Tasca Mandarin Oriental Jumeira Beach Dubai

EXPO2020 movimenta A CENA HOTELEIRA em Dubai

Até março de 2022, Dubai está praticamente “recebendo o mundo todo” na EXPO2020. Adiada em função da pandemia, a exposição universal acontece pela primeira vez no Oriente Médio, e pela primeira vez dividida em dois anos. E, desde outubro passado, a EXPO2020 movimenta a cena hoteleira em Dubai mais ainda, gerando recordes de reservas em diversas propriedades.

Em novembro último, estive novamente em Dubai. Desta vez, a convite da Emirates, que se responsabilizou pelas minhas primeiras quatro noites de hospedagem no emirado e me levou à EXPO. Dá pra conferir detalhes da classe executiva da companhia, que retorna com o A380 ao Brasil, aqui.

Depois, estiquei minha viagem por conta própria por mais alguns dias (dá pra conferir todos os detalhes no feed e nos destaques do Stories do Instagram @maricampos) e aproveitei para conferir não apenas as principais novidades turísticas do destino, como também como anda a sempre fértil (e expansiva!) cena hoteleira no emirado.

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case do turismo e da hotelaria internacional

Dubai segue sendo um grande case da indústria turística e também da indústria hoteleira. Um destino “inventado” que não deixa nunca de se reinventar e que, com investimentos acertados e constantes no setor, vem tendo retorno bastante satisfatório mesmo em plena pandemia. 

Na alta temporada 21/22, iniciada em novembro passado, as reservas em hotéis do emirado de diferentes estilos e budgets estão batendo recordes – mesmo com aumento considerável nas tarifas, dado o movimento gerado pela EXPO.

Novas atrações e, obviamente, também novos hotéis estão constantemente abrindo suas portas no Emirado que mais cresce e mais cativa turistas internacionais (em grande parte por ser também majoritariamente um destino de expatriados). E a EXPO, aberta em outubro e em cartaz até março do ano que vem, definitivamente está contribuindo mais ainda para esse movimento. 

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O curioso caso da Curio Collection em Dubai

Desta vez, visitei muitos hotéis de diferentes estilos e com diferentes propósitos, mas dividi toda a minha estadia no Emirado em apenas dois deles: o V Hotel Dubai (a convite da Emirates) e o Al Seef Heritage Hotel (inteiramente por minha conta). 

Por acaso (só soube do V Hotel pouco antes da viagem), ambos hotéis são membros da Curio Collection, da Hilton Hotels. E dois hotéis que não podiam ser mais diferentes e antagônicos entre si, bem como o são as diferentes regiões de Dubai nas quais estão localizados. 

O “case” da Curio Collection no destino é mesmo curioso. Para ambos hotéis tenho algumas ressalvas importantes ao serviço, principalmente no que se refere à ausência de compliance com o programa Safe Clean, criado e implantado pela Hilton durante a pandemia. Buffets de café da manhã com hóspedes se servindo normalmente sem máscaras e muitos funcionários com o nariz para fora da máscara ou máscara no queixo foram figurinha constante durante minhas estadias.

Mas, mesmo sem considerar a (tão necessária) segurança pandêmica que estes tempos exigem, há um outro fato que chama a atenção: enquanto o simpático e old fashioned Al Seef, em Old Dubai, vai bem de encontro ao perfil de boa parte das propriedades que geralmente integram a marca Curio Collection, o V Hotel, por outro lado, destoa completamente. Vibe festeira em todos os ambientes, áreas comuns sempre muito movimentadas, barulho nos corredores. E o mais curioso: ocupa o prédio antes ocupado pelo W Dubai em Business Bay (há um novo e lindo W Hotel em Dubai, instalado na “palmeira”) sem mudar uma vírgula, um abajur, no imóvel do antigo hotel da Marriott.

Apesar da mudança de nome e mesmo de rede hoteleira, o rebranding da propriedade não incluiu uma única mudança estrutural ou visual do antigo W. Mesmos quartos, mesmas cores, mesmo décor, tudo absolutamente igual. A única mudança, acredite, foi transformar o clássico W do lobby dos W Hotels em um V vermelho. 

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Cresce a procura também para ver Dubai do alto dos hotéis

Um programão em Dubai é ver o emirado do alto, dia e noite. E boa parte dos hotéis por ali tem tirado proveito disso, instalando bares e restaurantes em seus rooftops que andam cada vez mais concorridos. Afinal, a EXPO2020 movimenta a cena hoteleira em Dubai ainda mais neste final de ano.

Restaurantes como os excelentes (e imperdíveis!) Fi’lia, no (lindo!) SLS Dubai, e Tasca by José Avillez, no Mandarin Oriental Jumeira Beach, têm vistas incríveis para diferentes pontos do emirado – Burj Khalifa incluído no horizonte. A casa do sempre ótimo José Avillez no Mandarin Oriental, aliás, tem menu excelente, ótima trilha sonora, serviço super cuidadoso e uma imbatível sangria da casa. Super bem ventilado com os tempos atuais exigem, deixa a vista à escolha do cliente: o inconfundível skyline futurista do emirado de um lado e a praia de Jumeira do outro.

Rooftop bars em hotéis por lá também são cada vez mais fartos e disputados. Em muitos deles, reservas são mandatórias em qualquer dia da semana, dada a procura crescente por esses espaços. Do alto de (muitas, às vezes) dezenas de andares, as vistas enquanto se saboreia um bom drink definitivamente valem os coquetéis de valores inflacionados. Considere seriamente conhecer Cielo Sky Lounge no Park Hyatt, Treehouse no Taj Dubai, SoBe do W Dubai The Palm e CéLaVi no Address Sky View. Até o Sol Sky Bar, o mais baixinho deles, no sétimo andar do Canopy By Hilton, tem seu charme e uma vista bem interessante a partir de Old Dubai. 

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EXPO2020 MOVIMENTA A CENA HOTELEIRA EM DUBAI

Além do bling-bling das áreas mais contemporâneas (ou seriam futuristas? rs) de Dubai e do clima nostálgico da parte antiga do emirado, muitos dos bons hotéis do destino estão localizados à beira-mar. Fazem sucesso sobretudo entre europeus, que viajam para lá também em busca de escapada pouco convencional de praia. 

Propriedades como Mandarin Oriental Jumeira Beach, One&Only Royal Mirage Resort, Address Dubai Marina, Jumeirah Al Qasr, Anantara The Palm Dubai Resort, Fairmont The Palm e Four Seasons at Jumeirah Beach têm todos excelente estrutura de resort de praia, com ótimos serviços à beira-mar. 

Mesmo o viajante que não se hospeda em um resort “pé na areia” tem a chance de curtir pelo menos um bom dia de praia em Dubai – e dar um belo mergulho no Golfo Pérsico – optando pelo sistema de day use que várias propriedades por ali oferecem. É esse o caso, por exemplo, do Ritz-Carlton Dubai, instalado em plena marina, com vista privilegiada da Ain Dubai (uma das mais novas atrações do destino e mais alta roda-gigante do mundo) de toda sua extensão de praia. E tem tido bastante sucesso no serviço nestes tempos de EXPO.

Ocupando o coração da JBR Beach, o resort conta com um parque aquático com diversas piscinas para adultos e crianças, ampla faixa de areia com serviço de praia e um gostoso restaurante à beira-mar, o La Baie, que serve ótimos drinks e gostosos ceviches, saladas, tostas e outros pratos levinhos, bem bom para o almoço. O day use do hotel vale desde AED150 e inclui serviço de praia com toalhas, água mineral, cadeiras e espeguiçadeiras; dependendo da época do ano, parte do valor do day use pode ser usado como crédito no consumo de alimentos e bebidas no hotel também. 

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Four Seasons Madrid

Madri quer ser polo da hotelaria de luxo

Nos últimos doze meses, a capital espanhola testemunhou a (esperada!) inauguração de propriedades de três das mais luxuosas redes hoteleiras do mundo: Four Seasons Madrid, Mandarin Oriental Ritz Madrid e Rosewood Villa Magna Madrid. E isso parece ser só o começo de uma nova era: Madri quer ser polo da hotelaria de luxo.

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Isso mesmo: em plena pandemia, três das principais redes de hotéis de luxo abriram unidades em Madri, impulsionando um novo projeto da cidade de ser um novo pólo do turismo de luxo na Europa. Primeiro, a rede canadense Four Seasons abriu seu primeiro hotel na Espanha, o Four Seasons Madri, em pleno centro da cidade, começando uma transformação importante na região. Depois, agora em 2021, as duas reaberturas hoteleiras mais esperadas do país aconteceram: os agora Mandarin Oriental Ritz Madrid  (antigo e icônico Ritz Madrid) e Rosewood Villa Magna Madrid (antes Villa Magna, então parte do portfólio da Leading Hotels of the World).

Passei o último mês em viagem pela Espanha e, nos meus vários dias madrileños, fiz questão de me hospedar por alguns dias nas três propriedades recém abertas. Você pode conferir detalhes de todas elas também no meu Instagram @maricampos

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Four Seasons Madrid reestrutura turismo de luxo no centro de Madri

Inaugurado há cerca de um ano no número 3 da Plaza Canalejas, em pleno centro de Madri, a passos da Puerta del Sol, o Four Seasons Madrid (diárias desde 615 euros, mais detalhes sobre valores aqui) ganhou logo ao lado um gigante centro comercial de luxo, as Galerías Canalejas, e uma loja da Hermès no próprio lobby do hotel.

O lobby impressiona, com pé direito gigante, concierge e recepção discretos, bar de canto, uma imponente escadaria e a adorável escultura de KAWS em frente ao hall dos elevadores (parte da imensa coleção de arte espalhada por todo o hotel). Os house cars são inconfundíveis Porsche Panamera estampados com o logo del hotel, que chamam a atenção de todo turista que passa pela região.

Do lado de dentro, quartos espaçosos e muito confortáveis, com luxuosas amenidades Hermès. Os hóspedes todos recebem um safety kit com máscaras cirúrgicas e álcool em gel – e há fartura de displays de álcool em gel em todos os ambientes do hotel.

Os grandes destaques ficam por conta do belo spa na cobertura, com direito a piscina climatizada coberta e deliciosos lounges ao ar livre com vista panorâmica para Madri, e a imperdível Dani Brasserie, o mais gostoso rooftop da cidade, com bar e restaurante. A Dani Brasserie, do chef Dani Garcia, abre para todas as refeições também para não hóspedes e serve um excelente café da manhã com pratos à la carte e buffet assistido (com tudo devidamente protegido e individualizado) incluídos. O serviço ali é irretocável: eficiente e cálido na medida, para fazer jus às vistas espetaculares do local.

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Mandarin Oriental Ritz Madrid dá novo twist ao grande ícone hoteleiro da cidade

O novo Mandarin Oriental Ritz, Madrid (diárias desde 850 euros, mais detalhes sobre valores aqui), reaberto neste 2021 após três anos e 99 milhões de euros de reforma, conseguiu manter todo o charme e a história do hotel mais icônico da cidade, aliado agora a uma vibe contemporânea e cosmopolita. 

Até hoje ligado à realeza espanhola (rei e rainha estiveram por lá durante minha estadia no hotel em outubro, por sinal), o novo Ritz foi inteiramente reformado e remodelado e ganhou espaços incrivelmente convidativos – a começar pelo próprio lobby, que ganhou um balcão de canto e uma impressionante instalação de arte no teto que provoca reflexos lindos conforme a luz do dia e da noite vai mudando.

Os quartos todos contam com vista externa, amenidades da Natura Bissé e uma adorável maleta de couro com secador, difusor e chapinha. As suítes têm também serviço de mordomo incluído e impecáveis (nada mini) minibar e room service. O novo spa tem uma imperdível área de piscinas climatizada e aquecida (ambas cobertas), cujo décor foi pensado para ser uma extensão dos novos banheiros dos quartos de hóspedes. 

A gastronomia todinha do hotel está à cargo do chef Quique Dacosta – inclusive o room service, de longe o melhor de toda minha viagem. O restaurante Palm Court, com décor bastante clássico, mas agora sob uma encantadora cúpula de vidro, recebendo muita luz natural o dia todo (funciona o dia todo e ali é servido também o delicioso café da manhã). Tem um minúsculo Champagne Bar ao fundo, para jantares especiais. Ao lado do Palm Court fica o luxuoso Deessa, o restaurante gourmet de Quique Dacosta, com direito a muito dourado e décor bem contemporâneo. Com tempo bom e temperaturas mais quentes, abrem o El Jardín del Ritz, todinho ao ar livre, no delicioso jardim do hotel.

O maior destaque fica por conta do Pictura, o novíssimo e imperdível bar do hotel. Acessível através de uma porta espelhada ao lado da recepção, o visual do bar impressiona, com quadros de artistas contemporâneos espanhóis retratados como se fossem pinturas expostas no vizinho Museo del Prado. Os barmen parecem saídos de um filme de James Bond e são excelentes; e os drinks, divinos, vêm sempre acompanhados de deliciosas castanhas e amêndoas tostadas e temperadas. 

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Rosewood Madrid Villa Magna consolida a vocação para o luxo do bairro Salamanca

O Rosewood Madrid Villa Magna (diárias a partir de 700 euros, mais detalhes sobre valores aqui) acaba (literalmente) de abrir suas portas em Madri. Após a esperada remodelação dos últimos 15 meses, quando o grupo Rosewood assumiu de fato a propriedade, o hotel foi inaugurado no último dia 22 de outubro – e, menos de uma semana depois, lá estava eu, a primeira jornalista brasileira a se hospedar no hotel. 

A nova entrada inclui um charmoso acesso para os carros e escada e rampa independentes para quem está à pé. A localização no charmoso bairro de Salamanca é excelente, seja para atividades culturais, gastronômicas ou de consumo. Os novos quartos ganharam décor muito elegante e contemporâneo, incluindo belos bar, living e banheiro, com amenidades da Maison Caulières – e kits de segurança sanitária, com máscara e álcool em gel, repostos diariamente. 

O novo hotel ganhou charmosos restaurante e bar – Las Brasas de Castellana e Tarde.O, respectivamente – e deve ganhar um restaurante estrelado até o final do ano. O principal destaque pra mim é a espetacular cafeteria Flor y Nata, o café contemporâneo mais bonito que já vi em Madri.

Também aberta a não hóspedes, a Flor y Nata tem dois charmosos espaços – um sossegado, com poltronas e mesas, e outro com banquetas e mesa alta, para quem quer apenas trabalhar por ali. Cafés e doces excelentes dia e noite, inspirados nas melhores pâtisseries francesas, e atendimento impecável. Das 16 às 19h30 ainda serve diariamente um lauto afternoon tea à la carte, com suas deliciosas pâtisseries incluídas no completíssimo menu (reserva obrigatória). 

O hotel tem também duas charmosas terrazas ao ar livre, um gramado externo para eventos, impactantes recepção e escadaria e inaugurará em breve seu esperado spa.

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As duas suítes mais caras da Espanha

Como Madri quer ser pólo da hotelaria de luxo, seus novos hotéis trouxeram também as suítes mais caras de toda a Espanha. As suítes reais (Royal suite) dos hotéis Four Seasons Hotel Madrid e Mandarin Oriental Ritz, Madrid, podem chegar a impressionantes 20.000 euros mais impostos por noite. 

A do Mandarin Oriental Ritz, situada no primeiro piso e com vista para o Museo del Prado, é opulenta: 228 metros quadrados divididos em sala de jantar, living, studio privado, dormitório circular com closet, banheiro estilo spa (com sauna a vapor e ducha de pedra natural incluídas), dormitório adicional e lavabo. 

A do Four Seasons tem impressionantes 431 metros quadrados e ocupa o que um dia foi o escritório do antigo presidente do Banesto: além de living e espaços quarto e banheiro, tem um imenso closet, escritório, cozinha, dois dormitórios, sua própria academia e até uma curiosa chaminé. 

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Madri quer ser polo da hotelaria de luxo

De fato, Madri quer ser novo polo da hotelaria de luxo e do próprio turismo de luxo na Europa. Em outubro passado, foi lançada a plataforma MDL – Madrid Capital del Lujo, que reune autoridades locais, governo espanhol e diversos empresários e investidores para tentar alavancar o turismo de luxo na capital espanhola. 

Do final de 2021 a meados de 2022, outros hotéis de luxo devem abrir as portas na cidade, incluindo o primeiro hotel da marca W (bem em frente ao Four Seasons Madrid, contribuindo para transformar a Plaza Canalejas em novo hub de luxo madrileño), o primeiro hotel da marca Edition (também da Marriott), o primeiro da rede francesa Evok e ainda o Radisson RED e o CR7 Pestana.  Acompanhe meu instagram @maricampos para conferir mais detalhes sobre o tema e esta viagem.

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Covid-19 prolonga o uso de plástico na hotelaria: piscina do Mandarin Oriental Lake Como

Covid-19 prolonga o uso de plástico na hotelaria

A covid-19 afetará negativamente as metas de redução do plástico de uso único na hotelaria? Pelo menos a curto prazo, sim. A médio ou a longo termo ainda é cedo para dizer, até porque ainda não sabemos o que significa pouco ou muito tempo para o novo coronavírus. Todo ano a Euromonitor International, especializada em pesquisa de mercado, aponta tendências globais de consumo. Para 2020, os “revolucionários da reutilização” (“reuse revolutionaries” no original em inglês) empenhados em encontrar alternativas para produtos de plástico descartável estavam no top 10 de tendências. Era um mundo diferente do atual. Poucos meses depois, com a pandemia, a empresa revisou suas previsões.

Parece que demos um passo atrás na busca por um turismo mais sustentável e os “revolucionários da reutilização” ficaram em segundo plano. Com a covid-19, a prioridade é limpeza, e não redução de plástico descartável na hotelaria. Há propriedades reabrindo com toalhas embaladas em sacos de plástico, assim como controles remoto, talheres, alimentos. Hotéis adicionaram máscaras e luvas descartáveis, em invólucros plásticos, e frascos de álcool gel às amenidades de banheiro. E há os essenciais equipamentos de proteção individual dos funcionários, além de embalagens de produtos de limpeza e desinfetantes usados em quantidades maiores.

Leia mais: O difícil adeus ao plástico nos hotéis

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O plástico aumenta a percepção de higiene e passa sensação de segurança sanitária. É barato, leve, fácil de produzir e de limpar. Mas o uso excessivo e o descarte irresponsável poluem os oceanos, matam espécies marinhas, incluindo aves, e fazem mal para a saúde. Reportagens na imprensa europeia anunciaram que conservacionistas franceses recolheram máscaras, luvas descartáveis e frascos de álcool gel no Mediterrâneo. Meio mundo adiante, em Hong Kong, também foram encontradas máscaras no mar. A publicação britânica The Economist destacou que a pandemia de poluição plástica chegou ao Rio Tâmisa, em Londres. Para dar ideia da dimensão do mar de problemas dos plásticos de uso único, as Nações Unidas estimaram, em 2018, que 13 milhões de toneladas de plástico chegam ao mar a cada ano.

Leia mais: Hotel carbono neutro, hospedagem que não deixa pegadas

Piscina do Mandarin Oriental Lago di Como, reaberto mês passado
Piscina do Mandarin Oriental Lago di Como, reaberto mês passado | Foto de divulgação

Pandemia x ecologia: as metas de redução de plástico na hotelaria

Como já apontamos aqui, os ajustes por conta da covid-19 na hotelaria de luxo serão menores em várias áreas, inclusive no uso de plástico descartável. Amenidades de banho em embalagens de cerâmica ou de plástico em formatos maiores e não descartáveis, água em garrafas de vidro, sacos de lavanderia em tecido, iogurte em copos individuais de vidro, tudo isso já fazia parte da rotina de vários hotéis. Mas há novos desafios a serem enfrentados. A rede asiática Mandarin Oriental se comprometeu, no final do ano passado, a eliminar o plástico de uso único até 2021. Em maio deste ano, o grupo prestou contas do progresso já levando em conta a covid-19.

Por enquanto, a meta está mantida. Mas o grupo MO admite que novos protocolos de limpeza dos hotéis podem vir a atrasar o processo. O plástico descartável em estoque, como garrafas de água e amenidades de banheiro, vai demorar mais a acabar. A rede também ressalva que está enfrentando dificuldades em convencer fornecedores a mudar procedimentos.

Six Senses Con Dao, no Vietnã: alimentos em embalagens sustentáveis
Six Senses Con Dao, no Vietnã: alimentos em embalagens sustentáveis | Foto de divulgação
as dificuldades no caminho

O uso de plástico pela cadeia de fornecedores é um obstáculo para qual havia chamado a atenção, antes da pandemia, a reconhecidamente sustentável rede Six Senses. Six Senses, que aboliu as garrafas de plástico na década de 1990, tem o ambicioso objetivo de ser plastic free em 2022.

Para uma propriedade que nasce com a preocupação de ser sustentável, talvez seja mais simples manter distância do plástico. Um hotel inaugurado este mês na Riviera Maya, Palmaïa, The House of Aïa, parte da coleção L.V.X. da Preferred Hotels, anunciou que não terá amenidades de banheiro em embalagens descartáveis nem garrafas de plástico na propriedade.

Leia mais: Cinco inovações que vão mudar a hotelaria

Covid-19 na hotelaria: banheiro sem amenidades em plástico no novo Palmaïa
Banheiro sem amenidades em plástico no novo Palmaïa | Foto de divulgação
O que as redes hoteleiras podem fazer agora

Não há comprovação de que uma garrafa de água de plástico seja mais segura em relação ao novo coronavírus do que uma de vidro. Mas redes hoteleiras comprometidas com o meio ambiente podem se ver obrigadas a aumentar o consumo de plástico de uso único. Na situação excepcional de uma pandemia, ambientalistas dizem que uma das soluções a curto prazo é os hotéis se preocuparem cada vez mais com o descarte correto. EPIs devem ser incinerados. Frascos de álcool podem ser reciclados, ainda que custe mais caro reciclar plástico do que comprar um novo. Consumidores conscientes podem levar a própria garrafa de água e produtos de higiene em embalagens recicladas ou recicláveis. E, na hora de escolher onde gastar o dinheiro, priorizar hotéis que levam a sério a sustentabilidade.

Atualização: Nem tudo é notícia ruim quando o assunto é o excesso de plástico de uso único na hotelaria. Há bons exemplos inclusive no Brasil. Em agosto de 2020, a associação de hotéis e pousadas Roteiros de Charme anunciou que agora faz parte da Global Tourism Plastics Initiative, iniciativa da Organização Mundial do Turismo (UNWTO na sigla em inglês) para reduzir o uso e reciclar o plástico na indústria de viagens.

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Mandarin Oriental Hong Kong

Como estão as reaberturas de hotéis na Europa e na Ásia

Hotéis na Europa começaram a reabrir este mês. Na China, onde as operações foram retomadas há algumas semanas, algumas propriedades apresentam boas taxas de ocupação. Tanto no continente europeu quanto no asiático, esta primeira fase de reabertura da hotelaria é voltada para o público regional. Ainda que os cenários locais sejam muito diferentes do Brasil, por enquanto é o que temos de referência para nos preparar. Algumas modificações nas reaberturas de hotéis na Europa e na Ásia parecem temporárias, como restaurantes fechados. Outras provavelmente chegaram para ficar, como protocolos de limpeza mais rígidos, já anunciados por diversos grupos hoteleiros, inclusive brasileiros, e check-in touchless.

Atualização: Em 12 de maio, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC na sigla em inglês) anunciou protocolos globais para a segurança sanitária na hotelaria, entre outros setores. As medidas (em inglês) estão neste link.

REABERTURAS DE HOTÉIS NA EUROPA E NA ÁSIA: La Réserve Paris
Sala de uma das suítes do La Réserve Paris | Foto de Carla Lencastre

La Réserve Paris foi o primeiro hotel palácio da capital francesa a reabrir, seguindo novos procedimentos de higienização e de distanciamento social. Neste primeiro momento, o hotel está recebendo apenas moradores da cidade ou dos arredores. Seus dois restaurantes e o bar permanecem fechados. Mas a cozinha também voltou a funcionar e as diárias incluem café da manhã e jantar, servidos nas acomodações (são 25 suítes e 15 quartos). O restaurante Le Gabriel, com duas estrelas Michelin, agora entrega em casa. Na Suíça, o La Réserve Genève reabriu e o La Réserve Eden au Lac Zürich está previsto para 11 de maio.

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Leia mais: Como é se hospedar no La Réserve Paris

REABERTURAS DE HOTÉIS NA EUROPA E NA ÁSIA: Club Med Alpe d'Huez
Um dos quartos do novo Club Med Alpe d’Huez, na França | Foto de divulgação

Ainda na França, e na Itália, o Club Med pretende reabrir seus resorts de neve em julho para receber moradores dos dois países, que geralmente viajariam para outros lugares no verão. Tiago Varalli, diretor do Club Med Brasil, contou em uma live Check Point, na Panrotas, que os resorts de inverno do grupo na França e na Itália, em princípio, funcionarão nos meses de julho e agosto.

Leia mais: É seguro usar a piscina do hotel durante a pandemia de covid-19?

Em seu site, o Club Med listou oito novas medidas de segurança sanitária, como medição diária de temperatura de todos os hóspedes, funcionários (serão todos testados antes de retornar ao trabalho) e fornecedores. Um bloco de quartos será reservado para isolamento, caso apareça alguma suspeita de covid-19. Já os bufês de refeições self-service, tão amados pelos brasileiros no Club Med e em outros resorts, ficarão no verão passado. Os resorts do grupo francês continuarão com bufês e o hóspede pode escolher o que quiser, mas agora funcionários montarão os pratos. No Brasil, por enquanto os planos do Club Med são reabrir seus três resorts (nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia) em julho.

Atualização: O Club Med adiou a reabertura dos resorts em São Paulo e Rio de Janeiro para o final de agosto, e o da Bahia, para setembro.

exemplos asiáticos

Na China, onde o grupo reabriu dois de seus quatro resorts, Varalli diz que a taxa de ocupação tem chegado perto de 100%, apenas com o turismo regional. Mais uma vez, vale lembrar que a China vem de uma situação econômica antes da pandemia bem diferente da brasileira.

Leia mais: Como será a hotelaria de luxo na era covid-19

REABERTURAS DE HOTÉIS NA EUROPA E NA ÁSIA: Regent Shanghai Pudong
O novo Regent Shanghai Pudong | Foto de Ken Seet

Uma ação da hotelaria em Hong Kong deixa claro como os cenários são diversos, mas ainda assim é inspiradora. Hotéis de luxo uniram forças e criaram uma aliança que seria impensável em tempos pré-covid-19. Oito grupos hoteleiros, entre eles Mandarin Oriental (foto no alto do texto), Peninsula, Rosewood e Shangri-La, formaram a aliança Heritage Tourism Brands. Hong Kong já sofria com a queda de visitantes antes do novo coronavírus, por conta dos protestos políticos.

Leia mais: Covid-19 prolonga o uso de plástico na hotelaria

A ideia da aliança é defender de maneira unificada junto a órgãos como o Hong Kong Tourism Board e a Hong Kong Hotel Association a posição da hotelaria de luxo nos planos de reconstrução do turismo. Segundo a plataforma especializada na indústria de viagens Skift, o escritório de turismo local planeja investir US$ 52 milhões agora em junho para ajudar a recuperação do setor de viagens. Formado por alguns dos empresários mais ricos de Hong Kong, o objetivo vai além de fazer lobby. O grupo pretende também criar um fundo próprio para financiar a promoção de seus hotéis na própria Hong Kong, fazendo parcerias com atrações turísticas da cidade para criar experiências voltadas para os moradores.

Da China veio também a primeira notícia de um novo hotel em tempos de crise. O InterContinental Hotel Group (IHG) inaugura em 16 de maio o Regent Shanghai Pudong, e continua expandindo a marca de luxo na Ásia. Vietnã será o próximo país. O hotel de Xangai não chega a ser inteiramente novo. É uma troca de bandeira: a propriedade hoje é o Four Seasons Pudong.

Há vida pós-quarentena nas reaberturas de hotéis na Europa e na Ásia .

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Novidades na hotelaria novaiorquina

Já tem um tempinho que Nova York entendeu que era preciso inovar para renovar a hotelaria da cidade. Nos últimos cinco anos, diversos hotéis passaram por renovações e super liftings, e vários novos hotéis abriram suas portas na cidade, em distintos cantos.

Uma grande mudança foi a abertura da segunda unidade do grupo Four Seasons na até então mais isolada Downtown em 2016. O Four Seasons New York Downtown contribuiu enormemente para redesenhar a região, que se configura cada vez mais como uma excelente localização de hospedagem para quem quer explorar a cidade tanto em distintos cantos de Manhattan como também em outros distritos e vizinhanças. E o hotel ainda tem um belíssimo spa e uma filial do CUT by Wolfgan Puck.

Hoje, Downtown conta com um clima muito mais gostoso e tipicamente novaiorquino, com excitantes novos bares, novos cafés, novos restaurantes e dois grandes complexos de compras mais upscale, o Brooksfield Place e o mall Westfield, anexo à genial obra de Calatrava, o Oculus – e com muito menos fluxo de turistas que outros cantos da cidade. A região também ganhou diversas novas atrações, como o imperdível One World Observatory e o Museu e Memorial de 11 de setembro. E ganhou também novas opções em hospedagem, como as residências do AKA Wall Street, hotel membro da Preferred Hotels, para quem fica mais tempo na cidade e quer contar com a conveniência de um apartamento completo, com serviço incluído.

Mesmo os hotéis mais clássicos entenderam que é preciso reinventar e se adaptar aos novos tempos e novos perfis de público – principalmente na hotelaria de luxo. Um caso excelente é o do Mandarin Oriental New York que passou por remodelação, mas segue sendo um clássico na cidade – e adicionou aos seus atrativos grandes sacadas, como o genial bar The Aviary, filial da unidade premiada de Chicago. Instalado no 35o andar, oferece pratos e drinks fora do comum (espere malabarismos, cozinha molecular, nitrogênio líquido etc) e vistas panorâmicas para o Central Park.

Detalhe de uma das estrelas do cardápio do The Aviary, no Mandarin Oriental New York. Foto: Mari Campos

Fora de Manhattan, hotéis cada vez mais transados e focados nos millennials e hipsters entenderam que uma bela vista é fundamental para quem explora outros boroughs. Bom exemplo disso são os novos hotéis no Brooklyn e Williamsburg, sempre investindo em rooftop bars e/ou piscinas externas com vista. O belo Equinox Hotel New York, aberto recentemente em Hudson Yards, também entendeu esta máxima rapidinha e acertou imensamente nos janelões dos quartos, no delicioso rooftop e na escandalosa piscina com vista para Manhattan e uma visão privilegiada do The Vessel (que já é, aliás, o monumento mais fotografado de Nova York hoje).

O The Vessel visto do rooftop do Equinox Hotel, em Nova York. Foto: Mari Campos.

Em visita à cidade na semana passada (com apoio do NYCgo e da Copa Airlines), acompanhei pessoalmente a abertura de outros dois novos hotéis de estilos e budgets bem diferentes, e em pontos distintos de Manhattan. Primeiro, o belo Conrad New York Midtown, que abriu suas portas oficialmente no último dia primeiro de setembro. O hotel, que ocupa o edifício do antigo London Hotel, passou por um extreme makeover e reabriu inteiramente reformado.

Os quartos (que incluem sempre cápsulas de café e chás sem custos) ficaram todos espaçosos e elegantes, com cores discretas, e há obras de arte espalhadas por toda a propriedade. As suítes mais caras ficam nos andares mais altos e têm belas vistas para a cidade – como a suíte presidencial, com dois andares e vista para o Central Park. Há bom serviço de conciergerie e atendimento em geral bastante simpático. E o hotel ganha ainda um novo bar e restaurante até o final desta semana; com jeito de brasserie, a ideia do hotel é que o espaço atraia tanto turistas quanto novaiorquinos no almoço e no jantar.

Com foco nos millennials, a Moxy Hotels, marca budget jovem da Marriott Hotels, acaba de abrir no East Village o Moxy East Village, bem em frente ao lendário Webster Hall. Com design do Rockwell Group, o décor das áreas comuns chama a atenção, com homenagens a figuras históricas da música e da região. Os 286 quartos são em sua grande maioria bastante espartanos, com cama e banheiro integrados, inspirados nas cabines de navios – incluindo alguns com beliches. Mas as roupas de cama são de ótima qualidade e os chuveiros também.

Não há coffee/tea facilities nos quartos e água engarrafada custa exorbitantes (para uma propriedade que se diz econômica) 5 dólares a garrafa – mas há café e chá disponíveis gratuitamente no lobby pelas manhãs cedo. Há acesso gratuito à academia e empréstimo de bicicletas. Mas os maiores atrativos do hotel estão mesmo nas áreas sociais: no gostoso Alphabet Bar&Café no lobby, no belo restaurante de cozinha mediterrânea by Jason Hall Cathédrale e no underground lounge Little Sister, que mal abriu e já anda concorrido. O hotel anunciou também que tem planos de abrir um rooftop bar na primavera americana do ano que vem.

Em breve vai dar para ler review completinha destes hotéis clicando aqui.

Utilizei mais uma vez em Nova York os serviços de transporte da Blacklane, principalmente entre Manhattan e o aeroporto JFK. São sempre infalíveis na qualidade (do carro e do motorista) e na pontualidade.

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