Canopy São Paulo Jardins

Como é o Canopy São Paulo Jardins

É sempre bom ver grandes redes investindo mais na hotelaria brasileira e diversificando seu portfólio de bandeiras no país. Mesmo com o timming complicado em função da pandemia, a inauguração do Canopy São Paulo Jardins, em 2020, trouxe um sopro interessante para a hospitalidade da capital paulista. Afinal, a Canopy (com mais de 30 hotéis no mundo) é uma das 15 marcas da Hilton Hotels e traz uma proposta muito mais cosmopolita e voltada para o lifestyle do que os hotéis mais corporativos da bandeira Hilton que temos no país.

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Com excelente localização bem entre dois grandes núcleos da cidade de São Paulo, a poucas quadras da avenida Paulista e pouco mais de um quilômetro do Parque Ibirapuera, o Canopy São Paulo Jardins preenche uma lacuna importante na oferta hoteleira da região de uma maneira bem simpática: dá as costas para a movimentada av. Brigadeiro Luís Antônio e faz da diminuta rua residencial Saint-Hilare sua pacata e descomplicada via de entrada para carros e pedestres. E ainda fica pertinho de restaurantes deliciosos, como o Aizomê.

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Como é hospedar-se no Canopy São Paulo Jardins

Na semana passada, consegui finalmente me hospedar no Canopy São Paulo Jardins, no melhor esquema bleisure: aproveitei para trabalhar remotamente do hotel (que oferece ótimas condições para isso), mas também explorar um pouquinho a região, com um tanto de lazer aqui e ali. E descobri entre os hóspedes, inclusive algumas famílias com crianças, muita gente fazendo exatamente a mesma coisa.

O visual ao mesmo tempo elegante e descolado das áreas comuns ajuda: no térreo, o imenso salão com pé direito duplo, paredes de vidro, décor em cores suaves e muito verde ao redor é ao mesmo tempo lobby, lounge, bar, café e restaurante. A qualquer hora do dia tem gente ali trabalhando, seja individualmente no seu computador ou em pequenos grupos fazendo reuniões no local.

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É ali que funciona manhã, tarde e noite o Stella Jardins, um simpático bar & restaurante aberto do café da manhã ao jantar com uma proposta mais sustentável no menu, belas cerâmicas Kimi Nii e algumas simpáticas mesas externas também. No café da manhã, o serviço de buffet é eficiente e acrescido de opções quentes de ovos e tapiocas feitos na hora – e capuccinos, espressos e lattes também estão incluídos.

Há opção de almoço executivo nos dias úteis e promoções especiais para o happy hour, com drinks criativos. O room service tem menu enxuto (incluindo dois sabores da linha semi pronta da pizzaria Bráz) e serviço rápido e eficiente.

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Quartos elegantes e boas iniciativas sustentáveis

Os quartos do Canopy São Paulo Jardins, que eles chamam acertadamente de “just the right room“, são elegantes e extremamente funcionais, mesmo nas menores metragens (os 98 quartos vão de 20m2 a 38m2). Há bastante luz natural, bom isolamento acústico, charmosa decoração em tons terrosos e verde oliva, estante aberta ao invés de guarda roupa, pia aberta para o quarto, banheiro com boa ducha, mesa de trabalho, smartTV e água e café cortesia. O único downside é que nenhuma das janelas abre e não há qualquer ventilação natural nos quartos, nem nos banheiros.

O minibar é deixado vazio para que cada hóspede o preencha como e quando quiser. As cápsulas de café cortesia são deixadas diariamente pela governança e todos os quartos têm garrafas de vidro especialmente projetadas para que o próprio hóspede encha, quando quiser, nos filtros instalados nos corredores de todos os andares do hotel.

A louvável iniciativa faz parte do projeto de sustentabilidade do hotel, que tem ainda sistema de ar condicionado a gás e vinte e sete placas fotovoltaicas na cobertura do edifício para o aquecimento dos chuveiros – o que infelizmente não combina com as amenidades de higiene oferecidas atualmente, todas em embalagens plásticas de uso único.

Com excelente estrutura para o “anywhere office” – além dos espaços do Stella, há lounges, salas de reunião e um agradável terraço ao ar livre no primeiro andar – , o Canopy compensa a falta de estrutura para o lazer (há apenas uma micro academia 24h no hotel) com uma boa curadoria de atividades e passeios na cidade (tanto no site do hotel quanto na recepção), e empréstimo de bicicletas no local.

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Fazenda Santa Vitória

Fazenda Santa Vitória: fugindo do estereótipo do “hotel fazenda”

Desde a reabertura do turismo brasileiro no segundo semestre do ano passado, hotéis com grandes espaços ao ar livre têm sido especialmente procurados durante a pandemia. Muitos estão inclusive batendo recordes históricos de ocupação nos últimos meses, tão grande vem sendo a procura. É o caso da Fazenda Santa Vitória, em Queluz, SP, que vem também fugindo do estereótipo do “hotel fazenda” brasileiro.

Localizada no Vale do Paraíba, a propriedade começou a operar como parte da indústria da hospitalidade há cerca de quatro anos e meio, após os proprietários unirem quatro fazendas adjacentes da década de 1920. 

Hoje, apesar de funcionar unicamente de 5a. a domingo e feriados, o sucesso do empreendimento tem sido tão significativo que a ocupação anda beirando os 100% frequentemente – e as reservas disponíveis são para geralmente só daqui três ou quatro meses. E a sustentabilidade de suas operações é sem dúvidas seu principal atrativo.

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Fugindo do estereótipo do “hotel fazenda” brasileiro

A Fazenda Santa Vitória vem fugindo do estereótipo do “hotel fazenda” brasileiro desde sua abertura. Ali não há imensos buffets, programação diária de atividades, monitores nem qualquer tipo de entretenimento infantil. A propriedade é assumidamente muito mais pensada para e focada em adultos do que famílias com crianças e adolescentes. 

Também não se trata de um hotel de luxo. O hóspede não deve esperar excelência em serviço, mimos nem acomodações impecáveis. A proposta ali é oferecer amplos espaços ao ar livre, em um autêntica fazenda do Vale do Paraíba, para que cada um encontre na natureza e na cultura local seu espaço e diversão.

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As 18 acomodações estão espalhadas em diferentes modelos e espaços. Optando por qualquer uma delas, o hóspede tem acesso aos mesmos espaços comuns: gramados e jardins muito bem cuidados, trilhas, riacho e até cachoeira. E também ao mesmo serviço de pensão completa. Há também quadra de tênis, salão de jogos, piscina, sauna, “caldário” – e passeios à cavalo podem ser contratados à parte (mediante pagamento).

Para curtir melhor muitos dos espaços ao ar livre, tão fundamentais hoje em dia, o hóspede muitas vezes vai ter que pegar seu próprio carro e dirigir. Há bicicletas gratuitamente disponíveis para os hóspedes, mas alguns trajetos podem ficar mais “puxados” sobre apenas duas rodas. Mesmo os meros 4km que separam a sede da cachoeira, dada a topografia do terreno (acidentado e montanhoso), são definitivamente mais factíveis de carro. 

O hotel deve ganhar um spa até o final do ano e oferece ainda a possibilidade de visita à Casa do Arado, uma casinha isolada na fazenda que, em parceria com o Instituto Arado, tenta divulgar e preservar a história e a cultura regional caipira da região. 

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fazenda santa vitória: Diferentes tipos de acomodação

As 18 acomodações disponíveis na fazenda estão divididas, da mais simples à mais luxuosa, em suítes-sede, suítes-quintal, casas do pomar e casas na montanha. As linhas gerais propõem simplicidade com arquitetura de época integrada à natureza. Todas as acomodações são operadas em diárias com pensão completa, wifi e uso de todos os espaços comuns; mas as facilidades de cada tipo de acomodação mudam bastante. 

Fiquei hospedada em uma das quatro suítes da casa sede no último feriado de Independência do Brasil; mas vale o alerta de que são de longe as menos interessantes da propriedade toda. São mais simples, antigas e pequenas, sem qualquer balcão, varanda ou contato com a natureza. Na casa sede, há constante “entra e sai” de hóspedes e funcionários o dia todo, tirando qualquer resquício de privacidade dos quartos. O som vaza com facilidade de um quarto para outro e os quartos absorvem também todo o barulho e “falação”, tanto da piscina quanto da cozinha principal (logo cedo pela manhã nesse caso, inclusive). 

A minha recomendação é escolher acomodações das suítes-quintal (que têm diferença de valor ínfima em relação às suítes-sede) em diante. Todas essas são não apenas esteticamente muito mais interessantes como também mais aconchegantes e muito mais silenciosas e privadas. As suítes quintal e as casas do pomar (estas últimas inauguradas neste 2021) ficam quase anexas à sede, ao centro lazer e ao restaurante. Já as casas na montanha ficam isoladas, com vista panorâmica para a fazenda e os arredores (mas o hóspede precisa pegar o carro na hora de ir fazer as refeições ou utilizar a infraestrutura da sede).  

Dá pra conferir detalhes de toda a minha estadia por lá em várias imagens e vídeos tanto no feed quanto nos Stories do meu instagram @maricampos, sempre atualizadinho.

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Hospitalidade sustentável

O grande atrativo da Fazenda Santa Vitória é ser um hotel verdadeiramente sustentável, com iniciativas realmente interessantes que raramente são vistas em “hotéis fazenda” brasileiros. Há práticas regenerativas importantes tanto do ponto de vista ambiental quanto cultural, social e econômico.

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A propriedade, antes voltada para exploração de madeira e pecuária extensiva, hoje promove reflorestamento e manejo sustentável da terra. A pequena criação de gado é voltada para a produção local de leite e queijo para hotel e moradores. 

A equipe do hotel é quase toda composta por membros das famílias dos empregados originais da fazenda, que ainda moram ali mesmo e tiram dali o seu sustento. E em diversos aspectos tentam resgatar/preservar as referências histórico-culturais da região (da decoração à Casa do Arado, em parceria com o Instituto Arado).

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Há também painéis solares instaladas em diferentes pontos da propriedade, o hotel já é autossuficiente energeticamente e planeja construir em breve uma pequena termoelétrica para que seja capaz de gerar energia positiva – ou seja, gerar mais energia do que consome. 

Nos quartos, as amenidades Trousseau são colocadas em grandes dispensers nas paredes. Plásticos são evitados e há água filtrada cortesia generosamente abastecendo tanto um filtro à entrada da casa da sede o dia todo quanto charmosas moringas à cabeceira da cama em todos os quartos. 

A alimentação não fica de fora: boa parte do que chega à mesa do hóspede é preparado com a produção da própria fazenda, seja da queijaria, da horta ou do pomar.

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FOCO ainda maior na gastronomia

As refeições são parte importante da experiência na Fazenda Santa Vitória e os quitutes da cozinha conduzida pelo chef Vitor Rabelo estão sempre incluídos nas diárias. A propriedade deve passar a focar ainda mais no aspecto gastronômico do hotel: até o ano que vem, deve ganhar novos espaços dedicados à gastronomia, inclusive um restaurante totalmente dedicado a carnes, instalado no haras, com vista panorâmica para o vale. 

A maioria das refeições, ainda que com menu bastante enxuto (entrada e sobremesa sempre únicas, três opções para o prato principal), é à la carte. As mesas são fixas para cada quarto/hóspede/família. Mas como os slots de horário para as refeições não são muito amplos, convém chegar cedo para pegar o restaurante mais vazio.

Os pratos são muito bem apresentados e há sempre alguma opção vegetariana no cardápio. Mas vale saber que a feijoada de todo final de semana é obrigatoriamente servida em um buffet assistido.

Eventualmente, oferece-se aos hóspedes algum tipo de degustação cortesia de produtos da região durante a estadia. Nos meus dias por lá, houve degustação de cerveja artesanal em um dos almoços e de cachaça antes de um dos jantares.

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O café da manhã merece destaque: a melhor refeição da casa é todinha preparada ali mesmo, item por item, e chega com capricho à mesa. O iogurte da casa é excelente e tem também uma das melhores granolas que já provei na vida! 

É pena que a propriedade não utilize regularmente seus muitos gramados e espaços abertos para também à hora das refeições, ainda mais durante a pandemia. Apenas dois almoços são feitos ao ar livre (um nos arredores da cachoeira e outro nos jardins da casa sede); todas as demais refeições são sempre feitas dentro do restaurante e/ou em sua varanda coberta anexa.

A Fazenda Santa Vitória vai ganhar em breve também uma queijaria completa, em parceria com o queijeiro João Laura, que vai contar inclusive com espaço dedicado para degustações e um terraço aberto.

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Serviço

A Fazenda Santa Vitória fica na cidade de Queluz, SP, quase na divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Viajei para lá no meu próprio carro e achei o acesso a partir da Via Dutra muito fácil e bem sinalizado, com apenas um pequeno trecho em estrada de terra. As diárias com pensão completa valem desde R$2.200,00 para duas pessoas, incluindo café da manhã, almoço, bolo com café à tarde e jantar – sempre com água filtrada cortesia à mesa. Demais bebidas são todas cobradas à parte.

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Reservar um hotel inteiro: tendência na pandemia

Buyout: reservar hotel inteiro é tendência na pandemia

Como evitar encontrar desconhecidos hospedados no mesmo lugar que você? É só reservar o hotel inteiro, tendência na pandemia principalmente no segmento de luxo, e receber família e amigos como se estivesse em casa. Buyout é o termo em inglês usado no setor de viagens e turismo quando um único cliente fecha um hotel. Acontecia antes da pandemia, em viagens multigeracionais, eventos familiares ou empresariais, ou simplesmente para garantir privacidade a ricos e famosos. Com a pandemia, o buyout ganhou força. O jargão vem do mundo empresarial, onde buyout significa comprar uma empresa, ou parte dela, e assumir o controle.

Além ter acesso a todos os serviços normalmente oferecidos pelo hotel, quem faz buyout também customiza a hospedagem e tem experiências personalizadas. Se o grupo gosta de cozinhar, por exemplo, pode ser possível incluir no buyout o uso da cozinha do hotel. O buyout foi uma das tendências para 2021 que mais me chamou a atenção durante a ILTM, a maior e mais importante feira de viagens de luxo da qual participei mais uma vez em dezembro. Falei sobre buyout, staycation e outras tendências do mercado de turismo de luxo neste meu texto para o jornal O Globo, publicado no início de janeiro.

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Na Europa, o buyout aumentou no verão passado como contou na ILTM Kevin Triboulet, diretor de Vendas e Marketing do grupo francês Airelles:

“Tivemos muito buyout no verão europeu. Pan deï Palais, em Saint-Tropez, por exemplo, foi reservado várias vezes por famílias e grupos de amigos.”

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Ainda antes do início do verão de 2020 no Hemisfério Norte, a Virtuoso, associação global voltada para experiências de viagens de luxo, chamou a atenção para o buyout:

Buyout oferece privacidade, que frequentemente é uma prioridade para viajantes do segmento de luxo, assim como distanciamento social, que continuará a ter alta demanda por muito tempo depois de as restrições causadas pela pandemia terem sido suspensas”, disse em entrevista a Forbes Misty Belles, diretora geral de Relações Públicas da Virtuoso.

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No Brasil

A tendência chegou ao Brasil. Dois exemplos de hotéis no litoral que oferecem buyout são o cearense Casana (foto no início deste texto), na Praia do Preá, perto de Jericoacoara, e o potiguar Kilombo Villas, em Sibaúma, nos arredores de Pipa. O Casana tem apenas oito espaçosos bangalôs com vista para o mar, incluindo um com dois quartos e outro com beliches. O Kilombo oferece dez acomodações com decorações únicas, uma delas com 230 metros quadrados. Buyout é mais frequente no segmento de luxo, mas também é possível fechar uma pousada econômica.

Coworth Park: reservar um hotel inteiro é tendência na pandemia
North Lodge, casa com três quartos em Coworth Park, Ascot | Foto de divulgação

Pode entrar que a casa é sua

Como privacidade e distanciamento social não são problemas para a hotelaria de luxo, com a pandemia aumentou também o aluguel de villas, casas e apartamentos dentro de hotéis e resorts, com todos os serviços. Assim como no buyout, experiências podem ser personalizadas e incluir menus exclusivos, por exemplo. Uma das novidades apresentadas na ILTM foi o North Lodge, casa com três quartos, cozinha e jardim privativo no Coworth Park, da Dorchester Collection, em Ascot, a cerca de 15 km do Aeroporto de Heathrow.

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Do lado de cá do Oceano Atlântico há uma nova villa no Cheval Blanc St-Barth Isle de France, no Caribe. A Villa de France tem cinco quartos, cozinha, duas piscinas privativas e acesso à praia.

“É um novo produto com privacidade para o hóspede se sentir em casa, mas com todos os serviços do hotel”, disse durante a ILTM Anne-Laure Pandolfi, diretora de Relações Públicas e Inovação da marca Cheval Blanc, parte do conglomerado de luxo LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton) que deve inaugurar este ano um esperado hotel em Paris.

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‘Private retreats’

Em uma escala maior, a rede canadense Four Seasons tem hoje mais de 750 opções de hospedagem no que chama de private retreats: apartamentos, casas ou villas dentro dos hotéis. Recentemente, o grupo hoteleiro inaugurou cinco residências no Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia. As novas villas do FS Safari Lodge Serengeti têm de um a três quartos e os hóspedes podem fazer safáris exclusivos. Para quem prefere praia, no FS Seychelles uma das novas villas tem sete quartos. Com vista para o Oceano Índico, piscina privativa de borda infinita e cozinha, acomoda até 14 pessoas. Já nas Maldivas a villa de sete quartos pode acomodar até 20 pessoas em uma ilha particular no FS Private Island at Voavah, Baa Atoll.

Residences DC Dubai: reservar um hotel inteiro é tendência na pandemia
Representação do terraço de um dos apartamentos das Residences DC Dubai | Divulgação
Residencial com serviço de hotel de luxo

Para além da hotelaria, o mercado imobiliário de alto padrão incorporou residenciais com grife e serviço de hotel de luxo, entre eles o de concierge. Há lançamentos a caminho neste segmento inclusive no Brasil, como o Rosewood São Paulo. A tendência dos residenciais de luxo com serviço de hotelaria é forte e grupos hoteleiros às vezes fazem o lançamento primeiro no mercado imobiliário. É o caso da Dorchester Collection com as Residences Dubai, previstas para este ano. O novo hotel de Dubai, o décimo do grupo, ficou para setembro de 2022. Em Londres a Dorchester Collection inaugurou recentemente as Mayfair Park Residences, ao lado do hotel 45 Park Lane.

“Sem dúvida os residenciais são um dos nossos focos para o futuro próximo”, disse na ILTM Christopher Cowdray, CEO da Dorchester Collection.

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O novo Selina Vila Madalena, em São Paulo

A rede de hotéis Selina, sobre a qual a inspector Carla Lencastre já falou neste texto aqui, chega agora também à cidade de São Paulo. A nova unidade, Selina Madalena, está instaladana Rua Aspicuelta, em São Paulo, e abriu as portas há pouco mais de um mês.

A propriedade mescla hostel e hotel, com 164 camas divididas em 46 quartos, entre suítes, quartos privativos e dormitórios compartilhados. No começo de outubro, fiquei hospedada em uma das suítes do local, no segundo andar.

A suíte era bem espaçosa, com mural de um artista local em uma das paredes, mesa de trabalho, poltrona, cama king e excelentes roupas de cama. O banheiro também era grande, com pia dupla, e amenidades ecologicamente corretas, em grandes recipientes reutilizáveis. A suíte também conta com uma belíssima varanda voltada para a frente do edifício.

Visitei também um dos quartos privativos, bastante menor e sem a bossa da suíte (nada de grafites, poltronas ou pontos mais coloridos no quarto). Não há telefone em nenhum dos quartos e apenas a suíte conta com um projetor de smartTV. Vale saber que, como os quartos e suítes contam com imensas janelas de vidro, e como a propriedade está em uma das mais animadas ruas da Vila Madalena, boa parte da animação do lado de fora “vaza” para o lado de dentro durante a noite, sobretudo de quinta a sábado.

Tanto para os dormitórios compartilhados como para os quartos privativos e suítes, vale saber que apenas o wifi (de bem boa qualidade) está incluído. Todos os demais ítens, inclusive café da manhã, são cobrados à parte.

A área do hotel batizada de Selina Home permite que os hóspedes do Selina Madalena tenham acesso a uma cozinha comunitária, biblioteca e cinema.

Os espaços comuns são o grande trunfo da propriedade, a começar pela decoração descontraída e muito colorida, com obras de artistas locais como Hanna Lucatelli, Apolo Torres, Verdeee e Filipe Grimaldi mescladas com diversos objetos de décor.

Além do gostoso lounge em frente à recepção, o hotel conta com um lounge ao ar livre repleto de mesas comunitárias, que faz sucesso dia e noite com hóspedes e visitantes. É bem em frente a esse espaço que ficam um descolado restaurante+bar e um food truck com ítens grab&go (café, refrigerantes, salgados, doces e até cervejas). O food truck funciona até 19h apenas e o restaurante até 23h. As áreas comuns estão todas abertas a não hóspedes e já estão sendo frequentadas por moradores da região.

A propriedade conta ainda com uma disputada área de cowork, cuja utilização se dá mediante um fee mensal, para profissionais que realmente desejem usar o espaço como local de trabalho.

A rede panamenha Selina administra 39 propriedades em 12 países da América Latina e em Portugal, sempre neste mesmo estilo de hospedagem, e bastante voltada para os millennials. Os planos ambiciosos da rede, que andou recebendo novos aportes milionários, a chegar a 350 endereços diferentes nos próximos anos. Até o final deste ano, uma nova unidade em Florianópolis e os primeiros hotéis nos EUA (Miami e Nova York) devem ser inaugurados. No ano que vem, novos hotéis em Portugal e no Peru.

Dá para conferir mais informações sobre o Selina Madalena aqui.

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O novo Four Seasons São Paulo

O mercado hoteleiro de luxo no Brasil anda de vento em popa. Depois da abertura do esperado Fasano BH, a contagem regressiva para a abertura do primeiro hotel da rede Four Seasons no Brasil (parte do crescente portfólio do grupo na América Latina) está finalmente terminando: no próximo dia 15 de outubro, segunda-feira, a esperada propriedade brasileira do grupo abrirá oficialmente suas portas, quase às margens do rio Pinheiros. Mas nós já fomos conhecer em primeira mão o que o novo Four Seasons São Paulo tem de especial.

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Parte do Parque da Cidade, o hotel conta com 258 quartos e suítes e 84 residências distribuídos em um edifício de 29 andares em plena Avenida das Nações Unidas.  Por fora, o imponente arranha-céus parece apenas mais um do emaranhado de edifícios da zona financeira em que se encontra.

Mas basta cruzar a discreta porta de entrada do novo Four Seasons São Paulo para ver que o grupo conseguiu, e com esmero, dar uma alma brasileiríssima ao hotel. Projetado pelo escritório norte americano HKS Architects em parceria com os brasileiros Afalo e Gasperini Arquitetos, e com design do norte-americano BAMO, o novo hotel do grupo Four Seasons tem sotaque definitivamente paulistano. 

Linhas curvas por toda parte. Foto: Mari Campos
Elegância nos banheiros. Foto: Mari Campos

Projeto caprichado

O projeto logrou conciliar harmonicamente a estética internacional do luxo contemporâneo com os estilos de grandes nomes brasileiros das artes e da arquitetura, incluindo obras de Francisco Brennand, Burle Marx e Paulo Mendes da Rocha espalhadas pela propriedade.

Matérias-primas brasileiras estão também por toda parte, do mármore das áreas comuns aos revestimentos e móveis dos quartos – com direito a muita madeira, janelas que isolam completamente os ruídos externos, linhas sinuosas que lembram Niemeyer e até carpetes cujo design homenageia o vizinho rio Pinheiros. O Brasil só não aparece nas amenidades dos quartos, que utilizam produtos Christian Lacroix. 

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Apreço pela matéria-prima brasileira em cada detalhe. Foto: Mari Campos
Os carpetes que homenageiam o Pinheiros. Foto: Mari Campos

Embora a localização seja afastada das principais atrações turísticas da cidade, é visível a tentativa de criar uma importante conexão com o público local nas áreas comuns. Além disso, o hotel criou uma série de experiências exclusivas para hóspedes que queiram ir a fundo no destino – e diversas opções de compras, gastronomia e entretenimento estão a curta distância.

O segundo andar do hotel foi projetado para ser um oásis em meio à selva de pedra, com direito a jardins internos, spa BAMO, fitness center e uma piscina inovadora entre os hotéis paulistanos, com áreas interna e externa divididas por um vidro retrátil. 

Detalhe da piscina do spa. Foto: Mari Campos

Investida gastronômica

Mas a melhor sacada do hotel parece ser sua investida gastronômica, com o botequim-chic CajuSP e o restaurante Neto, ambos colados ao lobby – e separados por uma escadaria que sem dúvidas será uma das imagens mais icônicas da propriedade. Ambos testados e aprovados! 

O CajuSP seguramente movimentará a cena local na happy hour, incluindo no cardápio versões gourmet de clássicos paulistanos como bolinho de bacalhau, asa de frango etc e, é claro, uma série de signature drinks exclusivos. O design sinuoso bar foge do modelo tradicional dos bares de lobby e cria bons espaços de circulação e interação, sem intimidar de forma nenhuma o visitante que não esteja hospedado no hotel. 

Gastronomia ítalo-brasileira no restaurante Neto. Foto: Mari Campos

A cozinha do restaurante Neto (cujo nome homenageia os descendentes de imigrantes italianos em São Paulo) ficou a cargo do sempre excelente Paolo Lavezzini, ex- Fasano Rio, que supervisionará também o botequim e o room service.

Para o Neto, ele criou um menu tradicional italiano cheio de toques e releituras brasileiros, utilizando somente produtos locais – e em um ambiente que, apesar do serviço impecável do padrão Four Seasons, é absolutamente informal, incluindo grandes mesas comunais e alguns pratos do cardápio propositalmente criados para serem compartilhados. 

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Aproveitar a época de abertura para conhecer o hotel pode ter suas vantagens, já que eles estão anunciando diversas ofertas de inauguração. Para paulistanos que buscam uma staycation ou breve escapada, o Summer Love Romance Package pode ser boa pedida para um final de semana romântico.  A conferir. 

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Atualização: em 9 de novembro de 2020, a Four Seasons Hotels and Resorts anunciou que vai deixar a administração do hotel, fechado desde o começo da pandemia. Ainda não se sabe se outra rede assumirá a propriedade.

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