Reabertura turismo Búzios, Angra e Paratay: praia do Fasano Angra

A reabertura para o turismo de Búzios, Angra e Paraty

Atualização em “A reabertura para o turismo de Búzios, Angra e Paraty”

Em 17 de dezembro de 2020 o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou o fechamento de Búzios por tempo indeterminado por conta do aumento dos novos casos de Covid-19 no município e da escassez de leitos hospitalares. No dia 18 de dezembro, a liminar foi revertida.

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Tem viagem planejada para Búzios? Confira neste link do jornal O Globo os direitos do consumidor.

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A seguir, o texto original sobre hotelaria em Búzios, Angra dos Reis e Paraty publicado em 10 agosto de 2020.

A reabertura para o turismo de Búzios, Angra dos Reis (incluindo Ilha Grande) e Paraty, cidades no litoral do Estado do Rio. Com o trágico número de cem mil mortos no Brasil pela Covid-19 alcançado no início de agosto e com média de mais de mil pessoas morrendo por dia no país, a pandemia ainda parece longe do fim. Mas para quem se sentir confiante em mudar de ares e de cenário de distanciamento social, há hotéis, pousadas e resorts começando a reabertura para o turismo em Búzios, Angra e Paraty.

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Em um texto anterior, escrevi sobre o cenário da hotelaria na cidade do Rio de Janeiro. Pesquisa Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil) apresentada semana passada mostra que mais de 50% dos hotéis cariocas de rede ainda não reabriram. Você pode ver as datas previstas para a reabertura de alguns dos principais hotéis (e atrações turísticas) do Rio na orla de Ipanema e Copacabana, de rede ou não, clicando aqui.

Leia também: Como estão funcionando os restaurantes de hotéis no Rio

a reabertura para o turismo de Búzios

O concorrido balneário no litoral norte fluminense reabriu para o turismo em 1º de agosto, mantendo barreiras sanitárias nos acessos rodoviários. Para entrar na cidade, o visitante deve apresentar um QR code emitido pelo hotel ou pousada. Bares e restaurantes podem funcionar com 50% da capacidade.

É permitida a prática de esportes individuais, ainda sem banho de sol na areia, em algumas das principais praias, como Geribá, Manguinhos, João Fernandes, Ferradura, Brava, Canto, Azeda, Ossos e Forno.

Atualização: Em meados de setembro de 2020, a prefeitura de Búzios liberou a areia das praias para banho de sol de segunda a sexta-feira. Nos fins de semana continuam permitidas apenas atividades físicas individuais.

Leia mais: Hotéis para respirar ar puro na serra do Rio de Janeiro

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Hotéis em Búzios

O adorável Casas Brancas Boutique Hotel & Spa, com o selo Virtuoso, voltou a funcionar com novos procedimentos de biossegurança. Entre eles está o uso na limpeza de quartos e áreas comuns de desinfetante a base de peróxido de hidrogênio (H2O2, o mesmo princípio ativo da água oxigenada), que vem sendo testado em hospitais no combate ao novo coronavírus. O ótimo restaurante 74, sob o comando do chef Gonzalo Vidal, está aberto ao público de quinta-feira a domingo, com distanciamento entre as mesas e menu por QR code. Na piscina com vista para o mar e o pôr do sol foi inaugurado um novo bar de drinques apenas para hóspedes. O spa permanece fechado.

Vizinha da Casas Brancas no Alto do Humaitá, e membro da Roteiros de Charme, a Vila d’este também adotou novas medidas de biossegurança para a sua reabertura em 1º de agosto. A associação Roteiros de Charme fez uma parceria com a empresa de produtos de limpeza TerpenOil Química Verde, de São Paulo. A fábrica usa matérias-primas naturais de fontes renováveis e produz um desinfetante contra o novo coronavírus com o aval da Unicamp.

Leia mais: Plástico, a nova obsessão dos resorts brasileiros na era covid-19

Reabertura turismo Búzios Angra Paraty: Fasano Angra
Fasano Angra, na Costa Verde do litoral fluminense | Foto de divulgação/Daniel Pinheiro

A REABERTURA PARA O TURISMO DA Costa Verde

Angra dos Reis e arredores

Angra dos Reis e Ilha Grande estarão abertas para o turismo a partir de 14 de agosto. Meios de hospedagem e embarcações turísticas poderão funcionar com até 50% de ocupação. Nos hotéis da região, os quartos de hotéis e pousadas devem ficar vazios por 24 horas entre um hóspede e outro.

Leia mais: O que realmente mudou nos hotéis em sete meses de pandemia

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Em 15 de agosto o Fasano Angra volta a receber hóspedes (o Fasano Rio reabriu mês passado) com a certificação SafeGuard, do Bureau Veritas, referência em biossegurança. O hotel terá ocupação máxima de 50% e os quartos ficarão 24 horas vazios e com as janelas abertas entre um check-in e outro. O café da manhã será somente à la carte e o restaurante abrirá para jantar com reserva. Spa, academia e atividades ao ar livre, como aulas de tênis, terão hora marcada. Piscinas (inclusive no spa), saunas e o bar do hotel não estarão abertos neste primeiro momento.

Atualização: As piscinas do spa do Fasano Angra reabriram em setembro e podem ser usadas mediante agendamento.

Leia mais: É seguro usar piscina de hotel durante a pandemia?

Já o Club Med Rio das Pedras, em Magaratiba, volta a operar em 27 de agosto. O clube infantil vai funcionar, mas recebendo uma quantidade menor de crianças. A dez minutos de distância, o Portobello Resort já reabriu. Assim como o Club Med, o hotel manteve o bufê, mas servido por funcionários.

Leia mais: Como fica o bufê de café da manhã de hotel na pandemia

Reabertura turismo Búzios Angra Paraty: piscina da Casa Turquesa, em Paraty
Piscina da Casa Turquesa, em Paraty: reabertura em 15 de agosto| Foto de divulgação
Paraty

Em Paraty já são permitidas pousadas abertas com até 50% de ocupação, sem bufê de café da manhã e com quartos vazios por 24 horas entre um hóspede e outro. Os restaurantes também podem funcionar com 50% da lotação, assim como os barcos de passeio. Praias fora do Centro Histórico como as de Trindade e a do Sono permanecem fechadas, com barreiras em seus acessos, por decisão das comunidades locais respeitada pela prefeitura.

Leia mais: Hotel carbono neutro, quando a hospedagem não deixa pegadas

O novo Selina Paraty | Foto de divulgação

O Selina Paraty, inaugurado no início deste ano, está aberto e oferecendo quartos compartilhados, com até 50% da ocupação. Para uma experiência bem mais exclusiva, a Casa Turquesa reabre em 15 de agosto. Membro do Circuito Elegante, recebeu o selo Safe&Clean, criado por hoteleiros e auditado pelo Bureau Veritas.

Leia mais: Como é o Selina Rio, na Lapa

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Vista aérea do Soneva Jani, nas Maldivas

Hotel carbono neutro: quando a hospedagem não deixa pegadas

Um hotel deve ter como meta ser carbono neutro. Até porque depois de declarada a pandemia, e passada a surpresa inicial com algumas imagens de recuperação do meio ambiente, está claro o efeito arrasador do novo coronavírus na sustentabilidade. E a preservação do meio ambiente terá cada vez mais importância na retomada da economia.

Resolver como a energia é gerada pode estar além das ações cotidianas. Mas valorizar uma propriedade que se preocupa em reduzir o impacto das emissões de carbono nas mudanças climáticas é algo que todos os viajantes podemos fazer quando for seguro viajar novamente.

Atualização: No início de 2021 escrevi para o #Colabora, site de jornalismo independente voltado para o desenvolvimento sustentável, sobre como podemos tornar mais leves as pegadas de carbono das nossa viagens. Também escrevi para o jornal O Globo sobre o que cada um de nós pode fazer para compensar as emissões de carbono nas viagens.

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As emissões de carbono durante a pandemia

Estudo publicado em maio de 2020 na revista Nature Climate Change mostra que a pandemia diminuiu em 17% no mundo as emissões de carbono, que voltaram ao patamar de 2006. O dado é de abril de 2020 em relação a 2019. O número sem precedentes foi alcançado por conta das restrições à mobilidade e da redução do uso de energia elétrica. Como não reflete alterações estruturais, o efeito nas mudanças climáticas é mínimo. Mas diz muito sobre o quanto ainda precisamos reduzir nossas pegadas de carbono e tentar fazer viagens mais sustentáveis.

Leia também: Você sabe o que turismo regenerativo?

Já escrevi aqui sobre como estamos vendo um retrocesso na eliminação do plástico de uso único. Continuar investindo em redução e neutralização de carbono será mais um desafio. Economistas de diferentes escolas de pensamento apontam que a descarbonização do planeta é pilar fundamental para a retomada da economia em geral, viagens incluídas. E, provavelmente, nos próximos anos novas certificações globais serão criadas.

Leia também: Como é dormir no Vale da Morte, o lugar mais quente da Terra

O que é um hotel carbono neutro

Ser carbono neutro não significa que o hotel não tem emissões de carbono. Uma propriedade carbono neutro se preocupa em reduzir pegadas e compensar as restantes. A neutralização pode ser feita com o plantio de árvores ou investindo em fazendas de energia eólica, por exemplo.

Hotéis que levam a sério a diminuição de pegadas de carbono também podem exigir baixas emissões de seus fornecedores. Como já acontece no caso de alguns programas da hotelaria para eliminação do plástico de uso único. O que não quer dizer que seja tarefa fácil: a cadeia de fornecedores é um dos maiores obstáculos para um hotel ser plastic free.

Leia também: O difícil adeus ao plástico nos hotéis

Bons exemplos de grandes redes

Piscina do Sofitel Dubai The Palm,  hotel da Accor
Sofitel Dubai The Palm: hotel da Accor com energia renovável e baixas emissões de carbono Foto @SofitelDubaiPalm

Entre as grandes redes, a AccorHotels se destaca na neutralização de carbono. O grupo francês pretende que todos os prédios dos quais é proprietária (cerca de 30% de 4.800 hotéis) sejam carbono neutro até o final deste ano. Já todos os novos hotéis e os renovados, inclusive os que são apenas administrados pela rede, serão em construções com baixas emissões de carbono, privilegiando o uso de energia renovável como a solar ou a eólica. Um exemplo de hotel da Accor sustentável e que usa energia renovável atualmente é o Sofitel Dubai The Palm Resort & Spa.

NH Hotels, parte da tailandesa Minor Hotels, é outra rede a se destacar com metas de redução de carbono. No final do ano passado, o grupo NH anunciou que vai diminuir em 20% as pegadas até 2030. O objetivo pode parecer pouco ambicioso, mas a rede espanhola reduz emissões desde 2007. Em 2018, 70% da energia usada em seus 380 hotéis já era renovável.

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Nos eventos
Salão de destas no Radisson Cartagena
Casamento no Radisson Cartagena: evento carbono neutro | Foto de divulgação

Desde 2019, o Radisson compensa as pegadas de carbono de todos os eventos em seus mais de 1.100 hotéis pelo mundo. Neutralizar as emissões de carbono de eventos também é o que faz o Aria Resort & Casino, como no Forbes Travel Guide Luxury Summit. Contei neste texto como foi a compensação de carbono da conferência do FTG, que levou em conta o transporte dos participantes até Las Vegas, em fevereiro de 2020.

Entrada do Aria Resort & Casino em Las Vegas
Aria: reunião do FTG com emissões de carbono compensadas | Foto de Carla Lencastre

Pequenos grupos e hotéis independentes

O comprometimento de grandes empresas com baixas emissões e neutralização é fundamental para a descarbonização do planeta, mas todos os exemplos são importantes. O Soneva, com dois hotéis (a foto em destaque no início do texto é do Jani) e um iate nas Maldivas e um hotel na Tailândia, tem sólida história de mais de duas décadas de sustentabilidade. Atualmente o Soneva é 100% carbono neutro. O grupo de luxo descarboniza toda a operação, incluindo emissões indiretas como as dos voos dos hóspedes.

Outro modelo vindo das Maldivas é o Kudadoo, inaugurado em 2018 e reconhecido ano passado pela revista HD com o Hospitality Design Award na categoria Resort Sustentável. Com apenas 15 villas em uma ilha privativa, o Kudadoo Maldives usa somente energia solar e se preocupa em eliminar outras pegadas de carbono. A água é dessalinizada em uma ilha próxima, reduzindo as emissões do transporte. E é engarrafada em vidro, eliminando a garrafa de plástico de uso único.

Painéis de energia solar no Kudadoo Maldives
Alguns dos 984 painéis de energia solar no Kudadoo Maldives | Foto de divulgação

Um exemplo bem recente chega do México. Foi inaugurado este mês em Playa del Carmen o Palmaïa, The House of Aïa, que nasce com o objetivo de ser carbono neutro em 2021. Para isso, o Palmaïa, membro da Preferred Hotels, anunciou que está instalando painéis de energia solar no resort e em diferentes áreas do país para compensar suas pegadas.

Varanda com vista para o Caribe no Palmaïa, na Riviera Maya
Palmaïa: investimento em energia solar para neutralizar emissões | Foto de divulgação

No Brasil

Afinal, se no mundo ainda não há muitos hotéis independentes ou de pequenos grupos preocupados em compartilhar o que fazem para mitigar as emissões de carbono, nem certificações amplamente reconhecidas, no Brasil a quantidade é ainda menor. Mas há alguns bons exemplos.

Um deles fica no Estado do Rio. É a Pousada Águas de Paratii, que participou do Programa de Carbono Compensado do Lepac, Laboratório de Extensão da Unicamp em Paraty. Assim como o Go Inn, hotel econômico bem localizado no Centro de Manaus, reconhecido pelo Projeto Neutro de Carbono do Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza (IBDN), organização sem fins lucrativos. Ambos investiram na redução das pegadas (usando energia solar e separando e reciclando o lixo, por exemplo) e compensaram as baixas emissões com o plantio de árvores. Como resultado, são carbono neutro.

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Hotel em tempos de pandemia de covid-19: piscina do Six Senses Con Dao Vietnam

É seguro usar piscina de hotel durante a pandemia de covid-19?

Nas últimas semanas, apareceram algumas vezes nos termos de pesquisa do Hotel Inspectors buscas sobre piscina de hotel e pousada em tempos de pandemia de covid-19. A pergunta do título não tem resposta simples. Não há evidências de que o coronavírus sobreviva em água com cloro, tratada segundo padrões químicos adequados. Mas as pessoas ao redor podem ser um problema. Aglomerações dentro ou fora da piscina do hotel na pandemia de covid-19 oferecem os mesmos riscos de transmissão do vírus. Assim como nadar perto de alguém na água clorada. Ou seja, é importante manter o distanciamento social também dentro da piscina.

Leia também: Como estão funcionando os spas de hotel no Rio na pandemia

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Em tempos incertos para o turismo, há condutas distintas anunciadas por hotéis e pousadas reabertos, tanto no Brasil quanto no exterior. Em algumas propriedades, piscinas e spas voltarão a funcionar somente em uma próxima fase. Como no Botanique, na Serra da Mantiqueira. O hotel, com 18 acomodações, reabriu em junho de 2020 com ocupação reduzida e seguindo seus novos próprios protocolos de limpeza, com 135 tópicos. Mas mantém fechados spa, piscina e academia de ginástica (assim como o restaurante, funcionando apenas para serviço de quarto).

Leia também: Hotéis investem em bem-estar durante a pandemia

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Nos hotéis com acesso liberado à piscina, espreguiçadeiras podem ser um problema, ainda que sejam afastadas umas das outras e limpas após o uso. O Marbella Club, hotel de luxo no glamouroso balneário da Costa do Sol espanhola, adotou a política de reservar um lugar fixo ao sol para cada hóspede. Na reabertura, em 2 de julho de 2020, cada espreguiçadeira de frente para o Mar Mediterrâneo será usada por um único hóspede por dia.

Leia também: Como será a hotelaria de luxo na era covid-19

É seguro fazer massagem no spa em tempos de covid-19?

Piscina hotel pandemia covid-19: yoga na praia no Six Senses Con Dao, no Vietnã
Yoga na praia no Six Senses Con Dao, no Vietnã | Foto de divulgação

Viajantes mais ansiosos não estão procurando apenas piscina de hotel na pandemia de covid-19. E sim bem-estar de um modo geral, uma das palavras-chaves mais buscadas atualmente. Academias de ginástica, quando abertas, já sabemos que são com hora marcada, com um hóspede de cada vez, desinfecção entre um uso e outro, e banheiros e vestiários fechados.

Leia também: Você sabe o que é turismo regenerativo?

Hotéis estão adotando o mesmo protocolo em relação a saunas, ainda que não haja comprovação que o novo coronavírus suporte altas temperaturas, e a spas. Tratamentos corporais, em vez de faciais, e sem toques com as mãos ganham destaque, assim como aulas de yoga ou alongamento individuais ou com grupos reduzidos e, sempre que possível, ao ar livre.  

Leia também: Como é um spa cinco estrelas na lista do Forbes Travel Guide

Piscina hotel pandemia covid-19: cabana de spa ao ar livre e com vista para o Caribe no Four Seasons Anguilla
Cabana de spa ao ar livre e com vista para o Caribe no FS Anguilla | Foto de divulgação

Como analisei neste outro texto (clique para ler), a hotelaria de luxo é a que terá que fazer menos ajustes na era covid-19, porque sempre priorizou bem-estar, espaço e privacidade, independentemente da pandemia. Há muitos quartos, suítes e villas com jacuzzi e piscinas privativas, e áreas amplas. Os tratamentos do spa podem ser na acomodação ou ao ar livre. É o caso do caribenho Four Seasons Anguilla, com reabertura em 22 de outubro de 2020.

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Ainda não passou, mas vai passar: um exemplo otimista na Ásia
Hotel pandemia covid-19: Piscina do Six Senses Ninh Van Bay, no Vietnã
Piscina do Six Senses Ninh Van Bay, no Vietnã | Foto de divulgação

Uma declaração do COO do grupo Six Senses, Guy Heywood, sobre as adaptações dos hotéis na Ásia, continente à frente na contenção do vírus, me chamou a atenção em uma reportagem de junho de 2020 da revista britânica Condé Nast Traveller. A rede Six Senses, que sempre foi voltada para o bem-estar, reabriu seus dois hotéis no Vietnã, país que conseguiu conter o vírus. Heywood conta que se surpreendeu com hóspedes pouco preocupados com protocolos de higiene: “Podemos dizer que quem está preocupado ainda não está viajando. Estamos surpresos com a tranquilidade. As pessoas chegam de máscara, mas parecem felizes nas piscinas”.

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Pousadas brasileiras se preparam para a reabertura

Na semana passada, mostramos nas nossas redes sociais que, contrariando recomendações e protocolos do setor, o hotel Laguna Plaza, em Brasília, vergonhosamente servia café da manhã, almoço e jantar unicamente em sistema buffet, sem nem sequer oferecer talheres esterilizados individualmente, como única opção para um grupo de passageiros e funcionários da Gol, preso na cidade devido a cancelamento de voos. Mas enquanto algumas propriedades envergonham o setor hoteleiro (incluindo proprietários que acham que basta espalhar displays de álcool-gel pelo hotel que está tudo bem), diversas pousadas brasileiras se preparam com cuidados meticulosos para a esperada reabertura em tempos de pandemia e servem de exemplo para o mercado (e alívio para os viajantes). 

Muitas delas continuam primando pela qualidade de serviços e estão fazendo tudo direitinho neste processo, preocupando-se verdadeiramente com hóspedes e colaboradores, e indo muito além das sugestões do vergonhoso selo de “turismo seguro” criado pelo governo – que, além de superficial e nada conclusivo, pode ser baixado e utilizado por qualquer estabelecimento, sem absolutamente nenhum tipo de fiscalização (shame, shame, shame). 

Clique aqui para ler sete ideias para tornar suas viagens mais sustentáveis a partir de agora.

Uma das pousadas brasileiras com reabertura já agendada é a linda Provence Cottage, em Monte Verde (MG), uma das melhores e mais românticas pousadas do país. Em termos de estrutura, não precisaram fazer grandes mudanças, já que espaço ali nunca foi o problema: são apenas oito chalés para duas pessoas distribuídos em dois hectares.  Ainda assim, os proprietários Ari Kespers e Whitman Colerato optaram por receber nesta fase de reabertura apenas metade da capacidade da pousada, além de fazer rodízio dos chalés utilizados, para minimizar mesmo qualquer possibilidade de contaminação. 

Como propriedade que sempre levou a personalização de serviços como bandeira, os serviços de café da manhã e chá da tarde já eram à la carte em mesas que também já contavam com distanciamento adequado. Ari e sua equipe também sempre estiveram à disposição dos hóspedes via Whatsapp e isso não mudará. Vale lembrar que a Provence Cottage tem também um dos melhores restaurantes de Monte Verde. E mais importante ainda: os funcionários estão sendo devidamente protegidos e cuidados desde o começo da pandemia. 

LEIA MAIS detalhes sobre a Provence Cottage aqui.

Clique aqui para ler mais sobre o que está mudando na hotelaria em geral neste processo de reabertura.

Outro belo exemplo de pousadas que se preparam de fato para a reabertura segura também vem de Minas Gerais: é a deliciosa Aromas da Montanha, em Tiradentes. Sempre engajados e solidários, os proprietários participaram ativamente de reuniões com Associação Brasileira de Governança para validar os novos protocolos que serão utilizados na reabertura, em um trabalho super minucioso coordenado por Maria José Dantas, presidente da ABG, especialista em governança hoteleira. 

Sempre conscientes, entraram firme na queda de braço quando alguns empresários da cidade quiseram a todo custo reabrir Tiradentes prematuramente para o turismo, em plena acensão da curva da Covid-19 na região. E seguem firmes e solidários, para a felicidade e segurança de nós, viajantes:  “Sabemos que muitos negócios não conseguirão sobreviver se a ajuda do governo federal não chegar. Mas acreditamos que, se conseguirmos sobreviver a essa fase da crise de saúde, o turismo nacional será muito mais valorizado, também em função do cenário econômico e da saúde internacional”, diz a proprietária Rosana Negreiros. Clique aqui para ler mais sobre a Aromas da Montanha.

LEIA MAIS: Quando será seguro viajar pelo Brasil?

Ainda no Sudeste, a deliciosamente romântica pousada Casa Turquesa, em Paraty, RJ, parte do portfólio da BLTA, também se prepara para a esperada reabertura para o público. Apesar de seguir todos os novos protocolos de higiene e segurança adotados internacionalmente, a propriedade também não precisará de grandes mudanças estruturais. Como sempre foi composta de poucos quartos e sempre prezou a privacidade e exclusividade nos serviços, suas mesas para o café da manhã já têm espaçamento necessário naturalmente, e hóspede também poderá optar pelo café no quarto. Será o próprio hóspede que decidirá se a equipe do room service entra ou não no quarto, se haverá arrumação do quarto ou não etc. 

O único serviço que passará por mudanças será o delicioso chá da tarde da casa, que antes era servido em um pequeno buffet e agora passará a ser servido individualmente. Haverá teste de temperatura para staff e hóspedes, malas esterilizadas, funcionários estarão sempre devidamente paramentados com equipamentos de proteção e serão colocadas menos espreguiçadeiras na piscina. Outra vantagem da Casa Turquesa é que a propriedade já possuía um aplicativo através do qual check in e check out serão obrigatoriamente feitos na reabertura – e a proprietária Tetê Etrusco e sua equipe também estão sempre à disposição dos hóspedes através do Whatsapp. 

Clique aqui para ver como dar toques de hotelaria à sua própria casa.

A Pousada Mata N’ativa, em Trancoso, na Bahia, é outro exemplo inspirador de pousadas brasileiras que se preparam adequadamente para uma reabertura segura e consciente. A pousada tem um belíssimo histórico de sustentabilidade em um dos mais disputados destinos do litoral brasileiro – leia mais aqui. Ali o check in passará a ser virtual, incluindo fornecimento de informações sobre preferências para o café da manhã (agora à la carte e que pode ser servido tanto na casa principal quanto no quarto) e o frigobar, que passa a ser on demand. Todos os novos procedimentos internos da pousada já estão sendo colocados no site, para que o futuro hóspede possa sanar todas as suas dúvidas e se sinta seguro em todas as etapas da reserva e estadia.

A Mata N’ativa adquiriu também ozonizador e lâmpada germicida UV-C, para dar mais segurança aos protocolos de limpeza – que agora incluem também desinfecção de malas e outros objetos, limpeza das suítes à base de peróxido de hidrogênio e funcionários trajando EPI’s. As suítes, aliás, serão lacradas após limpeza e desinfecção. Cardápios passam a ser virtuais, as espreguiçadeiras da piscina foram espalhadas para garantir maior distanciamento entre elas, e novos ambientes foram criados no amplo terreno da propriedade, incluindo um novo quiosque para mais privacidade dos hóspedes.

Clique aqui para ler mais sobre a excelências das pousadas brasileiras.

Vale lembrar que, como ainda estamos em plena ascensão da curva de contaminações e mortes pela Covid-19, e como a legislação sobre quarentena muda municipal e estadualmente, cada uma destas pousadas tem data diferente para reabertura. De qualquer maneira, é um alento, dentre tantos equívocos no setor (mesmo em grandes redes hoteleiras), ver pequenas pousadas brasileiras que se preparam de maneira tão correta, segura e eficiente para este processo de reabertura. Tomara que mais propriedades brasileiras levem a sério as medidas que estes tempos sem precedentes exigem. Ainda estou em quarentena mas, como viajante, seguramente privilegiarei propriedades com tais comportamentos quando for seguro viajar novamente.

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Quarto com piscina no Six Senses Shaharut, em Israel

Como será a hotelaria de luxo na era covid-19

Junho chegou, e a reabertura de hotéis de luxo na Europa e nos Estados Unidos se torna mais frequente. Já dá para visualizar algumas mudanças neste setor. Ou não. Na realidade, por razões diversas, a hotelaria de luxo na era covid-19 não será muito diferente. Claro que protocolos de limpeza foram modificados, e todas as redes já criaram os seus. Esta semana a associação de hotéis de luxo independentes Leading Hotels of the World anunciou o programa Health Stays. O Baccarat Hotel, em Nova York, foi além e criou o cargo de Diretor de Saúde e Segurança Ambiental. Grandes grupos e pequenas propriedades terão que fazer ajustes em função da segurança sanitária para funcionários e hóspedes. Mas o maior impacto para a hotelaria de luxo, principalmente no Brasil e para os hoteleiros independentes, será mesmo o econômico.

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Hotelaria de luxo na era covid-19: fachada do hotel Belmond Copacabana Palace, no Rio de Janeiro
Copacabana Palace, Rio de Janeiro: reabertura em agosto | Foto de Carla Lencastre

No início de junho, a pesquisa “Recuperação da hotelaria urbana no Brasil”, realizada pela HotelInvest em parceria com Omnibees, STR e FOHB, e lançada pela Panrotas, indicou que o setor será o último segmento da hotelaria a sair da crise. Somente lá para 2023, em um cenário otimista. O levantamento, que não considerou resorts, faz a ressalva de que hotéis de luxo voltados para o lazer no Rio de Janeiro e em capitais do Nordeste podem ter recuperação menos lenta. O Rio começou a promover o relaxamento do isolamento, e teoricamente os hotéis podem funcionar. Mas a situação na cidade continua crítica e ícones da hotelaria, como o Belmond Copacabana Palace, seguem fechados. Os poucos hotéis abertos recebem profissionais da área de saúde e pessoas que necessitam de um local para se isolar.

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Piscina do Memmo Baleeira, no Algarve
Memmo Baleeira, Algarve: reabertura em junho | Foto @MemmoBaleeira

Na Europa, neste momento a prioridade da hotelaria de luxo na era covid-19 é salvar as férias de verão com o turismo interno, até porque a maioria dos países ainda está com restrições nas fronteiras. Para citar um que lidou bem com a crise, em Portugal as primeiras notícias de reabertura de hotéis independentes de luxo ou lifestyle, todos com a certificação nacional Clean&Safe, são no litoral, como o Sublime Comporta, a pouco mais de uma hora de Lisboa. O Memmo Hotels, com duas propriedades na capital e uma no Algarve, reabre primeiro o Baleeira, no litoral, em 6 junho. Também no Algarve será reaberto no dia 19 o Vila Vita Parc.

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Hotelaria de luxo na era covid-19: piscina em um dos quartos do novo Six Senses Shaharut, no Deserto de Negev, em Israel
Six Senses Shaharut, no Deserto de Negev: inauguração em setembro | Foto de divulgação/Assaf Pinchuk

Enquanto os independentes se preocupam com o verão no Hemisfério Norte, redes seguem expandindo as marcas da hotelaria de luxo na era covid-19. Depois do Regent Shanghai Pudong, ex-Four Seasons que trocou de bandeira em plena pandemia, o grupo britânico IHG confirmou para este ano a inauguração do Regent Phu Quoc, no Vietnã. E anunciou um InterContinental em Roma em 2022. Também parte do IHG, Six Senses chega em dezembro a Israel (Shaharut, no Deserto de Negev, foto de uma das suítes no topo do texto) e anunciou, no início da pandemia, um hotel em Roma para 2021, entre outros já previstos.

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A seguir, listamos algumas novidades que já estão sendo postas em prática.

Serviço

Item de luxo essencial que terá que ser ajustado sem perder a graça. Principalmente em hotéis butique nos quais serviço caloroso é característica importante. Check-in virtual não é comum neste segmento, mas muitas vezes a operação já era realizada em uma área exclusiva para garantir privacidade. No Rosewood Little Dix, nas Ilhas Virgens Britânicas, hóspedes que chegarem pelo mar farão check-in na embarcação.

Há serviços que hotéis de alto padrão continuarão oferecendo, entre eles levar a mala até o quarto e o de abertura de cama. O hóspede decide se quer ou não, como já acontecia antes. A apresentação do quarto pode ser substituída por um telefonema. Hotéis de rede podem investir em tours virtuais para mostrar as amenidades dos quartos, apps para contato em tempo real e até robôs para atender a alguns pedidos de room service.

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Alimentos & bebidas

A maioria dos hotéis de luxo já oferecia serviço à la carte, mesmo quando havia também um bufê. Este será outro ajuste relativamente simples. Assim como o dos minibares, que podem ser abastecidos sob demanda, quando e se o hóspede quiser, como anunciou o novo 1 Hotel West Hollywood, em Los Angeles. Já no hotel boutique Esencia, na Riviera Maya, uma novidade para a reabertura em 10 de junho é o menu digital do restaurante. O hóspede pode fazer o pedido pelo próprio celular.

O Esencia faz parte do Forbes Travel Guide. O guia fez uma extensa lista de hotéis de luxo que estão abertos ou vão reabrir nos próximos meses. O único representante brasileiro (na lista atualizada em 16 de julho) é o Belmond Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu, com reabertura está prevista para 20 de agosto. Mesma data do Belmond Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.

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Design

Em hotéis de luxo, espaço e distanciamento social sempre foram importantes. A maioria das propriedades não terá que fazer grandes mudanças no desenho das áreas comuns. Mas marcar hora para usar a academia de ginástica ou ir ao restaurante passa a ser recomendável ou mesmo obrigatório. A decoração de quartos e suítes está sendo repensada aqui e ali, com objetos menos fáceis de serem limpos deixados de lado. O menu de tratamentos do spa, por exemplo, pode ser acessado por QR code. É mais uma novidade no Hotel Esencia, em Tulum.

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Há um ponto de convergência entre os mais luxuosos e os mais econômicos: serão poucos os ajustes nos desenhos de quartos e áreas comuns. Nos hotéis de luxo, não falta espaço; nos econômicos modernos, como os operados sob a bandeira da Wyndham, menos é mais. Estas propriedades privilegiam, nos últimos anos, um design minimalista e funcional. O que facilita muito alcançar a limpeza almejada na hotelaria na era covid-19.  

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