Taxonomia Sustentável Brasileira: o papel do Turismo – Parte 1

O Brasil chega à COP 30, em Belém (10 a 21 de novembro de 2025), com um feito histórico: a Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB), recém-instituída pelo Decreto nº 12.705, que torna o Brasil o primeiro país do mundo a incluir o turismo de forma abrangente e integrada em sua taxonomia de sustentabilidade. Esta é uma decisão estratégica que não apenas ajuda a consolidar a liderança brasileira em turismo sustentável, mas também sinaliza uma transformação profunda na maneira como o setor opera, investe e contribui para o desenvolvimento sustentável do país. 

O que é a Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB)? 

A TSB funciona como um “dicionário da sustentabilidade” – um sistema de classificação oficial que define, com critérios técnicos e científicos, quais atividades econômicas, projetos e ativos são realmente sustentáveis. Coordenada pelo Ministério da Fazenda a taxonomia estabelece parâmetros objetivos para que empresas, investidores e governos identifiquem o que realmente contribui para metas climáticas, ambientais, sociais e econômicas.  

A TSB é orientada por três objetivos estratégicos. O primeiro é: mobilizar e reorientar o financiamento e os investimentos públicos e privados para atividades com impactos positivos, visando desenvolvimento sustentável, inclusivo e regenerativo. Em segundo lugar promover o adensamento tecnológico voltado à sustentabilidade, com elevação de produtividade e competitividade em bases sustentáveis. E por último criar bases para produção de informações confiáveis dos fluxos de finanças sustentáveis, estimulando transparência, integridade e visão de longo prazo. 

Por que o Brasil incluiu o Turismo na TSB? 

O Brasil é o primeiro país no mundo a incluir o turismo na TSB, e isso não é por acaso. O setor é responsável por cerca de 7% do PIB brasileiro e emprega mais de 7 milhões de pessoas, sendo fundamental para a economia regional, especialmente em áreas com biodiversidade significativa e comunidades tradicionais. Ao integrar o turismo na taxonomia, o Brasil reconhece o setor como parte essencial da transformação ecológica, criando um marco regulatório que alinha competitividade com sustentabilidade. 

A decisão reforça o compromisso brasileiro com a Agenda 2030 da ONU e as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Acordo de Paris, posicionando o turismo como vetor de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, proteção da biodiversidade e geração de trabalho decente em comunidades.