Brasil Lidera Recuperação Turística na América Sul 2025 | +14,6% Crescimento

O relatório World Tourism Barometer (Set 2025) da ONU Turismo (OMT), mostra dados de um cenário extraordinariamente favorável para o turismo brasileiro. Os indicadores mostram que superamos consistentemente as médias globais e que o Brasil é líder na recuperação turística das Américas. Os dados revelam não apenas números robustos, mas principalmente oportunidades que demandam mobilização imediata do setor privado, gestores de destinos e lideranças governamentais.

Performance Excepcional em Contexto Global Desafiador

Enquanto o turismo mundial cresceu 5% no primeiro semestre de 2025, o Brasil registrou expansão de 14,6% nas chegadas internacionais, recebendo 6,8 milhões de visitantes estrangeiros. Este desempenho nos coloca acima da média global, e também, supera significativamente o crescimento das Américas (3%). Influente no dinamismo da América do Sul (14%), o Brasil colabora para a região que desponta como a mais pujante do continente.

A análise comparativa revela contrastes marcantes: enquanto América do Norte apresentou crescimento nulo e o Caribe estagnou, o Brasil consolidou-se como o segundo maior receptor de turistas nas Américas, atrás apenas do México. Esta posição estratégica, combinada com o crescimento sustentado acima de dois dígitos, sinaliza um momento decisivo para investimentos em infraestrutura turísticaqualificação profissional e desenvolvimento de produtos turísticos diferenciados.

Receitas Turísticas: O Diferencial Competitivo Brasileiro

O indicador mais impressionante e importante na análise desse contexto, vem das receitas: o Brasil registrou crescimento de 22,5% nos gastos de turistas internacionais, mais que o dobro da média global (10,6%) e da América do Sul (14,5%). Esta métrica crucial indica não apenas maior volume de visitantes, mas principalmente a capacidade do destino Brasil em gerar maior valor por turista, elemento fundamental para a sustentabilidade econômica do setor.

Para o setor privado, operadoras, redes hoteleiras e prestadores de serviços, estes números traduzem-se em oportunidades concretas de maior rentabilidade, desenvolvimento de experiências premium e segmentação de mercado. A elevação do ticket médio sugere espaço para produtos de maior valor agregado, desde roteiros de turismo de luxo até experiências imersivas em ecoturismo e turismo cultural.

Conectividade Aérea: Catalisador do Crescimento

O crescimento de 11% no transporte aéreo doméstico brasileiro, acima da média internacional, representa um facilitador crítico para a distribuição dos fluxos turísticos pelo território nacional. Para companhias aéreasaeroportosdestinos regionais, este indicador sinaliza a viabilidade de novas rotas, aumento de frequências e desenvolvimento de hubs regionais que potencializem a interiorização do turismo.

A recuperação da malha aérea doméstica cria condições favoráveis para o desenvolvimento de roteiros integrados, conectando destinos icônicos como Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu a destinos emergentes no interior, ampliando o tempo de permanência e o gasto médio dos visitantes internacionais.

Os dados do World Tourism Barometer delineiam uma agenda clara para o setor:

Para o Setor Privado:

  • Hotelaria e Hospedagem: Expansão da capacidade instalada em destinos de alta demanda, modernização de equipamentos e implementação de práticas que atendam ao turista consciente
  • Operadoras e Agências: Desenvolvimento de produtos segmentados para mercados emissores em crescimento e visitantes que precisam de experiências diferenciadas de outros concorrentes
  • Tecnologia e Inovação: Investimento em soluções digitais, plataformas de distribuição e ferramentas de big data para análise preditiva de demanda; além de melhor experiência do client

Para Gestores de Destinos:

  • Planejamento Integrado: Articulação entre municípios para criação de roteiros regionais que maximizem a permanência média
  • Sustentabilidade: Implementação de políticas de turismo regenerativo que preservem ativos naturais e culturais
  • Qualificação: Programas eficientes de capacitação profissional alinhados às demandas do turismo internacional

Os números do World Tourism Barometer não deixam dúvidas: o Brasil não apenas recuperou-se dos impactos da pandemia, mas emergiu mais forte e competitivo. O desafio agora é converter este desempenho excepcional em transformação estrutural do setor, garantindo que o turismo cumpra seu potencial como vetor de desenvolvimento econômicoinclusão social e preservação ambiental.


Fonte: World Tourism Barometer – UNWTO, Setembro 2025.

As 5 principais tendências para a América Latina

Turistas com +50 são tendência para a indústria latino-americana (Foto: WTM Latin America)

A WTM Latin America em associação à Euromonitor apresentou o “WTM Latin America Trends Report 2017”, um relatório das principais tendências na indústria de turismo e viagens que vão tomar forma nos próximos anos na América Latina.

Cada vez a mais, a orientação regente tem sido a procura de ofertas e serviços personalizados alinhado à busca pelo fazer, ver e sentir (experiência), em detrimento do ter e comprar.

O relatório analisa mudanças comportamentais e demográficas, como o envelhecimento da população e o novos hábitos femininos, por exemplo, e o impacto destes na indústria do turismo. Das tendências listadas abaixo, as 5 mais expressivas que moldam e irão influenciar ainda mais o futuro da indústria na América Latina, de acordo com o relatório, irei realizar postagens futuras para explanar as tendências, com base nas considerações do estudo. As tendências observadas serão:

Envelhecimento da população e influência no turismo
Profissionais sem chefe e sua forma de viajar
Empoderamento das mulheres
O mundo digital: compartilhamento de experiências
Vendas por dispositivos móveis

3ª idade viajante

O aumento da população idosa já é uma tendência global para os próximos anos graças ao aumento da expectativa de vida promovida pelo avanço da medicina, tratamentos e prevenção de doenças. Segundo o relatório, a geração que está envelhecendo (os baby boomers) traz a perspectiva de que essa classe será uma parcela fundamental para o turismo na América Latina.

Isso porque os baby boomers irão transformar os hábitos de consumo desta faixa de idade. A estimativa é de que, em 2020, mais de 88 milhões de turistas da América Latina tenham mais de 50 anos (um crescimento de 40% em relação ao número de turistas desta faixa etária em 2010), correspondendo a 28% da parcela total de turistas latino-americanos.

O que essa tendência traz para a indústria? Políticas públicas que atenderão às necessidades de melhorias e adaptações nos destinos para receber turistas idosos, linguagem promocional direcionada à faixa etária, agências de turismo especializadas no consumo dessa classe de turistas. É também um impulso para a economia do turismo, jé que, por serem, em maioria, turistas aposentados ou com trabalho flexível (de carga horária reduzida), estes turistas dão um forte incentivo para viagens de baixa temporada, segundo o relatório.