A estrutura hoteleira na República Dominicana

Passei a última semana toda na República Dominicana, o destino caribenho mais visitado por turistas de todo o mundo, de acordo com dados do relatório deste ano da Organização Mundial de Turismo.

Neste cenário, sabemos que há anos o Brasil é um mercado extremamente importante para o destino e um dos maiores emissores de turistas do mundo para a República Dominicana. Embora a grande maioria rume diretamente para os grandes resorts tudo incluído de Punta Cana, fiz uma viagem um pouquinho diferente. A convite do Ministério do Turismo da República Dominicana, visitei também outros cantos do país – a começar por sua capital, Santo Domingo – para conhecer um pouco mais da estrutura hoteleira do país e da própria diversidade de seus destinos turísticos.

Voei a Santo Domingo com a Copa Airlines (escala rápida no Panamá), mas o país conta com oito aeroportos internacionais e diversas possibilidades de rotas para chegar lá. A capital dominicana é repleta de belezas arquitetônicas (trata-se da cidade mais antiga das Américas) e realmente vale ao menos um pernoite (se possível, dois) – e a hotelaria local está finalmente sabendo tirar bom proveito disso.

Lá, fiquei hospedada no charmoso Hodelpa Nicolás de Ovando, que ocupa um imenso casarão colonial restaurado em pleno centro histórico. Os quartos e banheiros são espaçosos e confortáveis, há piscina, academia, dois bons restaurantes e os ambientes comuns souberam tirar ótimo proveito da história do edifício. Móveis coloniais com um toque de contemporaneidade, muito verde, belos pisos – e tudo com um serviço bem simpático e eficiente.

Além do charme do hotel em si, o Nicolás de Ovando soube criar um serviço premium dentro do próprio hotel: o Club Imperial, que funciona como um lounge executivo com café da manhã e happy hour gratuitos todos os dias, além de águas, refrigerantes, cafés e peticos à disposição no espaço o tempo todo. Devagarzinho, outras propriedades da cidade começam a investir também nesta vibe hotel-boutique-histórico, que tem tudo para seguir funcionando na cidade.

Para fugir do estereótipo dos imensos hotéis all-inclusive de categoria turística da ilha, algumas regiões da República Dominica, como Samaná e La Romana, se destacam pelas opções luxuosas de hospedagem e pelo fluxo imensamente inferior de turistas em suas areias. La Romana, que vem sendo apontado com um dos pedaços mais luxuosos do país, deve sua aura premium em grande parte ao excelente Casa de Campo, um hotel que faz parte dos seletos portfólios tanto da Leading Hotels of the World quanto da Preferred Hotels.

Trata-se de uma imensa propriedade que mistura hotel e villas privadas entre campos profissionais de golfe, paisagismo caprichado e, claro, a beira-mar. Conta com ótimos quartos, um caprichado beach club, marina, lojas, diferentes complexos de piscina, excelente serviço em geral e ainda uma incrível oferta de bares e restaurantes das mais diversas cozinhas. Ali cada quarto recebe um carrinho de golfe no check in (obrigatória a apresentação da carteira de identidade) para se locomover dia e noite entre os distintos espaços do hotel. A grande sacada do hotel é que ele funciona tanto no modelo tradicional da hotelaria de luxo, com apenas hospedagem, como também em sistema tudo incluído – à escolha do hóspede, inclusive na hora do check in.

A propriedade tem ainda a Altos de Chávon, uma cidadela antiga que reproduz uma vila italiana medieval com direito a igreja, praças, anfiteatro romano e edifícios antigos hoje ocupados por lojas, galerias de arte, cafés, bares e restaurantes – e ainda tem uma vista linda para o rio e as colinas cobertas de verde. A localização é excelente, belas praias quase desertas e ainda é um bom ponto de partida para tomar um dos passeios à Isla Saona.

E como não dava para deixar Punta Cana de lado, passei os últimos dias da viagem por lá. A cidade ganhou novos e charmosos beach clubs e investe cada vez mais pesado em hotelaria de luxo para fugir um pouco do estigma dos resorts all inclusive de qualidade duvidosa. O destaque da hotelaria ali fica por conta do premiado Tortuga Bay, com design de Oscar de la Renta, mas vale dizer que mesmo all inclusives mais tradicionais estão dando um jeitinho de tirar uma fatia deste mercado.

É o caso do hotel Dreams Punta Cana, com mais de 600 quartos, que acrescentou um serviço “Preferred” a alguns deles. O hotel é antigo e poderia passar por uma bem-vinda reforma nos edifícios onde os quartos estão localizados. Mas os quartos são extremamente espaçosos (a maioria com jacuzzis nas grandes varandas) e há mais de 10 opções diferentes para gastronomia. Quem paga pelo suplemento Preffered leva amenidades diferenciadas, bebidas premium, frigobar incluído nas diárias, consumo em sem restrições em todos os restaurantes da propriedade, serviço de concierge exclusivo para reservas e passeios, lounge dedicado dentro do hotel e também um beach lounge exclusivo, bem caprichado, em área específica e controlada da praia, com cabanas e serviço diferenciado.

Uma inciativa simples que faz profunda diferença no dia-a-dia dos hóspedes que optam por este suplemento – a começar pelo sossego do café da manhã. A estratégia vem dando tão certo que outros grandes resorts da região já estão planejando implantar medidas similares a partir do segundo semestre do ano que vem.

Dá para conferir mais informações sobre o país aqui e mais informações sobre a hotelaria testada e aprovada na minha viagem pela República Dominicana aqui.

Onde ficar em Cartagena, no Caribe colombiano

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Torre da Universidade de Cartagena

Onde ficar em Cartagena, no Caribe colombiano

Em cima do muro não é uma opção. Do lado de cá ou do lado de lá é a principal dúvida na hora de escolher o hotel na belíssima Cartagena das Índias, no noroeste da Colômbia. Dentro da muralha de dez quilômetros de extensão, a cidade tem um colorido Centro Histórico do século XVI, Patrimônio da Humanidade pela Unesco, repleto de hotéis boutique, lojas, bares e restaurantes (estes até em cima do muro). Do lado de fora da muralha está o Mar do Caribe. Onde ficar em Cartagena?

Leia mais: um roteiro por Cartagena na revista Panrotas (a partir da p. 26)

As praias da cidade não são aquelas dos cartões-postais caribenhos, com água azul-turquesa e areia branca e fofa. Mas a hospedagem nos grandes hotéis à beira-mar é opção a ser levada em conta para quem viaja com crianças pequenas. Ou não dispensa a infraestrutura de um resort. Ou simplesmente quer combinar história e praia na mesma cidade.

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Onde ficar em Cartagena: Dentro da Muralha

Para quem vai a Cartagena em busca da vida do século XXI pelas ruas do século XVI, o lugar para ficar é do lado de dentro do muro. Da primeira vez na cidade, há alguns anos, tive ótima experiência no Charleston Santa Teresa, o que contribuiu muito para o meu amor à primeira vista por Cartagena. Com 87 quartos, instalado em um antigo convento do século XVII perto da Torre do Relógio, o hotel tem piscina no terraço, com vista para as torres da Catedral em primeiro plano, e o selo Traveller Made. No belo claustro central estão as mesas do Harry’s, restaurante de Harry Sasson, um dos chefs colombianos mais famosos.

Outro convento, também do século XVII, abriga o Sofitel Legend Santa Clara, com 123 quartos e recomendado pelo Forbes Travel Guide. Mesmo que não seja a sua opção, vale aproveitar o bom bar El Coro e o restaurante 1621. El Coro é o endereço da cripta que inspirou Gabriel García Márquez no livro Do amor e outros demônios. A casa do escritor colombiano, ainda hoje com a família, é vizinha ao Santa Clara. As áreas comuns do hotel são lindas, como o pátio central repleto de plantas e com um poço. A piscina, grande para uma área histórica, está em um pátio ao lado. Este é o hotel do Centro Histórico com melhor estrutura para receber crianças pequenas.

Atualização:

Em outubro de 2020, o Santa Clara foi eleito pelos leitores da Condé Nast Traveler o melhor hotel da América do Sul e o segundo melhor do mundo. Em novembro, foi reconhecido como o South America’s Leading Hotel pelo World Travel Awards.

A bonita Casa San Agustín, membro da Leading Hotels of the World, também é recomendada pelo Forbes Travel Guide. O restaurante Alma, de frutos do mar com leitura contemporânea, é bem gostoso. Tem vista para a pequena piscina em formato de L, emoldurada pela parede em pedra de um aqueduto do século XVII. Os 30 quartos, com decorações únicas, oferecem mix charmoso de detalhes modernos e históricos, alguns com afrescos originais nas paredes. O hotel tem um solário com vista para a torre da universidade do século XIX, onde estudou García Márquez (foto na abertura deste texto).

Leia mais: Hotéis e spas cinco estrelas na edição 2020 do Forbes Travel Guide

Onde ficar em Cartagena: jacuzzi com vista para o Mar do Caribe no hotel Radisson Cartagena Ocean Pavillion | Foto de Carla Lencastre
Jacuzzi com vista para o Mar do Caribe no Radisson Cartagena | Foto de Carla Lencastre

Onde ficar em Cartagena: fora da muralha

Tive as duas experiências, dentro e fora do muro. A mais recente foi mês passado, quando voltei a Cartagena a convite do Radisson Ocean Pavillion. O hotel com 233 quartos fica na praia de La Boquilla, entre 20 e 30 minutos de carro do Centro Histórico. Conto mais sobre o Radisson Cartagena em reportagem na revista Panrotas. Ainda ao norte do Centro, entre 30 e 40 minutos de carro, na região de Manzanillo del Mar, há duas novas opções de grandes redes hoteleiras: o Meliá Karmairi, somente para adultos, aberto em meados de 2019, e o Conrad Cartagena, inaugurado no final de 2017.

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Onde ficar em Cartagena: prédios modernos na ponta da península de Bocagrande, em Cartagena | Foto de Carla Lencastre
Prédios modernos na ponta da península de Bocagrande | Foto de Carla Lencastre

A área hoteleira de praia mais perto do Centro é Bocagrande, península repleta de arranha-céus que, vista do mar, lembra Downtown Miami. Está a cerca de 15 minutos de carro da principal entrada da cidade murada, a Porta do Relógio. Um clássico na área é o Hilton, em El Laguito, no sul da península. Há outras opções de redes, em diferentes faixas de preço. Em Bocagrande, como em La Boquilla, geralmente a areia e o mar são acinzentados, com águas mornas. Há vendedores, o assédio é grande; as praias são seguras.

Onde ficar em Cartagena: conjunto histórico vai abrigar o Four Seasons Cartagena | Foto de divulgação
Como vai ficar o conjunto histórico que abrigará o Four Seasons Cartagena| Divulgação

Também ao sul do Centro, fica Getsemaní, um dos bairros mais antigos de Cartagena. É lugar para aproveitar a vida noturna, com muitos bares de salsa. Há alguns meses, a rede Four Seasons anunciou que sua terceira propriedade na Colômbia (há dois hotéis em Bogotá) será justamente em Getsemaní, em um conjunto de prédios históricos a apenas cinco minutos de caminhada da Porta do Relógio. Passei por lá, as obras ainda não começaram. Será a 15ª propriedade da coleção Four Seasons Historic Hotels. Em fase de gentrificação, o bairro tem hostels e hotéis como o Selina, inaugurado há menos de um ano, com quartos individuais e comunitários.

E agora? Qual o seu lado do muro?

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O que há de especial na hotelaria das Maldivas

O turismo nas Maldivas é algo relativamente novo, com os primeiros resorts abrindo suas portas no país anos anos 1970. E há, indiscutivelmente, algo de especial na hotelaria das Maldivas. Hoje, a principal força motora da economia nacional é um verdadeiro fenômeno, com mais de 150 resorts operando no país, incluindo 20 novinhos em folha (como os ultra luxuosos Hurawalhi e Kudadoo) , que abriram suas portas neste 2019 (e diversos novos resorts já têm suas aberturas agendadas para os próximos cinco anos).

Com cerca de 1190 ilhotas espalhadas em diferentes atóis no oceano Índico, a beleza aquática das Maldivas é mesmo tudo aquilo que as brochuras dos hotéis prometem. As Maldivas têm das melhores possibilidades de avistamento de vida marinha do mundo, tanto debaixo d’agua quanto nos passeios de barco. O que torna relativamente fácil vender um destino que ainda é um dos mais caros do mundo – sobretudo por ser um destino que, com a mais baixa elevação do mundo e um ecossistema bastante frágil, é um dos mais afetados pelo aquecimento global e aumento do nível do mar.

SAIBA MAIS detalhes sobre hotéis nas Maldivas aqui.

A hotelaria que faz toda a diferença na viagem

Enquanto as temperaturas nas Maldivas são praticamente as mesmas o ano todo, a sazonalidade das chuvas deve ser rigorosamente considerada pelo turista. A melhor temporada vai de novembro a abril, mas é também a mais cara e cheia.

Quem não se importa em pegar um pouco de chuva durante sua estadia, pode apostar no meses de setembro e outubro, que costumam ter tempo mais estável e boas promoções na hotelaria. Mas a hotelaria nacional joga os preços pra baixo mesmo de maio a julho, que são indiscutivelmente os meses mais chuvosos. E, por isso mesmo, se esmeram tanto em oferecer a maior variedade possível em atividades e gastronomia – além de quartos de sonho – para manter o turista feliz mesmo quando o céu desaba lá fora.

CONHEÇA os dois hotéis com o melhor custoXbenefício das Maldivas

Nos últimos anos, o destino entrou em todas as listas de “lugares para visitar”das grandes publicações internacionais. E há mesmo algo de especial na hotelaria das Maldivas – é indiscutível. No fundo, ao comprar suas férias nas Maldivas, o turista está comprando especificamente sua estadia em uma destas mais de mil ilhotas. Está comprando um hotel determinado (já que a maioria se hospeda a semana toda no mesmo resort), muito mais que o destino em si.

A maioria destas ilhas é minúscula e ocupada por um único hotel ou resort, e é aí que a hotelaria desempenha um papel fundamental num destino. Durante sua hospedagem, tudo que você fará e consumirá, dos restaurantes aos passeios, será oferecido e gerenciado pelo hotel que você escolheu.

As melhores estruturas das ilhas

Em setembro passado, estive por duas semanas em quatro diferentes ilhas, três atóis e cinco diferentes resorts no país. Era uma viagem 100% em férias, mas eu queria mesmo entender o que há de tão especial na hotelaria das Maldivas. Os hotéis escolhidos para as duas semanas de encantamento foram o Soneva Fushi, o Anantara Kihavah, o Anantara Dhigu, o Anatara Veli e o Niyama Private Islands Maldives.

E ali o alto padrão de serviço da hotelaria, seja ela de luxo (Soneva, Kihavah e Niyama) ou equivalente a um 4 estrelas (como Dighu e Veli), já começa no aeroporto de Malé – todos eles contam com excelentes lounges para esperarmos nosso transfer, seja ele feito em lancha ou hidroavião, com transporte em carros e vans de luxo desde o terminal internacional do aeroporto. No caso dos resorts de luxo, os mesmos lounges podem também ser utilizados na volta, antes de fazer o check in para seu voo internacional de volta.

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A supremacia do Baa Atol

O grande destaque da viagem ficou por conta dos dois primeiros – Soneva Fushi e Anantara Kihavah , ambos no mesmo Baa Atoll e distantes menos de meia hora em lancha um do outro. Dois hotéis que têm não apenas localização privilegiada (foi neles que encontrei o fundo do mar mais espetacular da viagem, com ambas ilhas rodeadas de barreiras de corais impressionantes) como excelência em serviço, que se adapta rápida e muito eficientemente às mudanças climáticas e preferências dos hóspedes.

Nos dois resorts, pedi para trocar minha bicicleta por um triciclo como o dos funcionários para poder pedalar pelas ilhas e filmar e fotografar ao mesmo tempo e fui prontamente atendida – assim como duas hóspedes indianas que não pedalavam há muito tempo e estavam com medo.

Em um dia de chuva, em que todos os passeios externos (mergulhos, passeios de barco etc) foram cancelados, o pessoal do Anantara Kihavah criou rapidamente diferentes atividades dentro do resort ao longo do dia, como demostrações culinárias, aula de yoga e workshops com baristas, sem custos.

Além disso, sabem como poucos manter a excelência de serviço mesmo com ambientes muito relaxados, em que quase todo mundo anda descalço e bem à vontade o tempo todo. E têm imensos kids clubs (entre os maiores das Maldivas), com atividades ininterruptas para crianças de diferentes idades e adolescentes.

SAIBA TUDO sobre o Soneva Fushi aqui.

Leia mais: sete dicas para tornar suas viagens mais sustentáveis

Ambos hotéis têm também total comprometimento com conservação e sustentabilidade, sendo bastante estritos quanto a consumo e produção de lixo (uma questão seríssima no destino todo). Têm diversas posturas incríveis em relação à sustentabilidade. Garrafas plásticas, canudos plásticos e afins simplesmente não existem nestes hotéis, e hóspedes que (ainda) insistem nestes itens são polidamente “educados” do porquê tais objetos foram banidos dos resorts.

Com estruturas bem distintas – o Soneva é mais informal e tem apenas beach villas, enquanto o Anantara Kihavah tem um pouco mais de glam e divide a ilha em beach villas e surreais bangalôs sobre a água -, ambos hotéis também souberam muito bem dividir espaços e atividades para que todos os públicos (casais, famílias com crianças, grandes grupos de amigos, solo travelers) se sintam bem-vindos e respeitados o tempo todo. A gastronomia também é impecável em ambos.

SAIBA TUDO sobre o Anantara Kihavah aqui.

LEIA MAIS: como planejar uma viagem às Maldivas

Maldivas com jeito jovial e descolado

Mais trendy e com hóspedes em sua maioria entre 30 e 50 anos, o Niyama Private Islands Maldives, é um verdadeiro sucesso entre brasileiros. Ali a gente escuta português o tempo todo e até os funcionários se arriscam a usar algumas expressões em português, com muita informalidade.

Extremamente contemporâneo do décor dos quartos e (belíssimos) bangalôs aos restaurantes (tem até dois bares com ares de balada), é também o hotel queridinho dos surfistas (Gabriel Medina incluído!). Serviço muito simpático e cálido em todos os ambientes – sem abrir mão do jeito mais informal – e a melhor massagem que fiz na viagem toda.

Ocupando duas ilhas diferentes, é banhado tanto pelas típicas águas calmas e mornas das Maldivas de um lado como por ondas na medida para o surf de outro. O melhor dos mundos no mesmo hotel, já que agrada a qualquer tipo de viajante com suas praias.

SAIBA tudo sobre o Niyama Maldives aqui.

Os hotéis queridinhos dos brasileiros

Já a dobradinha Anantara Dhigu e Anantara Veli, literalmente vizinhos, distantes apenas um minuto de barco um do outro, é outro case de sucesso entre brasileiros. Os resorts quase gêmeos atendem super bem o hóspede que quer conforto mas tem budget mais reduzido, no melhor estilo pague um, leve dois.

Enquanto a oferta de hotelaria mais econômica (ou menos cara) nas Maldivas é imensa, mas vira e mexe com quartos e bangalôs maltratados pela umidade e que precisam urgentemente de renovação, este definitivamente não é o caso do Dhigu e do Veli, que renovam seus quartos e bangalôs com frequência.

É claro que não dá para esperar ali o mesmo nível de conforto nem a mesma excelência em serviço e gastronomia dos demais hotéis citados neste texto – até porque a diferença tarifária é bastante significativa por esta mesma razão. Mas ambos resorts cumprem bem a promessa de oferecer instalações bastante confortáveis, serviço simpático e refeições de qualidade, seja para casais em lua-de-mel ou famílias completas (o Veli é adults only, mas hóspedes dos dois hotéis podem fazer uso sem restrições das instalações do outro durante o dia).

LEIA MAIS: Porque Anantara Dhigu e Anantara Veli são os queridinhos dos brasileiros nas Maldivas

Falta neles um pouquinho de jogo de cintura para desenvolver novas atividades nos dias de muita chuva (peguei três dias bastante chuvosos por lá, sem nenhum tipo de atividade oferecida aos hóspedes). E também a bela área dos bangalôs sobre o mar fica comprometida durante estes dias de tempo ruim (pela posição onde está, venta muito quando chove e os carrinhos de golfe não conseguem chegar aos bangalôs, obrigando os hóspedes a se molharem caminhando em qualquer trajeto de ida e volta ao resort, mesmo à noite, antes e após o jantar).

Mas, atenciosos e muito queridos, encontraram, por exemplo, o chapéu que esqueci no check out e aproveitaram outra saída em lancha com hóspedes para me levar o chapéu esquecido ao aeroporto de Malé, antes da minha partida do país.

Mais do que em qualquer outro lugar, estrutura especial da hotelaria nas Maldivas e a qualidade de seu serviço fazem mesmo toda a diferença.

Leia mais sobre minha viagem para as Maldivas aqui.

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Fachada do Park MGM em Las Vegas

Como é se hospedar no Park MGM, o mais novo hotel de Las Vegas

Acabei de chegar de Las Vegas, onde participei da Wyndham Global Conference (para ler sobre a convenção, clique aqui). Quando o evento terminou, fiquei mais uns dias e, na hora de escolher o hotel, apostei na novidade de Las Vegas, o Park MGM. Parte da rede MGM Resorts, com uma dezena de outras propriedades na cidade, o Park MGM não é um hotel de luxo. Mas é bem localizado; tem boas opções gastronômicas, incluindo um Eataly, e os quartos são bonitos e confortáveis. Ótima relação custo x benefício.

Atualização: Em setembro de 2020, a MGM Resorts anunciou que o complexo que abriga os hotéis Park MGM e NoMad será o primeiro cassino inteiramente sem cigarro em Las Vegas.

Leia mais: Como fica o bufê de café da manhã de hotel durante a pandemia

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Uma das quatro piscinas do Park MGM/Nomad
Uma das quatro piscinas do Park MGM/Nomad | Foto de Carla Lencastre

De Monte Carlo a Park MGM

Localização

O Park MGM é o antigo Monte Carlo, que aos 22 anos passou por dois anos de reforma em um rebranding de US$ 500 milhões. O novo nome do resort de três mil quartos foi adotado em maio de 2018, mas as obras só foram concluídas no final daquele ano. A boa localização continua a mesma: na porção Sul da Strip, como é conhecido o Las Vegas Boulevard, separado do New York New York por uma nova e bem-vinda área verde, The Park. O parque invade o lobby em mármore do hotel com uma escultura de galhos de árvores que se espalha pelo teto e se mistura aos lustres originais do Monte Carlo. Em vez de balcão de check-in, há diversas máquinas de autoatendimento e funcionários estão por ali para qualquer dificuldade.

Os pisos superiores da construção de 32 andares são ocupados pelos 292 quartos do NoMad Las Vegas. Um trem, que já existia, liga o Park MGM ao Aria (meu favorito, com ótima coleção de restaurantes), ao lindo centro comercial de luxo The Shops at Crystals e ao clássico Bellagio e suas fontes dançantes. O percurso também pode ser feito a pé. Entre o Park MGM e o Bellagio, ficam ainda o Waldford Astoria (ex-Mandarin Oriental), o Vdara e o Cosmopolitan, este também com bons bares e restaurantes.

Leia mais: Hotel carbono neutro, a hospedagem que não deixa pegada

Quarto do novo Park MGM Las Vegas
Quarto do novo Park MGM Las Vegas | Foto de Carla Lencastre
Quartos

Vencido o longo corredor, um clássico de Vegas, meu quarto bonito e espaçoso lembrava mais o de um charmoso hotel boutique em uma metrópole, e não em um cassino gigante no meio do deserto. Era em agradáveis tons fechados de verde (a cor predominante no hotel), mas há também versões em vermelho. Ao longo da janela, a área de estar reúne sofá com almofadas em veludo, poltrona estofada e mesa oval em madeira, tudo com um ar vintage, acolhedor e confortável. Nas paredes, desenhos e fotografias, que são diferentes em cada quarto. O banheiro é prático, com chuveiro walk-in, sem banheira ou roupão. O Wi-Fi funcionou perfeitamente e há tomadas e entradas USB em diferentes locais do quarto.

No 12º andar, eu tinha vista para parte das piscinas, os hotéis vizinhos e as montanhas do deserto, com direito ao pôr do sol. Pena que os vidros sujos impediam qualquer foto mais ambiciosa. O quarto não tem frigobar. Quando estava pesquisando sobre o hotel, antes de reservar, reparei que isso incomoda muita gente. Não é o meu caso, mas fica a ressalva. Também não há cafeteira. Água mineral na temperatura ambiente e snacks estão à disposição em uma bandeja que funciona no esquema pegou-pagou. Há um balde de gelo que pode ser abastecido na máquina perto dos elevadores.

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Eataly Las Vegas, no Park MGM
A entrada do novo Eataly Las Vegas, no Park MGM | Foto de Carla Lencastre
Gastronomia

Um dos pontos altos do Park MGM. São muitas as opções: Primrose, para o café da manhã, com um terraço ao ar livre voltado para a área das piscinas; Bavette’s, steakhouse de Chicago; Juniper Cocktail Lounge, especializado em gim, com bons drinques e aberto para o cassino; a mezcaleria Mama Rabbit; o coreano Best Friend by Roy Choi, e o NoMad, restaurante e bar, entre outros, em diferentes faixas de preço.

A novidade mais impressionante é, sem dúvida, o Eataly Las Vegas, aberto há menos de um ano. São dois restaurantes e numerosos bares, com diferentes comes e bebes, de bar de cannoli a bar de negroni. Dá para passar uma semana no Park MGM sem repetir restaurante.

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Serviços

O Park MGM tem spa e quatro piscinas, uma delas somente para adultos e outra exclusiva para os hóspedes do NoMad Las Vegas. O cassino está renovado, com alguns bons detalhes do Monte Carlo preservados, como lustres e vitrais. A transformação do Monte Carlo em Park MGM começou em dezembro de 2016, quando foi inaugurado o Park Theater, que tem 5.200 lugares e Lady Gaga como residente pelos próximos meses. Entre a Haus of Gaga e o New York New York Hotel fica o novo The Park, rara área verde ao ar livre na cidade, com bares e restaurantes. Em abril de 2016, foi inaugurado no “bairro” a T-Mobile Arena, palco de shows e competições esportivas com capacidade para 20 mil pessoas. Fica em frente ao Park MGM.

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Um hotel que é oásis de luxo no Vale da Morte, a duas horas de Las Vegas

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Oasis at Death Valley | Divulção

Como é dormir em um oásis no deserto do Vale da Morte, na Califórnia

Depois de quilômetros sem avistar uma única árvore, é reconfortante chegar ao Oasis at Death Valley e ver que o nome corresponde à realidade. Com dois hotéis em uma área de palmeiras e uma fonte de água subterrânea, o Oasis é de fato um oásis no quente e seco Vale da Morte, na Califórnia, quase Nevada. O deserto, ponto mais baixo da América do Norte, 86 metros abaixo do nível do mar, fica entre quatro e cinco horas de carro de Los Angeles e a duas horas de Las Vegas. Destino com paisagens áridas incríveis e pouco explorado por brasileiros, combina com uma road trip.

Atualização: O Parque Nacional do Vale da Morte alcançou, por dois anos consecutivos (2020 e 2021), o recorde de temperatura mais alta registrada na Terra: 54,4 graus Celsius. Clique para ler meu texto sobre o recorde de calor no #Colabora, site jornalístico voltado para o desenvolvimento sustentável.

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A piscina de água natural do Inn at Death Valley, no Vale da Morte, Califórnia
A piscina de água natural do Inn at Death Valley | Foto de Carla Lencastre

O Oasis at Death Valley terminou no final de 2018 uma renovação de US$ 100 milhões. O resort pertence ao grupo americano Xanterra Travel Collection, especializado em gestão de parques e com empresas como a Windstar Cruises no portfólio. São dois hotéis no Vale da Morte. The Inn at Death Valley é mais elegante, com 66 quartos e novas 11 casitas (com dois quartos cada). Ranch at Death Valley, com 224 quartos, é voltado para famílias. Ambos foram construídos pela Pacific Coast Borax Company (PCBC) entre as décadas de 1920 e 1930. A convite do Visit California, me hospedei mês passado no Inn, antes do IPW, feira de viagens dos EUA realizada este ano em Anaheim.

Um resort que é um oásis no deserto do Vale da Morte, na Califórnia

O histórico Inn (vista área no início do post) foi construído pela PCBC no final da década de 1920, quando a companhia começou a transição da mineração (os lucros estavam diminuindo) para o turismo. Desde o começo, o resort com arquitetura inspirada nas missões espanholas recebeu celebridades de Hollywood, como Clark Gable e Carole Lombard e, mais tarde, Marlon Brando. O hotel foi erguido de frente para o vale e para as Panamint Mountains, onde fica o Telescope Peak (3.366 metros), ponto culminante do Death Valley National Park. Criado em 1994, é um dos maiores parques dos EUA. O Ranch surgiu em 1933, ano em que o Vale da Morte foi reconhecido como Monumento Nacional, e vem sendo ampliado ao longo das décadas.

Quarto do Inn at Death Valley, no Vale da Morte, na Califórnia
Um dos 66 quartos do Inn no Vale da Morte | Foto de Carla Lencastre

Os quartos do Inn seguem o estilo old school no décor. São acolhedores e estão em bom estado de conservação. Somente o ar-condicionado, tão importante na região, poderia ser um pouco menos vintage. Os banheiros são claros e modernos. Meu quarto tinha escrivaninha, mesinha com poltronas, closet, minigeladeira, cafeteira e garrafas de água.

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o Vale da Morte é oportunidade para detox digital na Califórnia

Como o hotel está no meio do Vale da Morte, que por sua vez está no meio do nada, não conte com sinal de celular. Nos três dias em que estive por lá, não houve sinal para o meu telefone nem para o das pessoas que me acompanhavam. O hotel tem Wi-Fi razoável no lobby e nos quartos mais perto da entrada. Para evitar decepções, o melhor é aproveitar a viagem ao Vale do Morte para um curto detox digital.

O cenário é absurdamente fotogênico, e investir na área em torno da recepção pode ser a solução para postar fotos do dia. O amplo lobby é dos mais charmosos, com diversos cantos bonitos e confortáveis para se sentar e travar a longa batalha com o Wi-Fi. De preferência com uma bebida ao lado. O novo bar tem carta surpreendentemente criativa para um lugar tão remoto. O restaurante de cozinha internacional é bom e contempla vegetarianos. O serviço, principalmente quando o bar e o restaurante estão cheios, pode ser um pouco confuso, mas sempre muito gentil.

Painéis de energia solar no Oasis at Death Valley, Vale da Morte, Califórnia
Painéis de energia solar no resort Oasis at Death Valley | Foto de divulgação

O Inn tem um lindo pátio ao ar livre repleto de sofás confortáveis para o assistir ao nascer do sol ou contemplar estrelas (o céu é dos mais escuros do mundo, dá para ver a Via Láctea). A piscina de água natural da fonte subterrânea do oásis tem temperatura em torno de 30 graus Celsius. Com vista para as montanhas, permite algumas braçadas. Parece uma miragem. Como água no deserto é ouro, a piscina não tem cloro e a água pode ser usada para irrigação. Práticas sustentáveis foram um dos focos da renovação dos dois hotéis do Oasis, com ênfase para a economia de água e energia.

Last Kind Words, restaurante no Ranch at Death Valley, Vale da Morte, Califórnia
Last Kind Words, restaurante no Ranch at Death Valley | Foto de Carla Lencastre

O Inn tem spa, duas quadras de tênis e jardins. O contraste da vegetação verde do oásis com com os tons de areia e terra da região é uma das maravilhas do deserto do Vale da Morte, na Califórnia.

No Ranch as atrações são um campo de golfe 65 metros abaixo do nível do mar; quadras de tênis, basquete e vôlei; o Museu do Bórax, e uma boa loja que vende de tâmaras a camisetas. Fica perto do Furnace Creek, o Centro de Visitantes do Vale da Morte. Um dos destaques é o restaurante Last Kind Words Saloon, decorado como no Velho Oeste, com pôsteres antigos e antiguidades em geral. Há uma carta de cervejas artesanais e a comida é boa. Justifica uma refeição para apreciar os mil detalhes originais do ambiente.

Conto mais sobre o Vale da Morte na revista Panrotas. Clique para ler o texto na edição digital (a partir da página 14).

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