Ao ler as reflexões pertinentes a respeito das associações dos colegas Artur Luis Andrade e Luis Vabbo nos textos De quem é uma associação? e Associação não pode ter dono… e a ponte criada no assunto com o setor e o período que o Turismo atravessa, trago em contribuição à discussão outro aspecto da perspectiva: a importância da liderança. Cito alguns pontos principais da minha reflexão:
Proatividade. É preciso uma atuação constante da liderança de uma entidade de classe na indústria. Antecipar-se nas ações e prever necessidades é uma qualidade valiosa e essencial para uma liderança, principalmente se um dos seus objetivos mais proeminentes for defender os interesses comuns. Uma atuação cautelosa, minuciosa e ininterrupta de líderes é que fazem da entidade uma ferramenta útil. Caso contrário, como coloca Artur Andrade, a associação só servirá de enfeite. Não há defesa de interesses sem trabalho diligente!
O que nos traz a outro ponto essencial do debate: a atenção aos acontecimentos do setor de dentro ou fora da zona de atuação e posicionamento. Decisões ou eventualidades que influenciam em maior ou menor grau o campo compreendido pela entidade devem estar sempre em pauta de dirigentes associativos. E mais: é necessário o desenvolvimento de uma postura em relação ao acontecimento. Temos como exemplo a saída dos EUA do acordo de Paris, evento que impacta diretamente o nosso setor. Qual o posicionamento do Turismo nessa questão? Gerar uma colocação, nesse caso, demonstra comprometimento e norteia ações futuras do setor.
A liderança de uma associação está intimamente relacionada à questão da representatividade. Entre diversos interesses, diversas áreas de atuação e segmentação de propósitos, a liderança de uma entidade de classe precisa encontrar equilíbrio da representatividade (que pode ser descrito -e sentido- de forma prática como unidade). À vista disso, a influência estabelecida pela liderança é essencial. Uma associação existe para que necessidades sejam atendidas, haja aperfeiçoamento de práticas e técnicas, enfrentar corrupção, viabilizar soluções, entre tantas outras atribuições. E para que em todos esses tópicos a atuação seja efetiva e obtenha êxito, tornar a classe parte dos processos para que a mesma se perceba representada é condição vital.
Se pararmos para pensar nos pontos supracitados, será que encontramos, em número razoável, lideranças que preencham os aspectos essenciais? Certamente, encontremos alguns, mas poucos comprometidos. O desenvolvimento de líderes na indústria de turismo do Brasil é um dos aspectos fundamentais para estarmos sempre perto do que acontece e cobrar o que não acontece. Precisamos, com urgência, do surgimento de mais líderes que contribuam com o fortalecimento do turismo, sem que este dependa exclusivamente do setor público. Procuram-se por mais líderes!