Viagens a lazer + trabalho remoto=?

Jä falamos aqui nesse post que as viagens a negócios e eventos estão ganhando novos formatos. Nessa primeira reflexão, falamos das mudanças que o home office pode trazer para as relações de trabalho, e consequentemente, para os perfis de viagens a negócios e eventos. Essa semana, quero compartilhar algumas questões sobre o aprofundamento da combinação de viagens a negócios com lazer. Faz até algum tempo que já falamos sobre o ‘bleisure’, que é como a expressão é usada em inglês; indicando BUSINESS + LEISURE.

Não é novidade o fato de que as pessoas que viajam a negócios ou a eventos sempre agregam um tempo para passear e conhecer o lugar em que estão. O que o mercado acompanha são as mudanças nas viagens do corporativo, a quantidade de pessoas que estão de forma presencial nos eventos e os investimentos que as empresas estão voltando a fazer no setor. O que quero comentar está relacionado às mudanças, também na forma presencial de trabalho, as transformações demográficas no setor corporativo e a predominância de viagens a lazer.

Trabalho em qualquer lugar, conheço novos lugares

Aqueles profissionais que podem trabalhar de forma remota poderão ter novos hábitos de moradia e de viagens. Nesse caso, são as viagens a lazer, predominantes nos últimos 2 anos, que podem também fazer parte da jornada de trabalho. Por outro lado, as políticas das viagens corporativas também estão ficando mais adaptáveis. O próprio colaborador pode escolher e ajustar sua viagem. O CEO do AirBnb Brian Chesby afirmou recentemente que o escritório tal qual conhecemos acabou. Será que estar conectado e com um laptop (e um fone de ouvido) já não está nos possibilitando trabalhar de qualquer lugar ?

Estudos também mostram o desejo dos jovens talentos em trabalhar em empresas que oferecem viagens em seu escopo de trabalho. A ideia é conhecer lugares, interagir com colegas e outras comunidades para ganhar mais experiência. Trabalhar e viajar a trabalho é considerado uma experiência rica para empregados e empreendedores. Assim, já vemos uma relação inversa; quem viaja a lazer pode ficar mais tempo, continuar trabalhando e conhecer novos lugares: LAZER + NEGÓCIOS ou LAZER + TRABALHO REMOTO.

O que você acha dessa reflexão ?

Imagine um mundo sem viagens

Esse foi o tema de uma campanha feita pelo Airbnb em 2018 que pode ser considerada ousada e ao mesmo tempo simples. A empresa foi ágil ao responder ao travel ban de Donald Trump. O material, que pode ser visto aqui, mostra imagens de como seria o cenário de vida das pessoas sem as viagens.

Com o lema “to limit travel is to turn back progress” (limitar as viagens é virar as costas ao progresso), o material chama a atenção ao fato geo-político, mas ao mesmo tempo reforça sua presença de marca e se posiciona firmemente a favor do livre viajar das pessoas. Dizem eles: imagine um mundo sem viagens aonde as pessoas constroem muros e ninguém sai de casa”. Parece assustador, mas pode ser uma opção de alguns países com políticas restritivas e xenófobas.

Já imaginou proibir as pessoas de viajarem? Isso fere frontalmente a liberdade dos povos, da amizade e da pluralidade de culturas e do valor à paz. Muitas vezes pensamos em nossos negócios na área de turismo sem sequer imaginar que eles podem acabar ou serem prejudicados por atos de guerra política. A luta pelo fim dos vistos ou de taxações pode parecer pequena diante de um cenário que não é impossível. A ousadia do Airbnb combina com sua inovação e marca seu posicionamento. Campanhas de turismo não são mais paisagens e pessoas em cenários maravilhosos, são posições firmes que definem as marcas e reforçam seu posicionamento. Você teria coragem de fazer algo assim em sua empresa ?

O que vai contar na escolha de destinos em 2019

Mais uma vez volto a comentar sobre as tendências no setor de viagens em nossa conversa aqui blog. Baseada em estudo do Expedia, trago alguns temas e ferramentas que não podem faltar a um destino ou mesmo empresa em seu trabalho de promoção e vendas. Precisamos pensar em cada minuto da permanência do visitante em nossa cidade e o que fará a experiência dele inesquecível.

  1. Gastronomia: é um dos principais pilares da experiência turística que deverá crescer em 2019 e ganha cada vez mais peso na escolha de um destino. Mas a experiência vai além de saborear uma ótima comida num restaurante ou experimentar um vinho; vale entender o processo como a comida é feita, de onde ela vem, fazer colheita de uva ou ainda ir ao mercado local com um chefe de cozinha. Uma das melhores práticas de experiência aonde se encontram exemplos interessantes é no Experiences do Airbnb. Quais as experiências autênticas nossos destinos oferecem ?
  2. Viver como locais: não é somente a autenticidade da cultura ou a natureza exuberante que vai contar; é importante para o visitante viver como um local quando “está” turista. Tanto pessoas que vivem nos destinos oferecem opções diversas de serviços como, também, várias empresas globais oferecem formas mais detalhadas de planejar e escolher antecipadamente o que fazer no destino. Temos disponível conteúdo suficiente para o planejamento antecipado de uma viagem a nosso destino ou só oferecemos hospedagem, um tour e traslado ?
  3. Negócios + lazer: cresce de forma rápida a extensão das viagens de negócios. Viajantes a trabalho buscam ampliar de 2 a 3 dias de permanência em busca de atrações culturais, vida urbana agitada e várias atividades de lazer. Estamos fazendo algo em nosso destino ou serviço com os viajantes a negócios para oferecer mais dias e experiências de lazer que valem à pena ?
  4. As tecnologias irão abrir ainda mais portas aos turistas: os smartphones trazem cada vez mais informações, conteúdo, opções e indicações sobre lugares, restaurantes, museus, pontos de apoio de serviços (como locação de bicicletas) e uma infinidade de formas de trazer na palma da mão todas as opções de como aproveitar melhor um lugar e vender serviços. A antecipação do perfil de clientes é uma tendência que já se tornou realidade como falamos aqui. Como nossos serviços no destino estão sendo oferecidos aos turistas de forma acessível e com tecnologias avançadas ?

Mulheres no Turismo

Hoje, como sabemos, é Dia Internacional da Mulher. Dia de todas, de qualquer lugar do mundo, de todos os continentes, todas as culturas, todas as religiões. No turismo, as mulheres possuem papel fundamental tanto no exercício das atividades da indústria, quanto como viajantes.

O turismo, inclusive, é um dos setores de destaque quando o assunto é a participação do gênero feminino em atuação: está na lista das 10 áreas com maior participação das mulheres no mercado de trabalho. De acordo com pesquisa da Catho, dos profissionais diretos do setor no Brasil, aproximadamente 56% são mulheres.

Uma pesquisa do Ministério do Turismo de sondagem do consumidor, realizada em fevereiro deste ano, revelou que 21,2% das mulheres entrevistadas têm intenção de viajar nos próximos seis meses. Dessas, 62,4% irá viajar pelo Brasil. Um dado importante da pesquisa é que 17,8% das que pretendem viajar, irão desacompanhadas. O número é 50% maior quando comparado aos homens tem intenção de viajar sozinhos.

A mulherada é maioria no Brasil, somos 103,5 milhões, 51,4% da população do país. De acordo com levantamento feito pela Airbnb, o Brasil está entre os cinco países com mais mulheres que viajam por conta própria. Apesar de uma viagem sozinha para uma mulher caracterizar ainda um desafio, principalmente quando levamos em consideração a cultura e costumes de alguns destinos, a tendência é que o número de viajantes desacompanhadas cresça ainda mais nos próximos anos.

Além disso, as viagens de mulheres, solo ou entre amigas, também são uma tendência de mercado. Já existem pacotes específicos e destinos especializados neste tipo turismo, onde as atrações e atividades são voltadas ao público feminino, desacompanhado ou não.

O imensurável o papel da mulher na sociedade e o mesmo vale para a contribuição do gênero na indústria de Viagens e Turismo. Que possamos encontrar, cada vez mais, ânimo para cumprir nossos papéis e permanecer atuando em prol do Turismo, enquanto profissionais ou como viajantes. Parabéns a todas nós, mulheres do Turismo!

Airbnb dentro de casa

airbnbSe você é também um viajante costumeiro, provavelmente já usufruiu (ou pelo menos cogitou a possibilidade) dos serviços de locação de plataformas especializadas em intermediar acomodações cuja máxima é “there’s no place like home”. Se você trabalha com turismo também já se questionou os impactos da atividade no setor de hospedagens. O ramo tem crescido a cada ano e possui o Airbnb como pioneiro e principal site nas buscas de quem procura acomodação fora do circuito tradicional.

A verdade é que não está tão “fora” assim. Apesar de estar à margem das regulações do mercado hoteleiro em alguns países como o Brasil, ele possui efeito sobre este mercado e, mais, sobre a indústria de turismo. Para se ter uma ideia, a start up foi responsável pela hospedagem de 85 mil pessoas no Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos, faturando aproximadamente R$ 100 milhões.

O sucesso do compartilhamento de acomodações para turistas se deve à precedente  modificação nos hábitos do consumidor, isso acontece em diversas áreas de nossa indústria. Com a ideia de alugar espaços disponíveis em propriedades privadas para que o turista tenha uma experiência mais próxima da vida cotidiana na cidade em que está, a procura por este tipo de serviço é resultado de uma mudança de interesses dos turistas, que priorizam experiências, acomodações personalizadas e ambientes exclusivos.

Apesar de alguns defenderem que o serviço oferece uma ameaça, é mais sensato sinalizá-lo como um meio complementar de hospedagem e como um condutor de mudanças no setor, ao chamar atenção para os novos hábitos de viajantes, que já dava indícios através da busca pela originalidade. É imprescindível lembrar que o Airbnb e outros sites atendem a um grupo que busca atendimento em itens específicos da viagem. Há diversos elementos que se diferenciam dos serviços de hotéis e pousadas, como o nível de comodidade e a facilidade de informações, por exemplo. A velha casa de amigos e parentes ganha uma nova roupagem e um novo jeito de experimentar os lugares como um local.

A plataforma e os serviços oferecidos atendem a milhares de consumidores que não só existem, mas sabem exatamente o que querem. Devemos aprender com eles, entendendo que, nem de longe, o setor de turismo é um mercado estático. Ainda bem.

Don´t go, live

airbnbViver um destino, ou num destino. É o que propõe o Airbnb em seu vídeo “Don´t Go There, Live There“. Deixando de lado as questões em debate sobre a concorrência com a hotelaria, ou as taxas e impostos, ou outras polêmicas sobre as formas de hospedagem, quero comentar sobre o conceito que está no foco da campanha.

Os viajantes dizem, não quero fazer programa de turista, quero fazer o que os locais fazem; quero ir a lugares que possibilitem viver como as pessoas daquela cidade passam o seu dia a dia. Também, os especialistas em imagem de lugares dizem, a visão positiva de um país ou destino é mais positiva se as pessoas quiserem não somente visitar, mas trabalhar, morar e investir.

Assista ao vídeo no link acima, e observe que ele propões justamente ao turista virar um habitante local e conviver com as pessoas daquela comunidade. Autenticidade da experiência e ao mesmo tempo fazer coisas que você faria em sua casa. Independente de ficar em hotel ou em imóvel alugado, a questão permanece cada vez mais verdadeira; será que nossa comunicação de destinos ou produtos está pensando e fazendo isso ?

Taxa Airbnb

airbnbE os desafios de competitividade e arranjos de mercado sofrem mesmo grandes transformações na indústria de viagens e turismo pelo mundo. Concorrência desleal ou opções ao cliente que deseja novas experiências e hospedagem sob medida? O caso do Airbnb vem causando muito debate na Europa aonde as cidades estão buscando soluções para que os aluguéis realizados por meio da plataforma também paguem taxas municipais.

É o caso de Lisboa, aonde a Câmara de Vereadores vem discutindo com a empresa a cobrança de uma taxa de 1 euro para os aluguéis do Airbnd. Segundo o jornal ‘O Público” de Portugal, as cidades de Paris e Amsterdã já cobram taxas e o tema tem sido bem recebido por todas as partes envolvidas.

Um apartamento em Paris por determinado período, reservado no Airbnb pode custar, por exemplo, R$ 744,00; desse valor, o aluguel é de R$ 633,00 e existem duas taxas, a de Serviços da plataforma (R$ 78,00) e uma outra chamada de Imposto de Turismo, que nesse caso seria de R$ 33,00. Resolvido.

Uma busca rápida para a semana que vem no Rio de Janeiro de hospedagem para 4 pessoas me mostra mais de 300 opções com média de diária de R$ 639,00. No caso de São Paulo a média no período é de R$ 592,00, de Salvador é de R$ 466,00 e Recife R$ 366,00 (período de busca de 16 a 24 de abril de 2016).

Um ótimo debate para o setor de turismo, arrecadar a taxa e utilizar os Fundos de Turismo para recebê-la, revertendo para a promoção do destino.