Eduardo Zorzanello e Marta Rossi comandam um dos mais importantes eventos de turismo da América do Sul. A Festuris reúne grandes players do mercado, promove incontáveis negócios e traz conteúdo relevante em diferentes frentes da indústria de viagens: luxo, MICE, enoturismo, aventura, LGBT, ecoturismo, entre outros. Outrossim é uma das poucas plataformas brasileiras em que o potencial das viagens espirituais fica muito evidenciado. Em todas as edições em que pude participar, tive contato com uma oferta, especialmente do turismo religioso católico, que não é tão presente em outras feiras. Neste breve papo, o executivo expõe suas opiniões sobre o potencial do segmento e dá dicas de experiências turísticas transformadoras.
Hoje o turismo espiritual está dividido em turismo de autoconhecimento, turismo de viagens transformadoras e turismo religioso. Tal mercado cresce no Brasil e no mundo, de forma sustentável, há pelo menos 15 anos. Como você enxerga seu potencial ?
Esse mercado é exponencial, pois reúne muitas oportunidades em um momento pós-pandemia. Tendo em vista as necessidades da população no mundo, que busca equilibrar o emocional com as atividades agitadas e estressantes em ambientes competitivos, tem levado as pessoas a buscarem um processo de equilíbrio e manter a parte espiritual alimentada. Elas precisam, sob pena de adoecerem espiritual, mental e fisicamente. Então, acredito que isso pode ser um grande fomentador do segmento espiritual e religioso, dentro de suas divisões, porque muitas vezes, as pessoas buscam soluções na espiritualidade, que é um grande remédio para as dores humanas.
E como a Festuris tem trabalhado com esse nicho? Há algum tipo de ação específica para as próximas edições?
Nós tínhamos no Festuris, antes da pandemia, um espaço dedicado exclusivamente ao turismo espiritual e religioso. De uns anos pra cá, identificamos que cada expositor procura destacar em seu portfólio de vendas destinos ou produtos dedicados ao tema. Então hoje está descentralizado, ocorrem ações diferentes ao longo do evento como esse ano, o espetáculo Gandhi foi oferecido pela Copa Airlines e Curaçao. Assim como Galícia, que teve o foco em divulgar o Caminho de Santiago de Compostela, a cidade de Encantado com o recém inaugurado Cristo Protetor (maior estátua de Cristo no Brasil), o Roteiro Caminhos de Caravaggio entre Canela e Farroupilha, entre outros expositores.
O Brasil é um país com cerca de 85% de cristãos declarados, entre católicos e protestantes. Israel, Itália, Espanha e Portugal lideram a preferência dos turistas religiosos. Mas temos uma oferta muito interessante no Brasil que passa por Aparecida do Norte e Belém. No Rio Grande do Sul, há a Rota das Missões que ainda não é tão famosa nacionalmente, há algo que se possa fazer para aumentar o fluxo no Sul?
Exato, há muitos locais, principalmente aqui no sul, que estão despontando para este segmento, mas é importante que os setores público e privado entendam que é o momento de fazer investimentos em estruturação, promoção do produto e qualificação das pessoas para atenderem da melhor forma possível. Assim, o fluxo turístico irá aumentar, fomentando os destinos e o sistema econômico local.
Você já fez alguma viagem que lhe trouxe alguma experiência espiritual, seja de autoconhecimento ou religiosa, que possa compartilhar, indicar para os leitores do Panrotas?
Sim, estive algumas vezes em Portugal, no Santuário Nossa Senhora de Fátima; na Itália, no Vaticano e Costa do Marfim, na Catedral Nossa Senhora da Paz. São lugares importantes para a renovação da fé. Além disso, é legal ainda mais compreender sobre diferentes culturas cristãs. Já no Peru, em Machu Picchu, existe toda uma atmosfera energética, lindo demais e renovador para mente e espírito visitar esses lugares.
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