Mandarin Oriental Hong Kong

Como estão as reaberturas de hotéis na Europa e na Ásia

Hotéis na Europa começaram a reabrir este mês. Na China, onde as operações foram retomadas há algumas semanas, algumas propriedades apresentam boas taxas de ocupação. Tanto no continente europeu quanto no asiático, esta primeira fase de reabertura da hotelaria é voltada para o público regional. Ainda que os cenários locais sejam muito diferentes do Brasil, por enquanto é o que temos de referência para nos preparar. Algumas modificações nas reaberturas de hotéis na Europa e na Ásia parecem temporárias, como restaurantes fechados. Outras provavelmente chegaram para ficar, como protocolos de limpeza mais rígidos, já anunciados por diversos grupos hoteleiros, inclusive brasileiros, e check-in touchless.

Atualização: Em 12 de maio, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC na sigla em inglês) anunciou protocolos globais para a segurança sanitária na hotelaria, entre outros setores. As medidas (em inglês) estão neste link.

REABERTURAS DE HOTÉIS NA EUROPA E NA ÁSIA: La Réserve Paris
Sala de uma das suítes do La Réserve Paris | Foto de Carla Lencastre

La Réserve Paris foi o primeiro hotel palácio da capital francesa a reabrir, seguindo novos procedimentos de higienização e de distanciamento social. Neste primeiro momento, o hotel está recebendo apenas moradores da cidade ou dos arredores. Seus dois restaurantes e o bar permanecem fechados. Mas a cozinha também voltou a funcionar e as diárias incluem café da manhã e jantar, servidos nas acomodações (são 25 suítes e 15 quartos). O restaurante Le Gabriel, com duas estrelas Michelin, agora entrega em casa. Na Suíça, o La Réserve Genève reabriu e o La Réserve Eden au Lac Zürich está previsto para 11 de maio.

Clique aqui para seguir @HotelInspectors no Instagram

Leia mais: Como é se hospedar no La Réserve Paris

REABERTURAS DE HOTÉIS NA EUROPA E NA ÁSIA: Club Med Alpe d'Huez
Um dos quartos do novo Club Med Alpe d’Huez, na França | Foto de divulgação

Ainda na França, e na Itália, o Club Med pretende reabrir seus resorts de neve em julho para receber moradores dos dois países, que geralmente viajariam para outros lugares no verão. Tiago Varalli, diretor do Club Med Brasil, contou em uma live Check Point, na Panrotas, que os resorts de inverno do grupo na França e na Itália, em princípio, funcionarão nos meses de julho e agosto.

Leia mais: É seguro usar a piscina do hotel durante a pandemia de covid-19?

Em seu site, o Club Med listou oito novas medidas de segurança sanitária, como medição diária de temperatura de todos os hóspedes, funcionários (serão todos testados antes de retornar ao trabalho) e fornecedores. Um bloco de quartos será reservado para isolamento, caso apareça alguma suspeita de covid-19. Já os bufês de refeições self-service, tão amados pelos brasileiros no Club Med e em outros resorts, ficarão no verão passado. Os resorts do grupo francês continuarão com bufês e o hóspede pode escolher o que quiser, mas agora funcionários montarão os pratos. No Brasil, por enquanto os planos do Club Med são reabrir seus três resorts (nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia) em julho.

Atualização: O Club Med adiou a reabertura dos resorts em São Paulo e Rio de Janeiro para o final de agosto, e o da Bahia, para setembro.

exemplos asiáticos

Na China, onde o grupo reabriu dois de seus quatro resorts, Varalli diz que a taxa de ocupação tem chegado perto de 100%, apenas com o turismo regional. Mais uma vez, vale lembrar que a China vem de uma situação econômica antes da pandemia bem diferente da brasileira.

Leia mais: Como será a hotelaria de luxo na era covid-19

REABERTURAS DE HOTÉIS NA EUROPA E NA ÁSIA: Regent Shanghai Pudong
O novo Regent Shanghai Pudong | Foto de Ken Seet

Uma ação da hotelaria em Hong Kong deixa claro como os cenários são diversos, mas ainda assim é inspiradora. Hotéis de luxo uniram forças e criaram uma aliança que seria impensável em tempos pré-covid-19. Oito grupos hoteleiros, entre eles Mandarin Oriental (foto no alto do texto), Peninsula, Rosewood e Shangri-La, formaram a aliança Heritage Tourism Brands. Hong Kong já sofria com a queda de visitantes antes do novo coronavírus, por conta dos protestos políticos.

Leia mais: Covid-19 prolonga o uso de plástico na hotelaria

A ideia da aliança é defender de maneira unificada junto a órgãos como o Hong Kong Tourism Board e a Hong Kong Hotel Association a posição da hotelaria de luxo nos planos de reconstrução do turismo. Segundo a plataforma especializada na indústria de viagens Skift, o escritório de turismo local planeja investir US$ 52 milhões agora em junho para ajudar a recuperação do setor de viagens. Formado por alguns dos empresários mais ricos de Hong Kong, o objetivo vai além de fazer lobby. O grupo pretende também criar um fundo próprio para financiar a promoção de seus hotéis na própria Hong Kong, fazendo parcerias com atrações turísticas da cidade para criar experiências voltadas para os moradores.

Da China veio também a primeira notícia de um novo hotel em tempos de crise. O InterContinental Hotel Group (IHG) inaugura em 16 de maio o Regent Shanghai Pudong, e continua expandindo a marca de luxo na Ásia. Vietnã será o próximo país. O hotel de Xangai não chega a ser inteiramente novo. É uma troca de bandeira: a propriedade hoje é o Four Seasons Pudong.

Há vida pós-quarentena nas reaberturas de hotéis na Europa e na Ásia .

Clique aqui para ler todos os nossos textos sobre hotelaria e pandemia

Hotel Inspectors está no Instagram @HotelInspectors, no facebook @HotelInspectorsBlog e no Twitter @InspectorsHotel

É hora da hotelaria ser solidária

Sabemos que os tempos são duros para a hotelaria como nunca imaginamos. A maior parte do mercado de portas fechadas, quartos ociosos, várias novas aberturas sendo atrasadas e ninguém sabe ao certo quando será seguro viajar novamente. Mas urge que o mercado continue proativo, como já falamos aqui. É hora da hotelaria ser, mais do que nunca, solidária.

Especialistas do setor apontam que a solidariedade é, sem dúvidas, uma das moedas mais importantes para o setor hoteleiro agora. O viajante está prestando muita atenção – mais do que nunca – nas empresas que estão sendo solidárias neste momento, tanto em relação a seus clientes e colaboradores quanto também em relação aos destinos nos quais estão inseridas. Afinal, qualquer ação da indústria de hospitalidade gera impactos na comunidade na qual está inserida.

A pesquisa da Trvl Lab do Panrotas (em parceria com a Mapie) mostra que mais de 51% dos entrevistados não pretendem voltar a consumir/comprar serviços de prestadores do turismo que não sejam solidários nestes tempos. Solidariedade e pro-ativismo nesta fase serão, mais do que nunca, essenciais – para a sobrevivência do negócio e para a sobrevivência da comunidade. “Como disse o Washington Olivetto, não é hora de vender; é hora de oferecer serviço. A participação solidária no momento será a melhor ação de relações publicas para hotéis de áreas atingidas”, diz Erik Sadao, especialista do setor com mais de 20 anos no turismo.

Em abril, vimos muitos hotéis, de pequenas propriedades independentes à gigantes do turismo de luxo, cederem seus quartos para profissionais da saúde na linha de frente contra a Covid-19 em diversos destinos. Falamos de vários destes indispensáveis bons exemplos também aqui.

Copacabana Palace. Foto: Mari Campos

Nesta hora, a hotelaria solidária deve também, mais do que nunca, cuidar também das comunidades ligadas aos hotéis durante estes tempos duros e sem precedentes. Sobretudo em regiões remotas, onde comunidades chegam a depender economicamente quase que exclusivamente do turismo. “Acreditamos que qualquer iniciativa de conservação deva estar diretamente ligada à manutenção das comunidades locais”, confirma Mohanjeet Brar, diretor da Gamewatchers Safaris, DMC africana que também administra os Porini Camps, no Quênia, e as propriedades Nimali, na Tanzânia. Suas propriedades têm todas profunda ligação com as comunidades locais em que cada uma está inserida e tudo que afeta um camp afeta também uma comunidade inteirinha.

Nos grandes centros urbanos é preciso abrir os olhos para as necessidades sociais destes tempos também. Muitos hotéis do grupo Shangri-la, por exemplo, estão utilizando suas cozinhas para produzir refeições para médicos na luta contra a covid-19 e também para famílias vulneráveis das comunidades em seus entornos. No Canadá, o hotel boutique independente Windsor Arms, em Toronto, está na mesma toada, produzindo pelo menos 250 refeições diárias para hospitais e comunidades da região.

“É o turismo que contribui para o desenvolvimento social e preservação cultural da comunidade receptora. O turismo solidário contribui para geração e distribuição de renda local e valoriza o modo de viver dos anfitriões”, diz Simone Scorsato, da BLTA (Brazilian Luxury Travel Association), associação que reúne diversas propriedades independentes do mercado de luxo no Brasil. A sustentabilidade do turismo sempre esteve na pauta da associação, desde sua fundação. Mas nestes tempos de pandemia, a BLTA vem buscando incentivar seus associados, bem como o trade em geral, a ter uma atitude mais solidária nesse momento de paralisia do turismo. “O Turismo Solidário é um conceito transversal a qualquer segmento de turismo”, insiste Simone. 

Diversos associados da BLTA saíram na dianteira para cuidar de suas comunidades. A primeira iniciativa veio dos hotéis de Trancoso, ainda no mês de março, que criaram a campanha AT – Alimenta Trancoso, junto com a comunidade local. Produzem e entregam marmitas, arrecadam dinheiro para compra de cestas básicas e vendem fotos estilo fine art de diversos fotográfos. A campanha da hotelaria solidária vai tão bem que a meta inicial de 500 cestas básicas ao mês já foi batida e chegaram a 900 cestas. 

Preparação e entrega de alimentos da campanha Fasano do Bem. Crédito: divulgação.

O Unique , em São Paulo, doou cerca de uma tonelada e meia de insumos a diversas associações, como Fraternidade Irmã Clara, Pastoral do Quilo e Lar Jesus Maria José.  A Pousada Literária, em Paraty, doou respirador para o hospital municipal e produtos orgânicos, itens secos e enxovais para confecção de máscaras para a Prefeitura e a Igreja matriz redistribuírem às comunidades locais.  A Casa dos Arandis, em Maraú, toda semana confecciona cerca de 25 kits de máscaras e repelentes caseiros (a região enfrenta também novo surto de dengue) juntamente com cestas básicas para famílias de Algodoes, Saquaira e Saleiro (bairros vizinhos). O Hotel Emiliano, também em São Paulo, doou mais de uma tonelada e meia de alimentos para o Gastromotiva, a renda arrecadada com seus novos pijamas para a associação Meninos de Luz e enxovais para os hospitais de campanha da região. 

O Txai Resorts se uniu ao fotógrafo Tuca Reinés para um campanha de doações para assistir com cestas básicas as comunidades do seu entorno durante os tempos de quarentena. Todo o valor arrecadado com as doações serão integralmente utilizados para compra de cestas básicas para as famílias assistidas e as doações mais polpudas, a partir de 600 reais, levam como agradecimento uma fotografia assinada de Tuca Reinés. Além do desenvolvimento comunitário, o resort é também responsável por projetos ambientais como Txaitaruga e Txai Pássaros.

Os hotéis do grupo Belmond no Brasil também entendem que é hora da hotelaria ser solidária e entraram com tudo nesta bela onda. O Belmond Copacabana Palace doou lençóis e toalhas do hotel para a associação Solar Meninos da Luz, além de antigos uniformes (sem logotipos) e 80 pares de sapatos.  O Belmond Hotel das Cataratas confeccionou e doou mais de 400 máscaras caseiras (nas últimas duas semanas) aos membros mais vulneráveis da comunidade mais próxima ao hotel.  

A Expedição Katerre e o Mirante do Gavião Lodge, na Amazônia brasileira, criaram um e-commerce para a Fundação Almerinda Malaquias – que também promove trabalhos de capacitação e geração de renda para mais de 40 famílias. Agora sua arte sustentável em marchetaria (com reaproveitamento de sobras de madeiras amazônicas) dos artesãos da Amazônia chegará ao país todo através deste site aqui.

O grupo Fasano, que conta com hotéis em diferentes destinos no Brasil, também apostou forte na solidariedade nestes tempos de pandemia e se uniu a parceiros para a concretização de distintas iniciativas no projeto Fasano do Bem. A primeira ação implementada foi a doação de todos os insumos e alimentos perecíveis dos restaurantes do grupo em São Paulo. Em uma ação conjunta entre os chefs Luca Gozzani, do Fasano, e Rodrigo Oliveira, do Mocotó, os insumos foram doados e refeições/marmitas foram preparadas para doação a vulneráveis. Outra parte dos alimentos foi doada para a ONG Santa Fé.

Além disso, o grupo faz também captação de recursos por meio das plataformas de delivery dos seus restaurantes, com valores integralmente repassados para as organizações UniãoSP e União Rio. E também se uniu a outros parceiros para promover uma campanha para preparação e doação de 1 mil marmitas semanais para a população em situação de rua no Centro de São Paulo.

Fora do Brasil, mas com serviços especializados majoritariamente voltados para brasileiros, o site de aluguel de imóveis em Paris e outras capitais europeias À la Parisienne também entrou no movimento solidário e, a exemplo de diversos hotéis no planeta, colocou os seus excelentes imóveis à serviço de profissionais da saúde durante a pandemia, sem custos.

Foto: Mari Campos

Solidariedade na dura crise africana também

Diversos destinos africanos estão sofrendo agora com uma consequência inesperada das medidas de quarentena: o aumento da caça e do contrabando em diversos países.  E muitos lugares a ausência de turistas devido ao lockdown e ao fechamento das fronteiras está fazendo com que os casos de caça e contrabando de marfim e chifres de rinocerontes aumente consideravelmente, inclusive em destinos que há nos últimos anos tinham isso sob controle. Dá pra ler mais sobre isso nessa minha matéria para o UOL.

Além de diversas ONGs em franca atividade em diferentes destinos para tentar conter caçadores e contrabandistas, duas redes de safari camps no continente africano entraram com tudo nessa luta: a Great Plains Conservation (com propriedades no Quênia, na Botsuana e no Zimbabue) e a Gamewatchers Safaris (com propriedades no Quênia e na Tanzânia). E estão dando incríveis exemplos. Vale lembrar que, no caso das reservas de vida selvagem, em muitos casos o turismo responde por 100% das arrecadações anuais para administração de toda a reserva (e não apenas da estrutura hoteleira) – arrecadação que hoje é igual a zero. Dá para ler mais sobre o incrível trabalho que essas duas redes fazem o ano todo em termos de preservação e conservação ambiental e cultural aqui.

A Great Plains montou equipes de voluntários entre seus experientes guias (com adesão de 100% do staff) para patrulhar o tempo todo suas concessões e garantir que as terras estejam livres de caçadores. Além disso, o próprio fundador Dereck Joubert, que vive com a esposa e co-fundadora Beverly Joubert na Botsuana, tem pilotado seu próprio avião para sobrevoar as áreas constantemente e confirmar que estão realmente seguras. Investiram seus próprios recursos em compra de suprimentos médicos que foram doados às clínicas da região, além da criarem facilidades de emergências médicas na vila mais próxima de cada concessão para garantir que as comunidades estejam seguras durante a pandemia. Sua Great Plains Foundation também está semanalmente criando novas iniciativas e metas, como produzir 250 mil máscaras na comunidade enquanto eles esperam fronteiras reabrirem – e estão abertos para doações de quem possa contribuir, viajantes e empresas, para que suas iniciativas sejam viabilizadas ainda mais rapidamente. 

O staff dos Porini Camps é inteiramente composto por membros de comunidades maasai. Foto: Mari Campos

A Gamewatchers Safaris, no Quênia, também assumiu por completo a fiscalização em suas concessões. Vale lembrar que o staff de todos os Porini Camps é 100% composto por membros das comunidades maasai dos arredores de cada propriedade. Mas agora, com a impossibilidade de turismo internacional por muito tempo e a possibilidade de tais reservas levarem até um ano para começarem a se recuperar, abre uma campanha de arrecadação para garantir que os animais continuem protegidos e as comunidades locais continuem assistidas.

E viajantes do mundo todo, como nós mesmos, também podem ajuda-los sem sair de casa. A campanha online ‘Adopt an Acre’, cujas doações começam em 35 dólares, visa se encarregar do pagamento das taxas de conservação e proteção das terras e da criação de renda para as comunidades locais nestes tempos de turismo zero. Ou seja, a garantia de que as áreas de conservação continuem operacionais e que os rangers e suas famílias continuem remunerados corretamente e trabalhando em defesa da vida selvagem. Doações mais polpudas (os detalhes estão no site da campanha) poderão ser usadas também como crédito de igual valor para quem decidir se hospedar num dos safari camps do grupo Porini Camps em 2021 ou 2022.  

Por aqui, estamos na torcida para que mais propriedades se engajem de fato, e o mais rápido possível, na proteção e sobrevivência de suas comunidades. Eu, pessoalmente, sempre valorizei propriedades praticantes do turismo responsável e verdadeiramente engajadas com suas comunidades e destinos. Afinal, se esperamos que o turista seja cada vez mais consciente e que o turismo no mundo todo seja realmente sustentável, é preciso, mais do que nunca, começar pelo nosso próprio quintal.

Leia neste link tudo que já foi publicado sobre hotelaria e coronavírus aqui no Hotel Inspectors.

Banheiro La Réserve Paris

O que um roupão de hotel envolve (além do seu corpo)

O estrelado chef britânico Gordon Ramsay é famoso por seu nível de exigência na cozinha. Não parece ser muito diferente nos hotéis onde se hospeda mundo afora. Há um ano, li uma entrevista na revista de bordo da Qantas na qual ele falava sobre o que acha mais importante em um hotel: “A primeira coisa que faço quando entro em um quarto de hotel é conferir se o roupão é confortável. Se não é, já me aborreço” (você pode ler a entrevista completa aqui, em inglês). Para atender às expectativas de hóspedes como o chef e se diferenciarem em um mercado tão concorrido, redes de hotelaria de luxo estão investindo cada vez mais em roupões que fogem do tradicional branco e do tamanho único para gigantes.

Roupão de hotel: Banheiro do Nobu Marbella Costa do Sol, na Andaluzia, Sul da Espanha
Banheiro do novo Nobu Marbella, no Sul da Espanha | Foto de Carla Lencastre

Fazer com que o roupão combine com a estética do hotel está se tornando cada vez mais importante nesta área. Hotéis de luxo na Ásia saíram na frente nos detalhes, como em vários outros setores da hotelaria, e há anos que quimonos de algodão, o yukata, estão em propriedades de grandes redes em cidades como Tóquio, entre elas a Mandarin Oriental e a Shangri-La. Não me esqueço a alegria de ver o delicado quimono, dobrado com perfeição em uma linda caixa laqueada, esperando por mim no quarto do MO Tokyo.

A rede Nobu Hotels ainda não chegou ao Japão, mas seus quimonos de inspiração japonesa estão nas propriedades do chef Nobu Matsushita em parceria com o ator Robert De Niro, como o novo Nobu Marbella, inaugurado há um ano, onde estivemos mês passado durante o evento The Essence of Luxury Travel, organizado pela Traveller Made.

Clique aqui para seguir @HotelInspectors no Instagram

Leia mais

Traveller Made: novos hotéis de luxo para ficar de olho

Traveller Made: tendências e novidades da hotelaria de luxo

RoupÃO com estampa de animaL marca mudança

Roupão de hotel: roupões infantis Macdonald Bear Hotel, na Inglaterra
Roupões infantis no inglês Bear Hotel | Foto de Carla Lencastre

O assombrado Macdonald Bear Hotel, em Woodstock, na Inglaterra, investe em roupão de hotel branco tradicional em tamanhos menores para crianças. Do outro lado mundo, os modernos QT Sydney, na Austrália, e QT Wellington, na Nova Zelândia, inovam com roupões pretos. Mas boa parte do crédito pelas novidades da vestimenta nos últimos anos é da Kimpton Hotels, parte do IHG Group. Ainda hoje me lembro da divertida surpresa de encontrar zebra e leopardo pendurados em um Kimpton (foto abaixo, seguida dos roupões do QT Wellington e do yukata do MO Tokyo).

Leia mais: Marcas hoteleiras de luxo chegam à Austrália e à Nova Zelândia

“Roupões de hotel eram brancos, de um tamanho e estilo que serve para todos. Nunca pensamos desta maneira. O design é importante para a nossa marca, precisamos que os hóspedes percebam isso nos detalhes”, diz Diana Martinez, diretora sênior de design da Kimpton, em uma entrevista ao site Skift, plataforma de mídia especializada na indústria de viagens.

Como é se hospedar no Kimpton Fitzroy London (que tem roupões clássicos)

Roupão de hotel: closet do La Réserve Paris
No closet do La Réserve Paris | Foto de Carla Lencastre

Recentemente, me encantei com os modelos do La Réserve Paris. Além dos clássicos modelos brancos no banheiro (foto em destaque no início do texto), no closet você encontra dois lindos roupões leves e macios, em cores e tamanhos diferentes. Não por acaso, são as peças mais vendidas pelo hotel. Os do Nobu também estão à venda. Ou seja, um bom roupão pode gerar lucro com a venda direta. E fazer com que a experiência do hóspede com a marca continue fora do hotel.

Leia mais: Como é se hospedar no La Réserve. eleito o melhor hotel de Paris

A inspector Mari Campos acabou de voltar da Índia, onde se deparou com exemplares únicos. São delas as fotos abaixo, feitas nos hotéis Oberoi Amarvilas, em Agra; Ananda in the Himalayas, nos arredores de Rishikesh, e Suján Rajmahal Palace, em Jaipur.

Hotel Inspectors está no Instagram @HotelInspectors, no facebook @HotelInspectorsBlog e no Twitter @InspectorsHotel

Shangri-La Hotel, At The Shard, London, Royal High Tea With Tower Bridge View

Shangri-La Hotels aposta em restaurante de aeroporto e bares

O Aeroporto de Changi, em Singapura, está sempre no topo das listas de melhores do mundo. No ranking atual da prestigiosa consultora britânica Skytrax, de 2018-2019, ocupa o primeiro lugar. Oitenta companhias aéreas voam para 200 destinos a partida dali, com cinco mil chegadas e partidas em uma semana. E, já que vocês perguntaram, estamos falando de aeroporto no Hotel Inspectors porque Changi foi o endereço escolhido pela rede de luxo asiática Shangri-La Hotels and Resorts para abrir seu primeiro restaurante fora de um hotel.

Shang Social, restaurante Shangri-La Hotels, Aeroporto de Changi, Singapura
Uma representação do novo Shang Social, restaurante com a grife Shangri-La Hotels no Aeroporto de Changi, em Singapura | Imagem de divulgação

O Shang Social fica no Jewel Changi, novo empreendimento ao lado do premiado aeroporto que reúne lojas, restaurantes e até uma cachoeira com 40 metros de altura dentro de um estufa de vidro com plantas tropicais. Com três chef executivos do grupo hoteleiro, especializados em três diferentes cozinhas chinesas, o restaurante vem se juntar às cinco propriedades que a rede tem na ilha (duas com a bandeira Hotel Jen). Quem detalhou a novidade foi Judy Reeves, diretora de relações públicas para as Américas da Shangri-La, que esteve no Brasil esta semana com James Boyd, vice-presidente de relações pública para as Américas da Singapore Airlines.

Novidades nos bares dos Shangri-La Hotels em Londres, Toronto e Manila

The Back Room, speakeasy Shangri-la at The Fort, Manila
The Back Room, novo speakeasy no Shangri-la at The Fort, em Manila | Foto de divulgação

A Shangri-La também tem novidades na área de alimentos e bebidas dentro de seus hotéis. Dois bares, em cidades tão diferentes como Toronto e Manila, fazem drinques com gins preparados com ingredientes locais. No Shangri-La at The Fort (um dos seis do grupo nas Filipinas), o Bee’s Knees, destilado na propriedade, é servido em um novo speakeasy, The Back Room. A entrada para o bar comandado pelo francês Ulysse Jouanneaud, que serve 150 diferentes marcas de gim, fica escondida atrás de uma cadeira de engraxate.

Clique aqui para seguir @HotelInspectors no Instagram

Bee's Knees, gim destilado em Manila, Filipinas, Shangri-la Hotels
Bee’s Knees, o gim destilado em Manila, Filipinas, pela Shangri-la Hotels | Foto de divulgação

Já no Shangri-La Toronto, o gim Levenswater Spring 34, feito na região de Niagara, inspira, além de drinques únicos, o chá da tarde. Os botânicos usados no destilado estão em doces como a mousse de iogurte de zimbro e compota de ruibarbo, servidos do Botanical Afternoon Tea.

Chá da tarde Shangri-La Toronto, gim feito em Niagara
Chá da tarde do Shangri-La Toronto inspirado em gim feito em Niagara | Foto de divulgação

O chá da tarde também está no centro das atenções do Shangri-la London, instalado no Shard, o prédio mais alto do Reino Unido, na margem Sul do Rio Tâmisa. Uma das novidades do hotel é um recém-lançado chá inspirado no bebê do príncipe Harry e de Meghan Markle, que nasce nesta primavera. O Royal High Tea (foto em destaque no alto), disponível até meados de maio no Ting Lounge, parte de uma ideia simpática: chefs criaram doces inspirados nas suas memórias gastronômicas de infância. O resultado é um cardápio que reúne, por exemplo, o cheesecake de blueberry da mãe de um dos chefs da pâtisserie com a mousse de morango feita na casa de uma outra chef.

Gong Cola drinque Shangri-La London Coca-Cola
Gong Cola: drinque novo no Shangri-La London homenageia a Coca-Cola | Foto de divulgação

Os drinques servidos no chá em homenagem ao mais novo bebê real não contêm álcool. Mas o Gong, o bar mais alto de Londres, no 52º andar do Shard, também estreou carta nova, Miscellany of Inventions. Lançado no final do ano passado, o menu criado pelo head bartender Christian Maspes, que trabalhou no American Bar, no Savoy, considerado um dos melhores bares do mundo, é inspirado em grandes invenções, como penicilina, cinema e código de barras. O que homenageia a Coca-Cola, por exemplo, é feito com pisco e vermute e servido em uma garrafa de refrigerante. Mas o que me deu mesmo vontade de experimentar foi o Fields of Gold, que celebra a invenção do trator a gasolina. O drinque é feito com mezcal, pepino e… formigas peruanas. Next time em Londres, vocês já sabem onde me encontrar. 

Shangri-la Shard London Gong Bar
Drinque com formigas: vou experimentar e depois eu conto | Foto de divulgação

Leia mais: American Bar, no Savoy, em Londres, um dos melhores bares de hotel do mundo

Hotel Inspectors está no Instagram @HotelInspectors, no facebook @HotelInspectorsBlog e no Twitter @InspectorsHotel