São Miguel e os mil anos de sua aparição

Poucas pessoas sabem, mas o Monte Saint Michel, na Normandia,  é o segundo monumento mais visitado na França e o quarto mais importante destino de peregrinações cristãs no mundo, depois de Jerusalém, Roma e Santiago de Compostela. Em 2023 comemora seu milésimo aniversário e por essa razão, a administração do santuário -sim, é um santuário- vai promover uma série de atividades, incluindo uma exposição com fotos e objetos históricos.

A longa história do Monte remonta a 708 EC quando o bispo de Avranches tem uma experiência mística e recebe do Arcanjo Miguel a incumbência de construir um mosteiro e um santuário em sua homenagem. Para quem não sabe Miguel é , ao lado de Joana D´Arc, o padroeiro da França. Em 966, os beneditinos lá se instalaram. Em pouco tempo, o local se tornou um grande centro de peregrinações da Europa, muito por conta de sua localização, próxima a Grã-Bretanha. Embora o protetor da Inglaterra seja São Jorge, os ingleses têm particular devoção àquele que os católicos dizem ser o comandante das milícias celestiais.

Pesquisas arqueológicas mostram, no entanto, que muito antes de se tornar um centro espiritual católico, o espaço abrigou templos de culto a deusas celtas, assim como Chartres e outras igrejas católicas na França e na Grã-Bretanha.

Durante a Revolução Francesa, o espaço se tornou prisão. O que parecia um sacrilégio para os católicos da época, foi na verdade, tempos depois, considerado um milagre; já que o monumento, diferentemente de outros na França, foi preservado do vandalismo e da demolição.

Nos anos 2010 tive a oportunidade, enquanto diretor adjunto da Atout France acompanhado de um grupo de jornalistas brasileiros, de visitar o coração do Monte Saint Michel. Trata-se de um lugar fechado para o público e é onde São Miguel teria aparecido ao bispo no século VIII. Lá se vê um pequeno altar em pedra. Nota: embora simples,  muitas pessoas que me acompanhavam, agnósticos e de outras religiões não cristãs, sentiram inexplicavelmente uma emoção no local.

A maior parte das pessoas faz um bate-e-volta até lá quando estão em Paris. Além dos famosos omeletes de Mère Poulard, o ponto turístico ficou famoso por conta das marés que o deixa ilhado. Mas é possível ter uma série de experiências religiosas no monte: seja por conta das missas com canto gregoriano, seja por conta de uma casa que recebe gratuitamente os peregrinos devotos de São Miguel. Tal espaço é administrado pela Fraternidade de Jerusalém e acolhe por uma noite gente do mundo inteiro.

Assim como Saintes Maries de la Mer, no sul da França, com sua festa a Santa Sara Kali, protetora dos ciganos, o Monte Saint Michel se tornou um destino espiritual para não católicos. Esotéricos e umbandistas visitam o local também em busca de experiências espirituais. Para muitos pais e mães de santo idosos, São Miguel divide com São Jorge o posto de protetor da Umbanda.

O ideal é uma estada maior na região. A Normandia é também famosa no circuito religioso por conta de Lisieux, onde se encontra o Santuário de Santa Terezinha do Menino Jesus, e Pontmain, um dos locais preferidos pelos marianos. A pequena cidade teria sido salva por Nossa Senhora que apareceu no século XIX e prometeu que tropas inimigas desviariam as trajetória polpando seus moradores.

As viagens religiosas são importantes para o turismo da França: seja Ars, onde padres do mundo inteiro se dirigem para seus votos, seja Lourdes, santuário mariano onde se registraram muitas curas, ou até mesmo Paris. Quem nunca ouviu falar da igreja da medalha milagrosa? Os parisienses não dão tanta atenção, mas virou febre entre os católicos brasileiros.

Informações sobre o monte podem ser obtidas no site: www.montsainmichel.gouv.fr ou https://cchotels.com.br/ , que representa as vilas e santuários franceses .

Romeiros, não. Peregrinos.

Conheci o Carlos Henrique Dezen quando eu era então diretor adjunto na Atout France, o órgão que promove o turismo francês no Brasil. Participamos juntos do Rendez-Vous en France e de um famtrip. Lá descobri sua espiritualidade e sua atuação, não exclusiva, no segmento religioso. Técnico em turismo, jornalista e pós-graduado em marketing de serviços, atuou no marketing do Banco Bradesco, na Shell e Lufthansa. Em 1993 abriu a Senator Tour Operator e há pelo menos 15 atua no segmento do turismo de fé.  Aqui ele fala sua visão sobre esse mercado, ainda desconhecido, embora muito antigo e altamente lucrativo.

O turismo espiritual no Brasil segue crescendo. Obviamente muito dependente ainda dos roteiros cristãos, com potencial de 179 milhões de clientes. Nada mau, principalmente porque o turismo religioso pode vir acrescido de outras experiências, como gastronomia, história e até esportes ( no caso de peregrinações e caminhadas). E muitos destinos, considerados cristãos, também são procurados por esotéricos e neopagãos, na medida em que oferecem experiências místicas. É o caso de Santiago de Compostela e até o Egito, muito além do roteiro da Sagrada Família.

Cada uma dessas entrevistas tem o objetivo de descortinar os mistérios que envolvem o turismo de fé. É possível, a cada conversa, perceber o tamanho do mercado no Brasil, seus atores, os maiores desafios e também, para quem pretende investir no segmento, quais cuidados tomar. Inclusive com o jargão próprio que vem também se transformando. Nesta entrevista Dezen alerta, no lugar de romeiros, use o termo peregrinos. Mudanças que impactam inclusive no marketing, e não apenas na comunicação. Aqui não há espaço para amadorismo. Os caminhos devem ser percorridos com precisão, seguindo as lições daqueles que começaram a peregrinar mais cedo.

Quais os destinos que você mais vende?

Os nossos principais destinos religiosos são Israel e Jordânia;  os Santuários Marianos – Fátima, Lourdes, Pilar, Schoenstatt, Medgiugore, Guadalupe- e, é claro, o Vaticano que é muito, mas muito visitado, por todas as pessoas independente da religião que professa.

Quem é o seu cliente?

O nosso público é majoritariamente católico e, nesse grupo, curiosamente, temos pessoas de todas as idades. São viajantes que ajudamos a exercitar a sua fé nesses lugares sagrados.

O mercado está aquecido?

Neste pós-pandemia, o número de “peregrinos” tem aumentado muito e tudo indica que vai aumentar mais ainda…As pessoas querem agradecer ao seu Sagrado a proteção de suas vidas e dos seus familiares.

Qual viagem foi transformadora para você?

Duas viagens marcaram muito a minha vida, a primeira foi a Terra Santa por inúmeros motivos, mas o principal foi ter andado por onde Jesus caminhou. A segunda foi em Lourdes, na França,  porque lá é um local de cura. Quando eu vi aquelas procissões, caí em prantos, foi muito emocionante. A fé não tem explicação ou você tem ou não tem. E repito : independente de religião.

E os roteiros e potencial doméstico?

Falando em Brasil, temos o santuário de Aparecida – que é um pouco menor do que o Vaticano. Temos em média 12,5 milhões de “romeiros” – como eram chamados, mas agora são conhecidos também como peregrinos. Desses peregrinos 99% são brasileiros e ainda estou sendo generoso. Temos uma grande parte no Brasil para ser trabalhada ainda porque desses 12,5 milhões 95% vem da região Sudeste.Temos também o Cristo Redentor no Rio, que a maioria vê apenas  como ponto turístico mas não é !  Padre Omar que é o Reitor  de lá faz um excelente trabalho. Possibilidades não faltam.

vila galileia: nova experiência em Pernambuco

Feira temática que reúne personagens típicos da época de Jesus é atração na cidade-teatro onde é encenado o espetáculo até o próximo sábado (8)

A cidade-teatro de Nova Jerusalém, onde está sendo realizado o espetáculo da Paixão de Cristo até o próximo sábado (8), em Pernambuco, tem uma nova atração que está encantando o público que visita o local durante a Semana Santa.

Trata-se da Vila da Galileia, uma feira temática que reúne artesãos, mestres da carpintaria, da pedra e do barro, além de personagens típicos da época de Jesus. A atração fica localizada dentro da cidade-teatro, no final da via de acesso à primeira cena do espetáculo.

Idealizada pela diretora de arte Marina Pacheco, que também coordena o figurino da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, a Vila da Galiléia permite que o público que vai assistir à encenação entre em contato com a cultura e os costumes da época de Jesus. Em barraquinhas, os visitantes podem ver de perto como eram produzidas as peças de pedra e barro naquele período, além de conhecer as técnicas de carpintaria.

Mas não é só isso. Na Vila da Galiléia, o público também pode interagir com personagens típicos da época, como pastores, homens e mulheres do povo, e ainda ter contato com animais como burrinho, ovelhas, patos e galinhas, que são atrações especialmente para as crianças.

“A experiência é única e proporciona ao público uma verdadeira viagem no tempo, com direito a um cenário incrível e muitos registros fotográficos para as redes sociais”, afirma Marina Pacheco.

As entradas para o espetáculo da Paixão de Cristo podem ser adquiridas pelo site oficial https://www.novajerusalem.com.br/.

Este ano, entre os artistas convidados estão Klebber Toledo, no papel de Jesus; Luiza Tomé, como Maria; Eriberto Leão interpretando o governador romano Pilatos; Nelson Freitas vivendo o personagem Rei Herodes e a atriz e influenciadora digital Duda Reis como a rainha Herodíades.

Turismo religioso no Paraná

Pedro Kempe atua no turismo há 33 anos. Sua trajetória inclui passagens em importantes empresas do mercado como CVC, Schultz e Europamundo. Hoje comanda a Domus Viagens Operadora de Turismo que fundou em 2010. É um nome ativo no turismo paranaense e remove montanhas quando o assunto é turismo religioso. Atua também como palestrante e professor no tema. É atualmente conselheiro na ABAV do Paraná. Neste bate-papo, Kempe fala um pouco dos desafios do turismo de fé no Brasil.

Como você vê o turismo religioso hoje no Brasil e no mundo?
Eu enxergo oportunidades imensas com atrativos riquíssimos.

O Brasil tem forte potencial de consumo, mas ainda dificuldades em oferecer produtos nesse segmento para um mercado internacional e mesmo doméstico. Como resolver esse desafio?
A meu ver, é preciso qualificar atrativos e, obviamente, os prestadores de serviços. No caso dos atrativos, é preciso que estejam cada vez mais preparados para receber grupos, acolher com muitas informações e uma estrutura de guias, com agendamento das atividades religiosas. Precisamos todos ter conversas e direções claras para facilitar o trabalho de todos. Torna-se urgente buscar cada vez mais a profissionalização e fortalecer o trabalho de qualificação e formalização das atividades.

Pedro, quando você diz que é preciso mais qualificação, mais conversas, quem deveria capitanear esse trabalho?
O trabalho de qualificação deve vir do Ministério do Turismo, da ABAV, do SENAC e do Sebrae. Lembrando que já há ações nesse sentido. Quando falamos de conversas, palestras e explicativos, é preciso que os receptivos e operadores entendam mais do negócio e reconheçam a importância em agregar serviços de qualidade para o turista que busca esse tipo de experiência. Além disso, é preciso dar mais voz – e mostrar a importância dos mesmos terem voz – às Pastorais do Turismo e aos Monumentos Religiosos para que mostrem o potencial que carregam e a forma como podem contribuir para o desenvolvimento deste mercado.

Você tem investido nas rotas do Sul do Brasil. Pode falar um pouco a respeito?
Temos, sim, uma gama importante de produtos. Durante a pandemia do COVID-19 participamos do Projeto “Co-Operadores da ABAV-PR objetivando a formação de receptivos e operadores rodoviários” com olhar para Turismo Religioso. Desta participação lançamos a Rota do Rosário com Prudentópolis no Paraná e estamos agora recém lançando a ROTA DO MILAGRE NO PARANÁ, justamente o milagre que justificou a canonização dos pastorzinhos de Fátima. Participamos ativamente do turismo religioso do estado e sou o braço da ABAV-PR para o grupo de trabalho de turismo religioso do Estado.

Qual o perfil desse viajante hoje no Brasil?
Temos um turismo de massa no Turismo Religioso, abraçados pela causa social na informalidade. Por outro lado, temos iniciativas emergentes neste meio que buscam viagens de qualidade e maior profissionalismo.

Qual é um destino que é referência em acolhimento, promoção e logística quando se fala em turismo espiritual?
No Brasil temos APARECIDA, com seu santuário consagrado a Padroeira do nosso País. O destino tem uma logística muito boa de acolhida com hotéis próprios para bem atender.  Depois temos atrativos emergentes que vem se destacando significativamente, como a Rota do Rosário, Santa Paulina em Nova Trento, Salvador dos Passos de irmã Dulce e outros. 

Como e por que você entrou nesse mercado?
Quando abrimos a operadora de turismo, queríamos nos destacar no cenário de operadores no Brasil. A escolha de um nicho justamente foi o viés que encontramos para sermos quem somos.

Qual viagem espiritual que foi um marco transformador para você?
A Terra Santa é sempre o destino mais tocante e de forma indescritível.

Que ações a ABAV pensa implementar para desenvolver esse segmento?
A ABAV incentiva fortemente o grupo de Turismo Religioso no Paraná e apoia o Fórum Paranaense de Turismo Religioso, com ações importantes de capacitação para este segmento. Na ABAV Nacional é possível identificar um forte interesse neste segmento e muitos associados que atuam e querem atuar neste mercado.

Zen com toque de dendê

A última edição do The Traveller trouxe roteiros que falam de turismo regenerativo e viagens com propósito. Seria possível falar de um turismo autoregenarativo com propósito de transcendência pessoal? Para o soteropolitano Caio Costa a resposta é sim.

O influenciador reúne mais de 700 mil seguidores em suas páginas na internet difundindo conteúdo que auxilia no autoconhecimento e no bem-estar. Reconhecido por difundir seus ensinamentos gratuitamente para mais de 635 mil seguidores da página @silencio.divino, Caio também já ajudou mais de 10 mil pessoas com cursos on-line e com conteúdos tanto de autoconhecimento quanto destinados ao público que buscam roteiros na natureza com forte conexão com a espiritualidade.

Para Caio o que garantiu o sucesso deste trabalho é o exemplo do desenvolvimento de uma vida equilibrada que atenda valores de saúde, bem-estar e autoconhecimento, mas principalmente espiritualidade. “É através da dimensão material que você pode experienciar o que se mostra no seu íntimo emocional”, reflete o terapeuta.  Recentemente decidiu investir no turismo espiritual, com viagens exclusivas para quem busca transcendência e autodesenvolvimento. Leia abaixo sua impressão sobre o turismo transformador.

Como surgiu a ideia de organizar roteiro “Natureza e Energia” destinado a buscadores espirituais?
A ideia de desenvolver o “Roteiro – Natureza e Energia” surgiu do estilo de vida que preenche o meu coração. A espiritualidade sempre esteve presente na minha vida, e as minhas viagens tem sempre essa pegada, costumo ir em locais alternativos, com pouca gente e com bastante natureza para me conectar. Então os meus seguidores começaram a me perguntar sobre, comecei dando dicas, eai surgiu a ideia. No “Roteiro – Natureza e Energia”, além de dicas detalhadas de vários locais pelo Brasil para se conectar com a espiritualidade de diversas formas, inclui conhecimentos de emissão de passagens aéreas com milhas e acesso à salas VIPS de forma gratuita.

Quantas pessoas já acessaram o roteiro?
Mais de 500 pessoas já acessaram o “Roteiro – Natureza e Energia”, diversos depoimentos de como as pessoas utilizaram os conhecimentos para viajar sem pagar passagem aérea, e como as viagens tem sido muito mais proveitosas e conectadas com o que realmente importa.

Como você enxerga a busca por esse tipo de viagens em suas redes sociais?
Enxergo que a procura surge de buscadores autênticos de si, e da espiritualidade, que não mais buscam festas e muvuca. A base do meu público são de pessoas que buscam a si, a maioria dos que já acessaram o “Roteiro – Natureza e Energia”, já adquiriram outros cursos de autoconhecimento meu, como o “curso de Proteção Energética”, o “Desvendando sua Missão de Alma”, ou a “Jornada para atrair sua Alma Gêmea.”

A Bahia é um pólo espiritual. Salvador reúne desde o turismo para Santa Dulce dos pobres até festas dos Orixás, passando pelo catolicismoe o espiritismo com Divaldo Pereira Franco. Que lugares você indica para autoconhecimento na capital baiana e no resto do estado?
Sim, a Bahia possui um campo energético muito forte, e denso também, devido a sua história. Com isso, entidades de todas as egrégoras espirituais se reunem com campo etérico da Bahia, tornando-a, o mais intenso estado do Brasil no quesito gradiente energético. Além do nosso queridíssimo Divaldo Franco, que super recomendo a visita ao centro Mansão do Caminho, recomendo que as pessoas busquem conhecer giras de umbanda, uma religião brasileira muito forte aqui na Bahia, que é uma mistura do espiritismo europeu, do candomblé africano, com as entidades e espiritos também brasileiros, assim, forma-se uma linda egrégora que variadas manifestações. Mas temos muitos portais energéticos por aqui, a ilha de Boipeba é uma delas, um gradiente de energia que faz emergir tantos processos e tesouros dentro de nós, associado a uma paisagem paradisíaca, realmente incrível.

Qual uma viagem que você realizou e que lhe promoveu uma profunda transformação espiritual?
Se eu pudesse dizer uma viagem que me promoveu uma profunda transformação, eu responderia a minha primeira viagem para a Chapada dos Veadeiros, em 2015. Apesar de logo no primeiro dia eu ter entrado num processo de limpeza intensa, com febre e vômito, recebi instruções da espiritualidade de que estava acontecendo uma limpeza importante, porque logo eu iria retornar para aquela região pois ali tinha coisas importantes para eu experienciar. Dito e certo, alguns anos depois, lá estava eu morando na Chapada dos Veadeiros, foram momentos muito ricos, é um lugar com um gradiente de energia dual, mas bem expansivo. Pois para onde você olha há espaço, o cerrado expande o cardíaco em alegria, mas os processos também te levam a lugares bem profundos, o que ao meu ver se revelam oportunidades únicas de descobertas e insights sobre as nossas próprias sombras. A Chapada dos Veadeiros mora no meu coração.

turismo espiritual no chile

Segundo dados da Subsecretaria de Turismo e do Serviço Nacional de Turismo do Chile, pouco mais de 30.000 turistas estrangeiros chegaram ao país em 2019 motivados por motivos religiosos, o que representa 0,7% do total de visitantes. Há um consenso entre os especialistas chilenos que, embora o segmento do turismo religioso seja incipiente no mercado internacional, a realidade interna no caso do turismo nacional é diferente, dado que ao longo do ano ocorrem várias datas religiosas que motivam fluxos importantes para os destinos turísticos.

Em Arica e Parinacota, por exemplo, está a conhecida rota da Virgem de Las Peñas, famosa pela peregrinação celebrada todos os anos. Lá se encontra a Rota das Missões, geralmente focada na comuna de Camarones. Na região de Tarapacá há um circuito que acontece na cidade de Tirana todo dia 16 de julho, data em que se comemora a Virgen del Carmen, com grande número de danças e representações religiosas. Em Valparaíso, por conta de Teresa de Los Andes, beatificada em 18 de outubro de 1987, é possível conhecer Auco, capital espiritual do Chile. Já em Los Lagos é famosa a “Ruta de las Iglesias” de Chiloé que inclui 16 igrejas que são consideradas Monumento Histórico Nacional e declaradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO no ano 2000.

Embora seja reconhecido como, proporcionalmente, o país mais católico praticante da América do Sul, o turismo de fé do Chile também atinge esotéricos e pessoas em busca de autoconhecimento.

Conversamos com Miguel Quezada, do Serviço Nacional de Turismo do Chile, para entender um pouco mais sobre o turismo espiritual no país.

Há operadoras ou agências chilenas especializadas neste nicho?

Sim, na região de Arica e Parinacota a Norte Outdoor tem como foco a promoção do turismo de aventura na região e possui um circuito para Ruta Las Peñas. Já a operadora de turismo Surire Tour tem um programa completo para Tirana. A Ovitravel e LST La Serena realizam viagens para a Grande e Pequena Festa da Virgem de Andacollo. A operadora de turismo Turismo Pehuén de Castro e agencia Nativa oferecem Rota das Igrejas. No caso da Rota dos Jesuítas, o operador é Turistour.

Quais regiões do Chile têm feriados católicos que impulsionam o turismo? O que são e quando acontecem?

Na Região de Arica e Parinacota temos a Festa de la Virgen del Rosario de las Peñas, celebrada no Santuário de Las Peñas em Lívílcar.  No dia 8 de dezembro há a chamada “fiesta chica” e no primeiro domingo de outubro, a  “fiesta Excelente”. Realiza-se em um dos caminhos de peregrinação mais arriscados da América, reunindo anualmente cerca de cinquenta mil pessoas que vêm do Chile, Peru e Bolívia para venerar a imagem da Virgem esculpida na rocha viva do canion, uma antiga rota de trânsito entre Potosí e Arica.

Em Tarapacá temos a Festa de La Tirana,  uma homenagem à Virgen del Carmen e é celebrada todos os anos na primeira quinzena de julho em uma pequena cidade de mesmo nome localizada no pampa de Tamarugal, bem perto da fronteira que une o Chile com a Bolívia e o Peru. A festa de La Tirana, como a maior festa religiosa do país, é um espetáculo que todos os chilenos -e turistas estrangeiros- deveriam presenciar. Uma celebração de fé, dança e cantos em homenagem à Virgen del Carmen que dura quase uma semana inteira. 15 e 16 de julho de cada ano.

Na região do Atacama ocorre a Festa de la Candelaria, padroeira dos mineiros, que se celebra anualmente no dia 2 de fevereiro e reúne milhares de fiéis de toda a região. A festividade remonta a 1778, quando Mariano Caro Inca encontrou a imagem nas montanhas, perto da salina de Maricunga. A descoberta milagrosa atraiu peregrinos, o que motivou o pároco a construir um santuário em 1800, que foi reconstruído após um incêndio em 1922. Com o tempo, a festa tornou-se referência indiscutível da religiosidade popular da região do Atacama, e das irmandades de dança chinesa.   A Festa de los Negros de Lora remonta aos primeiros anos da Conquista, entre 1550 e 1600, depois que uma imagem da Virgem de Quito foi levada para a capela de Lora, que, segundo a lenda, desapareceu da igreja várias vezes, para depois aparecer entre as comunidades indígenas. É realizada todo mês de outubro na comuna de Licantén, setor de Lora

A Festa de San Francisco de Huerta de Maule é homenagem que o camponês presta ao seu santo padroeiro para que obtenha boa saúde e colheitas generosas, além de proteção para a família e para a comunidade em geral.  Já A Festa da Virgem do Carmo de Pelarco é uma tradicional celebração de caráter religioso que recebe todos os anos milhares de fiéis que vêm venerar a Padroeira do Chile, mas que também se tornou uma atividade turística, dado o número de visitantes que recebe e o programa de atividades que acontecem em torno desta festa que acontece todos os anos durante o mês de julho.

Hoje fala-se muito em viagens de autodescoberta, viagens transformadoras. Machu Picchu, no Peru, é muito procurada nesse quesito. Existe alguma oferta que aborde essa cosmovisão andina no Chile?

Sim. Na zona norte, por exemplo, existe uma oferta associada às populações autóctones, nomeadamente às comunidades Colla e Diaguitas.

Os astrólogos têm estudado Astronomia para sua educação. Dizem que o Chile oferece experiências fantásticas para os amantes da astronomia. Como é essa oferta astronômica?

Catalogado como “o céu mais limpo do mundo” O Chile possui uma ampla gama de observatórios astronômicos abertos ao público onde, através de tours com ênfase científica, o visitante pode conhecer o Universo através de modernos telescópios.No entanto, na zona norte do Chile, foram desenvolvidas experiências de astroturismo ligadas à natureza, com caminhadas no mar de dunas sob a luz da lua cheia, fogueiras astronômicas e observação do cosmos a olho nu no meio do deserto.

Existem viagens de autodescoberta no Deserto do Atacama?

O Deserto do Atacama é um cenário ideal para viagens de autodescoberta, desde as paisagens, as cores, o silêncio, a grandeza da natureza e a “solidão” que se vive, por exemplo, no mar de dunas da Região do Atacama. À medida que o deserto é descoberto, as pessoas que visitam o Chile percebem que o “lugar mais seco do mundo” é um lugar cheio de vida.

Fé na estrada, tudo de bike

A união da fé com a prática esportiva está gerando mais um produto turístico para Ituporanga. É o circuito de Cicloturismo dos Padroeiros, que vem sendo desenvolvido pela Fundação Fexponace e Prefeitura Municipal em parceria com a Associação de Ciclismo da cidade, com a Paróquia Santo Estêvão e apoio técnico do Sebrae.

O projeto prevê a criação de um roteiro de pedal para valorizar a cultura e natureza de Ituporanga, oferecendo aos turistas uma experiência especial pelo interior do município, incluindo a gastronomia rural, ecoturismo e as capelas das comunidades. 

“A fé e cultura religiosa são marcas fortes da experiência do circuito, já que em Ituporanga as comunidades valorizam suas capelas e celebram seus padroeiros. Desta forma, o cicloturismo além de uma prática de bem-estar e qualidade de vida se alia ao turismo para fortalecer a oferta religiosa”, afirma Paulo Roberto Ribeiro, presidente da Fexponace. 

Pela proposta, o circuito deverá ter 150 quilômetros de extensão, com início na Gruta de Nossa Senhora de Lourdes e finalização na Igreja Matriz Santo Estêvão. “É uma forma de fortalecermos as características religiosas que já fazem a nossa cidade ser reconhecida no cenário estadual e nacional”, reforça Frei Ângelo, da Paróquia Santo Estevão.

Os percursos serão divididos em quatro trechos e terão diferentes níveis de dificuldade, com opções de pedal para meio turno ou até quatro dias. “A ideia é que seja um atrativo para que qualquer pessoa possa participar, desde as que não têm muita familiaridade com o pedal até quem já tem prática o bastante e busca níveis de aventura maiores. Já temos uma expertise em cicloturismo e acreditamos que esse potencial pode ser explorado de forma mais assertiva, unindo a religiosidade tão presente por aqui”, afirma Elaine Klaumann, da Associação de Ciclistas de Ituporanga.

O mapeamento dos trajetos já foi realizado e os circuitos detalhados vão ser inseridos nos mapas de navegação dos aplicativos usados para a prática do cicloturismo. Desenvolvimento da identidade visual, com a marca do produto, manual e aplicações é a próxima etapa do projeto, que também prevê fotografia, sinalização e capacitação dos agentes que poderão ter envolvimento direto e indireto com o produto turístico. 

A previsão é de que o lançamento do circuito de Cicloturismo dos Padroeiros de Ituporanga seja realizado em 11 de fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lourdes. 

Turismo Religioso não é o que você pensa

Recentemente em um almoço para recepcionar a delegação de Lisieux que esteve no Brasil,  Amadeu Castanho, decano do turismo religioso, provocou uma importante reflexão, a partir dos comentários feitos pela portuguesa Maria Rodrigues, responsável pelo Santuário Francês de Santa Terezinha do Menino Jesus. Disse ele : “há uma brutal diferença entre turismo religioso e turismo para destinos religiosos, mas o mercado não está suficiente maduro para alinhar os dois conceitos. “

Maria se queixava que grupos de devotos que visitavam o Santuário e os locais em que a santa francesa viveu, não tinham uma experiência espiritual satisfatória e muitas vezes voltavam frustrados ao Brasil, embora uma estrutura religiosa esteja à disposição dos fiéis, como irmãs brasileiras para acolhê-los e até a possibilidade de padres realizarem ofícios na cidade em que Santa Terezinha nasceu. Uma experiência completa, segundo especialistas,  exige ao menos 3 dias na região, inclusive para se aproveitar toda a oferta gastronômica. Em geral, as visitas se dão em três horas. Dada a proximidade com Paris, faz-se um bate volta. E nisso se perde visita a Alençon e até Pontmain, um dos mais importantes lugares de aparição Mariana.

Tudo isso porque o roteiro não foi pensado para ser uma viagem religiosa.  Cria-se pacotes seguindo, em geral a mesma lógica tradicional de visitar, ainda que superficialmente, o maior número de pontos turísticos para fotos e compras de suvenires. O famoso carrossel com 20 países em 14 dias.

Turismo religioso é um turismo de experiência transcendental. Uma jornada de encontro com elementos sagrados de cada turista e, mais do que isso, de reencontro pessoal. E tal atividade não se dá com um guia cronometrando os minutos e, com seu guarda-chuva, apito ou placa, empurrando os visitantes de um lugar para o outro para que se cumpra o roteiro. Além disso, é preciso muito repertório para que haja o famoso encantamento. No caso do Brasil, Santa Terezinha se popularizou muito por conta das escolas que são dirigidas, ainda hoje, por freiras. Poucos católicos, no entanto, apesar de recorrerem à santa em suas orações e devoções, sabem de sua vida, dos milagres que realizou. Ao visitar o norte da França, registram os momentos com os celulares, mas não com os corações e memórias afetivas. Tampouco voltam conhecendo mais sobre a trajetória da mais jovem doutora da Igreja Católica.

Estamos falando de França, mas poderíamos falar de Itália, Portugal, India, Nepal ou Israel. Turismo religioso não é apenas visita de lugares históricos: é seguir passos de líderes espirituais, entender o espaço e a realidade que viveram e se conectar com seus ensinamentos e a presença na vida de cada viajante.

Tal confusão se dá porque falta fiéis profissionais de turismo ou profissionais de turismo especializados em religiões. Você não precisa professar uma ou outra crença para trabalhar com viagens de fé. Mas precisa entender de história e religião.  Mais uma prova do diletantismo que é característica da indústria de viagens em nosso país. É claro que há mercado, caso contrário, delegações de destinos religiosos não viriam há anos, ininterruptamente ao Brasil para abrir frentes e manter relacionamentos. O potencial turístico religioso não para de crescer, porque ao contrário do que se dizia no início do século XX a religião não vai acabar, vai mudar de perfil e seu campo de atuação. O que falta é estudo, planejamento e competência para maior parte dos profissionais que desejam atuar na área. Oportunidades não faltam.

arac masin

casamento e o sagrado

Cerimônias de casamento podem ser encaixadas na categoria turismo de fé. Basta que o casal se submeta a um ritual religioso.

Até recentemente, casamentos grandes e tradicionais da Igreja Católica eram unânimes no Brasil, e cerimônias íntimas fora do país eram consideradas extravagantes. A ordem era o vestido branco, com véu, grinalda, coral e pompa nas igrejas tradicionais. Hoje a situação mudou e casais buscam experiências autênticas, cheias de simbologia, com duas ou três testemunhas em lugares paradisíacos. E a ideia de renovar os votos – após 1, 5, 10, 15 e 25 anos de casamento – também explica a popularidade das cerimônias a dois.

Cerimônias indígenas, assim como aquelas das religiões de matriz africana ganham popularidade. Basta ver a repercussão do casório da atriz Cléo Pires.  A tendência maior, no entanto,  é o Arac Masin – ou casamento andino. A cerimônia une milhares de casais incas há séculos e carrega uma série de elementos simbólicos muito bonitos e tradicionais de uma das civilizações mais antigas das Américas. O casamento, realizado no meio da natureza, é realizado por um Yachaq (sábio andino) que invoca os Apus (espíritos das montanhas), Pachamama (mãe terra), Chaskas (as estrelas) e Wilka Nina (o fogo sagrado) para celebrar um pacto eterno entre o casal. Tudo acontece no dialeto quéchua (língua dos incas) e tem duração média de uma hora.

A cerimônia não é restrita apenas aos moradores locais. Nos últimos anos, o casamento andino se tornou uma das experiências mais procuradas por viajantes de todo o mundo, mas só agora começa a atrair os brasileiros. É importante lembrar, porém, que a cerimônia, repleta de cores, pedras, velas, penas, coca, sementes, flores e incensos, é uma celebração simbólica, sem valor legal.

O casal, com trajes típicos andinos, cobertos por uma capa colorida, recebem as benção dos papa mensaqoc. Em seguida a noiva recebe uma coroa de flores e o casal segue para uma cabana. Há orações, incenso e juras de amor, com as mãos do casal entrelaçadas por uma fita.

Da mesma maneira, cerimônias pataxós têm feito muito sucesso no sul da Bahia, perto de Trancoso. Diferentemente do que acontece no hinduísmo, no protestantismo e na igreja católica, certos movimentos religiosos não exigem conversão para que a cerimônia possa acontecer. No caso da Itália e França, é possível se casar em igrejas católicas desde que uma série de protocolos sejam respeitados.

O importante é entender que múltiplas são as expressões do turismo de fé. Viagens e espiritualidade podem, sim, ser o casamento perfeito.

Em nome de Hórus, Ísis e Osíris

Palavras, palavras. De Dalida a Cássia Eller- passando pelas duplas sertanejas- muita gente já percebeu que certos vocábulos são passageiros; modismos prestes a desaparecer antes de uma mudança de tarifa nos sites de companhias aéreas. Outros conceitos no turismo levam tempo para realmente serem compreendidos e assimilados. Um exemplo é a tal da viagem de experiência. Ora, toda viagem oferece experiência boa ou má. O uso dos adjetivos transformadoras ou inspiradoras faria muito mais sentido.  Entretanto, clichês imperam. Alguns palestrantes vêm, nos últimos anos,  limitando tais viagens apenas como enoturismo. Equívoco grandioso. Viagens esportivas, viagens românticas, viagens espirituais também são turismo de experiências, inspiradoras e muito transformadoras,  repletas de conteúdo, estórias em que os viajantes entram em contato com seu próprio universo interior.  

Nesse cenário, um psicólogo; um sociólogo apaixonado por gastronomia, e um publicitário, interessado por ocultismo, são responsáveis por traduzir com perfeição o que é realmente uma viagem transformadora. Criadores da plataforma CDH,  Bruno Lonaro, Otávio Albuquerque e Leo Lousada, fazem sucesso no YouTube, na 95,7 FM e agora no turismo. A mais recente viagem ao Egito que fizeram -com um grupo de 32 pessoas- foi acompanhada por milhares de pessoas interessadas em muito mais situações que fotos com camelos e pirâmides.

Em um bate papo eles nos contam quais ingredientes fizeram a experiência dar tão certo.

1. O que é o CDH? Ele existe desde quando? Qual a audiência de vocês?  

O Conhecimentos da Humanidade nasceu como um canal de YouTube em 2015 com a ideia de ser um espaço onde a gente pudesse falar sobre temas de história, psicologia, filosofia e autoconhecimento. 

Como os temas são bem diversos, nosso público também é, indo desde jovens adultos até pessoas com muitos anos de estrada na busca pelo saber!

Com o tempo, o projeto se expandiu bastante e fomos para além dos vídeos na internet: fizemos eventos presenciais, produzimos nosso próprio baralho de Tarot, criamos vários cursos digitais, estreamos um programa de rádio e, inclusive, começamos a fazer viagens pelo mundo, levando pessoas para uma viver uma experiência histórica ao vivo. Temos quase mais de meio milhão de seguidores.

2. Desde quando começaram a fazer viagens? 

Nossa primeira viagem foi em 2019, para a Índia, quando levamos 8 pessoas para uma jornada incrível por diversas cidades desse país tão rico em cultura e história. A vivência serviu como um ótimo teste para esse formato onde atuamos como uma espécie de “guias narrativos”, conduzindo a experiência das pessoas. A viagem seguinte, para o Egito, já foi pensada para ser bem maior, desta vez levando 32 pessoas, e deveria ter acontecido no começo de 2020 – no entanto, com a pandemia, nossos planos foram adiados um pouco. Mas felizmente conseguimos ir agora em junho de 2022 e foi incrível!

3. Quais os objetivos dessa viagem ao Egito?

Nossa ideia foi mostrar os incríveis tesouros históricos do Egito, passando, é claro, pelas pirâmides e pela esfinge, mas indo muito além disso, então visitamos inúmeros templos, um oásis gigantesco no meio do deserto de água cristalina, subimos (e descemos!) o belíssimo monte Sinai e até conhecemos a linda cidade litorânea de Sharm el Sheik.

Em meio a tudo isso, criamos uma espécie de jornada pessoal de autoconhecimento para os integrantes do grupo, onde a cada dia eram propostas algumas reflexões inspiradas na história de Ísis, Osíris e Hórus, três divindades egípcias. A ideia era que todos chegassem ao fim da viagem com belas memórias e, melhor ainda, levando para casa uma experiência de vida transformadora!

4. Que experiências espirituais vocês ofereceram aos viajantes?

Acreditamos que a espiritualidade é algo íntimo, pessoal, ou seja, cada um tem uma visão sobre o que é essa conexão ou como encara as experiências. Em nossas viagens, buscamos trabalhar com questões amplas, mas dando as ferramentas para que cada um possa trazê-las para sua individualidade. Usando um deck de Tarot que nós mesmos desenvolvemos, criamos uma jornada de autoconhecimento que é trabalhada entregando a cada dia uma carta diferente aos viajantes e propondo uma reflexão. Assim, trazemos algumas práticas para que as pessoas possam viver sua espiritualidade sem nenhuma imposição de crença. A ideia é que cada um experiencie processos de autoconhecimento, associados ao conteúdo histórico e mitológico que vivemos em cada país. 

5. Qual o perfil do grupo?

Bastante diverso! Uma das melhores partes da nossa viagem foi justamente a convivência com esse grupo, que se integrou de uma forma sensacional. Havia desde alguns pais com suas crianças até alguns integrantes mais velhos que sempre toparam todas as aventuras, fosse para atravessar o deserto e entrar em pirâmides, subir a trilha do Sinai ou mergulhar nas águas do oásis! Foi realmente uma viagem para a família toda.

6. Que outros destinos vocês pretendem trabalhar?

Devemos voltar ao Egito e à Índia em breve, mas temos também diversos outros roteiros que gostaríamos de fazer, como a cidade de Salém na semana do Dia das Bruxas, Peru, Grécia, Inglaterra, Espanha, México etc, sempre com esse viés histórico e mitológico para conhecer a fundo a cultura do local.

7. Além de uma experiência espiritual, que outros temas vocês abordam nas viagens?

Nossa ideia é proporcionar uma experiência transformadora de autoconhecimento, explorando o lado histórico, mitológico e cultural de todos os lugares pelos quais passamos. Mas tudo isso, é claro, sem deixar de curtir bons momentos de pura diversão, passeando pelas cidades, comendo em restaurantes, aproveitando as piscinas dos hotéis, brincando com o grupo e, como não poderia faltar, parando nos melhores lugares para fazer algumas comprinhas de presentes para nós mesmos e os amigos que ficaram em casa!

https://www.youtube.com/c/ConhecimentosdaHumanidade