Origem Patacho

Origem Patacho é inaugurado no litoral de Alagoas

2025 tem sido definitivamente um ano excelente para a hospitalidade brasileira. Não apenas diversas propriedades têm conseguido manter altos índices de ocupação – graças a um mix muito bom de viajantes nacionais e estrangeiros -, mas também porque temos acompanhado a abertura de incríveis novos hotéis, sobretudo na região Nordeste. Nesta semana, o Origem Patacho é inaugurado no litoral de Alagoas.

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Nestes últimos dias, tive o imenso prazer de ter vivenciado, com exclusividade, a hospitalidade cuidadosa do novo Origem Patacho. Como primeira hóspede do hotel, que agora sim abre suas portas para o público em geral, testemunhei o nascimento de uma nova forma de hospedagem na idílica Praia do Patacho que já chega redondinha.

Origem Patacho
foto: Mari Campos

A Praia do Patacho, localizada no município de Porto de Pedras, coladinho a São Miguel dos Milagres e distante cerca de duas horas de carro do aeroporto de Maceió, é merecidamente considerada um dos trechos mais bonitos da Costa dos Corais e do próprio litoral brasileiro.

Agora, as areias tranquilas, o mar calmo e tranquilo, os extensos coqueirais e as belas piscinas naturais do Patacho ficam ainda mais sedutores com a chegada deste novo hotel de apenas 10 acomodações, todas com piscina privativa.

O projeto, executado por Juliana Pippi e Rodrigo Fagá, leva à região um estilo arquitetônico até então inexistente por lá. As linhas bastante contemporâneas do Origem Patacho se casam ali com materiais, cores e revestimentos tipicamente locais. E tudo decorado com artesanato regional, tecidos em padronagens exclusivas e mobiliário autoral.

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Origem Patacho
foto: Mari Campos

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Como é se hospedar no novo Origem Patacho

As dez acomodações do Origem Patacho foram batizadas de “cabanas” e todas contam com muito espaço e piscinas privativas com hidromassagem. Estão dispostas ao longo de um “corredor” ao ar livre que tem vista direta para o mar.

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Com tons ocre e arenosos, estão intimamente conectadas à natureza local, dos revestimentos ao mobiliário, das vistas ao paisagismo. As maiores são a Cabana Mar, com 90m² privativos, única com banheira de imersão e vista para o mar, e a Cabana Vila, de 70m² e cercada por vegetação nativa. São todas decoradas com lindas obras de arte nacionais.

As enormes camas são excelentes e o enxoval tem padronagens criadas exclusivamente para o Origem Patacho em algodão orgânico, com destaque para os excepcionais roupões – daqueles que realmente dá vontade de levar para a casa.

Algumas peças, como elegantes bolsas de praia e sofisticadas nécessaires, foram desenvolvidas pelo belo projeto social MOVI (Movimento Eu Visto o Bem), através do trabalho cuidadoso de detentas em recuperação. Vêm com simpáticas tags com os dizeres “esta peça muda o mundo”.

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Os armários das cabanas têm portas propriamente, cabides móveis, nichos de distintos tamanhos e espaço também para guardar vestidos longos – itens aparentemente (e infelizmente) uma raridade nos novos projetos hoteleiros do Brasil…

Por enquanto, não há água cortesia nas acomodações; mas há bem vindas cápsulas cortesia de café, chá e até capuccino e late, sempre disponíveis.

O décor das áreas comuns é tão elegante quanto das acomodações, na mesma paleta discreta de cores e também fazendo uso de belos móveis autorais de artesãos regionais. A piscina de borda infinita, cujo entorno é de certa forma o centro da “vida social” do hotel, tem a praia literalmente em frente.

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Origem Patacho
foto: Mari Campos

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Café da manhã servido a qualquer hora

O luxo informal e aconchegante da proposta do Origem Patacho encontra no serviço de café da manhã sua mais perfeita tradução: ali, o café é servido, literalmente, a qualquer hora do dia – e tudo sempre à la carte, no restaurante de laterais envidraçadas, com vista para o mar da praia do Patacho. Para mim, não existe luxo maior que dormir sem pensar no despertar e no “horário do café”.

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O café da manhã começa com diversos itens servidos diretamente à mesa após a chegada dos hóspedes, além de um belo menu de pratos quentes, doces e salgados, sempre disponível. O belíssimo desjejum pode ser servido também diretamente na acomodação.

O restaurante do hotel, aliás, aberto sempre até 22h, é ótima ideia a qualquer hora do dia. Ainda estão em processo de ajuste de timings da cozinha, como em qualquer abertura, mas o serviço de salão é sempre adorável e a carta é ampla e excelente. Tudo o que provei tinha ingredientes bem frescos, bela apresentação e estava mesmo cheio de sabor, de saladas a pratos principais, de caldinhos a sobremesas.

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Recebendo apenas hóspedes adultos, o Origem Patacho tem também academia com vista por o mar, rooftop em frente à praia, lounge ao ar livre e uma sala de massagens com distintos tratamentos e rituais, inclusive a dois, no menu. A equipe, sempre querida e atenciosa, é majoritariamente composta de moradores da região.

A curadoria de passeios oferecidos pelos concierges do hotel é extremamente cuidadosa, da escolha de itinerários e profissionais locais para a execução ao cuidado no mis-en-scene das experiências. No meu tradicional passeio de jangada / traineira até as piscinas naturais e bancos de areia do Patacho, uma excepcional geladeirinha de design vintage levou côco gelado, sucos, água e frutas da estação fatiadas – tudo com jogo de mesa, para ser degustado em uma das paradas.

Honestamente, nunca vi uma pequena propriedade brasileira abrir as portas assim, já tão afinadinha.

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Casa Daia

Casa Daia abre as portas no Ceará

É sempre um prazer imenso testemunhar o “nascimento” de uma nova propriedade hoteleira de alta qualidade no Brasil. Mas acompanhar os primeiros passos da nova Casa Daia, localizada em Barra dos Remédios, Ceará, já quase na fronteira com o Piauí, foi mesmo especial: encontrei ali o melhor novo hotel brasileiro deste 2025.

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Aliás, sejamos francos, nenhuma região brasileira tem sido tão fértil neste quesito ultimamente quanto o Nordeste. São muitos novos hotéis inaugurados – e ainda por inaugurar – neste ano, e a maioria com altíssimo nível de hospitalidade. Uma buena onda incrível, que já dura um bom tempo na região e, felizmente, não dá sinais de arrefecer.

Distante duas horas de carro do aeroporto de Jericoacoara, a Casa Daia parece coroar esse grande momento, isolada entre dunas majestosas, praias quase desertas, incríveis formações rochosas, manguezais, lagoas cristalinas e outras belezas naturais.

Com apenas sete exclusivas acomodações em um canto ainda remoto do litoral cearense, a nova propriedade soube criar não apenas instalações charmosas, sustentáveis e confortáveis, como também uma série de experiências autênticas desenvolvidas em parceria com as comunidades locais. E mais: também oferece gastronomia de primeira, focada no destino, seu entorno e suas tradições.

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Casa Daia
foto: Mari Campos

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Como é se hospedar na nova Casa Daia, no Ceará

A Casa Daia ocupa uma antiga fazenda de 220 hectares com acesso direto ao mar e ao rio. Rodeada por caatinga, manguezais e mata atlântica, foi criada pelo ex-executivo do mercado financeiro Eduardo Hargreaves inspirado por suas viagens a lugares remotos do planeta e seus hotéis preferidos.

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De volta ao Brasil após mais de uma década vivendo no exterior, e amante do kitesurf, esporte predominante no entorno do novo hotel, comprou as terras inicialmente para construir uma casa de veraneio. Mas logo percebeu que o destino era bonito demais para não ser compartilhado com mais pessoas, e chegar muito além dos viajantes em busca dos chamados “esportes de vento”.

Foi assim que, em sua primeira investida na hospitalidade, Eduardo conseguiu criar uma propriedade sustentável, capaz de entregar ao viajante não apenas excelência em serviços e gastronomia, mas também conservação e autenticidade. A ideia principal ali é que cada hóspede se sinta mesmo em casa ali, da privacidade dos seus aposentos à gostosa socialização nas áreas comuns.

A casa sede tem restaurante, piscina, living, lounges e três grandes suítes, cheias de espaço, varandas privativas e enormes banheiros com pias duplas, chuveiro e banheira. Quase ao lado, acabam de ser inaugurados quatro bangalôs modulares com ainda mais espaço: 90m2 cada um, todos com plunge pools privativas.

A estadia na Casa Daia pode funcionar apenas com café da manhã incluído; mas seu grande trunfo, ainda mais dada a natureza remota da propriedade, é o programa “full experience”, que inclui também todas as bebidas não alcoólicas, todas as refeições e duas atividades diárias do programa de experiências do hotel – trilhas, pesca, cata de sururu, queima de farinha, cultivo, passeios em carro, quadriciclo, barco, canoa e até SUP.

As refeições, com menu exclusivo do ótimo chef Fabio Vieira, funcionam sempre com serviço à la carte, priorizando ingredientes locais – em pratos deliciosos e muitíssimo bem apresentados, do café da manhã ao jantar.

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Casa Daia
foto: Mari Campos

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O valor insubstituível do local

Tudo na Casa Daia valoriza o local e o regional. A equipe, por exemplo, é majoritariamente oriunda dos arredores do hotel. E, ainda que estejam em sua maioria em primeira experiência em hospitalidade, é incrivelmente bem afinada e bem treinada. Memorizam rapidamente nomes dos hóspedes, que tipo de água preferem nas refeições, se têm restrições etc, sempre com grandes sorrisos estampados no rosto.

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Na construção e no décor, tudo é repleto também de materiais, obras de arte e artesanato local e regional. Cada cômodo do novo hotel é quase uma pequena ode ao Ceará e ao Brasil, com detalhes de profunda sensibilidade, com as lindas moringas que guardam a água cortesia deixada diariamente em todos os quartos.

Casa Daia tem feito também um excelente trabalho de recuperação de porções desmatadas da terra. Também criou uma adorável agrofloresta, que já abastece parte dos insumos da cozinha do hotel – e que pode ser utilizada em atividades exclusivas de plantio e manejo com os hóspedes que assim desejarem.

A minha experiência ali, mesmo com a propriedade recém-inaugurada, não poderia ter sido mais redondinha. Nadei com vista para carnaúbas esplendorosas, fui à praia praticamente deserta, fiz passeios em barco, visitei vilarejos, mergulhei em uma lagoa de cor incrivelmente esmeralda, acompanhei pescadores ao amanhecer, testemunhei o sol se pôr em vários tons de laranja do alto de dunas impressionantes, contemplei céus surrealmente estrelados. Tudo isso muitíssimo bem alimentada e com uma cama realmente deliciosa para descansar todas as noites.

Que mais hotéis assim continuem abrindo suas portas no Brasil.

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Casa Uribe Medellín

Review: Casa Uribe, Medellin

Medellín mudou, e muito. E definitivamente para melhor. Hoje, é facilmente apontada como a cidade mais descolada da Colômbia e vive um renascimento completo – em grande parte através da gastronomia, da mixologia e da arte. E a Casa Uribe é, seguramente, a opção de hospedagem local que mais combina com esta nova vibe – e alma – da cidade.

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Trata-se de uma luxuosa casa em estilo villa para ser reservada por inteiro no bairro mais gostoso de Medellín: El Poblado. Imersa em verde, mas a curta distância de alguns dos melhores restaurantes, cafés, bares e lojas da cidade, tem todas as acomodações com ar condicionado, piscina climatizada, jacuzzi, espetaculares jardins, estacionamento privativo e serviço de hotelaria.

Casa Uribe Medellín
foto: Mari Campos

A casa, construída originalmente em 1972, foi inteiramente reformada. Respeitou as fundações e o desenho originais, mas combinou tudo isso com maestria com design contemporâneo, sofisticado e bem humorado, de pura vibe artsy (incluindo obras de artistas colombianos em todos os cômodos). De espaços sempre muito amplos, rodeados de natureza, a nova Casa Uribe é uma homenagem à arquitetura, à arte e à harmonia.

Com total privacidade e conforto, mas sem que, para isso, seus hóspedes precisem abrir mão de serviço – do housekeeping ao café da manhã feito quando os hóspedes acordam, tudo ali foi pensado para o relax e o prazer.

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Casa Uribe Medellín
foto: Mari Campos

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Como é se hospedar na Casa Uribe, em Medellín

A Casa Uribe conta com quatro acomodações, todas espaçosas suítes com varandas privativas e ar-condicionado, sendo uma delas com piscina privativa e outra com ofurô privativo. Amenidades de higiene estão incluídas na estadia, assim como os serviços diários de arrumação e café da manhã – feito por um private chef quando os hóspedes se despertam -, e também os transfers in/out para o aeroporto.

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Há distintas salas e lounges para refeições e living, ampla cozinha, sala de reuniões, tudo repleto de luz natural – além de uma deliciosa área externa com outra mesa para refeições, piscina climatizada, jacuzzi, sauna com vista, belíssimos jardins, horta e cozinha externa com churrasqueira.

Também estão inclusos na estadia a geladeira abastecida com cortesia diária de vinho, cerveja, bebidas não alcoólicas, petiscos, frutas e água mineral. Todas as acomodações contam cada uma com frigobar abastecido diariamente, mas esse consumo é sempre cobrado à parte.

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El Poblado, o bairro de Medellín onde a Casa Uribe está localizada, pura exuberância entre as ruas montanhosas e muito arborizadas, é muito acessível a pé, oferecendo fácil acesso a lojas, cafés e restaurantes locais (incluindo os imperdíveis Test Kitchen Lab em Provenza, a Casa Barranco na Calle 10B e o Krudo Viches y Vinillos na Calle 10).

De carro alugado, carro com motorista reservado diretamente com a casa, ou mesmo carro de aplicativo, as principais atrações, bairros, restaurantes e bares da cidade estão sempre rapidamente acessíveis a partir dali.

Foi uma estadia realmente perfeita para curtir ali a tranquilidade da natureza para o ócio e o descanso, mas com excelente e rápida acessibilidade às atrações mais gostosas dessa cada vez mais vibrante cidade. Match redondinho.

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Rituaali

A nova fase do Rituaali, em Penedo

Engana-se quem define o Rituaali, em Penedo (RJ), como um spa. Engana-se também quem agenda sua estadia ali focando em emagrecimento. Na verdade, trata-se do único hotel do Brasil 100% focado em medicina do estilo de vida.

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O principal foco da experiência ali é propor hábitos de vida mais saudáveis e equilibrados em geral. “Quem tem foco em emagrecer hoje conta com tantos outros recursos, tantos novos medicamentos, não é mesmo? Nosso foco aqui é outro. A ideia é repensar hábitos, reeducar, relaxar, ressignificar o bem-estar”, me disse Lorena Trindade, sócia-diretora do Rituaali.

Rituaali
foto: Mari Campos

Por isso mesmo, é comum que a maioria dos hóspedes da propriedade esteja em processo de grandes mudanças pessoais ou profissionais, da recuperação de burnouts a tratamento de doenças. E, embora casais e amigos se hospedem juntos também por ali, a grande maioria dos hóspedes viaja sozinha ao Rituaali.

Em agosto passado, me hospedei pela segunda vez na propriedade, agora sob o comando de nova equipe médica e nutricional.  A gastronomia saudável, criativa e extremamente saborosa, continua sendo, sem dúvidas, e de longe, o grande destaque da hospedagem – agora sob o comando dos ótimos chefs Neth Rocha e Felipe Diniz.

Fiquei feliz em testemunhar algumas mudanças bastante positivas, sobretudo na condução menos rígida, mais maleável, das estadias, dando ao hóspede mais poder de decisão na conduta do dia-a-dia da hospedagem e, assim, tornando a experiência toda mais prazerosa em geral. Um ótimo exemplo de como a hotelaria pode ser usada como ferramenta para mudar comportamentos e hábitos em prol do bem-estar. 

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Rituaali
foto: Mari Campos

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Como é se hospedar no Rituaali, em Penedo

O nome Rituaali – “ritual”, em finlandês – conecta o hotel com a colônia finlandesa de Penedo da qual fazem parte. Mas, mais que tudo, deixa clara a filosofia básica da propriedade: a repetição consciente de pequenos rituais diários pode trazer maior bem estar à rotina. 

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As acomodações do Rituaali – divididas em apartamentos e chalés (estes últimos com unidades novas e antigas, com design diferente entre si) – foram desenhadas tendo em mente qualidade do sono e desaceleração. São todas bastante espaçosas, com bons banheiros, bom espaço para armazenamento de pertences e belas varandas ou terraços privativos.

Espere cores neutras no décor e blackout eficiente, mas também ausência de televisão ou de quaisquer artefatos para ouvir música. A ideia principal é que o silêncio predomine e que estímulos sejam sempre reduzidos ao mínimo possível; tanto que a conexão wifi é militarmente desligada às 22h em ponto e só é religada de manhã, tentando forçar quem tem hábitos mais noturnos a dormir cedo.

Vale saber que, dada a geografia do mais montanhosa e isolada da região onde o Rituaali foi construído, algumas operadoras de celular não pegam ali. 

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Rituaali
foto: Mari Campos

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Dia-a-dia de pequenos rituais

No dia-a-dia do hóspede do Rituaali, há uma agenda diária e semanal de atividades (opcionais) pré-programadas, realizadas coletivamente para os hóspedes, como caminhadas todas as manhãs, palestras pela manhã e à noite, terapias coletivas e, eventualmente, algumas atividades esportivas e workshops de gastronomia. 

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Há também uma agenda individual que combina consultas médicas e duas terapias (banhos terapêuticos ou massagens curtas) ao longo da estadia. Estadias de pelo menos sete noites têm mais acompanhamento médico e mais atividades individuais.

As áreas comuns do Rituaali incluem exuberantes jardins tropicais, que são sempre um convite a passar mais tempo ao ar livre. Há também um complexo de spa com academia, piscinas outdoor e indoor, fria e aquecida, jacuzzi, saunas, cold plunge e diversas salas de tratamento.

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Há também um complexo ao ar livre, afastado do core do hotel, com outra piscina ao ar livre e quadras para vôlei e beach tennis. 

Só estranhei que, desta vez, a minha consulta medica inicial aconteceu só no final do segundo dia da estadia, de modo que meus primeiros dois dias de hospedagem não tiveram nem alimentação nem atividades customizadas. 

Ao contrário da visita anterior, quando contávamos com algumas sessões com personal na academia, desta vez não tive também, em nenhum momento da estadia, nenhuma atividade esportiva customizada.  Também senti não haver nenhuma aula ligada a dança e movimentos em geral nas aulas coletivas da academia. 

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Rituaali
foto: Mari Campos

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O grande destaque do Rituaali: gastronomia 

A alimentação do Rituaali é quase 100% vegetal (só não pode ser classificada como vegana porque eventualmente fazem uso de itens como mel). E são mesmo as refeições o ponto alto do Rituaali. 

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A cozinha é também livre de alguns estimulantes, como álcool e café – há distintos tipos de chá, inclusive nas acomodações, mas só são servidos “cafés” alternativos, como de cevada ou de milho. Espere pães de fermentação própria, leites e queijos produzidos a partir de oleaginosas, sobremesas sem açúcar.

Sopas, saladas, lasanhas, tacos, pasteis, docinhos… da entrada à sobremesa, tudo ali é cheio de sabor e altamente nutritivo, fazendo excelente uso até dos menos óbvios ingredientes (a moqueca de palmito e banana com arroz de amêndoas foi meu favorito). E é muito bem adaptado às preferências e restrições de cada hóspede. 

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Mas vale saber: embora o emagrecimento não seja meta das hospedagens no Rituaali – eu mesma não emagreci nada da primeira vez que me hospedei lá e emagreci apenas 1kg em seis dias desta ultima visita -, todo hóspede ali passa por uma dieta personalizada e significativamente reduzida em calorias. 

Adotando os pilares da Medicina do Estilo de Vida (alimentação, movimento, sono, gerenciamento de estresse etc), no cotidiano do hotel os dias começam e terminam cedo – o jantar é servido às 18:30, o que pode ser um choque para boa parte dos hóspedes. 

Para alguns, a ausência de cafeína e de proteína animal fica insustentável – testemunhei algumas “escapadas” de hóspedes à cidade justamente para tentar suprir essa carência. Mas, em termos gerais, a maioria tenta se jogar de corpo e alma na proposta médica. 

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Rituaali
foto: Mari Campos

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Novidade a caminho

Nesta nova fase, o Rituaali está ampliando seus serviços e instalações. Ganhou um delicioso mercadinho (que vende inclusive muitos dos produtos alimentícios usados pela cozinha do hotel) e vai ganhar também uma clínica de beleza, oferecendo diversos procedimentos estéticos. A ideia é atender aos pedidos frequentes de parte dos hóspedes por esse tipo de serviço.

O novo espaço criado para a clinica de beleza também está levando à propriedade novas especialidades médicas, incluindo fisioterapia. 

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Amazônia Pouso das Castanheiras

Pouso das Castanheiras: hospedagem imersiva na Amazônia

Viajar para a Amazônia é das experiências mais fascinantes que um viajante pode ter. Até os mais urbanos, como eu, simplesmente perdem o chão diante de tamanho arrebatamento em beleza, grandiosidade e excepcionalidade de experiências. Assim, é mesmo motivo de celebração a inauguração do Pouso das Castanheiras, nova opção de hospedagem imersiva na Amazônia brasileira.

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A charmosa nova casa, localizada à entrada do Parque Nacional de Anavilhanas, a pouco mais de duas horas de carro desde o aeroporto de Manaus, é fruto da primeira investida em hospitalidade de alto padrão de três amigos brasileiros, apaixonados pela região. Banhada pelo rio Negro, a casa em plena floresta preservada ocupa uma propriedade de cerca de 26 hectares repleta das castanheiras que lhe deram nome.

Amazônia Pouso das Castanheiras
foto: Mari Campos

Apostando na hospitalidade sustentável e no turismo regenerativo, trata-se de um espaço onde a floresta dita o ritmo das coisas – mas é o próprio viajante que define sua programação, do horário das refeições às atividades desejadas.

A ideia ali é unir a exclusividade e total privacidade da acomodação (afinal, a casa deve ser reservada por inteiro, idealmente por famílias ou grupos de amigos), sem abrir mão de amenidades de qualidade, boa mesa e serviços de hotelaria.

São três quartos pensados para 6 adultos – mas adaptáveis a um total de 8 pessoas, desde que pelo menos duas sejam crianças. As diárias funcionam com transfers desde e para Novo Airão, refeições, bebidas não alcoólicas e passeios incluídos. Tudo isso com muito conforto, segurança e completa imersão na floresta e na cultura local. E, ah!, wi-fi excelente.

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Amazônia Pouso das Castanheiras
foto: Mari Campos

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Uma casa de sonho em plena floresta

Thiago Cavalli, Thiago Fontoura e Roberto Vietri decidiram transformar sua paixão pela Amazônia e suas experiências pessoais na região e em viagens em geral em um tipo de acomodação que recebesse os hóspedes da forma mais autêntica e confortável possível. As reservas de estadia podem ser feitas diretamente com a propriedade ou através de agentes e consultores de viagem.

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As acomodações do Pouso das Castanheiras – uma suíte e dois quartos com banheiro compartilhado – têm todas camas deliciosas com dossel, ar condicionado e varanda privativa. Só não contam com armários, apenas prateleiras.

Há um amplo living, redes, sala de jantar, cozinha e um amplo deck de madeira com espreguiçadeiras que também é um constante convite para o relaxamento. Ali existe outro espaço para refeições, ao ar livre, com um charmoso carrinho-bar da década de 1970 como apoio. Tudo literalmente imerso na floresta amazônica.

Os móveis do Pouso das Castanheiras foram desenhados com exclusividade pelo arquiteto Dimitri Buriti e muito artesanato e obras de arte locais decoram cada ambiente com esmero.

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Erguida em plena mata, a propriedade equilibra sofisticação e respeito às tradições das construções locais, com uso de materiais locais e técnicas construtivas de baixo impacto. As áreas comuns não se escondem atrás de vidros hermeticamente fechados; pelo contrário, são maravilhosamente abertas para a floresta amazônica, garantindo muita luz natural e ventilação – e permitindo que sons e cheiros da floresta inundem os ambientes.

No cronograma de atividades disponíveis para os hóspedes e incluídas na hospedagem há trilhas pela floresta, visitas a comunidades locais, contemplação de igarapés e igarapós, canoagem, SUP, pôr do sol no rio, focagem noturna de animais… mas também tempo de sobra para descansar, mergulhar ou simplesmente ler um livro. Os passeios são sempre conduzidos por guias locais.

Quando a noite chega, o staff da casa acende uma linda fogueira na clareira; é um programão nos sentarmos ao redor do fogo, contemplando o céu escandalosamente estrelado. No período da seca, me contaram que a casa tem praticamente uma prainha privativa também.

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As refeições são todas preparadas pelo staff do Pouso das Castanheiras. E a experiência gastronômica por ali, no melhor estilo gastronomia de acolhimento, tem assinatura amazônica e merece mesmo menção especial. Toda refeição tem sabores e ingredientes muito frescos e realmente locais ou regionais (o tambaqui na brasa é excepcional!), inclusive no delicioso e farto café da manhã.

Não há cardápio fixo; as opções de cada refeição são discutidas previamente com os hóspedes e adaptadas conforme os gostos e restrições. E, é claro, depende também da própria sazonalidade dos ingredientes.

O Pouso das Castanheiras conta também com um delicioso deck sobre o rio – meu local preferido nos finais de tarde. Sentar confortavelmente ali, com pelo menos os pés na água, completamente imersa nos sons da maior floresta tropical do mundo, acompanhando a grandiosidade do rio e o longínquo vai e vem de pequenas embarcações com uma bela taça de vinho branco geladinho em mãos, com revoadas de pássaros e saltos de botos, me marcou tanto quanto os sensacionais passeios cotidianos.

Hospitalidade de primeira, com DNA 100% brasileiro. Que sorte a nossa.

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