Fasano Boa Vista

Grupo Fasano: excelente dobradinha à paulista

Com uma história ligada ao Brasil desde 1902, quando o italiano Vittorio Fasano imigrou e inaugurou a Brasserie Paulista, o grupo Fasano começou a investir na hotelaria em 2003, com a abertura do premiado Hotel Fasano São Paulo, idealmente instalado próximo a excelentes opções de compras, gastronomia e entretenimento na capital paulista.

Nestes quase 20 anos, a família expandiu os negócios na indústria da hospitalidade para diferentes destinos brasileiros (São Paulo, Porto Feliz, Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Belo Horizonte, Salvador e Trancoso), em Punta del Este (Uruguai) e, mais recentemente, também Nova York (EUA), com uma esperada e badalada inauguração. E, em São Paulo, o grupo Fasano propõe uma excelente dobradinha à paulista que tem sido um case de sucesso durante a pandemia.

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Tive a chance de fazer essa bela escapada – excelente tanto para quem mora na cidade ou no estado de São Paulo, como também para quem vem de bem mais longe – agora no comecinho de outubro. Durante a semana, misturei o super urbano Fasano São Paulo com o belo e bucólico Fasano Boa Vista, um verdadeiro oásis de design e conforto na zona rural de Porto Feliz, no interior de São Paulo. E voltei pra casa bem contente após ótimos dias de anywhere office.

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GRUPO FASANO: EXCELENTE DOBRADINHA À PAULISTA

Do Fasano São Paulo, propriedade muito sóbria e de décor quase masculino no coração dos Jardins (com direito a um impecável café da manhã à la carte servido no terraço do restaurante Nonno Ruggero) eu levei uma hora e meia de carro para chegar ao Fasano Boa Vista, uma hospedagem rural diferente de qualquer hotel fazenda brasileiro.

Localizado dentro dos impressionantes 12 milhões de metros quadrados da Fazenda Boa Vista, nos arredores de Porto Feliz, interior de São Paulo, o  Fasano Boa Vista divide espaço com condomínios de luxo, campos de golfe, um pequeno mall exclusivo, fazendinha, pista de triatlo, centro equestre, lagos e muito, muito verde em colinas, bosque e jardins exuberantes (a fazenda Boa Vista tem mais de 100 alqueires de mata nativa preservada).

A primeira “propriedade de campo” do grupo Fasano no Brasil acaba de chegar aos 11 anos sem desatualizar o belo projeto arquitetônico de Isay Weinfeld que mescla elegância e rusticidade na medida exata. O hotel vive agora seu melhor momento, aliás; desde o começo da pandemia, passa por um verdadeiro boom nas taxas de ocupação, em grande parte ao uso constante de ventilação e iluminação naturais em quase todos os ambientes, garantindo maior segurança para os hóspedes (apesar de infelizmente ter abolido por completo o uso de máscaras por parte do staff). 

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Fasano Boa Vista: diferente de qualquer hotel fazenda

O edifício principal do Fasano Boa Vista reúne recepção, lobby, varanda, espaço de negócios, bar, restaurante e 46 charmosas acomodações (12 delas suítes). Em todos os ambientes, sempre com muita madeira e muito verde à vista, o contato visual com a natureza local é o grande protagonista, seja através das varandas emolduradas dos quartos, da imensa varanda social do lobby e bar, ou do delicioso restaurante completamente aberto para o deck do lago principal da propriedade. O grande lobby envidraçado, aberto para a enorme varanda com vista para o lago e a fazenda, apesar de ser o verdadeiro coração da propriedade, é um verdadeiro oásis de sossego nos dias úteis.

As acomodações são todas muito espaçosas, com quarto, estação de trabalho, canto de refeições, amplo espaço para bagagens, grandes banheiros e deliciosas varandas. As suítes são duplex e têm seus cômodos distribuídos em dois andares, ganhando duas varandas; mas os quartos, apesar da área total menor, dão sensação muito maior de amplitude, com o visual externo parecendo “entrar” dentro da acomodação.

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Na gastronomia, a oferta é limitada, principalmente para quem fica hospedado por mais tempo; mas a qualidade é realmente extremamente satisfatória. Existe apenas um restaurante no hotel, aberto para café da manhã, almoço e jantar. O café da manhã é servido em sistema buffet acrescido de ótimas opções quentes à la carte (é bastante recomendável sempre reservar diárias com café da manhã incluído)

O menu do almoço e do jantar, que mescla delícias italianas e brasileiras com alguns pratos internacionais, prioriza ingredientes locais, alguns deles colhidos na própria fazenda – e com uma bela adega. A grande pedida ali é optar, em qualquer refeição (se o tempo permitir), por uma das mesas instaladas sobre o deck, ao ar livre, com vista para o lago. Há dois bares – um no edifício principal, com carta especial de cachaças – e um diante da piscina. Existe ainda um outro restaurante e bar da Fazenda Boa Vista na área dos campos de golfe.

O hotel tem se esforçado para ser livrar-se dos plásticos (as amenidades ainda são individualizadas, mas plástico de cana-de-açúcar) e apenas garrafas de vidro são utilizadas em toda a propriedade. Mas infelizmente ainda cobra pelas cápsulas de café nos quartos e suítes.

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Contato intenso com a natureza

A infraestrutura de lazer do Fasano Boa Vista é felizmente bastante focada no contato do hóspede com a natureza exuberante da fazenda na qual o hotel está inserido. O lago diante do edifício principal é próprio para banho, a piscina tem vista infinita para as colinas e jardins, há diferentes trilhas e pistas para jogging, quadras esportivas, pista de triatlo, dois campos de golfe (um deles, com 18 buracos, assinado por Randall Thompson), inúmeros jardins com excelente projeto paisagístico e bicicletas para empréstimo.

Há ainda cavalgadas que podem ser contratadas com ou sem guia, uma deliciosa fazendinha para as crianças, kids club, playground e um amplo menu de experiências personalizadas à disposição do hóspede. Dentre elas, ganha destaque absoluto o impecável piquenique organizado pelo hotel e servido, com mise en scène que não deixa nenhum estereótipo passar em branco, nos gramados da propriedade, com vista para o pôr do sol. Há opções diferentes para casais, grupos de amigos ou famílias com crianças (a partir de R$250,00), todos com direito a toalhas quadriculadas, almofadas, flores e cestas de vime repletas de lanches, petiscos e doces elaborados pela cozinha do hotel.

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Aos finais de semana, um telescópio é montado no deck do restaurante, à beira do lago, e os hóspedes têm a chance de observar estrelas, lua e planetas (como Saturno e Júpiter, mais frequentemente) sob orientação de uma especialista ali mesmo – se o tempo permitir, é claro -, sem custos extras.

E o hotel ainda tem um belíssimo spa de 1400 m² com direito a vasto menu de tratamentos, jacuzzis, cromoterapia, piscinas internas, saunas, duchas especiais e até uma miniatura do Mariá Spa de Cabelo, de São Paulo.

Além dos 9 hotéis, o grupo Fasano possui também 26 restaurantes – Fasano, Gero, Parigi e Bistrot Parigi, Trattoria, Nonno Ruggero e Gero Panini -, os bares Baretto e Baretto-Londra, e a loja Selezione Fasano, com produtos de gastronomia e linha de produtos para casa.

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Fazenda Santa Vitória

Fazenda Santa Vitória: fugindo do estereótipo do “hotel fazenda”

Desde a reabertura do turismo brasileiro no segundo semestre do ano passado, hotéis com grandes espaços ao ar livre têm sido especialmente procurados durante a pandemia. Muitos estão inclusive batendo recordes históricos de ocupação nos últimos meses, tão grande vem sendo a procura. É o caso da Fazenda Santa Vitória, em Queluz, SP, que vem também fugindo do estereótipo do “hotel fazenda” brasileiro.

Localizada no Vale do Paraíba, a propriedade começou a operar como parte da indústria da hospitalidade há cerca de quatro anos e meio, após os proprietários unirem quatro fazendas adjacentes da década de 1920. 

Hoje, apesar de funcionar unicamente de 5a. a domingo e feriados, o sucesso do empreendimento tem sido tão significativo que a ocupação anda beirando os 100% frequentemente – e as reservas disponíveis são para geralmente só daqui três ou quatro meses. E a sustentabilidade de suas operações é sem dúvidas seu principal atrativo.

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Fugindo do estereótipo do “hotel fazenda” brasileiro

A Fazenda Santa Vitória vem fugindo do estereótipo do “hotel fazenda” brasileiro desde sua abertura. Ali não há imensos buffets, programação diária de atividades, monitores nem qualquer tipo de entretenimento infantil. A propriedade é assumidamente muito mais pensada para e focada em adultos do que famílias com crianças e adolescentes. 

Também não se trata de um hotel de luxo. O hóspede não deve esperar excelência em serviço, mimos nem acomodações impecáveis. A proposta ali é oferecer amplos espaços ao ar livre, em um autêntica fazenda do Vale do Paraíba, para que cada um encontre na natureza e na cultura local seu espaço e diversão.

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As 18 acomodações estão espalhadas em diferentes modelos e espaços. Optando por qualquer uma delas, o hóspede tem acesso aos mesmos espaços comuns: gramados e jardins muito bem cuidados, trilhas, riacho e até cachoeira. E também ao mesmo serviço de pensão completa. Há também quadra de tênis, salão de jogos, piscina, sauna, “caldário” – e passeios à cavalo podem ser contratados à parte (mediante pagamento).

Para curtir melhor muitos dos espaços ao ar livre, tão fundamentais hoje em dia, o hóspede muitas vezes vai ter que pegar seu próprio carro e dirigir. Há bicicletas gratuitamente disponíveis para os hóspedes, mas alguns trajetos podem ficar mais “puxados” sobre apenas duas rodas. Mesmo os meros 4km que separam a sede da cachoeira, dada a topografia do terreno (acidentado e montanhoso), são definitivamente mais factíveis de carro. 

O hotel deve ganhar um spa até o final do ano e oferece ainda a possibilidade de visita à Casa do Arado, uma casinha isolada na fazenda que, em parceria com o Instituto Arado, tenta divulgar e preservar a história e a cultura regional caipira da região. 

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fazenda santa vitória: Diferentes tipos de acomodação

As 18 acomodações disponíveis na fazenda estão divididas, da mais simples à mais luxuosa, em suítes-sede, suítes-quintal, casas do pomar e casas na montanha. As linhas gerais propõem simplicidade com arquitetura de época integrada à natureza. Todas as acomodações são operadas em diárias com pensão completa, wifi e uso de todos os espaços comuns; mas as facilidades de cada tipo de acomodação mudam bastante. 

Fiquei hospedada em uma das quatro suítes da casa sede no último feriado de Independência do Brasil; mas vale o alerta de que são de longe as menos interessantes da propriedade toda. São mais simples, antigas e pequenas, sem qualquer balcão, varanda ou contato com a natureza. Na casa sede, há constante “entra e sai” de hóspedes e funcionários o dia todo, tirando qualquer resquício de privacidade dos quartos. O som vaza com facilidade de um quarto para outro e os quartos absorvem também todo o barulho e “falação”, tanto da piscina quanto da cozinha principal (logo cedo pela manhã nesse caso, inclusive). 

A minha recomendação é escolher acomodações das suítes-quintal (que têm diferença de valor ínfima em relação às suítes-sede) em diante. Todas essas são não apenas esteticamente muito mais interessantes como também mais aconchegantes e muito mais silenciosas e privadas. As suítes quintal e as casas do pomar (estas últimas inauguradas neste 2021) ficam quase anexas à sede, ao centro lazer e ao restaurante. Já as casas na montanha ficam isoladas, com vista panorâmica para a fazenda e os arredores (mas o hóspede precisa pegar o carro na hora de ir fazer as refeições ou utilizar a infraestrutura da sede).  

Dá pra conferir detalhes de toda a minha estadia por lá em várias imagens e vídeos tanto no feed quanto nos Stories do meu instagram @maricampos, sempre atualizadinho.

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Hospitalidade sustentável

O grande atrativo da Fazenda Santa Vitória é ser um hotel verdadeiramente sustentável, com iniciativas realmente interessantes que raramente são vistas em “hotéis fazenda” brasileiros. Há práticas regenerativas importantes tanto do ponto de vista ambiental quanto cultural, social e econômico.

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A propriedade, antes voltada para exploração de madeira e pecuária extensiva, hoje promove reflorestamento e manejo sustentável da terra. A pequena criação de gado é voltada para a produção local de leite e queijo para hotel e moradores. 

A equipe do hotel é quase toda composta por membros das famílias dos empregados originais da fazenda, que ainda moram ali mesmo e tiram dali o seu sustento. E em diversos aspectos tentam resgatar/preservar as referências histórico-culturais da região (da decoração à Casa do Arado, em parceria com o Instituto Arado).

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Há também painéis solares instaladas em diferentes pontos da propriedade, o hotel já é autossuficiente energeticamente e planeja construir em breve uma pequena termoelétrica para que seja capaz de gerar energia positiva – ou seja, gerar mais energia do que consome. 

Nos quartos, as amenidades Trousseau são colocadas em grandes dispensers nas paredes. Plásticos são evitados e há água filtrada cortesia generosamente abastecendo tanto um filtro à entrada da casa da sede o dia todo quanto charmosas moringas à cabeceira da cama em todos os quartos. 

A alimentação não fica de fora: boa parte do que chega à mesa do hóspede é preparado com a produção da própria fazenda, seja da queijaria, da horta ou do pomar.

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FOCO ainda maior na gastronomia

As refeições são parte importante da experiência na Fazenda Santa Vitória e os quitutes da cozinha conduzida pelo chef Vitor Rabelo estão sempre incluídos nas diárias. A propriedade deve passar a focar ainda mais no aspecto gastronômico do hotel: até o ano que vem, deve ganhar novos espaços dedicados à gastronomia, inclusive um restaurante totalmente dedicado a carnes, instalado no haras, com vista panorâmica para o vale. 

A maioria das refeições, ainda que com menu bastante enxuto (entrada e sobremesa sempre únicas, três opções para o prato principal), é à la carte. As mesas são fixas para cada quarto/hóspede/família. Mas como os slots de horário para as refeições não são muito amplos, convém chegar cedo para pegar o restaurante mais vazio.

Os pratos são muito bem apresentados e há sempre alguma opção vegetariana no cardápio. Mas vale saber que a feijoada de todo final de semana é obrigatoriamente servida em um buffet assistido.

Eventualmente, oferece-se aos hóspedes algum tipo de degustação cortesia de produtos da região durante a estadia. Nos meus dias por lá, houve degustação de cerveja artesanal em um dos almoços e de cachaça antes de um dos jantares.

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O café da manhã merece destaque: a melhor refeição da casa é todinha preparada ali mesmo, item por item, e chega com capricho à mesa. O iogurte da casa é excelente e tem também uma das melhores granolas que já provei na vida! 

É pena que a propriedade não utilize regularmente seus muitos gramados e espaços abertos para também à hora das refeições, ainda mais durante a pandemia. Apenas dois almoços são feitos ao ar livre (um nos arredores da cachoeira e outro nos jardins da casa sede); todas as demais refeições são sempre feitas dentro do restaurante e/ou em sua varanda coberta anexa.

A Fazenda Santa Vitória vai ganhar em breve também uma queijaria completa, em parceria com o queijeiro João Laura, que vai contar inclusive com espaço dedicado para degustações e um terraço aberto.

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Serviço

A Fazenda Santa Vitória fica na cidade de Queluz, SP, quase na divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Viajei para lá no meu próprio carro e achei o acesso a partir da Via Dutra muito fácil e bem sinalizado, com apenas um pequeno trecho em estrada de terra. As diárias com pensão completa valem desde R$2.200,00 para duas pessoas, incluindo café da manhã, almoço, bolo com café à tarde e jantar – sempre com água filtrada cortesia à mesa. Demais bebidas são todas cobradas à parte.

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