Sustentabilidade na hotelaria no sul da Bahia

Há algum tempo, escrevi neste texto aqui sobre a necessidade da hotelaria encontrar seu equilíbrio com a sustentabilidade, mencionando diversas iniciativas em hotéis no exterior. Agora está na hora de falar um pouco de Brasil. Mais especificamente sobre sustentabilidade no sul da Bahia.

Afinal, há cada vez mais viajantes levando estas iniciativas seriamente em consideração antes de decidir-se ou não pela reserva em um determinado hotel e já entenderam que é preciso muito mais do que colocar nos banheiros aquele aviso para evitar a troca constante de toalhas.

Da água servida em garrafas de vidro nos quartos a sistemas de auto-suficiência energética, felizmente há hotéis levando isso a sério no Brasil também. Mas, infelizmente, eles ainda são pouquíssimos; muitos proprietários ainda preferem, por exemplo, os lucros oriundos da venda de água no frigobar que a iniciativa de oferecer gratuitamente água em garrafas de vidro, como tantas propriedades no exterior já fazem.

Na semana passada, estive em férias pela região sul da Bahia e escolhi me hospedar em duas propriedades hoteleiras com filosofias muito parecidas, e ambas extremamente focadas na sustentabilidade. Entretanto, vale ressaltar desde já que, apesar de muitos avanços e excelentes iniciativas, estas propriedades ainda têm diversas mudanças que poderiam e deveriam implementar diariamente para favorecer a sustentabilidade de seus negócios.

VEJA TAMBÉM: Oito pousadas para escapar no final de semana.

Em Trancoso, a escolhida foi a Pousada Mata N’ativa, uma pousada de charme a 500 metros do Quadrado e iguais 500 metros da Praia do Nativo. Além da localização acertadíssima, que permite ao hóspede fazer muita coisa sem nem tirar o carro do estacionamento, a pousada é pioneira na região em iniciativas sustentáveis, tendo inclusive selos internacionais de certificação.

Ali as fossas são 100% ecológicas, os quartos ficam dispostos em diferentes predinhos ao redor de um estupendo jardim e o restaurante utiliza somente produtos locais para o preparo das refeições. Mesmo no décor, a escolha foi por móveis, artistas e artesãos locais. Colabora com iniciativas de preservação da região.

Os quartos da Mata N’ativa são bastante confortáveis e contam todos com ar condicionado e varanda e amenidades Trosseau (alguns têm também hidromassagem). As diárias incluem um delicioso café da manhã em estilo buffet (com pratos quentes feitos individualmente na hora) e a infra-estrutura inclui ainda piscina, playground para os pequenos e uma sala para massagens – tudo sempre respeitando o ambiente. Ali até o sistema de wifi é diferenciado para não interferir no jardim de maneira nenhuma.

LEIA MAIS DETALHES SOBRE A POUSADA MATA N’ATIVA AQUI.

Também em Trancoso, a Etnia Casa Hotel (que, aliás, é agora composta por 7 Villas completíssimas, mas sem abrir mão dos serviços de primeira em hotelaria) também é outro bom exemplo de sustentabilidade no sul da Bahia. Prioriza os ingredientes 100% locais, valoriza os ítens locais na decoração e apoia diferentes projetos de sustentabilidade no turismo, como a Associação Despertar Trancoso e a Ilha de Alcatrazes.

Em Arraial D’Ajuda, é o Maitei Hotel quem sai na frente. Localizado a cinco minutos de caminhada da praia do Mucugê, o Maitei é inteiramente focado em sustentabilidade e utiliza 100% energia solar. São apenas 17 quartos, sendo 9 deles com vista para o mar, todos muito espaçosos, incluindo belíssimas varandas. Amenidades L’Occitane, hidromassagem, diferentes espaços de living, sala de massagens, academia e duas piscinas com vista panorâmica para o mar estão entre os atrativos.

Artesãos locais são os responsáveis pelas peças que decoram áreas comuns e quartos e ingredientes da região são a base para a gastronomia caprichada de seu restaurante, do café da manhã ao jantar. O que se faz absolutamente urgente ali é eliminar por completo o uso de plástico na propriedade. Porque não adianta investir nos canudos sustentáveis se água e amenidades ainda são entregues aos hóspedes em embalagens plásticas, certo?

LEIA MAIS DETALHES SOBRE O MAITEI HOTEL AQUI.

Estes exemplos de sustentabilidade no sul da Bahia valem entrar na wish list. Propriedades assim comprometidas ainda são infelizmente raras na hotelaria brasileira mas, de pouquinho em pouquinho, hoteleiros vão felizmente entendendo que é possível (e também parte do seu dever) investir pesado no turismo sustentável sem abrir mão dos altos padrões de serviço, deixando o hóspede duplamente satisfeito.

Dá pra ler mais sobre esta minha viagem e as hospedagens no sul da Bahia aqui e também aqui.

VEJA TAMBÉM: sete ideias para fazer suas viagens mais sustentáveis a partir de agora.

.

.

Siga também nossas redes sociais para ficar por dentro de todas elas: Instagram @ HotelInspectors,facebook @HotelInspectors e  Twitter @HotelInspectors.

O novo Selina Vila Madalena, em São Paulo

A rede de hotéis Selina, sobre a qual a inspector Carla Lencastre já falou neste texto aqui, chega agora também à cidade de São Paulo. A nova unidade, Selina Madalena, está instaladana Rua Aspicuelta, em São Paulo, e abriu as portas há pouco mais de um mês.

A propriedade mescla hostel e hotel, com 164 camas divididas em 46 quartos, entre suítes, quartos privativos e dormitórios compartilhados. No começo de outubro, fiquei hospedada em uma das suítes do local, no segundo andar.

A suíte era bem espaçosa, com mural de um artista local em uma das paredes, mesa de trabalho, poltrona, cama king e excelentes roupas de cama. O banheiro também era grande, com pia dupla, e amenidades ecologicamente corretas, em grandes recipientes reutilizáveis. A suíte também conta com uma belíssima varanda voltada para a frente do edifício.

Visitei também um dos quartos privativos, bastante menor e sem a bossa da suíte (nada de grafites, poltronas ou pontos mais coloridos no quarto). Não há telefone em nenhum dos quartos e apenas a suíte conta com um projetor de smartTV. Vale saber que, como os quartos e suítes contam com imensas janelas de vidro, e como a propriedade está em uma das mais animadas ruas da Vila Madalena, boa parte da animação do lado de fora “vaza” para o lado de dentro durante a noite, sobretudo de quinta a sábado.

Tanto para os dormitórios compartilhados como para os quartos privativos e suítes, vale saber que apenas o wifi (de bem boa qualidade) está incluído. Todos os demais ítens, inclusive café da manhã, são cobrados à parte.

A área do hotel batizada de Selina Home permite que os hóspedes do Selina Madalena tenham acesso a uma cozinha comunitária, biblioteca e cinema.

Os espaços comuns são o grande trunfo da propriedade, a começar pela decoração descontraída e muito colorida, com obras de artistas locais como Hanna Lucatelli, Apolo Torres, Verdeee e Filipe Grimaldi mescladas com diversos objetos de décor.

Além do gostoso lounge em frente à recepção, o hotel conta com um lounge ao ar livre repleto de mesas comunitárias, que faz sucesso dia e noite com hóspedes e visitantes. É bem em frente a esse espaço que ficam um descolado restaurante+bar e um food truck com ítens grab&go (café, refrigerantes, salgados, doces e até cervejas). O food truck funciona até 19h apenas e o restaurante até 23h. As áreas comuns estão todas abertas a não hóspedes e já estão sendo frequentadas por moradores da região.

A propriedade conta ainda com uma disputada área de cowork, cuja utilização se dá mediante um fee mensal, para profissionais que realmente desejem usar o espaço como local de trabalho.

A rede panamenha Selina administra 39 propriedades em 12 países da América Latina e em Portugal, sempre neste mesmo estilo de hospedagem, e bastante voltada para os millennials. Os planos ambiciosos da rede, que andou recebendo novos aportes milionários, a chegar a 350 endereços diferentes nos próximos anos. Até o final deste ano, uma nova unidade em Florianópolis e os primeiros hotéis nos EUA (Miami e Nova York) devem ser inaugurados. No ano que vem, novos hotéis em Portugal e no Peru.

Dá para conferir mais informações sobre o Selina Madalena aqui.

Siga também nossas redes sociais para ficar por dentro de todas elas: Instagram @ HotelInspectors,facebook @HotelInspectors e  Twitter @HotelInspectors.
.

O patrimônio das pousadas brasileiras

Como alguém que viaja o Brasil e o mundo desde sempre e que presta muita, mas muita atenção em hotelaria desde muito antes de escrever sobre isso, se tem uma coisa que me faz feliz é encontrar bom serviço em meios de hospedagem brasileiros. Qualidade de serviço em hotelaria brasileira, felizmente, é algo que tem evoluído bastante e temos inclusive propriedades que figuram todo ano em diversos rankings especializados entre as melhores do mundo neste quesito, como o Ponta dos Ganchos, em Santa Catarina.

Hoje temos também grandes hotéis no país, de distintos perfis, incluindo também novas redes internacionais famosas pelo serviço primoroso que acabam de chegar ao país, como a canadense Four Seasons. Mas qualidade em serviço não é, nem nunca foi, diretamente associada ao tamanho de uma propriedade. Porque se tem um setor da hotelaria em que realmente caprichamos em serviço de um jeitinho só nosso é nas pousadas.

Pousada no Brasil é algo sem comparação em nenhum outro país. Claro que há pousadas e pousadas, e a gente não pode de jeito nenhum meter todas no mesmo balaio; mas as pousadas de charme brasileiras são mesmo um ponto fora da curva – positivamente. O atendimento cálido, super personalizado, chamando hóspede pelo nome, aprendendo rapidinho suas preferências… tudo isso faz uma diferença imensa numa experiência de viagem.

Vista para o mar imbatível na Villa D’Este, em Búzios. Foto: Mari Campos

Somem-se a isso ambientes charmosos, poucos quartos/hóspedes, roupa de cama e banho caprichada, camas e travesseiros super confortáveis, amenidades de qualidade, equipes sempre afinadas e solícitas e aquele café da manhã “de rei” são alguns dos atrativos facilmente encontrados em pousadas deste tipo. Gosto de muitas, e de perfis bem diferentes entre si, como as deliciosas Casa Turquesa (Paraty), L.A.H (Campos do Jordão), Provence Cottage (Monte Verde), Barra do Bié (Cunha), Villa d’Este (Búzios), Quinta dos Pinhais (Santo Antonio do Pinhal), Maui (Maresias) e tantas outras.

Algumas perfeitas para escapadas românticas, outras na medida para passar dias bem felizes em famiília; o denominador comum nestas pousadas incríveis costuma ser o mesmo: ter ali, in loco, os próprios donos se encarregando de ajudar o hóspede se sentir realmente em casa, mimado e satisfeito. O olho do dono, dizem, é que engorda o gado – e nas pousadas brasileiras isso parece ser mesmo verdade. Das minhas hospedagens favoritas no Brasil, boa parte é composta justamente por pousadas charmosas para as quais sinto um prazer imenso em voltar – justamente pelo serviço tão caprichado e, ao mesmo tempo, tão pessoal e cálido.

A fartura de boas pousadas em Tiradentes, Minas Gerais, realmente impressiona – inclusive pela diversidade da oferta, tanto em termos de budget como em variedade de estilos.

Da minha estadia em Tiradentes em julho passada, voltei bem feliz com a Pousada Solar da Serra. Localizada no alto de uma das colinas de Tiradentes, já na estrada para o município vizinho de Bichinho, ela tem a vista mais bonita da cidade, com Tiradentes e o incrível paredão da Serra de São José no horizonte, de cabo a rabo – inclusive da piscina de borda infinita.

Espere encontrar ali quartos espaçosos e confortáveis todos com varandas privativas, novas suítes com direito até a jacuzzi com vista, fartíssimo café da manhã (com os pratos quentes preparados na hora) e chá da tarde completo incluídos nas diárias (que começam em, acredite, 300 reais por quarto). E, claro, as irmãs proprietárias e sua afinada equipe estão sempre por ali garantindo que os hóspedes estejam satisfeitos – com direito a mimos até na hora de ir embora. Tem review completinha da Solar da Serra aqui.

E se você estiver pensando em aproveitar um dos próximos finais de semana ou feriados para escapar para destinos no Sudeste brasileiro, vale a pena ler este post meu com dica de sete pousadas imperdíveis em destinos deliciosos de São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. Todas testadas e aprovadas, cheias de charme e conforto, no melhor estilo das pousadas brasileiras – vale espiar.

Siga também nossas redes sociais para ficar por dentro de todas elas: Instagram @ HotelInspectors,facebook @HotelInspectors e  Twitter @HotelInspectors.
.

As novidades do Sheraton Reserva do Paiva

Nos últimos anos, a Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, se desenvolveu rapidamente no mercado imobiliário e vem atraindo também cada vez mais turistas à região de belas praias que o rodeia – graças também ao hotel Sheraton Reserva do Paiva, que desencadeou considerável improvement na infra-estrutura regional.

O hotel, inaugurado há quase cinco anos, o Sheraton Reserva do Paiva me convidou neste último mês de maio para uma nova hospedagem ali, justamente para conferir as novidades da propriedade implementadas nos últimos tempos (a review da primeira vez que me hospedei ali pode ser conferida aqui).

Com arquitetura que acompanha o conceito arquitetônico da Reserva do Paiva (pautado em prédios baixos e extensas áreas verdes), tem localização bastante favorável para quem quer garantir sossego na hospedagem mas ter fácil acesso às rotas para explorar as praias da região. Apesar de bastante afastado de Recife propriamente dita, incluindo seu centro histórico e suas zonas mais boêmias e comerciais, a propriedade é quase pé na areia – a gente só precisa atravessar a avenida em frente para chegar ao mar. Localizado entre mar, área de mangue protegida e mata atlântica, o hotel se converteu também numa escapada tradicional de final de semana para muitos recifenses, como pude constatar durante esta última visita.

A orientação para o turismo de negócios e convenções ali também é grande, incluindo um moderno centro de convenções e eventos com mais de 1,500 metros quadrados para mais de duas mil pessoas. E a sustentabilidade tem espaço garantido, com projetos especiais de iluminação sustentável, controle da água, reciclagem, isolamento térmico e acústico.

As áreas comuns do hotel continuam chamando atenção pelo respeitável acervo de arte contemporânea que exibem em suas paredes. São quase 300 quartos, todos com vista para o mar ou para o manguezal e todos equipados com a premiada Sheraton Sweet Sleeper Bed. Minha hospedagem desta vez aconteceu em um quarto Sheraton Club, com acesso ao ótimo Sheraton Club Lounge o dia todo – incluindo um muito simpático café da manhã diário e happy hour com petiscos e bebidas alcoólicas todo final de tarde (encontrei ali, aliás, a melhor qualidade de serviço de todo o hotel). Único senão do club lounge é que, enquanto é um oásis de paz, sossego e silêncio durante a semana, costuma ser bastante cheio e barulhento aos finais de semana.

As opções de gastronomia por ali melhoraram muito em relação à minha primeira visita, no final de 2014 e constituem as principais melhoras da propriedade nestes últimos tempos. O restaurante principal, o Paiva Grill (que por muito tempo foi o único restaurante do hotel), funciona para café da manhã, almoço e jantar em formato buffet. Mas o hotel ganhou também o ótimo Reserva, que serve jantares à la carte (com ótima opção de menu degustação de cinco passos); os pratos rápidos do Lobby Bar (incluindo deliciosos sushis preparados ali mesmo, à vista dos hóspedes, nas noites de sexta-feira), e um delicioso restaurante à beira-mar no beach club para almoços descontraídos (inclusive bem tardios).

Desta vez, por problemas de serviço interno do hotel, infelizmente não consegui fazer uso de seu Sheraton Shine Spa, o spa interno com quase 600 metros quadrados de área (não posso atestar sobre a qualidade do mesmo agora, mas usei na visita anterior e tinha gostado bastante). Ao lado, um ,Sheraton Fitness Center de 120 metros quadrados. Piscina de adultos, piscina infantil, kids club, quadra poliesportiva, mini-golf e mesas de jogos completam a área de lazer do prédio principal.

Mas a área mais gostosa para o lazer fica à beira-mar, do outro lado da avenida que passa em frente ao hotel: o Sheraton Reserva do Paiva Beach Club. São dez minutinhos de caminhada ou cinco minutos de carro, em vans de cortesia que fazem esse trajeto ida e volta a cada meia hora. Além do restaurante e do bar completo, há piscina exclusiva, serviço de praia (embora a praia ali não seja própria para banho) e uma imensa área verde com direito a tatames, futons e espreguiçadeiras. A melhor pedida ali é usar o beach club como base e caminhar pela praia cerca de 3km para chegar às deliciosas piscinas naturais do Paiva (sossegadas, quase vazias, e boas para banho mesmo na maré alta). chegar a uma área mais gostosa para banhos, com piscinas naturais.

Vale saber que, logo em frente ao beach club, foi aberto um pequeno complexo de gastronomia e entretenimento, com boas opções para quem quer variar o cardápio das refeições sem se distanciar do hotel – incluindo uma filial do gostoso Beijupirá.

Mais detalhes da hospedagem no Sheraton Reserva do Paiva podem ser conferidos aqui.

ATUALIZAÇÃO: Em 23 de junho de 2020, o Sheraton Reserva do Paiva anunciou que encerraria suas operações até o final de julho do mesmo ano.

Siga também nossas redes sociais para ficar por dentro de todas elas: Instagram @ HotelInspectors,facebook @HotelInspectors e  Twitter @HotelInspectors.

O novo Four Seasons São Paulo

O mercado hoteleiro de luxo no Brasil anda de vento em popa. Depois da abertura do esperado Fasano BH, a contagem regressiva para a abertura do primeiro hotel da rede Four Seasons no Brasil (parte do crescente portfólio do grupo na América Latina) está finalmente terminando: no próximo dia 15 de outubro, segunda-feira, a esperada propriedade brasileira do grupo abrirá oficialmente suas portas, quase às margens do rio Pinheiros. Mas nós já fomos conhecer em primeira mão o que o novo Four Seasons São Paulo tem de especial.

Acompanhe as novidades do setor também no nosso instagram.

Parte do Parque da Cidade, o hotel conta com 258 quartos e suítes e 84 residências distribuídos em um edifício de 29 andares em plena Avenida das Nações Unidas.  Por fora, o imponente arranha-céus parece apenas mais um do emaranhado de edifícios da zona financeira em que se encontra.

Mas basta cruzar a discreta porta de entrada do novo Four Seasons São Paulo para ver que o grupo conseguiu, e com esmero, dar uma alma brasileiríssima ao hotel. Projetado pelo escritório norte americano HKS Architects em parceria com os brasileiros Afalo e Gasperini Arquitetos, e com design do norte-americano BAMO, o novo hotel do grupo Four Seasons tem sotaque definitivamente paulistano. 

Linhas curvas por toda parte. Foto: Mari Campos
Elegância nos banheiros. Foto: Mari Campos

Projeto caprichado

O projeto logrou conciliar harmonicamente a estética internacional do luxo contemporâneo com os estilos de grandes nomes brasileiros das artes e da arquitetura, incluindo obras de Francisco Brennand, Burle Marx e Paulo Mendes da Rocha espalhadas pela propriedade.

Matérias-primas brasileiras estão também por toda parte, do mármore das áreas comuns aos revestimentos e móveis dos quartos – com direito a muita madeira, janelas que isolam completamente os ruídos externos, linhas sinuosas que lembram Niemeyer e até carpetes cujo design homenageia o vizinho rio Pinheiros. O Brasil só não aparece nas amenidades dos quartos, que utilizam produtos Christian Lacroix. 

LEIA MAIS sobre o hotel aqui.

Apreço pela matéria-prima brasileira em cada detalhe. Foto: Mari Campos
Os carpetes que homenageiam o Pinheiros. Foto: Mari Campos

Embora a localização seja afastada das principais atrações turísticas da cidade, é visível a tentativa de criar uma importante conexão com o público local nas áreas comuns. Além disso, o hotel criou uma série de experiências exclusivas para hóspedes que queiram ir a fundo no destino – e diversas opções de compras, gastronomia e entretenimento estão a curta distância.

O segundo andar do hotel foi projetado para ser um oásis em meio à selva de pedra, com direito a jardins internos, spa BAMO, fitness center e uma piscina inovadora entre os hotéis paulistanos, com áreas interna e externa divididas por um vidro retrátil. 

Detalhe da piscina do spa. Foto: Mari Campos

Investida gastronômica

Mas a melhor sacada do hotel parece ser sua investida gastronômica, com o botequim-chic CajuSP e o restaurante Neto, ambos colados ao lobby – e separados por uma escadaria que sem dúvidas será uma das imagens mais icônicas da propriedade. Ambos testados e aprovados! 

O CajuSP seguramente movimentará a cena local na happy hour, incluindo no cardápio versões gourmet de clássicos paulistanos como bolinho de bacalhau, asa de frango etc e, é claro, uma série de signature drinks exclusivos. O design sinuoso bar foge do modelo tradicional dos bares de lobby e cria bons espaços de circulação e interação, sem intimidar de forma nenhuma o visitante que não esteja hospedado no hotel. 

Gastronomia ítalo-brasileira no restaurante Neto. Foto: Mari Campos

A cozinha do restaurante Neto (cujo nome homenageia os descendentes de imigrantes italianos em São Paulo) ficou a cargo do sempre excelente Paolo Lavezzini, ex- Fasano Rio, que supervisionará também o botequim e o room service.

Para o Neto, ele criou um menu tradicional italiano cheio de toques e releituras brasileiros, utilizando somente produtos locais – e em um ambiente que, apesar do serviço impecável do padrão Four Seasons, é absolutamente informal, incluindo grandes mesas comunais e alguns pratos do cardápio propositalmente criados para serem compartilhados. 

.

Aproveitar a época de abertura para conhecer o hotel pode ter suas vantagens, já que eles estão anunciando diversas ofertas de inauguração. Para paulistanos que buscam uma staycation ou breve escapada, o Summer Love Romance Package pode ser boa pedida para um final de semana romântico.  A conferir. 

.

Atualização: em 9 de novembro de 2020, a Four Seasons Hotels and Resorts anunciou que vai deixar a administração do hotel, fechado desde o começo da pandemia. Ainda não se sabe se outra rede assumirá a propriedade.

.

O Hotel Inspectors está também no Instagram @HotelInspectors, no facebook @HotelInspectorsBlog e no Twitter @InspectorsHotel. Acompanhe nossas descobertas pelas nossas redes sociais também.