3 formas de melhorar 0 LEGADO DO TURISMO DE EVENTOS

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Todos os dias tento fazer um exercício para entender como o turismo pode contribuir ainda mais com o desenvolvimento das cidades; particularmente nesse semana, por ocasião de palestra no Congresso da ABEOC, trago uma reflexão sobre como podemos melhorar o legado dos eventos para as cidades, tema de minha palestra. Resolvi abordar 3 aspectos: o uso de tecnologias, o aumento do gasto e da permanência do turista de eventos e seu envolvimento com as comunidades locais.

As novas e sempre rápidas mudanças tecnológicas trazem uma mudança drástica na forma como podemos melhorar o marketing turístico. Parece que o uso de tecnologias em nosso setor chegou à área de gestão das empresas, mas ainda resiste em chegar no relacionamento com os clientes. Mudar o foco do negócio para o foco no cliente, essa seria uma ótima alternativa. Mas uma das coisas que muda no turismo é a forma de experimentar o destino, que antes só seria possível quando a viagem estivesse acontecendo; agora, com a realidade virtual é possível experimentar antes de comprar. Esse é um exemplo de como podemos falar mais do destino de um evento em sua fase de preparação, atraindo mais pessoas e mudando para melhorar o rumo de sua viagem. Podemos fazer com que o participante possa ter sua experiência melhorada antes, durante e depois de seu congresso ou convenção. Trata-se aqui de preparar o que resolvi chamar de FÓRMULA DO MAIS.

Para executar a FÓRMULA DO MAIS é preciso conhecer e transmitir ao participante de eventos que tipo de experiência ele pode ter no evento em si, e, sobretudo no destino. A fórmula é; FICAR MAIS, GASTAR MAIS EXPERIMENTAR MAIS. Isso trará um legado mais efetivo ao lugar que recebe os visitantes a congressos, feiras e outros tipos de encontros. Mas o que é a experiência? Uma viagem de imersão, uma forma de turismo em que as pessoas focam na experiência que terão num lugar, de forma engajada. É uma viagem de aprendizado, de transformação pessoal, que foca no ser, no estar, no conhecer, no interagir, e não no comprar ou no passar os olhos. Podemos aqui aproveitar uma tendência, o BLEISURE, a soma de business + leisure, negócios + lazer. Podemos convidar as pessoas a ficar mais no destino, conhecer mais de sua história e de sua cultura e natureza.

Finalmente falo de uma tendência que tem tudo a ver com a FÓRMULA DO MAIS, o envolvimento COM a comunidade local, e também DA comunidade local. Para ter experiências verdadeiras e inéditas, é preciso conectar-se com a cultura local, com as pessoas, com seus hábitos e costumes. É necessário um comportamento de respeito ao seu patrimônio e de engajamento fiel às suas tradições e seu patrimônio. Empoderar os locais significa estar com eles em sua realidade e ajudar diretamente com benefícios à conservação natural e histórica, e trazer resultados para sua economia de forma responsável. Quem sabe aqui não fazemos as comunidades locais sentirem, de fato, os benefícios do turismo e criamos a FÓRMULA DO QUERO MAIS? Quero mais eventos para minha cidade, quero mais turistas, quero mais negócios, quero mais viver em uma cidade vibrante.

Bem, o legado tem ainda diversos aspectos, e esses três que mencionamos estão totalmente interligados e interdependentes. Quais outros legados você sugere que possamos trabalhar na indústria de eventos?

Eventos: e agora ?

EventosCreio que já falei sobre o tema algumas vezes aqui no blog, mas o tema é de extrema importância e ao mesmo tempo requer uma reflexão séria, e muitas atitudes.

A resposta que busco é: o que vamos fazer depois de realizar Copa do Mundo FIFA e Jogos Olímpicos em termos de eventos no Brasil ? Todos, ou a maioria dos países que realizaram megaeventos tiveram grande preocupação em estabelecer uma política de captação para eventos esportivos e associativos depois desses eventos. Os melhores eventos recentes, em minha opinião, são o Canadá e Londres.

Em nosso caso, além de não ter conhecimento sobre o que se está fazendo, ou não existir essa política, também temos perdido muito espaço no ranking ICCA e na atração de novos tipos de eventos para o Brasil. As cidades sede da Copa, diversas cidades brasileiras, e especialmente o Rio de Janeiro e São Paulo, podem atrair eventos de várias categorias e segmentos.

A captação de eventos não pode ficar ao acaso, sobretudo quando falamos de políticas federais. Uma política de atração de eventos pode ser mensurada e trazer grandes resultados para a economia do país, para as cidades e ampliar os benefícios na geração de empregos.

Se quiser saber mais sobre o tema veja o artigo publicado na Revista Turismo em Pauta 13 em Pauta da CNC.

Eventos: e a banda passando

A Copa do Mundo foi aqui. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 serão aqui em 430 dias (nossa!!!). O Brasil já atingiu seu máximo no ranking da ICCA. Minha pergunta: para onde vai o setor de eventos de nosso país? Qual a estratégia para o setor de eventos associativos, eventos esportivos e outros tipos de eventos para um país que fez tantos investimentos em infra-estrutura turística e em equipamentos para receber todos os tipos de eventos ?

Não vejo nenhum debate sobre a visão que temos do setor para daqui a dez anos, quais os próximos passos a seguir ? Como inovar e avançar no processo de captação de eventos ? Como podemos expandir políticas para os eventos esportivos? Por acaso estamos estudando o que fez a Inglaterra ou o Canadá para aprender com outras experiências? Ou também vamos jogar fora essa oportunidade?

O Brasil não teve estratégia de imagem para a Copa do Mundo, não tem para os Jogos Olímpicos, não sabemos quais as mensagens queremos passar para o Mundo. As pesquisa de imagem com os estrangeiros mostram EXATAMENTE a mesma coisa há 10 anos. E o setor de eventos, também vai ser espectador nesse cenário? Parece que estamos sentados na arquibancada vendo a banda passar, e que não temos nada a ver com o que está acontecendo.