seguem à frente da administração da propriedade, agora em parceria com a Wilderness), o Wilderness Jao faz parte de uma espetacular reserva privada de 60.000 hectares no Delta do OkavangoPatrimônio Natural da Unesco, não por acaso considerado um dos melhores lugares do mundo para observação de vida selvagem.

Wilderness
Foto: Mari Campos

No finalzinho da década passada, o que era bom ficou ainda melhor: o Wilderness Jao foi reconstruído com design sustentável, materiais naturais e reciclados, e ficou ainda mais bonito do que já era. Tudo é muito amplo, com pés direitos altíssimos e paredes de vidro ou tela para garantir sempre vista panorâmica para as savanas. E com mínimo impacto no terreno.

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Elegante e extremamente sofisticado, no Wilderness Jao até as banheiras e jacuzzis presentes em cada uma das exclusivíssimas (e imensas, todas projetadas como luxuosas casas de árvore) sete acomodações têm vista infinita. E tem ainda um lindo spa, biblioteca, museu, loja e galeria, além de diversos espaços de convivência – tudo conectado por deliciosas passarelas suspensas.

Ali cada hóspede é rei: tudo está incluído e é a gente mesmo que define quando quer sair para os game drives, quando e onde quer tomar café da manhã, almoçar ou jantar. Todas as acomodações têm inclusive cozinha e enormes mesas para refeições no living – além de um farto minibar incluído na diária e reposto todos os dias.

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Nada é engessado, tudo é flexível – e entregue magistralmente, com serviço realmente impecável. Do café da manhã ao jantar, tudo é à la carte, feito na hora, com apresentação infalível. Há também um impressionante bar de vinhos, destilados e coquetéis. 

E seu entorno é, sem exageros, um pequeno Éden tomado por rios, canais, lagos, pântanos e uma fartura impressionante de vida selvagem. Até cachorros selvagens, dificilmente avistados nos safáris, vi em abundância. Além de tudo o que vi nos game drives (o lodge oferece também safáris à pé), leões e elefantes desfilaram sem pudores diante da minha varanda.

O Wilderness Jao entrega, de fato, uma experiência de safári completa. Um lodge realmente inesquecível, com um staff dos mais bem treinados e genuinamente cálidos que já conheci.

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Wilderness
Foto: Mari Campos

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Wilderness Duma Tau

Instalado na bacia do rio Linyanti, região famosa pela fartura e variedade de vida selvagem que ocupa seu território, o belo Wilderness Duma Tau Camp está rodeado de água, incluindo várias lagoas, canais e rios (sendo os principais o Kwando e o Linyanti) no arredores.

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Fiquei hospedada no Wilderness DumaTau no auge da seca de 2024 e, mesmo assim, o camp estava rodeado de fartos cursos d’agua com suas margens tomadas por animais. Manadas de elefantes atravessavam o rio logo em frente o tempo todo (a região tem a maior concentração de elefantes de toda a África) e hipopótamos se banhavam bem diante do hotel dia e noite.

Wilderness
Foto: Mari Campos

Localizado idilicamente à beira-rio, o Duma Tau (que significa “rugido do leão”, algo que ouvimos frequentemente por ali) é perfeito para quem busca uma hospedagem de safári mais tradicional, com um estilo mesclando habilmente o clássico “Out of Africa” com o contemporâneo.

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São apenas oito suítes, todas com vista rio, deliciosamente interligadas à estrutura principal por uma extensa passarela de madeira. A vegetação exuberante natural da área garante total privacidade. E o trânsito de distintas espécies animais entre elas é constante.

Wilderness
Foto: Mari Campos

Todas as espaçosas suítes em estilo tenda contam com enormes banheiros completos, walk-in closet, dormitório, hall, living e deliciosos decks com piscinas privativas voltados para o rio. Há máquinas de café, guloseimas e minibar diariamente abastecido, inclusive com vinhos e destilados – tudo incluído.

A estrutura principal é enorme, com vários lounges internos e externos em distintos níveis, inclusive à beira d’agua. As refeições são servidas nos mais diversos espaços, indoor e outdoor – incluindo jantares sob as estrelas, acompanhados por excelentes vinhos africanos.

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A gastronomia caprichada, aliás, também é destaque por ali: o café da manhã é servido em um buffet bem completo na boma logo cedo, mas quem preferir pode tomar o brunch à la carte ao voltar do safári. Tudo deliciosamente feito na hora. Almoço e jantar também são servidos à la carte e ainda são servidos sucos, chás e fingerfood antes do safári vespertino. Tudo delicioso e com apresentação impecável.

Com localização privilegiada, o Wilderness Duma Tau oferece uma gama bem variada de atividades incluídas, incluindo passeios em lanchas e barcos, seja para almoço ou happy hour ao pôr do sol, com hipopótamos, crocodilos e elefantes ao redor.

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Wilderness
Foto: Mari Campos

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Wilderness Mokete

Dentro da categoria mais simples dos camps da Wilderness (Classic), uma das inaugurações mais recentes é o Wilderness Mokete, por enquanto a única opção de hospedagem turística na reserva homônima, na região da Mababe Depression.

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Em ambiente bastante remoto e selvagem, por enquanto acessível apenas via estrada ou helicóptero, o novo camp se destaca, na verdade, por seu entorno: está rodeado por alguns dos maiores rebanhos de búfalos e dos mais extensos bandos de leões do continente africano.

Wilderness
Foto: Mari Campos

Bastante mais simples que os demais camps da Wilderness citados na Botsuana, o Wilderness Mokete serve todas as refeições no mesmo pequeno restaurante da propriedade e sempre em compactos buffets.

O design em geral também é bem mais simplificado e contido, mais funcional. Além do restaurante, as áreas públicas incluem um pequeno lounge & bar, piscina e boma. Um pequeno deck também funciona como mirante para acompanhar animais que cheguem mais próximos ao laguinho da propriedade.

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No total, são apenas nove tendas, todas com living, plunge pool privativa e um interessante teto retrátil, que pode ser utilizado fora da temporada com mais insetos e mariposas na região (quando fui, em dezembro, não era possível utilizá-lo). Não há minibar nas acomodações.

Wilderness Mokete também oferece nas estadias todas as inclusões básicas comuns a todos os camps de Wilderness: dois safáris diários, pensão completa, bar aberto e serviço de lavanderia.

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Wilderness
Foto: Mari Campos

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Como chegar

Voei de São Paulo a Joanesburgo com a South African Airways, a mais antiga companhia aérea voando continuamente para o Brasil e o principal elo de conexão aérea entre o Brasil e a África

A SAA tem hoje duas rotas diferentes ligando Brasil (São Paulo) e África do Sul (Joanesburgo e Cidade do Cabo), nas quais voa com os novos A330-300, que trazem uma nova Classe Executiva, muito mais confortável.

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Entre África do Sul e Botsuana, voei com a simpática Airlink, sempre bastante pontual. Entre o aeroporto de Maun e os camps, voei com Wilderness Air.  

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Kisawa Sanctuary

Review: Kisawa Sanctuary

Uma pergunta que recebo muito, há muitos anos, e, quase como uma mãe que não consegue escolher um filho predileto, sempre tive muita dificuldade em responder, é: “qual seu hotel favorito”. Mas, em novembro passado, desde que conheci o incomparável Kisawa Sanctuary, ter uma resposta mais objetiva para a tal pergunta pela primeira vez me pareceu possível.

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Os 300 hectares de pura beleza do Kisawa Sanctuary ocupam uma das extremidades da idílica ilha de Benguerra, no arquipélago de Bazaruto, em Moçambique, na África.  Inaugurado em 2021, o resort tem tudo tão bem pensado que parece ter aberto as portas agora mesmo.

Foto: Mari Campos

São 30 minutos em lancha rápida com golfinhos à vista ou, melhor ainda (já que embarque e desembarque da lancha são bem molhados porque a legislação local não permite decks em área protegida), meros sete minutos em helicóptero separando Vilankulos, que recebe diariamente voos vindos de Joanesburgo, na África do Sul, da beleza paradisíaca do Kisawa Sanctuary.

E, uma vez lá, a gente consegue dimensionar um pouco, enfim, dos verdadeiros significados das palavras “beleza” e “hospitalidade”.

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Foto: Mari Campos

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O idílico Kisawa Sanctuary

O Kisawa Sanctuary fica perfeitamente camuflado na natureza selvagem da ilha, entre dunas e vegetação intenso. Tão camuflado que da lancha a gente não enxerga construção nenhuma. E, mesmo circulando pelo resort, só avistamos seus espaços públicos e vilas quando já estamos bem pertinho.  

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Na prainha principal, que recebe as lanchas e de onde partem os passeios de barco pelo arquipélago, não permite nenhum tipo de deck ou construção por ser território protegido. Ali os hóspedes descem de pés descalços, direto na água e de lá para as areias douradas e fofinhas que circulam a propriedade.

Em uma das extremidades fica o melhor canto para banho do Kisawa Sanctuary, de águas deliciosas, ultra cristalinas, e tranquilas – sempre com providenciais espreguiçadeiras, futons e ombrelones instalados. Através de um caminho móvel de cestaria artesanal, a gente chega ao Baracca, o bar & restaurante com a melhor vista para o pôr do sol, todos os dias.

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No Kisawa, como as distâncias são sempre grandes para garantir total privacidade, o tempo todo, os hóspedes se deslocam em Mokes, adoráveis carrinhos coloridos elétricos – cada vila tem o seu. O próprio hóspede pode pilotar livremente (há distintas estações de recarga, inclusive diante de cada vila) ou pedir para seu mordomo (disponível 24h) fazê-lo.

As construções do resort são tanto colírio para os olhos quanto a natureza da ilha, integrando-se sempre perfeitamente à paisagem. Todas utilizam design biofílico, com materiais naturais e locais e o precioso trabalho de artesãos moçambicanos. Para alguns locais, para garantir mínimo impacto na terra, até impressões 3D foram utilizadas.

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Kisawa Sanctuary
Kisawa Sanctuary. Foto: Mari Campos

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COMO É SE HOSPEDAR NO KISAWA SANCTUARY

Em três quilômetros quadrados de área, o  Kisawa Sanctuary tem hoje apenas oito acomodações (de um, dois ou três dormitórios cada). E é tão seguro que os hóspedes simplesmente não trancam as portas.

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Todas as acomodações do  Kisawa Sanctuary  são em formato villa privativa. Mas esqueça tudo que você já viu sobre villas privativas em outros hotéis – ali até as menores, com um dormitório, são realmente imensas, tanto na área interna como externa – e todas têm seu próprio mordomo realmente 100% dedicado a ela e seu próprio veículo elétrico.

Foto: Mari Campos

Na área principal, prepare-se para um living enorme (com adega), quarto e banheiros gigantescos – tudo com vista para o mar, é claro. Na parte externa, 360 graus de um delicioso deck de madeira, mobiliado em distintos pontos.

Mas não pára por aí: cada villa tem também pelo menos uma segunda área construída, para refeições e descanso, solário, uma grande piscina privativa com deck próprio e acesso direto ao mar. Tudo com total privacidade, sem absolutamente mais ninguém à vista, em momento nenhum.

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Operando sempre em sistema tudo incluído (dos vinhos da adega às refeições, dos snacks e drinks no bar ao serviço de lavanderia ilimitado), café da manhã, almoços, jantares e happy hours são servidos em distintos locais, sejam restaurantes, bares, na própria vila ou até em meio à horta ou em plena praia, à escolha do hóspede.

O  Kisawa Sanctuary  é a perfeita tradução do luxo contemporâneo: oferece os melhores materiais, os melhores produtos, serviço absolutamente impecável – mas com a calidez e o clima informal e relaxado que um resort numa ilha minimamente habitada pede. Tão relaxado que a maioria dos hóspedes circula geralmente de chinelo ou descalço.

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Kisawa Sanctuary
Kisawa Sanctuary. Foto: Mari Campos

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Uma ode constante ao local e à sustentabilidade

Dos materiais utilizados na construção e decoração aos alimentos servidos nos restaurantes, tudo no Kisawa Sanctuary é realmente o mais local e sustentável possível. O resort cultiva parte significativa dos ingredientes que utiliza em sua fenomenal cozinha (sério, dos snacks aos pratos mais elaborados, tudo é verdadeiramente delicioso) e sua mão de obra é mais de 90% local.

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Meu adorável mordomo, impecável, culto e profundamente atencioso, Beato, é moçambicano e tem ali inacreditavelmente sua primeira experiência em hospedagem – com postura e execução de tarefas mais impressionante que muito mordomo da hotelaria europeia.

Focado em turismo sustentável e regenerativo desde a primeira concepção do projeto, o Kisawa trata e reaproveita toda a água que utiliza (e também a oriunda das chuvas), recicla e regenera o lixo produzido e tem impressionantes hortas de permacultura.

Nenhuma vegetação foi removida durante a construção do resort, todo planejado para o mínimo impacto possível no solo – e para se aproveitar ao máximo da luz e da ventilação naturais. As pequenas gazelas que abundam em Benguerra zanzam livremente de lá pra cá entre a vegetação do hotel, o dia todo.

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O resort tem ainda um incrível spa (o Natural Wellness Center, NWC), cuja arquitetura que reproduz antigas casas locais acertadamente tem estampado muita capa de revista. E os tratamentos oferecidos ali (das poucas coisas pagas à parte no Kisawa) são todos personalizados, utilizando produtos sustentáveis criados ali mesmo.

Existe ainda uma piscina panorâmica comum, diante do mar, uma bela academia, lojinha vendendo lindos produtos confeccionados pelos artesãos locais e distintos esportes náuticos sempre à disposição na praia.

Existe ainda um grande menu de atividades cobradas à parte para conhecer o arquipélago. Recomendo muito o passeio de exploração marinha em barco, que chega sozinho a cantos surreais, tanto em mar, para nadar entre peixes, arraias e corais incrivelmente bem preservados, como bancos de areia diversos e ilhotas repletas de flamingos.

Impossível não voltar completamente encantado.

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Kisawa Sanctuary
Foto: Mari Campos

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Como chegar ao Kisawa Sanctuary

Chegar ao Kisawa Sanctuary é mais simples do que se poderia pensar – e o melhor e mais prático caminho desde o Brasil é via África do Sul. A South African Airways voa de São Paulo a Joanesburgo e à Cidade do Cabo, na África do Sul, com distintos voos diretos ao longo da semana.

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De qualquer uma das duas cidades, voos com a Airlink (apenas 1h30 desde Joanesburgo) pousam diretamente em Vilankulos, um aeroporto tranquilo e descomplicado, mesmo em tempos turbulentos em Moçambique.

Do aeroporto, são apenas 30 minutos em lancha ou 7 minutos de um espetacular voo em helicóptero (altamente recomendado!) até chegar diretamente ao Kisawa Sanctuary.

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