Turismo internacional tem maior crescimento em 7 anos

Ontem, a Organização Mundial do Turismo (OMT – UNWTO) divulgou a edição de agosto de 2017 do Barômetro Mundial de Turismo, uma análise global do setor no período de janeiro até junho de 2017.

Mundialmente, o Turismo internacional teve o seu primeiro semestre mais forte desde o ano de 2010, de acordo com relatório: destinos de todo o mundo receberam 598 milhões de turistas nesses primeiros seis meses de 2017  (cerca de 36 milhões de mais do que no mesmo período de 2016, resultando um crescimento de 6%, superando a tendência dos últimos anos -cuja alta foi de 4% em 2010).

Sobre o Brasil

Ainda segundo o World Tourism Barometer, a metade de 2017 foi de recuperação para o Brasil, já que, de acordo com dados do relatório, o nosso país teve “uma forte recuperação em demanda” nesse primeiro semestre de 2017.

Outro destaque para o Brasil são as despesas dos turistas brasileiros no exterior, que cresceram 35%, após alguns anos de declínio. Possivelmente, temos esse crescimento como um reflexo da estabilidade do câmbio e baixa do dólar (que esteve pela casa dos R$ 3,06 em março deste ano), tornando os gastos no exterior mais atrativos e estimulando as viagens para fora do país.

América do Sul

Dentre as Américas, a América do Sul foi a que apresentou o maior resultado positivo, de acordo com a OMT. Em desembarques internacionais, o aumento foi de 6%, quando comparado ao primeiro semestre do ano passado

Com crescimento de dois dígitos nos números de chegadas internacionais temos o Uruguai (+ 27%), Colômbia, (+ 20%), Chile (+ 17%) e o Paraguai (+ 12%). A OMT informou que não há informações ainda sobre desembarques internacionais do Brasil e da Argentina no período de janeiro a junho de 2017.

A primeira metade do ano geralmente representa cerca de 46% das chegadas internacionais anuais totais, tendo o segundo semestre três dias a mais e incluindo a alta temporada do Hemisfério Norte meses de julho e agosto.

Em uma análise primária, é possível afirmar que o Brasil tem mostrado um crescimento saudável e um Turismo resiliente, dados os períodos de instabilidade que o setor tem atravessado. Ainda há muitos desafios a serem superados e metas a serem alcançadas, mas, globalmente falando, nosso Turismo tem caminhado relativamente bem no primeiro semestre de 2017.

Seguimos acompanhando de perto.

As 5 principais tendências para a América Latina

Turistas com +50 são tendência para a indústria latino-americana (Foto: WTM Latin America)

A WTM Latin America em associação à Euromonitor apresentou o “WTM Latin America Trends Report 2017”, um relatório das principais tendências na indústria de turismo e viagens que vão tomar forma nos próximos anos na América Latina.

Cada vez a mais, a orientação regente tem sido a procura de ofertas e serviços personalizados alinhado à busca pelo fazer, ver e sentir (experiência), em detrimento do ter e comprar.

O relatório analisa mudanças comportamentais e demográficas, como o envelhecimento da população e o novos hábitos femininos, por exemplo, e o impacto destes na indústria do turismo. Das tendências listadas abaixo, as 5 mais expressivas que moldam e irão influenciar ainda mais o futuro da indústria na América Latina, de acordo com o relatório, irei realizar postagens futuras para explanar as tendências, com base nas considerações do estudo. As tendências observadas serão:

Envelhecimento da população e influência no turismo
Profissionais sem chefe e sua forma de viajar
Empoderamento das mulheres
O mundo digital: compartilhamento de experiências
Vendas por dispositivos móveis

3ª idade viajante

O aumento da população idosa já é uma tendência global para os próximos anos graças ao aumento da expectativa de vida promovida pelo avanço da medicina, tratamentos e prevenção de doenças. Segundo o relatório, a geração que está envelhecendo (os baby boomers) traz a perspectiva de que essa classe será uma parcela fundamental para o turismo na América Latina.

Isso porque os baby boomers irão transformar os hábitos de consumo desta faixa de idade. A estimativa é de que, em 2020, mais de 88 milhões de turistas da América Latina tenham mais de 50 anos (um crescimento de 40% em relação ao número de turistas desta faixa etária em 2010), correspondendo a 28% da parcela total de turistas latino-americanos.

O que essa tendência traz para a indústria? Políticas públicas que atenderão às necessidades de melhorias e adaptações nos destinos para receber turistas idosos, linguagem promocional direcionada à faixa etária, agências de turismo especializadas no consumo dessa classe de turistas. É também um impulso para a economia do turismo, jé que, por serem, em maioria, turistas aposentados ou com trabalho flexível (de carga horária reduzida), estes turistas dão um forte incentivo para viagens de baixa temporada, segundo o relatório.

Sobre turismo continental

Em meio ao desenvolvimento global do turismo internacional, estudos da Organização Mundial do Turismo – OMT, apontam que o grande fluxo de turistas internacionais, em sua maioria, viaja para países do seu próprio continente.

No Brasil, esta estatística se confirma. A Argentina é, historicamente, o principal emissor de turistas internacionais para as terras brasileiras: de acordo com relatório estatístico de 2016 do Ministério do Turismo – MTur, o país foi responsável por 2,07 milhões de visitantes ao Brasil, representando 33% do total dos turistas estrangeiros que desembarcaram por aqui.

No ranking dos 5 países que mais nos visitam, apenas os Estados Unidos, segundo colocado da lista, não são da América do Sul. Seguido do país norte-americano estão o Chile, o Paraguai e o Uruguai.

Juntos, a Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai por quase 50% do fluxo de turistas estrangeiros por aqui.

A recíproca também é verdadeira. A presença de brasileiros nos países do continente também é expressiva: somos os principais viajantes internacionais na Argentina. Em 2016, a presença de brasileiros no país vizinho recuou 44% no primeiro trimestre de 2016, devido à situação econômica do Brasil, o que fez o turismo argentino avaliar a “dependência” do setor em relação aos viajantes brasileiros. Ainda assim, as relações de turismo entre os dois países, permanecem firmes e a expectativa da Argentina é que o número de turistas brasileiros aumente ainda mais: a meta é alcançar o número de 1,6 milhão até 2019.

Estamos entre os principais turistas em alguns países da América do Sul. É importante estreitar essa relação e estendê-la a outros países do continente que possuem atuação expressiva no turismo, trabalhando em investimento em ações conjuntas de publicidade, estudo de redução de impostos e ampliação de malha aérea.Temos um continente com efetivo e potencial de turismo ricos, que podem ser trabalhados a fim de gerar fortalecimento do mercado, retorno econômico e desenvolvimento mais unificado do turismo no continente. Seguimos acompanhando.

Brasil ocupa 27ª posição em ranking de competitividade no Turismo

O Fórum Econômico Mundial divulgou recentemente o Travel & Tourism Competitiveness Report, com a lista de 136 países ordenados de acordo com o potencial competitivo dos diversos serviços de viagens e turismo. Na liderança do relatório, está a Espanha, em seguida a França e a Alemanha ocupando a terceira colocação. O Brasil aparece em 27º lugar, subindo uma colocação em relação à edição anterior do relatório, em 2015.

Ainda assim, dos países da América do Sul, o Brasil é o primeiro da lista e é o líder do ranking mundial de recursos naturais. A evolução de posto do País no relatório é expressiva, já que, na edição de 2013 do Travel & Tourism Competitiveness Report, o Brasil ocupava a 51ª posição.

Os investimentos realizados com vistas à Copa do Mundo e Jogos Olímpicos foram, evidentemente, elementares para a melhor avaliação de competitividade do nosso turismo.

O relatório é elaborado a cada dois anos e analisa 14 aspectos da indústria de viagens e turismo, destinos para negócios, condições de transporte, segurança, saúde, preços de serviços etc., classificando cada parâmetro com notas (máximo de 7). A classificação mais baixa do Brasil foi para o quesito “infraestrutura terrestre e portuária”, com nota 2,1. A maior foi a de “recursos naturais”, com 6,1 (mais alta overall).

O ranking final é formado pela nota média de todos os parâmetros: o primeiro colocado obteve 5.43 de pontuação, o Brasil ficou com 4.49.

Travel & Tourism Competitiveness Report é um relatório que se baseia em possibilidades e é uma importante ferramenta de estudo, principalmente para nós que fazemos o turismo no Brasil, país em que o setor está se estabelecendo como prioridade de desenvolvimento. Passados os grandes eventos que fizeram o Brasil ter uma melhor colocação em rankings de competitividade, visitação e retorno econômico, é sempre bom lembrar que nosso Turismo não pode parar.

Para ter acesso ao Travel & Tourism Competitiveness Report  completo clique aqui.