A casa é nossa

CIDADE OLIMPICAAnteriormente, falei aqui no blog sobre a casa dos países que estarão abertas a visitações do público durante o período das Olimpíadas no Rio. As “casas de hospitalidade”, como são chamadas, são espaços de convivência montados especialmente para os Jogos por algumas das nações participantes, onde atletas, autoridades, convidados e, em algumas vezes, a população em geral confraterniza, assiste a partidas descobre um pouco mais da cultura dos países.

O  Brasil também terá a sua casa na cidade sede dos Jogos e é uma das maiores. Em um só lugar, estarão reunidos um pouco de nossa história, cultura, turismo e, naturalmente, nossa trajetória no esporte. O espaço terá programação diária e aberta ao público gratuitamente, com atividades interativas e experiências sensoriais e audiovisuais, tudo para cativar os visitantes. Alguns atletas medalhistas também realizarão no espaço a comemoração de vitórias.

Como também comentei previamente, as casas de hospitalidade são ótimas oportunidades para  que o país promova sua marca, sua cultura e sua identidade. Com a possibilidade de serem visitadas por turistas do mundo todo, é bastante oportuno realizar atividades voltadas ao público com intenção de, além de transmitir conhecimento, divulgar o país como destino turístico.

O nosso espaço verde e amarelo também contará com shows, eventos culturais, conferências internacionais, encontros de negócios e degustação de diversos pratos com o bom temperinho brasileiro.

Para quem estiver pelo Rio no período, a Casa Brasil abrirá suas portas a partir do dia 4 de agosto e irá até 18 de setembro, no Píer Mauá. Vale a visita!

5 oportunidades perdidas Rio 2016

oportunidade perdidaNão obstante nossa alegria, entusiasmo e grande emoção na realização dos Jogos Rio2016, além da torcida para que tudo corra bem e seja um sucesso, além de pontuar os 10 legados Rio 2016, quero também falar da oportunidade perdida para a indústria de viagens e turismo do Brasil:

  1. Imagem: esse é de longe o maior problema e a maior oportunidade desperdiçada. Há 7 anos quando vencemos a disputa para sediar os jogos, começamos um trabalho de planejamento que resultou num documento Plano Aquarela 2020. Havia uma estratégia, uma agenda e todo um caminho a percorrer antes, durante e depois dos Jogos. Esse trabalho que custou dinheiro público e é de alta qualidade foi desprezado, não foi atualizado nem utilizado depois de 2010. Resultado: não temos nem uma mensagem para o mundo, nem a administração dos temas negativos que rodam nossa vida pelo mundo afora (segurança, Zika, desorganização, corrupção). Péssimo, difícil de reverter e um problema a ser enfrentado
  2. América Latina: quando vencemos a disputa se destacou que são os primeiros jogos a ser disputados no continente. Foi iniciado um processo de participação conjunta do continente no pré e durante evento, mas não tenho conhecimento de que isso tenha tido resultados positivos.
  3. O Brasil no Rio: mesmo com a iniciativa da Casa Brasil, não tivemos um planejamento nem recursos para realmente mostrar o Brasil durante os Jogos. Me lembro que um ponto alto dos Jogos de Vancouver e de Londres foi justamente ir além das cidades, mostrar as regiões, criar roteiros.
  4. Jornalistas: alguns estados estão começando suas atividades no Media Broadcast Center e vão trabalhar com os mais de 25 mil jornalistas de mais de 200 países que estão chegando no Brasil. Esse trabalho é importante e deverá trazer muitos resultados, mas ele deveria ter um “antes” e deveria ter um “depois”, espero que tenhamos algo concreto e com resultados.
  5. Captação de Eventos: os Jogos seriam uma oportunidade para ter uma nova política de captação de eventos para o Brasil. Com as estruturas da Copa, dos Jogos, de hotéis e centros de convenções poderíamos ter trazido grandes players mundiais para ver os jogos, prospectar desde já eventos para daqui 3, 4, 7 anos….

Todo país que trabalha com turismo sonha em realizar esses eventos, se planeja, desenha e executa uma estratégia para ser conhecido pelo mundo por novos aspectos de sua cultura e de sua natureza e estilo de vida. O Brasil esteve mergulhado em outros problemas, faltou visão estratégica, faltou continuidade nas políticas da EMBRATUR  e do MTUR, faltou iniciativa do setor privado.

Sou a maior defensora dos Jogos, lutei muito para que eles viessem ao Brasil assim como muitos brasileiros o fizeram. Precisamos então falar do assunto, e agora arregaçar as mangas e realizar grandes Jogos. Será um sucesso !