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VENDA DIRETA OU MULTICANAL?

A aposta na venda multicanal faz sucesso em empresas de Turismo ao redor do planeta e ela se baseia, principalmente, na transparência e em dar o mesmo acesso a tarifas e disponibilidade a todos esses canais. Sim, pode haver promoções específicas para um canal, mas sob o risco de deixar os outros no mínimo enciumados.

 

No Brasil, fornecedores em geral (quando a cadeia do Turismo era mais vertical e previsível) estampavam em seus anúncios ao público final a frase: CONSULTE SEU AGENTE DE VIAGENS. Algo que pode não gerar resultados, mas que é simpático e de certa forma justo com esse outro canal. Hoje em dia, além dos agentes, citam-se redes sociais, o site de venda direta, parceiros…

 

Ainda é comum que alguns fornecedores escolham algumas agências top sellers e coloquem apenas seus contatos no anúncio, especialmente no segmento de cruzeiros marítimos.

 

Companhias aéreas citam todos os seus canais geralmente, destinos também ressaltam que uma das opções é procurar um agente de viagens, parques temáticos…

 

Recentemente fiz uma pesquisa na revista Viagem e Turismo e constatei essa política, com muitos hotéis, empresas de cruzeiros e parques temáticos citando os parceiros agentes de viagens.

 

Curiosamente, das operadoras anunciantes, apenas a Agaxtur citava “ou procure seu agente de viagens”.

 

Bom, quem quiser fazer o levantamento é só ir às bancas, pois o objetivo aqui não é apontar quem usa ou não a frase, isso é estratégico de cada empresa, o dinheiro sai do caixa delas e o anúncio é de responsabilidade de cada um.

 

A questão é saber se a indústria caminha bem com essa convivência com múltiplos canais. A hotelaria, especialmente as grandes redes, depois de penar na mão de algumas OTAs, investe bastante na venda direta, inclusive para agências de viagens. Redes como Marriott e Hilton chegam a colocar suas tarifas de venda direta nos GDSs, para não prejudicar o canal agências, mas para fugir dos canais on-line que concorrem com seus sites. Esta semana a Hyatt anunciou estratégia de também promover tarifas menores em seu site e os agentes que quiserem acesso a elas devem fazer a reservas diretamente no site.

 

Estratégias claras.  Anunciadas. Alardeadas. Promovidas. E a partir daí, coerência.

 

Os agentes de viagens atualmente não são os intermediários mais dispendiosos, pelo contrário, geram uma tarifa alta e fidelidade (em outros casos, claro, geram dor de cabeça, mas isso é outra história). Vejam o caso da Lufthansa criando a taxa para GDSs, mas permitindo que TMCs e gestores acessem, via site, tarifas sem a cobrança. Ou a Delta abrindo mão do fee para emissão em call center ou aeroporto. As tarifas se igualam e os intermediários indesejados são penalizados.

 

É justo? É cíclico? É assim. Não tem mais volta. Quem decide onde comprar é o passageiro. E o agente que decida trabalhar com suas melhores parceiras. O poder da consultoria, de oferecer o melhor, de gerenciar as viagens mais complexas, ele ainda tem. Que use isso a seu favor.

 

(Em outro post volto à questão do posicionamento das entidades de classe em relação a fornecedores. Enquanto o portal da Asta, a Abav americana, cobra de fornecedores decisões e revisões de decisões… por aqui ainda falamos apenas de feira, feira, feira, feira…).

 

O mundo não mudou. Ele simplesmente anda. Corre. Dá saltos. Você está em forma para acompanhá-lo ou prefere andar algumas casas para trás?

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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  • Artur
    Participo do Fórum da ABAV SP desde seu início.
    A convivência na entidade me levou a participar de algumas outras atividades e, no segundo semestre do ano passado, a participar como conselheiro da entidade.
    Estranho quando diz que por aqui só falamos de feira, feira, feira, pois em nenhuma das praticamente 60 edições do Fórum, nem das outras atividades que participei, a feira foi assunto.
    Ao contrário, há vários projetos em fase de elaboração/ maturação e implantação. Claro que, como sabe, os recursos são limitados. Mas os esforços não.
    Saudações,
    Adriano Pereira

    • Obrigado, Adriano
      Que bom que a Abav-SP está debatendo temas importantes. Estava falando mais de postura e dos portais da Asta e no caso da Abav Nacional. O posicionamento é bem diferente. Veja e conclua você mesmo.
      Na gestão passada da entidade, aliás, havia um problema com uma companhia aérea e o presidente disse que havia mandado “uma carta” para a empresa. Nos EUA, eles compartilham a discussão, levam aos associados, engajam, incluem, interagem… É uma questão de maturidade do País e de saber discutir também.
      Mas sei sim que a Abav-SP e outras pelo País estão bem ativas.
      Obrigado
      Abs
      ARTUR

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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