atout france apresenta a nova notre-dame

Símbolo maior da resiliência cultural e espiritual da França, a Catedral de Notre-Dame de Paris renasce como um dos grandes destaques do France Excellence 2025, organizado magistralmente por Caroline Putnoki, diretora da Atout France, e realizado hoje no Rosewood São Paulo. Sob o tema “Aux Sources de l’Inspiration” ( “Nas fontes da inspiração” em tradução livre),o encontro celebra o diálogo entre herança e vanguarda, colocando a icônica catedral no centro das reflexões sobre turismo de luxo e espiritualidade.

Após o incêndio de 2019, o monumento viveu um dos mais impressionantes processos de reconstrução do mundo contemporâneo. Hoje, já reaberta ao público, acolhe cerca de 30 mil visitantes por dia e integra em seu percurso obras de mais de quinze artistas contemporâneos. Entre eles, Guillaume Bardet, autor do novo mobiliário litúrgico e de peças eucarísticas; Yona Vautrin, que criou as cadeiras; Vincent Dupont-Rougier, responsável pelos braseiros; Sylvain Dubuisson, pelo relicário onde se encontra a coroa de espinhos que teria sido carregada por Cristo; e Jean-Charles de Castelbajac, que assina elementos da paramentaria, além de nomes envolvidos em vitrais e tapeçarias em parceria com a histórica Manufatura dos Gobelins. Essa fusão de arte sacra e criação contemporânea transforma a visita em uma verdadeira experiência estética e contemplativa.

Nesta entrevista exclusiva para a coluna Passaporte de Fé do portal Panrotas, Sybille Bellamy-Brown, historiadora de arte e responsável pelas visitas do monumento, compartilha com o público brasileiro as lições de um canteiro de obras exemplar, onde saberes medievais e tecnologias de ponta se unem para preservar o patrimônio e renovar a mensagem espiritual. Mais do que um monumento, Notre-Dame reafirma-se como “catedral do mundo e da paz”, lugar de oração e de encontro universal, convidando peregrinos e viajantes a uma experiência única de silêncio, beleza e reconexão interior.


Desde o incêndio de 2019, o mundo inteiro acompanhou, com emoção, as obras de reconstrução de Notre-Dame. Quais foram, na sua visão, as etapas mais marcantes desse canteiro de obras excepcional, tanto no plano técnico quanto no patrimonial?
Esse canteiro foi uma aventura fora do comum, estruturada em três grandes fases: a de segurança, a de reconstrução e a de restauração. Cada etapa exigiu excelência constante. Avançamos rapidamente graças, entre outros fatores, a um modelo 3D da estrutura do telhado já realizado antes do incêndio, o que foi um trunfo essencial. Mais do que momentos isolados, guardo a energia coletiva dos artesãos, seus saberes ancestrais e a solidariedade entre eles. Cada passo foi decisivo até a reabertura e o trabalho continua.

Como as equipes conciliaram o respeito pelos saberes medievais, carpintaria, pedra, vitrais, com o uso das tecnologias contemporâneas?
A tradição do compagnonnage (irmandade de ofício) foi fundamental. Os artesãos colocaram suas mãos, sua inteligência e sua fé a serviço dessa obra. Um saber transmitido por gerações se uniu às ferramentas digitais, em especial à modelagem 3D, garantindo precisão e rapidez. Do lado da diocese, a tecnologia também foi incorporada, por exemplo, na iluminação e no mobiliário litúrgico criado por Guillaume Bardet. É uma aliança sutil entre a mão, a matéria e os recursos do nosso tempo.

A senhora mencionou a mobilização de 150 empresas. Quantas pessoas participaram dessa obra de reconstrução?
Foram cerca de 2.000 pessoas, das quais 1.000 atuaram diretamente no canteiro. E isso sem contar as equipes encarregadas da restauração de quadros e outros elementos decorativos. É um acúmulo impressionante de competências.

E quanto à criação contemporânea?
Entre quinze e vinte artistas participam desse renascimento. Destacam-se Guillaume Bardet , mobiliário litúrgico e peças eucarísticas; Yona Vautrin, criadora das cadeiras confortáveis; Vincent Dupont-Rougier, responsável pelos braseiros e mobiliário secundário); Sylvain Dubuisson que criou o relicário que protege a coroa de espinhos, segundo a tradição, que Cristo usou em sua morte; Jean-Charles de Castelbajac, estilista responsável por todas as vestes sacerdotais, além de outros envolvidos na concepção de vitrais, tapeçarias e objetos litúrgicos. Projetos de novas tapeçarias com a Manufatura dos Gobelins e vitrais contemporâneos de artistas como Clare Tabouret também reforçam a dimensão criativa da obra. Notre-Dame reflete assim a sociedade atual, em diálogo com sua história.

A senhora indicou que o conjunto das obras deve terminar por volta de 2030. Qual é a situação hoje?
O canteiro conduzido pelo estabelecimento público deve ser concluído em 2028, talvez 2029 no caso da esplanada. Mas a restauração interior prossegue. A igreja já recebe cerca de 30 mil visitantes por dia; as obras retornam progressivamente e alguns projetos previstos há muito tempo estão sendo realizados agora.

Entre as peças emblemáticas , como a Coroa de Espinhos ou as grandes rosáceas, quais a emocionam mais na redescoberta?

Tenho uma afeição especial pelas rosáceas e pela luz que elas difundem. Esses reflexos mutantes na pedra, a chamada diaphore, transmitem a sensação de uma presença divina e renovam a experiência ao longo do dia. A iluminação muda a cada hora do dia e a cada ritual durante o calendário litúrgico.

A catedral também reabre suas portas à criação atual. Como se dá esse diálogo entre patrimônio e obras contemporâneas?
É uma escolha pastoral e artística. Notre-Dame é a catedral de Paris, mas, desde o incêndio, tornou-se também a catedral do mundo, um símbolo de paz e de unidade. Os japoneses foram os primeiros doadores. No total foram mais de 850 milhões de euros captados.O mobiliário litúrgico de Guillaume Bardet traduz essa intenção: a simplicidade das formas evoca os grandes sinais da fé: batistério, altar, tabernáculo, ambão e cria um espaço favorável à oração.

Quais são hoje os principais atrativos das visitas? Há novos dispositivos sensoriais ou digitais?
O desafio central foi preservar a vocação cultual. Não transformamos Notre-Dame em museu: ela permanece, antes de tudo, um lugar de oração e liturgia. Mas enriquecemos a recepção com um aplicativo móvel gratuito, já disponível em francês, inglês, italiano, alemão e espanhol, e em breve em português e chinês, que oferece conteúdos culturais e espirituais, percursos em áudio e até um roteiro de peregrinação. Os audioguias foram repensados, e uma comunidade de 500 voluntários acolhe, explica e acompanha os visitantes todos os dias.

Notre-Dame continua sendo um lugar de fé, mas também um símbolo universal. Como conciliar essas duas vocações?
As missas estruturam a vida da catedral, com três celebrações diárias e as vésperas. Não há separação entre horários de culto e de visita. O visitante é convidado a entrar, seja para rezar, acender uma vela ou simplesmente contemplar a beleza do espaço. É uma verdadeira comunhão. Há vestimentas sugeridas para os visitantes.

Que melhorias foram implementadas para tornar a visita mais acessível para pessoas com mobilidade reduzida, famílias ou visitantes com necessidades específicas?
Criamos percursos facilitados, instalamos plataformas para superar degraus e desenvolvemos materiais em “fácil de ler e compreender” para pessoas com deficiência cognitiva. O aplicativo inclui um percurso em audiodescrição, e oferecemos um livro em braile, além de maquetes em 3D. Os voluntários são treinados para identificar e ajudar espontaneamente quem precise de apoio.

Uma mensagem final para os agentes de viagem brasileiros?
Esperamos todos vocês! Seja para uma peregrinação diante da imagem de Nossa Senhora ou da Coroa de Espinhos, para participar das visitas gratuitas conduzidas diariamente às 14h30 por nossos voluntários, contemplar a arquitetura, ou simplesmente para se deixar tocar pelo silêncio e pela luz deste lugar único, todos encontrarão o seu espaço em Notre-Dame.

São Miguel e os mil anos de sua aparição

Poucas pessoas sabem, mas o Monte Saint Michel, na Normandia,  é o segundo monumento mais visitado na França e o quarto mais importante destino de peregrinações cristãs no mundo, depois de Jerusalém, Roma e Santiago de Compostela. Em 2023 comemora seu milésimo aniversário e por essa razão, a administração do santuário -sim, é um santuário- vai promover uma série de atividades, incluindo uma exposição com fotos e objetos históricos.

A longa história do Monte remonta a 708 EC quando o bispo de Avranches tem uma experiência mística e recebe do Arcanjo Miguel a incumbência de construir um mosteiro e um santuário em sua homenagem. Para quem não sabe Miguel é , ao lado de Joana D´Arc, o padroeiro da França. Em 966, os beneditinos lá se instalaram. Em pouco tempo, o local se tornou um grande centro de peregrinações da Europa, muito por conta de sua localização, próxima a Grã-Bretanha. Embora o protetor da Inglaterra seja São Jorge, os ingleses têm particular devoção àquele que os católicos dizem ser o comandante das milícias celestiais.

Pesquisas arqueológicas mostram, no entanto, que muito antes de se tornar um centro espiritual católico, o espaço abrigou templos de culto a deusas celtas, assim como Chartres e outras igrejas católicas na França e na Grã-Bretanha.

Durante a Revolução Francesa, o espaço se tornou prisão. O que parecia um sacrilégio para os católicos da época, foi na verdade, tempos depois, considerado um milagre; já que o monumento, diferentemente de outros na França, foi preservado do vandalismo e da demolição.

Nos anos 2010 tive a oportunidade, enquanto diretor adjunto da Atout France acompanhado de um grupo de jornalistas brasileiros, de visitar o coração do Monte Saint Michel. Trata-se de um lugar fechado para o público e é onde São Miguel teria aparecido ao bispo no século VIII. Lá se vê um pequeno altar em pedra. Nota: embora simples,  muitas pessoas que me acompanhavam, agnósticos e de outras religiões não cristãs, sentiram inexplicavelmente uma emoção no local.

A maior parte das pessoas faz um bate-e-volta até lá quando estão em Paris. Além dos famosos omeletes de Mère Poulard, o ponto turístico ficou famoso por conta das marés que o deixa ilhado. Mas é possível ter uma série de experiências religiosas no monte: seja por conta das missas com canto gregoriano, seja por conta de uma casa que recebe gratuitamente os peregrinos devotos de São Miguel. Tal espaço é administrado pela Fraternidade de Jerusalém e acolhe por uma noite gente do mundo inteiro.

Assim como Saintes Maries de la Mer, no sul da França, com sua festa a Santa Sara Kali, protetora dos ciganos, o Monte Saint Michel se tornou um destino espiritual para não católicos. Esotéricos e umbandistas visitam o local também em busca de experiências espirituais. Para muitos pais e mães de santo idosos, São Miguel divide com São Jorge o posto de protetor da Umbanda.

O ideal é uma estada maior na região. A Normandia é também famosa no circuito religioso por conta de Lisieux, onde se encontra o Santuário de Santa Terezinha do Menino Jesus, e Pontmain, um dos locais preferidos pelos marianos. A pequena cidade teria sido salva por Nossa Senhora que apareceu no século XIX e prometeu que tropas inimigas desviariam as trajetória polpando seus moradores.

As viagens religiosas são importantes para o turismo da França: seja Ars, onde padres do mundo inteiro se dirigem para seus votos, seja Lourdes, santuário mariano onde se registraram muitas curas, ou até mesmo Paris. Quem nunca ouviu falar da igreja da medalha milagrosa? Os parisienses não dão tanta atenção, mas virou febre entre os católicos brasileiros.

Informações sobre o monte podem ser obtidas no site: www.montsainmichel.gouv.fr ou https://cchotels.com.br/ , que representa as vilas e santuários franceses .

Turismo Religioso não é o que você pensa

Recentemente em um almoço para recepcionar a delegação de Lisieux que esteve no Brasil,  Amadeu Castanho, decano do turismo religioso, provocou uma importante reflexão, a partir dos comentários feitos pela portuguesa Maria Rodrigues, responsável pelo Santuário Francês de Santa Terezinha do Menino Jesus. Disse ele : “há uma brutal diferença entre turismo religioso e turismo para destinos religiosos, mas o mercado não está suficiente maduro para alinhar os dois conceitos. “

Maria se queixava que grupos de devotos que visitavam o Santuário e os locais em que a santa francesa viveu, não tinham uma experiência espiritual satisfatória e muitas vezes voltavam frustrados ao Brasil, embora uma estrutura religiosa esteja à disposição dos fiéis, como irmãs brasileiras para acolhê-los e até a possibilidade de padres realizarem ofícios na cidade em que Santa Terezinha nasceu. Uma experiência completa, segundo especialistas,  exige ao menos 3 dias na região, inclusive para se aproveitar toda a oferta gastronômica. Em geral, as visitas se dão em três horas. Dada a proximidade com Paris, faz-se um bate volta. E nisso se perde visita a Alençon e até Pontmain, um dos mais importantes lugares de aparição Mariana.

Tudo isso porque o roteiro não foi pensado para ser uma viagem religiosa.  Cria-se pacotes seguindo, em geral a mesma lógica tradicional de visitar, ainda que superficialmente, o maior número de pontos turísticos para fotos e compras de suvenires. O famoso carrossel com 20 países em 14 dias.

Turismo religioso é um turismo de experiência transcendental. Uma jornada de encontro com elementos sagrados de cada turista e, mais do que isso, de reencontro pessoal. E tal atividade não se dá com um guia cronometrando os minutos e, com seu guarda-chuva, apito ou placa, empurrando os visitantes de um lugar para o outro para que se cumpra o roteiro. Além disso, é preciso muito repertório para que haja o famoso encantamento. No caso do Brasil, Santa Terezinha se popularizou muito por conta das escolas que são dirigidas, ainda hoje, por freiras. Poucos católicos, no entanto, apesar de recorrerem à santa em suas orações e devoções, sabem de sua vida, dos milagres que realizou. Ao visitar o norte da França, registram os momentos com os celulares, mas não com os corações e memórias afetivas. Tampouco voltam conhecendo mais sobre a trajetória da mais jovem doutora da Igreja Católica.

Estamos falando de França, mas poderíamos falar de Itália, Portugal, India, Nepal ou Israel. Turismo religioso não é apenas visita de lugares históricos: é seguir passos de líderes espirituais, entender o espaço e a realidade que viveram e se conectar com seus ensinamentos e a presença na vida de cada viajante.

Tal confusão se dá porque falta fiéis profissionais de turismo ou profissionais de turismo especializados em religiões. Você não precisa professar uma ou outra crença para trabalhar com viagens de fé. Mas precisa entender de história e religião.  Mais uma prova do diletantismo que é característica da indústria de viagens em nosso país. É claro que há mercado, caso contrário, delegações de destinos religiosos não viriam há anos, ininterruptamente ao Brasil para abrir frentes e manter relacionamentos. O potencial turístico religioso não para de crescer, porque ao contrário do que se dizia no início do século XX a religião não vai acabar, vai mudar de perfil e seu campo de atuação. O que falta é estudo, planejamento e competência para maior parte dos profissionais que desejam atuar na área. Oportunidades não faltam.

Santa Terezinha e Brasil: um amor antigo

Para muitos estudiosos da ciência da religião, como Victor Turner, peregrinações fazem, às vezes o papel de ritos de passagem na modernidade. Na Igreja Católica, a peregrinação é também um elemento fundamental para aproximar fieis entre si e criar redes de amizade e apoio. Nas cidades menores, por exemplo, grupos de oração são criados a partir da visita de imagens de santos padroeiros às casas dos devotos. Trata-se também de uma forma de levar a fé para a casa das pessoas, e não apenas concentrá-la nas catedrais, igrejas e capelas. Usando uma referência de outra religião: se Maomé não vai a montanha, a montanha vem a Maomé. Mas tal ação não fica restrita a bairros. Algumas vezes, as relíquias de um santo católico  podem viajar o mundo para se aproximar de fieis impossibilitados de fazer longos deslocamentos.

Nesse sentido, o turismo católico já se movimenta para a vinda ao Brasil, em setembro próximo, do relicário de Santa Teresinha do Menino Jesus- ou de Lisieux, como é mais conhecida no resto do mundo. No dia 9 de setembro as relíquias serão expostas na Paróquia Santa Teresinha, no bairro Higienópolis, em São Paulo, permanecendo no local, para visita dos fiéis, até o dia 15 do mesmo mês. 

Em seguida, tem-se início a peregrinação e adoração no interior do estado, passando por 41 cidades, a começar pela Catedral Basílica Menor de São Bento, em Marília (SP), que recebe as relíquias em 16 de setembro, em celebração aos 70 anos de criação e instalação da Diocese da cidade. Grupos de outros estados e cidades próximas àquelas que fazem parte do roteiro já criaram pacotes turísticos para a ocasião.

Trata-se de mais uma ação bem sucedida da associação de cidades santuários da França. Entrevistei  Isabelle Quillet , do Santuário de Santa Teresa de Lisieux, e Sandrine Papini, gerente de promoção do Escritório de Turismo de Lisieux, para entender melhor a ação e a estratégia que elas têm para atrair mais turistas brasileiros para a cidade. Confira abaixo.

Passaporte de Fé:  Quantos brasileiros visitam o Santuário por ano?

IQ: Os brasileiros estão entre os três países que mais visitam o Santuário, ao lado de estadunidenses e italianos. Em  2017 tivemos 86 grupos, ou seja, 2.660 peregrinos brasileiros; em 2018 foram também 86 grupos, mas com 2.555 peregrinos brasileiros. Em 2019, observou-se  95 grupos, ou seja, 3.173 peregrinos brasileiros. Por conta da pandemia não houve grupos em 2020 e 2021. Neste ano já registramos 16 grupos inscritos desde o início do ano até 1º de julho (ainda não há outros), ou seja, 409 pessoas. É preciso lembrar que  9 destes 16 grupos foram ou serão orientados por Maria Rodrigues, guia brasileira do Santuário de Lisieux. É claro que não é possível contabilizar os visitantes individuais, mas sabemos que são também muitos.

Passaporte de Fé:  Como se explica essa ligação tão forte entre o Brasil e Teresa de Lisieux?

IQ: Tudo começou com a vinda do Padre Henri Rubillon ao Brasil no final do século XIX. A partir de 1913 ele começou a divulgar em Nova Friburgo os exemplos de vida e pensamentos de Santa Terezinha. As carmelitas brasileiras rapidamente sentem-se tocadas pela menina de Lisieux. Até que os católicos brasileiros oferecem uma linda arca feita de jacarandá para abrigar as relíquias de Santa Terezinha de Lisieux.

Nota da Redação; As freiras brasileiras, responsáveis pela educação de muitas jovens no início do século XX, foram as responsáveis por democratizar o culto a Santa Tereza.

Passaporte de Fé:  Quais são as relíquias que chegam ao Brasil?

IQ: O relicário que irá para o Brasil é uma cópia do relicário oferecido pelo Brasil. Ele só sai do Carmelo por ocasião das festas de Santa Teresa celebradas em Lisieux entre o último sábado de setembro e o fim de semana seguinte. É também este relicário que foi utilizado nas primeiras peregrinações das relíquias de Santa Teresa pela França, em 1945, 1946 e 1947, depois em 1995 e 1996. E é o relicário do Brasil que esteve, em 19 de outubro de 1997, em frente à Basílica de São Pedro em Roma e com o Papa João Paulo II para a proclamação do Doutorado de Santa Teresa. A presença do santo “através de seus restos mortais”, a oração em torno de seu relicário expressam a relação única que os fieis têm com ele. Ao venerar as relíquias, não se chega apenas a “lembrar” o santo, passa-se a conhecer uma personalidade ativa. As relíquias nos conectam aos santos, nos aproximam fisicamente deles, nos inspiram, nos desafiam.

Passaporte de Fé:  Além da experiência espiritual, o que é imperdível conhecer na região?

S.P.: De fato, Lisieux , por conta de sua localização geográfica, de sua arquitetura, de suas especialidades gastronômicas (queijos, sidra, calvados) e de suas paisagens verdes é o cartão postal da Normandia. Aqui não há poluição, não há trânsito. Por outra lado, encontra-se uma qualidade de vida rejuvenescedora e exótica para nossos amigos brasileiros. O acesso de trem, por estrada é fácil. É uma parada obrigatória entre Paris e Monte Saint-Michel. Aqui você tem que tomar seu tempo, fazer compras. Os brasileiros adoram passear por Lisieux e as aldeias próximas e comprar de pequenos comerciantes… Nosso patrimônio arquitetônico é riquíssimo: em cada esquina, castelos maravilhosos, mansões exuberantes, igrejas lindas em todas as aldeias. O clima é ameno, agradável o ano todo. O nosso destino é também o berço da criação de cavalos, com coudelarias de renome e outras familiares que preenchem a paisagem do campo de Pays d’Auge em torno de Lisieux.

Passaporte de Fé:  Vocês têm uma cidade irmã no Brasil?

S.P.: Não, não temos essa relação com uma cidade no Brasil, mas gostaríamos muito! Essa é uma ideia essencial. Os vínculos entre Lisieux e o Brasil são tão fortes que nos  parece natural poder se aproximar de uma cidade brasileira e assim criar vínculos, intercâmbios econômicos e turísticos, espirituais, culturais…

Passaporte de Fé:   Vocês trabalham em parceria com outro destino religioso francês?

S.P.: Trabalhamos com 19 cidades santuário na França graças à rede http://www.villes-sanctuaires.com.br .Christiane Chabes colaborou para que construíssemos este site dedicado ao mercado brasileiro. São propostos circuitos para conectar todos os destinos da associação, que podem ser contemplados em um vídeo inspirador. Reunimo-nos regularmente para promover o turismo espiritual na França, queremos ser a referência para este tema, a associação reúne grandes santuários como Lourdes, Lisieux, Le Mont Saint Michel, Alençon, Chartres, mas também os menores. Unimos nossas forças, nossas ideias, nossas experiências e conhecimentos para promover a espiritualidade e o turismo do nosso país.

Passaporte de Fé:   Quais serão as próximas ações no mercado brasileiro?

S.P.: Depois deste grande evento que é a vinda das relíquias de Santa Terezinha ao Brasil, esperamos receber jornalistas, operadoras e agências do Brasil em Lisieux.  Gostaríamos que os profissionais do turismo vivam a experiência de caminhar nas pegadas de uma das santas mais queridas na América do Sul, mas também para descobrir nosso belo território.

Veja abaixo o calendário de festividades no Brasil

Peregrinação das Relíquias da Santa Teresinha do Menino Jesus:

17 de setembro (sábado) – Paróquia Santa Cecília (Álvaro de Carvalho) 

18 de setembro (domingo) – Paróquia São Pedro (Garça)

19 de setembro (segunda-feira) – Irmãs Franciscanas de Cristo Rei (Garça)

20 de setembro (terça-feira) – Irmãs Franciscanas de Siessen (Garça)

21 de setembro (quarta-feira) – Paróquia Nossa Senhora de Lourdes (Garça)

22 de setembro (quinta-feira) – Santuário Sagrado Coração de Jesus (Vera Cruz)

23 de setembro (sexta-feira) – Mosteiro da Divina Misericórdia (Marília)

24 de setembro (sábado) – Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (Avencas)

25 de setembro (domingo) – Paróquia Santa Rita de Cássia (Marília)

26 de setembro (segunda-feira) – Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe (Marília)

27 de setembro (terça-feira) – Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Jóquei (Marília)

28 de setembro (quarta-feira) – Paróquia Nossa Senhora Rosa Mística (Marília)

29 de setembro (quinta-feira) – Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Fragata (Marília)

30 de setembro (sábado) – Paróquia Nossa Senhora da Glória (Marília)

Dia de Santa Terezinha: 1 de outubro (sábado) – Santuário Nossa Senhora da Glória (Marília)

2 de outubro (domingo) – Paróquia Santa Isabel (Marília)

3 de outubro (segunda-feira) – Seminário Diocesano Rainha dos Apóstolos (Marília)

4 de outubro (terça-feira) – Clarissas (Marília)

5 de outubro (quarta-feira) – Paróquia Sagrado Coração de Jesus (Marília)

6 de outubro (quinta-feira) – Seminário São Pio X (Marília)

7 de outubro (sexta-feira) – Paróquia Santa Antonieta (Marília)

8 de outubro (sábado) – Paróquia Santa Edwiges (Marília)

9 de outubro (domingo) – Paróquia Sagrada Família (Marília)

10 de outubro (segunda-feira) – Paróquia São Miguel Arcanjo (Marília)

11 de outubro (terça-feira) – Paróquia São Sebastião (Marília)

Dia da Instalação da Diocese: 12 de outubro (quarta-feira) – Catedral Basílica de São Bento

13 de outubro (quinta-feira) – Paróquia São Judas Tadeu (Marília)

14 de outubro (sexta-feira) – Missão Louvor e Glória (Marília)

Dia dos professores: 15 de outubro (sábado) – Colégio Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus (Marília)

16 de outubro (domingo) – Instituto das Missionárias de Nossa Senhora de Fátima (Marília)

17 de outubro (segunda-feira) – Irmãos do Sagrado Coração de Jesus (Marília)

18 de outubro (terça-feira) – Paróquia Santo Antônio (Marília)

19 de outubro (quarta-feira) – Paróquia São João Batista (Marília)

20 de outubro (quinta-feira) – Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Oriente)

21 de outubro (sexta-feira) – Paróquia Nossa Senhora do Rosário (Pompéia)

22 de outubro (sábado) – Irmãs Franciscanas Alcantarinas (Pompéia)

23 de outubro (domingo) – DNJ e Infância Missionária (Marília)

24 de outubro (segunda-feira) – Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Paulópolis)

25 de outubro (terça-feira) – Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Quintana)

26 de outubro (quarta-feira) – Paróquia Sant’Ana (Herculândia)

27 de outubro (quinta-feira) – Irmãs de Nossa Senhora de Fátima – Hospital São José (Herculândia)

28 de outubro (sexta-feira) – Paróquia São Pedro Apóstolo (Tupã)

29 de outubro (sábado) – Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Sena (Tupã)

30 de outubro (domingo) – Paróquia São José (Tupã)

31 de outubro (segunda-feira) – Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (Tupã)

1 de novembro (terça-feira) – Paróquia São Judas Tadeu (Tupã)

3 de novembro (quinta-feira) – Paróquia Senhor Bom Jesus (Arco-Íris)

4 de novembro (sexta-feira) – Paróquia São Luiz Gonzaga (Iacri)

5 de novembro (sábado) – Paróquia São Francisco Xavier (Bastos)

6 de novembro (domingo) – Paróquia Imaculada Conceição (Parapuã)

7 de novembro (segunda-feira) – Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Rinópolis)

8 de novembro (terça-feira) – Santuário São José (Osvaldo Cruz)

9 de novembro (quarta-feira) – Irmãs Missionárias dos Sagr. Corações de Jesus e Maria (Osvaldo Cruz)

10 de novembro (quinta-feira) – Paróquia São Benedito (Sagres)

11 de novembro (sexta-feira) – Paróquia São João Batista (Salmourão)

12 de novembro (sábado) – Paróquia Imaculado Coração de Maria (Inúbia Paulista)

13 de novembro (domingo) – Paróquia Sagrada Família (Lucélia) e visita à Penitenciária de Lucélia

14 de novembro (segunda-feira) – Irmãs de São José de Cluny (Lucélia)

15 de novembro (terça-feira) – Paróquia Santa Luzia (Pracinha)

16 de novembro (quarta-feira) – Paróquia Imaculada Conceição (Mariápolis)

17 de novembro (quinta-feira) – Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Adamantina)

18 de novembro (sexta-feira) – Associação e Fraternidade São Francisco de Assis – Santa Casa (Adamantina)

19 de novembro (sábado) – Paróquia Santo Antônio (Adamantina)

20 de novembro (domingo) – Paróquia São Francisco (Adamantina)

21 de novembro (segunda-feira) – Comunidade Alfa e Ômega (Adamantina)

22 de novembro (terça-feira) – Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Flórida Paulista)

23 de novembro (quarta-feira) – Paróquia Nossa Senhora das Graças (Pacaembu)

24 de novembro (quinta-feira) – Paróquia Santa Genoveva (Irapuru)

25 de novembro (sexta-feira) – Paróquia São José (Flora Rica)

26 de novembro (sábado) – Paróquia Santo Antônio (Junqueirópolis)

27 de novembro (domingo) – Santuário Nossa Senhora de Fátima (Dracena)

28 de novembro (segunda-feira) – Sociedade Irmãos da Misericórdia (Dracena)

29 de novembro (terça-feira) – Paróquia São Francisco de Assis (Dracena)

30 de novembro (quarta-feira) – Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Dracena)

1 de dezembro (quinta-feira) – Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Ouro Verde)

2 de dezembro (sexta-feira) – Paróquia Nossa Senhora da Glória (Tupi Paulista)

3 de dezembro (sábado) – Paróquia Santa Cecília (Monte Castelo)

4 de dezembro (domingo) – Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Nova Guataporanga)

5 de dezembro (segunda-feira) – Paróquia São João Batista (São João do Pau D’Alho)

6 de dezembro (terça-feira) – Paróquia Nossa Senhora das Mercês (Santa Mercedes)

7 de dezembro (quarta-feira) – Paróquia São Pedro (Paulicéia)

8 de dezembro (quinta-feira) – Paróquia São José (Panorama)

9 de dezembro (sexta-feira) – Diocese de Presidente Prudente

10 de dezembro (sábado) – Diocese de Assis

11 e 12 de dezembro (domingo e segunda-feira) – Diocese de Bauru

Encerramento da Peregrinação:

Missa: 13 de dezembro de 2022 (terça-feira).

Paróquia São José de Osvaldo Cruz, 20h00.

Mais informações: https://www.therese-de-lisieux.catholique.fr/evenement/voyage-des-reliques-au-bresil/