Foco na receptividade

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Conhecido como um povo acolhedor, os brasileiros saem na vantagem quando o assunto é hospitalidade. O Brasil, com sua gente cordial, tem nessa qualidade um dos principais atrativos para estrangeiros visitarem o país. Não é de estranhar, portanto, que o viajante brasileiro também dê importância a essa característica na hora de selecionar seu próximo destino.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Booking.com, 78% dos brasileiros acreditam que proporcionar um ambiente confortável é sinônimo de hospitalidade e 79% afirmam que é importante se sentirem em casa quando estão em uma viagem. No turismo, a hospitalidade pode contribuir no aumento da competitividade entre os destinos. Por isso, lugares que proporcionam uma boa receptividade certamente farão a experiência do turista ser mais calorosa e harmônica.

Nesta mesma pesquisa, depois da análise de 177 milhões de comentários de hóspedes, considerando as principais cidades em que os anfitriões tiveram as melhores pontuações, foram listadas as 10 cidades mais hospitaleiras do Brasil. O estado de São Paulo ficou em primeiro lugar, com três destinos na lista. Em seguida vem Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com duas cidades cada.

            As cidades mais hospitaleiras do Brasil são:

1 – Monte Verde, Minas Gerais
2 – Penha, Santa Catarina
3 – Gramado, Rio Grande do Sul
4 – Canela, Rio Grande do Sul
5 – Ilhabela, São Paulo
6 – Campos do Jordão, São Paulo
7 – Arraial do Cabo, Rio de Janeiro
8 – Ubatuba, São Paulo
9 – Bombinhas, Santa Catarina
10 – Jericoacoara, Ceará

Boa parte desses locais recebe um número considerável de turistas todos os anos. E o fator acolhimento não deve ser uma mera coincidência. Atender as expectativas dos viajantes não só através do que é fornecido mas também de como é fornecido é um diferencial com alto poder de atratividade. Além disso, o envolvimento da população nas ações do turismo trará mais comprometimento e envolvimento.

Como lidar com o overtourism?

Com o crescimento das city trips algumas cidades têm enfrentado diversos problemas como consequência do overtourism. Os problemas enfrentados por esses centros urbanos são ocasionados não só pela quantidade de visitantes como pelo comportamento destes. É o caso, por exemplo, de destinos como Amsterdã, cujo número de visitantes cresceu mais de 60% na última década. Esses viajantes são atraídos pelas facilidades desse tipo de destino, já mencionadas aqui. São fatores como acomodações de baixo custo e voos baratos que contribuem para a maior entrada de turista nesses locais.

Amsterdã lida frequentemente com o grande número de visitantes e com o mau comportamento deles, que chegam a cometer excessos como urinar em locais públicos e obstruir vias públicas. E por causa disso, desde 2016 as autoridades locais começaram a tomar algumas medidas para solucionar o problema. Limitaram o número de ônibus de turismo estacionados no centro, aumentaram o número de fiscais nas ruas, estabeleceram a aplicação de multas para quem for pego descumprindo regras e produziram campanhas publicitárias que buscam conscientizar os turistas sobre a importância de respeitar a cidade e seus moradores.

É bem provável que os problemas desencadeados pelo excesso de viajantes e pela maneira como eles se comportam nos destinos continuem a acontecer em diferentes centros, e, por causa disso, medidas como as que foram tomadas por Amsterdã se fazem extremamente necessárias. São elas que podem, a médio prazo, conscientizar turistas ao redor do mundo e solucionar, ou amenizar, esses problemas. E diante desse cenário, agentes turísticos, e demais profissionais do setor, também podem contribuir com esse papel.

Quais as tendências de viagens para o próximo ano?

 

 

 

Quais são as tendências de viagens para os espanhóis no próximo ano? Um estudo realizado pelo Booking.com, e comentado pelo Hosteltur, buscou revelar as preferências dos viajantes espanhóis, o que eles consideram no momento de escolha do destino e o que pode ser esperado das escolhas deles para o ano que vem.

Segundo a análise feita, mais da metade dos espanhóis consideram os problemas sociais do destino na hora de decidir para qual local viajar. E entre as principais motivações para as viagens está a aprendizagem que pode ser adquirida com a experiência, o que pode levar a um aumento na busca por intercâmbios culturais, viagens de voluntariado e experiência de trabalho em outros países.

Sobre a busca por novas tecnologias o relatório mostrou que os espanhóis seguem a “propensão mundial” de passageiros que buscam as inovações para melhorar a eficiência de suas viagens, fazendo uso de aplicativos que permitem rastrear a bagagem em tempo real ou que planejam detalhes das viagens e fazem reservas. Assunto já comentado por aqui.

Os viajantes também se mostram cada vez mais preocupados com o impacto das suas presenças nos destinos, procurando experiências sustentáveis e com compromisso social. Ao mesmo tempo em que priorizam autenticidade e personalização, valorizando recomendações individualizadas que se integrem às suas consultas diárias.

Pode-se dizer, então, que em 2019 espera-se mais personalização e sustentabilidade. E é importante que os agentes de atuação dentro do mercado turístico estejam atentos a isso. Ao se manterem informados, os autores de mercado aumentam a possibilidade de fidelização de seu cliente e contribuem para a evolução do setor turístico em diversos campos. E embora as considerações mencionadas sobre o estudo personalizado contemplem as tendências dos viajantes espanhóis é possível traçar uma conexão com as tendências de viajantes, de diversos países, que possuem o mesmo perfil. Há uma inclinação mundial que pode ser notada aqui.

 

Com vocês: o TURISTA!

Nós, que trabalhamos com o turismo sabemos da múltipla relevância do conhecimento teórico e prático na busca pelo crescimento do setor. Em algumas décadas, a atividade ganhou não só mais visibilidade; também cresceu em pesquisa, em aperfeiçoamento de métodos, capacitação de profissionais e expansão do setor.

Dentre os tantos segmentos de desenvolvimento, um tem sido fundamental para o estabelecimento de diretrizes do Turismo: a busca por conhecer quem são os turistas.

Pesquisas de intenção de viagem, tipos de viajantes, relação turista-destino, novos hábitos de consumo; toda preocupação em conhecer a parte essencial a que se destina de fato o setor está aí para promover orientações elementares para nós, profissionais.

Hoje é Dia do Turista e reconhecer a importância de cada tipo de viajante é essencial! Ainda há muito o que investir e bastante a se fazer em estudos, tecnologias e práticas.

A relação é permanente: enquanto durar o setor, deve-se perpetuar a busca pelo conhecimento daqueles que são o alvo de toda a indústria de turismo e viagens. Não há Turismo sem turistas. E turistas somos todos nós!