Impacto da receita e despesa cambial nas viagens no Brasil

O ano está chegando ao final, e vale uma análise de como estão se comportando a receita e a despesa das contas de turismo no Brasil.

Essa semana o  Banco Central divulgou os dados desses indicadores, até o mês de outubro deste ano. E a receita cambial referente aos gastos dos turistas estrangeiros sofreu uma queda de 1,58% em comparação com outubro do ano passado. Já no acumulado do ano, de janeiro a outubro de 2018, o percentual é positivo: 3,00% superior ao mesmo período de 2017.

Nos parece um indicador de que o gasto dos estrangeiros não tem aumentado de forma proporcional ao que pensaríamos em relação ao dólar alto. Dólar alto deveria ser mais atrativo aos estrangeiros. Portanto, será que a instabilidade econômica e política influenciaram essa decisão? Ou nossos concorrentes estão mais fortes? Ou nossos produtos ainda precisam de mais competitividade? Precisamos de promoção mais efetiva no exterior? Como vai ficar a imagem do país com o novo governo? Quais outros fatores você acrescentaria?

Com relação à despesa cambial turística, o percentual foi de 2,06% inferior na comparação dos meses de outubro deste ano com outubro de 2017. Um percentual não tão acima do acumulado do ano (de janeiro a outubro de 2018), cuja despesa cambial correspondeu a um percentual de 1,93% inferior ao mesmo período do ano passado. Aqui nos parece que o dólar influenciou nos gastos e viagens ao exterior dos brasileiros. A flutuação da moeda durante o ano, e a chegada ao patamar de R$4,00, somado ao período eleitoral e à situação econômica, nos leva a verificar que as viagens ao exterior foram impactadas negativamente em 2018.

Dólar e viagens

O cenário internacional vem provocando uma alta da moeda americana que tem impactos em diversos setores da economia, inclusive o nosso.

Nos últimos três meses, o dólar saiu de R$ 3,2 para quase R$ 3,60. Somamos aqui o cenário nacional de uma situação econômica qua ainda não conseguiu superar índices conforme esperado, e o mundo vivenciando recentemente a decisão dos EUA de deixar o acordo nuclear com o Irã.

O petróleo, produto de alto impacto no custo da aviação civil cresceu 54% nos últimos 12 meses, já provocando prejuízos e preocupações entre as empresas aéreas e, consequentemente nos valores das viagens.

Aqui no Brasil, o ano de 2017 apresentou alta de 31% nos gastos dos brasileiros no exterior, e queda dos gastos dos estrangeiros no Brasil (3,5%). Em 2018, o ano começou com a tendência de aumento dos gastos e uma confiança maior do consumidor que influencia as viagens.

Até março de 2018 os gastos dos brasileiros no exterior aumentaram 10% e os dos estrangeiros no Brasil quase 5%. O novo cenário global e o ano de eleições mostra projeções de aumento da moeda, sem perspectivas de diminuição a médio prazo.

Um ingrediente recente e importante, desvalorização do peso argentino pode ajudar a levar brasileiros para lá, e como vai impactar a vinda de argentinos ? Nosso maior mercado,  responsável por 35% dos visitantes ao Brasil?

Resta acompanhar, e orientar os clientes para realizar viagens com dicas de como usar as moedas estrangeiras.

 

 

O gasto do brasileiro nas férias

Os brasileiros gastaram 1.878,90 bilhão de dólares em viagens e turismo no exterior em Julho, um dos meses mais fortes de férias por aqui, informa o Banco Central do Brasil. Com o montante, o mês de julho atingiu um novo máximo desde Janeiro de 2015.

Relativamente ao mesmo mês em 2016, os gastos aumentaram 38%, ou seja,  mais de 500 milhões de dólares, elevando assim média deste ano. Os números de julho também fazem a despesa cambial de 2017 ultrapassar os dez bilhões de dólares, atingindo os U$$ 10.684,24 bi.

Um dos grandes influenciadores do aumento da despesa cambial tem sido a desvalorização do dólar, que chegou a valer R$ 3,11 no mês passado, tornando os gastos exterior mais atrativos e estimulando as viagens para fora do país.

Intenção de viagem

Segundo a pesquisa do MTur de Sondagem do Consumidor e Intenção de Viagem, no mês de junho deste ano, quase 20% dos entrevistados que afirmaram planejar viajar nos próximos 6 meses pretendiam realizar uma viagem internacional. Em relação à junho do ano passado, o número de turistas brasileiros que pretendiam viajar para o exterior no horizonte de 6 meses correspondia a 16% do total.

Receita cambial

Já os gastos dos estrangeiros no Brasil tiveram queda em julho deste ano, em relação ao mesmo mês de 2016. Como se mostrou previsível, a receita cambial obteve o percentual negativo de 5,54%, correspondendo ao valor de U$$ 440 milhões.

A queda não foi surpresa, visto que os dados do mês de julho no ano de 2016 foram fortemente impulsionados pela realização dos Jogos Olímpicos no País. Seguimos acompanhando.

Dólar e vontade de viajar caminhando juntos

De acordo com dados do Banco Central, os brasileiros gastaram no exterior, nesse último mês de abril US$1,32 bilhão. O valor é 23% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado.

O aumento dos gastos dos turistas brasileiros no exterior em abril se deve ao valor do dólar durante este período, que estava em torno de R$ 3,17. No mesmo mês do ano passado, por sua vez, o dólar oscilava ao redor de R$ 3,60.

Caminhando junto ao câmbio do dólar está a intenção de viagem dos brasileiros ao exterior (veja post aqui) que, nos mês de abril, teve o índice mais alto de perspectiva de viagens internacionais do ano, com 29% das intenções.

No acumulado do ano, as despesas dos brasileiros no exterior avançaram 43%, chegando a US$ 5,79 bilhões.

Gastos dos estrangeiros no Brasil

Já os gastos dos estrangeiros no Brasil não tiveram muita variação. Ainda de acordo com os dados do BC, em abril deste ano, as receitas ficaram em US$ 417 milhões, contra US$ 475 milhões registrados no mesmo mês em 2016.

22% dos brasileiros querem viajar nos próximos 6 meses

O Mtur divulgou a pesquisa de sondagem do consumidor que mostra a intenção de viagem dos brasileiros no mês de abril. A pesquisa se refere à perspectiva de viagem dos brasileiros nos próximos 6 meses e revela que 22,1% dos entrevistados têm planos de viajar nesse período. A porcentagem é maior do que a do mesmo período em 2016, que foi de 17,3%.

A região Nordeste segue sendo o destino preferido, tendo 48% das intenções de viagem e o transporte mais procurado é o avião, com 64% da procura nos planos de viagens. Sobre a forma de se hospedar, ainda no comparativo, os hotéis e pousadas estão mais procurados: 52%, seis dígitos a mais do que no mesmo período do ano passado.

Dólar disparado

Como um reflexo de um início de recuperação econômica apresentado em 2017, os planos de viajar para o exterior, de acordo com a pesquisa de abril, subiram de 20% no ano passado para 29% nesse ano. Porém a alta repentina do dólar, provocada pelos acontecimentos políticos dos últimos dias foi um fator com o qual nenhum turista contava. A moeda chegou a ser cotada a R$ 3,70.

Sendo o Turismo uma indústria de diversas variáveis, é difícil prever até quando e o quanto será sentido de impacto no desenrolar de cada capítulo político. Mas, como todos já sabemos, o Turismo é resiliente, possui solidez em tempos turbulentos e por aqui, temos o otimismo dos turistas brasileiros. Seguimos fazendo o Turismo e acompanhando de perto a indústria.

Despesa cambial em ascensão

Durante os 7 primeiros meses de 2016 os números da despesa cambial foram negativos, porém, a partir de outubro, os gastos dos brasileiros em viagens ao exterior permanece em progressão expressiva.

De acordo com dados do Banco Central, neste mês de fevereiro, não foi diferente. A despesa cambial turística de fevereiro/2017, foi de US$ 1,36 bilhão, ou seja, 61,63% superior à de fevereiro de 2016 (US$ 841 milhões). No acumulado do ano, os gastos dos brasileiros no exterior foram de US$ 2,94 bilhões correspondendo a um percentual de 74,85% superior ao mesmo período de 2016, quando a despesa foi de US$ 1,68 bilhão.

Já a receita cambial retrocedeu em relação a fevereiro de 2016.Os turistas internacionais deixaram aqui, nesse segundo mês, US$ 535 milhões, o que equivale a 10,62% a menos do que a receita de fevereiro do ano passado.

Mesmo se juntarmos as receitas de janeiro e fevereiro deste ano, temos US$ 1,20 bilhão, ainda assim, é 4,23% menor do que a receita do mesmo período em 2016, equivalente a US$ 1,25 bilhão.

Já a despesa cambial turística de fevereiro/2017, cuja soma foi de US$ 1,36 bilhão, foi 61,63% superior à de fevereiro de 2016, que foi de US$ 841 milhões. No acumulado do ano, os gastos dos brasileiros no exterior foram de US$ 2,94 bilhões correspondendo a um percentual de 74,85% superior ao mesmo período de 2016, quando a despesa foi de US$ 1,68 bilhão.

De outubro até aqui, o dólar permanece em estabilidade moderada, na casa dos R$ 3,30, o que explica o aumento dos gastos dos brasileiros no exterior.

A temporada de verão, que vai até o mês de março, é um importante período de análise das receita e despesa cambiais. Quando colocamos na balança os números do BC, vemos que há ainda um caminho a percorrer para chegar a um nível mais equilibrado. Além do que, os valores da receita e despesa representam um auxílio expressivo para a economia do País.