Stockyards

Stockyards: uma viagem ao Velho Oeste de verdade

Imagine uma cidade que parece ter saído de um filme de faroeste? Isso pode ser fácil de encontrar em visitas a estúdios de Hollywood, ou a parques temáticos de Orlando. Mas se este local for de verdade, não apenas uma locação ou atração montada? E se for carregado de história? É isso que você encontrará no Stockyards.

No Instagram: @rafaelatborges

O Velho Oeste de verdade existe e está em Fort Worth, no Texas. O Stockyards fica a cerca de 60 km de Dallas, uma das mais importantes cidades do Texas. O grande centro empresarial e sede de empresas AT&T e AECOM, até tem um atrações que remetem ao mundo dos cowboys.

Mas, para quem quer mesmo fazer uma imersão no Velho Oeste, o ideal é alugar um carro e dirigir até a vizinha Forth Worth, a mesma cidade cujo aeroporto é hub da American Airlines – e que é sede da companhia aérea. Na região norte está o Stockyards, uma verdadeira vila de cowboys.

Já assistiu “Era uma vez em Hollywood”, de Quentin Tarantino? Há uma cidade cenográfica que é cenário para a gravação do filme do ator interpretado pelo protagonista Leonardo di Caprio. É exatamente aquilo que você encontrará no Stockyards.

Veja também

O que é o Stockyards

Nada do que existe no Forth Worth Stockyards foi montado para atrair turistas. O local é um antigo ponto de encontro de vaqueiros e de comércio de gado, construído no fim do século XIX. Em 1976, foi declarado patrimônio histórico do Texas, e hoje é um importante ponto turístico para quem quer fazer uma imersão na cultura do Velho Oeste.

Nos quarteirões históricos e charmosos do Stockyards, há diversos estabelecimentos comerciais no estilo saloon, com decoração típica. Entre eles, restaurantes, bares e variadas lojas. As que mais chamam a atenção são as de artigos de couro, que têm produtos de qualidade a preços justos.

Além disso, há a arena de rodeios, com um ativo calendário de competições. Outra atração é o “John Wayne: An American Experience”, um museu que faz tributo ao ator que foi ícone dos filmes de faroeste. São mais de 400 objetos relacionados a Wayne.

Ao lado, o visitante vai encontrar o Texas Cowboy Hall of Fame (o hall da fama dos cowboys do Texas) e, logo em frente, o Billy Bob’s. Este é considerado o maior bar country do mundo, com dois palcos para shows. Toda noite, há atrações musicais no local.

Mas não é preciso esperar a noite para ouvir música country de qualidade no Stockyards. Há apresentações nos diversos saloons da área durante todo o dia.

Loja de artigos de couro no Stockyards
Loja de artigos de couro no Stockyards

Como chegar ao Stockyards

Tanto para quem está em Dallas quanto em Fort Worth, a maneira mais rápida de chegar ao Stockyards é de carro. Da primeira, os 60 km são percorridos em 40 minutos, dependendo do tráfego. A maior parte do trecho é feito pela Rodovia I30, de trânsito rápido.

Ao chegar a Fort Worth, o motorista passará pelo belo e bem preservado centro da cidade, antes de percorrer os últimos 5 km até o Stockyards. De downtown até a área histórica, há opção de ir de ônibus e até trem. Mas, nesse caso, a viagem levará pelo menos 20 minutos (de carro, são dez, no máximo).

Música ao vivo no Stockyards também tem sessões durante o dia
Música ao vivo no Stockyards também tem sessões durante o dia

No Stockyards, há diversas opções de estacionamento. A maioria dos bolsões está na East Exchange Avenue. Um deles, localizado do lado da avenida oposto à entrada na vila, é gratuito.

Como o Stockyards é uma área histórica nas ruas da cidade, o acesso é livre. O visitante pagará para ingressar aos museus e assistir rodeios. A maioria dos saloons com shows ao vivo, porém, tem entrada gratuita – o Billy Bob’s é uma das exceções (com ingressos a partir de US$ 5, dependendo do horário da visita).

Para conhecer o Stockyards, uma manhã e tarde bastam. Mas vale a pena ficar à noite para ver as atrações que só ocorrem nessa parte do dia. Nesse caso, uma boa opção é passar a noite no local (confira sugestões abaixo).

Hospedagem

Em Dallas, um dos melhores locais para hospedagem é o centro da cidade. Eu escolhi o charmoso hotel de design Lorenzo, bem próximo ao centro de convenções Kay Bailey Hutchinson, cuja arena tem constantes shows com artistas renomados. Pelo palco do histórico local já passaram nomes como The Beatles, Rolling Stones e Elvis Presley.

Hotel Lorenzo

O Lorenzo tem diárias a partir de US$ 150 em junho. Mas fique atento: os constantes eventos no centro de convenções tendem a inflacionar os preços de toda rede hoteleira de Dallas. No hotel, o estacionamento é de US$ 20 ao dia mas, se a lotação não estiver máxima, dá para negociar na recepção a isenção da tarifa – eu consegui.

Outras boas opções no centro são o Thompson (US$ 340), o bem localizado Adolphus (US$ 440) e o Omni (US$ 270). Já o Fairmont (US$ 240) fica próximo a um dos restaurantes fundamentais para conhecer entre as inúmeras boas opções de Dallas, o rooftop Monarch.

Já para quem prefere ficar em Uptown, a área mais empresarial da cidade, há opções como o Le Meridien (US$ 380), o W Dallas (US$ 380) e o Ritz-Carlton (US$ 710). Para passar a noite em Fort Worth, uma dica é o charmoso Drover, que combina elementos contemporâneos à decoração inspirada no Velho Oeste e fica no epicentro da área. As diárias partem de US$ 380.

Hotel Drover

Há, porém, opções mais em conta, como o Hyatt Place (US$ 180). Os valores dos hotéis não incluem impostos. Para chegar, a American Airlines tem voos diários e diretos entre São Paulo e Dallas Forth Worth.

Rota do Bourbon

A rota do bourbon e do whiskey em Kentucky e Tennessee

O sul dos Estados Unidos é conhecido por ser o epicentro da música americana, e também por locais que marcaram a história do país. Mas há um roteiro ainda pouco conhecida e explorada pelos brasileiros: a Rota do bourbon.

No Instagram: @rafaelatborges

Assim como o Nappa Valley, na Califórnia, atrai os amantes de vinho, os Estados de Tennessee e Kentucky formam um circuito para os apaixonados pelo bourbon – e o Tennessee Whiskey (entenda abaixo a diferença). Há inúmeras destilarias abertas à visitação.

No roteiro, o visitante aprende como é produzido a bebida. Mas não é só: há degustação de bourbon, exposições que contam a história das destilarias e até experiências gastronômicas.

Exposição na destilaria Jack Daniels

Bourbon X Tennessee Whiskey

O bourbon é uma bebida norte-americana da mesma família do whisky, originalmente escocês. Tem mais de 40% de teor alcoólico e é produzido a partir do milho. As estradas da rota são dominadas por plantações do grão.

95% das destilarias de bourbon dos Estados Unidos estão em Kentucky, onde a bebida foi criada, no século 18. Nesse Estado, também surgiu o mais famoso frango frito dos EUA, KFC (Kentucky Fried Chicken, ou frango frito do Kentucky).

Barris na destilaria Maker's Mark, na Rota do bourbon
Barris na destilaria Maker’s Mark, na Rota do bourbon

Atualmente, o Estado tem mais de 70 destilarias de bourbon. Dessas, 17 estão abertas à visitação.

Ali do lado, no Tennessee, também há diversas destilarias. Porém, a bebida produzida em muitas delas é chamada de Tennessee Whiskey (com essa grafia, diferente usada para o produto de origem escocesa).

E qual é a diferença? O processo de produção. O do Tennessee Whiskey usa carvão. O do bourbon, não.

Rota do bourbon e do whiskey tem belíssimos trechos rodoviários
Rota do bourbon e do whiskey tem belíssimos trechos rodoviários

Tennessee

Comecei a Rota do bourbon em Nashville, no Tennessee. Epicentro da country music, é um local que vale a pena conhecer. Repleta de bares especializados nesse gênero musical em sua rua central, a Broadway, a próspera capital do Estado também se destaca pela preservação histórica.

Em Nashville, a melhor opção de hospedagem para quem quer explorar a cidade é o centro. Entre os destaques estão o Hilton (Avenida 4th, 121; US$ 470 por dia), bem ao lado da Broadway, e o hotel de design Dream (Avenida 4th, 210; US$ 315 a diária).

Para economizar, a região do aeroporto, a 10 km do centro, oferece inúmeras opções de hotéis confortáveis com preços entre US$ 100 e US$ 150. É uma boa opção para quem está de carro, pois a maioria tem estacionamento gratuito.

Visitar a mais famosa destilaria dos EUA, a Jack Daniels (Lynchburg Highway, 133), é um dos passeios de destaque para quem visita Nashville. A fábrica fica em Lynchburg, a 120 km da capital do Tennessee. A viagem leva pouco mais de uma hora.

Na Jack Daniels, fabricante de Tennessee Whiskey, há três opções de ingressos. O tour custa US$ 20 e mostra as instalações da fábrica e todo o processo de produção da bebida.

O ingresso de US$ 30 dá direito a degustação de produtos da Jack Daniels. Por US$ 5 extras, o visitante pode experimentar também os whiskeys topo de linha da marca. Outra atração é o museu, que conta a história da fabricante por meio de objetos, documentos e até carros.

Kentucky: qual é a melhor base da Rota do Bourbon?

A Rota do bourbon está nas imediações de grandes cidades, como Louisville (280 km percorridos a partir de Nashville) e Lexington (340 km). Para quem quer viver uma experiência de cidade grande, ambas podem ser boas bases.

Em Louisville, há opções de acomodação interessantes no centro, como o moderno Omni (Rua 2nd, 400; US$ 230 a diária) ou o hotel de design histórico 21c Museum (Rua Main, 700; US$ 260 por dia). As cotações são sempre para o mês de julho.

O bar do hotel Omni, em Louisville Rota do bourbon
O bar do hotel Omni, em Louisville

A cidade de Louisville, a maior do Kentucky, tem uma famosa destilaria, a Evan Williams (Rua Main, 528). Além do tour tradicional para conhecer o processo de produção da bebida e de experiências de degustação, o local tem um bar subterrâneo, o ON3, que é da época da Lei Seca.

Os tours na Evan Williams partem de US$ 18, já com degustação de bebidas incluída.

A principal atração turística de Louisville é o Muhammad Ali Center (Rua N 6th, 144). O museu é dedicado ao astro do boxe, que nasceu na capital na cidade. Os ingressos custam US$ 18.

No entanto, Louisville pode representar uma viagem longa até algumas destilarias, pois há muitas estradas secundárias, de pista simples (e belíssimas) no trajeto. O mesmo ocorre com Lexington.

Experiência imersiva na Rota do bourbon

Por isso, se a intenção é fazer apenas uma base – e também viver uma experiência mais imersiva na Rota do bourbon -, as melhor opção é ficar nas pequenas cidades do roteiro. O destaque é Bardstown, cujo centro tem jeito de Velho Oeste.

Bardstown se autodenomina a capital mundial do bourbon. Tem bares que nos remetem a filmes de faroeste, com música ao vivo durante as noites, e bons restaurantes típicos, a exemplo do Mammy’s Kitchen & Bar (Avenida Stephen Foster, 116), especializado em gastronomia norte-americana.

Bardstown Rota do Bourbon
Mammy´s, restaurante no epicentro da Rota do Bourbon

O Mammy’s é um dos principais pontos de parada para almoço na Rota do bourbon, atraindo inclusive quem não está hospedado em Bardstown.

Há algumas opções de hotéis de grandes redes próximas ao centro. Porém, em frente ao Mammy’s, está a hospedagem mais charmosa da cidade. Trata-se do bed & breakfast Jailer’s Inn, que funciona no prédio de uma antiga prisão, construído em 1819.

O Jailer’s (Avenida Stephen Foster, 111) tem quartos aconchegantes e bem decorados, e mantém as características do edifício original. É uma atração turística da cidade, e tours para não hóspedes são permitidos. As diárias partem de US$ 190.

Destilarias

Bardstown tem também a sua destilaria, aberta à visitação. Trata-se da Bardstown Bourbon Company (Parkway Drive, 1.500), que oferece diversas experiências a partir de US$ 25. No local há um restaurante, o Kitchen & Bar, com opção de menus harmonizados com bourbon.

Outra destilaria com opção de jantar harmonizado é Jim Beam (Rodovia Happy Hollow, 568), uma das mais famosas do roteiro. Lá, é recomendável agendar as experiências (www.beamdistilling.com), pois há número limitado de participantes por grupo.

A Jim Beam é uma das que oferecem a opção de apenas fazer a degustação, sem o tour pela fábrica. Nesse caso, o preço é de US$ 12. Para acrescentar o tour para entender a processo de produção, o ingresso sobe para US$ 22.

Sala de degustação na Jim Beam Rota do Bourbon
Sala de degustação na Jim Beam

A experiência que inclui harmonização de bourbon com criações culinárias custa US$ 50 e é realizada não no prédio principal, mas no restaurante da destilaria, o Kitchen.

Por lá, o visitante também pode desfrutar almoço com pratos a la carte. Não há, porém, opção de jantar, pois o restaurante fecha às 17h, junto com a destilaria.

A Jim Beam fica em Clermont, a 30 minutos de Louisville e 40 min de Bardstown (que é mais próxima em quilômetros, mas tem percurso exclusivo por estrada de pista simples, que atrasa a viagem). Sua via de acesso, a Happy Hollow, concentra algumas outras destilarias do roteiro.

Maker’s Mark

Já a Maker’s Mark (Rodovia Burks Spring, 3.350) produz um dos bourbons mais exclusivos do mundo e tem um tour mais intimista. Há apenas uma opção, por US$ 20. Inclui passeio guiado pela propriedade e degustação de todos os cinco bourbons produzidos pela casa.

O agendamento (www.makersmark.com) é obrigatório, pois os grupos são pequenos e as vagas, limitadas. Vale reservar com bastante antecedência. Apesar de não ter opções variadas de experiência, como nas demais destilarias visitadas, a Maker’s Mark é a que ofereceu o tour mais elucidativo.

Além disso, o cenário de suas instalações é belíssimo. E a estrada que dá acesso à destilaria, em Loretto, é muito bonita, rodeada por bonitas casas de campo típicas dessa região dos Estados Unidos.

Etapa de produção na Maker's Mark Rota do bourbon
Etapa de produção na Maker’s Mark

A Maker’s Mark fica a apenas 30 minutos de Bardstown. Já para chegar à destilaria a partir de Louisville, o visitante leva cerca de uma hora e meia.

Serviço

Os tours são permitidos a pessoas de qualquer idade. Na Jack Daniels, inclusive, havia crianças no grupo. A degustação, no entanto, é só para maiores de 21 anos.

Quanto ao tempo de visita, depende das expectativas. Para ver apenas as destilarias mais importantes, três dias são suficientes. Já para fazer o roteiro completo, será necessária pelo menos uma semana.

No entanto, conhecer o processo em todas é um tanto repetitivo, pois eles são bem parecidos. Vale escolher no máximo três preferidas para fazer o tour completo, e ir às demais para conhecer as instalações, fazer degustação ou simplesmente comprar a bebida – que tem preços mais interessantes em suas fábricas que em outros locais.

Como chegar à Rota do Bourbon

Não há voos diretos do Brasil para Louisville ou Nashville. Porém, todas as companhias americanas que atuam no País, além da panamenha Copa Airlines, oferecem opções para a cidade com um ou duas conexões.

Os preços estão em torno de 6 mil para ambas as cidades, no mês de julho, auge do verão nos EUA. Em outubro, já no outono norte-americano e dos períodos mais populares de visitação – e com temperaturas mais amenas -, o valor médio cai para cerca de R$ 5 mil.

Aventoriba Lodge

Aventoriba Lodge é gLamping cheio de charme no coração da Mantiqueira

Você já ouviu falar em glamping? Trata-se de uma categoria de hospedagem cuja popularidade é relativamente nova. Para explicar por meio do significado da palavra, são campings com glamour. Ou, para ser mais clara, acampamentos com uma certa dose de requinte. Embora o Aventoriba Lodge não se classifique assim, foi essa minha impressão na experiência de hospedagem na propriedade.

No Instagram: @rafaelatborges

Mas o que é o Aventoriba Lodge? É a nova investida do tradicional – e luxuoso – hotel Toriba, em Campos do Jordão. Foi feita em parceria com o proprietário de uma área ao lado do parque Horto Florestal, onde está localizado.

Aventoriba é a marca de aventura do Toriba. Trata-se de um programa que oferece aos hóspedes – e, embora com menos frequência, a pessoas não hospedadas no hotel – experiências exclusivas em trilhas e cachoeiras e programas como passeio de cavalo. A maior parte das opções inclui gastronomia, como piquenique ao por do sol ou almoço em restaurante badalado.

E foi como Aventoriba que o Toriba decidiu batizar o conjunto de cabanas no Horto que oferece aos hóspedes uma experiência em contato com a natureza e com ótimas pitadas de boa gastronomia.

O conceito do Aventoriba Lodge

O Horto Florestal tinha casas de estilo colonial que foram reformadas para dar espaço ao Aventoriba Lodge. Há opções a partir de 30 metros quadrados, mais adequadas para casais. Já o maior lodge tem quase 80 metros quadrados e acomoda até nove pessoas. É próprio para famíias e grupo de amigos.

Lodge Sanhaço Aventoriba Lodge
Lodge Sanhaço

Os lodges ficam espalhados em uma parte alta do Horto. Muitos estão na mesma casa, como em que me hospedei, o Sanhaço. Ele “faz fronteira” com o Tico-Tico. Dependendo da demanda, podem ser integrados para formar uma opção de hospedagem para até oito pessoas.

O Tico-Tico tem uma suíte e o Sanhaço, dois quartos. Mas existe uma suíte extra que pode ser usada por ambos, dependendo do número de hóspedes.

Quarto de casal no lodge Sanhaço

Com a reforma, os lodges ganharam mobiliário moderno e artesanal, camas confortáveis e banheiros com aquecimento central. Chama também a atenção a qualidade das toalhas e roupas de cama. Porém, quem espera encontrar as mesmas amenidades de banho oferecidas no Toriba pode se decepcionar. Há apenas sabonetes nos banheiros, por exemplo.

O início da experiência

Antes da partida rumo ao Aventoriba Lodge, recebi uma mensagem via WhatsApp da concierge, me dando instruções sobre a chegada e passando a localização, que coloquei no Waze para chegar. O Horto fica a cerca de 10 km de Capivari, e a 20 km da entrada principal (portal) de Campos do Jordão.

Do portal, são cerca de 40 minutos para chegar ao parque. As chaves do lodge são deixadas na primeira recepção, antes da entrada de fato no parque. Junto com ela, mimos como chocolates e café.

Daí em diante a estrada é de terra, mas a trilha é leve. Qualquer carro pode passar. A localização enviada pela concierge me levou exatamente a meu lodge. Antes, passei pela recepção do parque.

Como o estacionamento é cobrado, basta informar que é hóspede do Aventoriba Lodge, para não ter de pagar pela estadia do carro. Diante de cada lodge há uma área para estacionar os automóveis.

O lodge Sanhaço

Embora no site do Toriba o lodge Sanhaço apareça descrito como uma acomodação de 42 metros quadrados, este é o tamanho da configuração de dois quartos, que acomoda quatro pessoas. Porém, a acomodação pode receber um terceiro, que serve tanto o ao lado, Tico-Tico, quanto este lodge – depende do número de pessoas em cada um.

Minha hospedagem foi na configuração com três quartos, para seis pessoas. São dois de solteiro e um de casal. Nesse caso, o Sanhaço fica com dois banheiros, o principal e o segundo, que faz parte do quarto extra.

Sala do lodge Sanhaço, no Aventoriba Lodge
Sala do lodge Sanhaço, no Aventoriba Lodge

No banheiro dessa suíte, além do acabamento de madeira em comum com o principal, chama a atenção a claraboia (teto de vidro) sobre o box, para garantir iluminação natural durante o dia. Uma coisa em comum em todos os quartos é a presença de grandes janelas de vidro, mas a ausência de cortinas blackout.

Estratégia para que os hóspedes acordem cedo e aproveitem a aventura? Eu, sinceramente, não gostei. É sempre importante oferecer a opção para quem quiser dormir até mais tarde.

Além da sala, o Sanhaço tem uma cozinha, mas não completa. Não há fogão, apenas microondas, cafeteira, chaleira e sanduicheira, além de uma pequena geladeira. Que, por sinal, é vazia; não há minibar. No PDF de orientação aos hóspedes entregue antes da chegada, a sugestão é tomar água da pia, que é potável.

Cervejaria Gard

Mas a cozinha tem louça de qualidade, caso os hóspedes queiram curtir refeições no lodge (leia mais sobre gastronomia abaixo). Elas são feitas, aliás, na varanda da acomodação, com uma grande rede de madeira.

O lodge tem Wi-Fi, que é bem rápido, e bem-vindo, pois Internet pega mal no Horto. Assim, é possível tirar uns dias para fazer home office junto à natureza. E também assistir filmes e séries em aparelhos eletrônicos, para passar o tempo – não há TV na acomodação.

Também não há ar-condicionado, apenas aquecedores portáteis (um na sala e um em cada quarto). Durante minha estadia, estava frio. Porém, no verão, a ausência do aparelho refrigerador pode incomodar. Campos do Jordão também tem seus períodos de calor.

Gastronomia no Aventoriba Lodge

A gastronomia é um objetivos da experiência no Aventoriba Lodge. Mas, como a propriedade não oferece serviços (leia mais abaixo), a ideia é aproveitar a excelente estrutura de restaurantes do Horto, parque que está em concessão. Os que ficam no “centrinho” da reserva ambiental estão a uma pequena caminhada dos lodges.

Alguns restaurantes oferecem descontos variáveis para hóspedes do Aventoriba Lodge. É o caso dos 10% do Café do Parque, ideal para café da manhã. Com ambiente inspirado em bibliotecas (há, inclusive, livros nas mesas) e decoração com móveis de madeira, serve sanduíches com ingredientes típicos da Serra da Mantiqueira, sucos naturais e doces.

Café do Parque fica a uma curta caminhada do Aventoriba Lodge
Café do Parque fica a uma curta caminhada do Aventoriba Lodge

Por lá, também há a possibilidade de comprar produtos típicos da Serra da Mantiqueira. Entre os destaques estão variados tipos de queijos e azeites.

Já o Dona Chica, também a uma curta caminhada, é considerado um dos melhores restaurantes de Campos do Jordão. Em seu ambiente rústico sofisticado, também há privilégio aos pratos com produtos típicos da Serra, como a truta e o pinhão.

Além de descontos para os hóspedes do lodge, o Dona Chica oferece serviço de entrega gratuito. Há um cardápio especial nas acomodações, com entradas, sopas, pratos principais e bebidas, além do telefone e WhatsApp para encomendar os pedidos. A carta de vinhos, com produtos da Mantiqueira, inclui o Gaspari, mais premiado rótulo brasileiro.

Cervejaria Gard

Fora do parque, mas a uma curta distância, há outra atração legal com descontos para os hóspedes do Aventoriba. Trata-se da Cervejaria Gard. Em meio à natureza, a ideia é degustar cervejas artesanais de vários tipos, produzidas pela própria cervejaria.

No cardápio, destaque para os burgers e as tábuas, como as de frios e a com uma deliciosa linguiça da Mantiqueira. Além dos restaurantes e bares parceiros do Aventoriba Lodge, o Horto tem outras opções. Entre eles, destaque para o Alto do Horto, que tem uma varanda com lindas vistas para as montanhas.

Aventura

No centro do parque há algumas opções de atividade, como o aluguel de bikes para explorar o Horto. E há também um quiosque do Aventoriba para os hóspedes do lodge. Mas não é preciso ir até ele para agendar uma das opções do programa.

A Marina, responsável pelo Aventoriba no Horto, entra em contato com os hóspedes para passar as opções e agendar os horários, que são bem flexíveis. As experiências são pagas à parte.

Mirante Gravatá

Há diversos tipos de trilha, com baixa, média e alta dificuldade, e durações variadas. Algumas passam por cachoeiras e outras levam a vistas incríveis. Há aquelas feitas com cavalos e as combinadas com opções gastronômicas, como piquenique ao ar livre ou experiência em um restaurante do Horto.

Eu optei pela que levava até o Mirante Gravatá, a 1600 metros de altitude. Aqui, as vistas são o prato principal, com montanhas e floresta de Araucária em destaque. A parte difícil fica por conta dos 200 metros finais, uma subida íngreme.

Serviços do Aventoriba Lodge

O único serviço oferecido pelo Aventoriba Lodge é o concierge, que pode ser acessado por WhatsApp e telefone para solucionar pequenos problemas. Mas a acomodação não tem limpeza diária, arrumação de camas nem mesmo retirada de lixo – há uma área específica na parte de fora do lodge em que este pode ser colocado.

Por isso, quem está acostumado com a qualidade do serviço do Toriba pode se decepcionar. Mas aqui, o conceito é diferente do oferecido no hotel.

Cardápio do restaurante Dona Chica no Lodge

A ideia é contato com a natureza com conforto e charme, mas sem luxo. Porque não dá para falar em hospedagem de luxo sem serviço. A ideia é o isolamento – tanto que muitos lodges ficam afastados uns dos outros. Eu curti muito a experiência.

Os preços do Aventoriba Lodge partem de R$ 450 a diária para o lodge Tico-Tico, de 30 metros quadrados e para duas pessoas.

No Sanhaço, são R$ 900 a configuração com dois quartos, para quatro pessoas. Para oito, são R$ 1.800. De acordo com o site do Aventoriba Lodge, essa acomodação ocupa uma casa construída há 80 anos.

Bourbon Street

A Rota da Música: Nova Orleans é a cidade mais interessante dos EUA

Esta é a terceira e última reportagem sobre a Rota da Música no sul dos Estados Unidos. O roteiro de cerca de 900 quilômetros entre Nashville, Memphis e Nova Orleans é uma imersão no passado e no presente de quatro gêneros musicais que incendiaram o século XX e ditaram os caminhos da arte no XXI: jazz, blues, country e rock and roll. Neste novo capítulo, saímos do Tennessee para chegar à Luisiana e à badalada, festiva, histórica e assombrada Nova Orleans.

No Instagram e Tik Tok: rafaelatborges

A viagem partiu de Nashville, a capital do country, e passou por Memphis, a terra do blues e um dos berços do rock and roll. Agora, em Nova Orleans, o tom é de jazz. Na teoria. Na prática, a cidade da Luisiana é um universo de vários gêneros musicais.

Preservation Hall Nova Orleans
Preservation Hall

Nas peculiares ruas do Frech Quarter (Bairro Francês), dá para escutar um pouco de muitos ritmos. Até música brasileira. Nova Orleans, no entanto, é conhecida como a capital do jazz.

Na primeira reportagem, sobre Nashville, eu expliquei como percorrer a Rota da Música, a época melhor para visitar a região, as maneiras de voar do Brasil a esses locais e outras informações importantes para quem pretende fazer o roteiro. Aqui, você confere todos os detalhes.

O PERCURSO

De Memphis, parada intermediária do circuito, a Nova Orleans, temos o trecho mais longo da Rota da Música. São 632 km que, sem paradas, podem ser vencidos em cerca de cinco horas e meia – note que há fuso horário entre as duas cidades.

É praticamente uma descida pelo Rio Mississipi, que passa por Memphis e termina em Nova Orleans. Mas quem quiser vê-lo terá de desviar da estrada principal.

Por falar em estrada, ao sair do Tennessee e entrar na Luisiana, nota-se que a qualidade do asfalto começa a piorar. Ao menos, no início do trajeto. Logo passamos por Baton Rouge que, embora não seja a cidade mais conhecida e importante, é a capital do Estado.

Estrada suspensa na aproximação de Nova Orleans
Estrada suspensa na aproximação de Nova Orleans

A cerca de 80 km de Nova Orleans, começa o espetáculo: a rodovia suspensa. Ela está sobre os pântanos da Luisiana e, depois, sobre o deslumbrante Golfo do México. É uma vista impressionante ao por do sol.

Quando o Golfo do México surge, ainda estamos a cerca de 40 km de Nova Orleans. Porém, os prédios do centro da cidade já podem ser vistos, bem como as luzes, ao cair do sol.

As estradas suspensas já mostram um pouco do que é Nova Orleans. Uma cidade cercada por pântanos e muita água, tanto do rio quanto do golfo. A umidade é uma das marcas registradas de Nola.

MIX DE CULTURAS em nova orleans

Africanos, franceses, espanhóis e norte-americanos de diferentes origens e raças. A influência de todos esses povos forma o caldeirão cultural que caracteriza Nova Orleans, e a torna peculiar. Essa miscigenação também está em aspectos como arquitetura e gastronomia.

A cidade é parte do sul dos EUA, onde a escravidão só foi abolida no século XIX, com a Guerra Civil. Passou por um período de influência espanhola e, junto com toda a Luisiana, por um longo domínio francês – antes de ser incorporada definitivamente aos Estados Unidos.

Não é à toa que a área mais conhecida de Nola se chama French Quarter – Bairro Francês, em tradução livre. A arquitetura peculiar, com as casas de tijolos e sacadas repletas de vasos de flores, é inspirada na França.

Arquitetura do French Quarter, em Nova Orleans
Arquitetura do French Quarter, em Nova Orleans

No French Quarter, há diversas lojas sobre o vudu, prática religiosa que é herança dos africanos. É do vudu que vêm alguns mitos sobrenaturais da cidade, como a bruxaria. Nola também é considerada uma morada de vampiros, uma lenda que ganhou impulso com romances da escritora Anne Rice, que se passavam na cidade e no Estado da Luisiana.

A conexão entre vampiros e Nova Orleans já foi muito explorada no cinema americano, em filmes como “Entrevista com o Vampiro”, baseado no romance de Rice. E também por séries como “The Originals” e “True Blood”.

Para conhecer melhor a interessante cultura que que é o vudu, além das lojas do Quarter vale uma visita aos belíssimos cemitérios da cidade. Entre eles há o Lafayette e o St. Louis – cobra US$ 25 de ingresso.

French Quarter

Antes de embarcar na música, vamos fazer um giro por Nova Orleans? Há muita coisa para conhecer. Começamos pelo French Quarter. A famosa Bourbon Street está lá. É uma concentração de bares e de pessoas festejando na própria rua.

É comum ver paradas de bandas tocando desde jazz a hits de Elvis Presley na Bourbon, a qualquer momento do dia ou noite, atraindo multidões. Por lá, em fevereiro, também ocorre o Mardi Gras, o famoso carnaval de Nova Orleans.

Bourbon Street Nova Orleans
Bourbon Street

Outra rua famosa do Quarter é a Royal, com seus antiquários, lojas de móveis, joias e artesanato. Uma visita imperdível na região é a Catedral de Nova Orleans, também conhecida como Catedral St. Louis. De estilo francês, fica na bonita praça Jackson (Jackson square). Outra igreja importante da cidade é a St. Patrick.

Essas igrejas e catedrais católicas são fruto da influência francesa. Chamam ainda mais a atenção por serem raras nos EUA. O catolicismo não é dominante no país.

Catedral de Nova Orleans
Catedral de Nova Orleans

Bem próximo à catedral, o Mercado Francês (French Market) tem culinária típica da cidade e muito artesanato. Lá, um dos destaques são as representações das cabeças de crocodilos, comuns nos pântanos ao redor de Nova Orleans.

Já a Canal Street, que delimita o Bairro Francês, tem os melhores hotéis da cidade e butiques de marcas de luxo. Há ainda um shopping com direito às lojas de departamento americanas que todos adoram, como a sofisticada Saks 5th Avenue.

Royal Street

Além dos bares, a região do French Quarter também tem muitos restaurantes especializados em crawfish (lagostim) e Gumbo, pratos típicos da região (leia mais sobre culinária de Nola abaixo). Mas os melhores estão fora do Bairro Francês.

Outras atrações em Nova Orleans

Fora do French Quarter, a arquitetura muda, e o local a se visitar é o Garden District. Algumas plantações pré-Guerra Civil ficavam lá. Depois, se tornou local em que os plantadores, antes do conflito, construíram suas propriedades urbanas.

Royal Street

As casas, muitas delas restauradas, são inspiradas nas de plantações. Sabe Tara e Twelve Oaks, as fazendas do à época aclamado e agora polêmico filme “E o Vento Levou”? São propriedades assim que você vai encontrar no Garden District.

A maioria das casas foram construídas nos séculos XVIII e XIX. O distrito fica a cerca de 5 km do Bairro Francês.

Garden District

As imediações de Nova Orleans também são uma grande atração. Há tours para visitas aos pântanos e também às tradicionais plantações de algodão – com mansões construídas antes da Guerra Civil.

A música em Nova Orleans

A música é a principal atração de Nova Orleans. Você vai querer reservar pelo menos um dia para passar a tarde e a noite rodando de bar em bar, para escutar bem executadas variações de jazz e outros ritmos. Mas, antes de entrar nessa programação, da qual é difícil querer sair, vá ao Preservation Hall.

Trata-se de uma casa com apresentações de jazz a cada 45 minutos. Nomes importantes do ritmo se apresentam no local diariamente. Os ingressos, a partir de US$ 25, podem ser obtidos no site ou na hora, por meio de um QR code que dá acesso ao link de compra.

Arquitetura francesa em Nova Orleans

Já os bares da Bourbon Street são de acesso livre – pega bem pagar gorjeta às bandas, que sempre a requisitam. Por lá, há sets de jazz, mas também de blues, rock and roll, músicas latinas e até brasileiras. Nas ruas das imediações, os bares com bandas ao vivo também são inúmeros.

A ordem é ir de bar em bar, escutando estilos e bandas variadas. Mas, para ver o que Nova Orleans oferece de melhor quando o assunto é música, o local é a Frenchmen Street.

Lafitte’s

Marigny

Embora a arquitetura do local seja a mesma do French Quarter e a região, vizinha, a Frenchmen Street fica em uma área chamada Marigny, bem menos turística e tumultuada que o bairro francês.

Marigny

Na Frenchmen, comecei o dia com uma sessão de jazz contemporâneo no Spotted Cat Music Club. Atravessando a rua, parti para o Cafe Negril, para escutar um set com hits de Frank Sinatra, Amy Winehouse e até Garota de Ipanema. A banda tinha um guitarrista brasileiro e vocalista mexicana.

Em seguida, fui ao Bamboula’s, em que a espetacular arquitetura remete ao início do século XX e o jazz clássico era o prato principal. Após o jantar (veja abaixo), o dia, já noite, terminou em um mix de blues e rock no 30°/-90°.

Também na área de Marigny está aquele que é considerado o bar mais antigo dos Estados Unidos ainda em operação. É o Lafitte’s, construído em 1732. Por lá, não há música ao vivo o dia todo. Apenas história. No passado, porém, foi um piano bar.

Gastronomia

A gastronomia de Nova Orleans tem influência afro-americana, norte-americana, francesa e espanhola, e é chamada de cajun e creole. Temperos apimentados fazem parte da tradição, e os frutos do mar dominam o cardápio.

O lagostim pescado nos pântanos da Luisiana (crawfish) é um hit, assim como o Gumbo. Trata-se de um ensopado de frutos do mar (também pode ser de carnes) acompanhado de arroz. É o prato mais tradicional da culinária cajun.

August

Outro hit de Nola é o Beignet, um pão açucarado surpreendentemente delicioso. Para comer um excelente, há diversas unidades do Café Beignet pelo French Quarter. Outro local famoso é o Cafe du Monde.

Já a culinária creole tem seu maior representante do Commander’s Palace, o restaurante mais tradicional de Nova Orleans – e também o mais renomado. Fundado no século XIX, fica no Garden District.

Traz os tradicionais frutos de mar, mas com a influência do sul dos Estados Unidos que caracterizam a culinária creole. As carnes, portanto, também são carro-chefe.

Beignet

Para desfrutar a tradicional culinária francesa, com pato e foie gras, uma ótima pedida é o bistrô August, nas imediações da Canal Street. Em Marigny, o Paladar 511 é um local descolado com opção de pizzas e cardápio de carnes. Experimente o wagyu (o melhor que já comi). Mas tome cuidado com a carta de vinhos, especialmente com os estranhos rótulos da Califórnia.

Onde ficar em Nova Orleans

Os hotéis mais luxuosos de Nova Orleans estão nas imediações da Canal Street. Entre eles há o Ritz-Carlton (a partir de US$ 386), o Four Seasons (US$ 320) e o Roosevelt/Waldorf Astoria (US$ 296). Os valores são sempre para o mês de maio de 2023.

Mas há também opções muito charmosas no French Quarter, no estilo arquitetônico francês que marca o bairro, e hospedadas em prédios históricos. Nesse grupo, destaque para o Omni Royal (US$ 200) e o W New Orleans (US$ 212).

Paladar 511

Porém, o French Quarter não é muito amigável para quem está fazendo a Rota da Música de carro. Por isso, escolhi o Le Meridien (US$ 130), nas imediações da Canal Street. O hotel tem ótimo custo-benefício, é bem localizado e requintado.

Tem piscina no rooftop, algo que faz a diferença em Nova Orleans, e um bar com ótimos drinks, além de quarto e banheiro amplos. O ponto negativo é o café da manhã com buffet limitado e sem graça. Como é pago, a melhor opção é desfrutar a primeira refeição do dia nos inúmeros restaurantes bacanas próximos à Canal.

O estacionamento, no entanto, é sempre caro – no mínimo US$ 30 por dia -, seja dentro ou fora do French Quarter. Só vai economizar quem quiser ficar longe do centro, o que é uma péssima ideia em Nova Orleans. A cidade, como Nova York, foi feita para percorrer a pé, pois quase tudo o que importa é próximo e as ruas são boas para andar.

Parada na Bourbon Street

Por isso, para quem está fazendo a Rota da Música de carro, fica a dica. Alugue o veículo em Nashville, percorra todo o circuito e, em Nova Orleans, vá às plantações e pântanos das imediações no primeiro dia, usando o automóvel.

Ao fim desse dia, devolva o veículo na locadora. Você economiza nas diárias do carro e do estacionamento. A partir de então, percorra Nola a pé e seja feliz! E, para ser feliz em Nova Orleans, fique pelo menos quatro dias.

Cinema e TV

É sempre legal pegar algumas referências sobre a cidade a ser visitada no cinema e na TV. E não faltam filmes e séries ambientadas em Nova Orleans. “King Creole” (1958) – “Balada Sangrenta” no Brasil – começa com um belo dueto de jazz entre Elvis Presley e Kitty Whit

A música não poderia ter nome mais apropriado: Crawfish. A cena mostra o French Quarter, e fica claro que ele mudou muito pouco, ou nada, dos anos 50 para cá.

French Market Nova Orleans
French Market

“The Originals” (2013 a 2018), a série, é como King Creole toda ambientada em Nova Orleans. Mais especificamente, no Frech Quarter. Bourbon Street, bares e restaurantes típicos da cidade, as igrejas e cemitérios são praticamente parte do elenco. Uma bela forma de explorar Nola antes de conhecê-la.

Na quinta temporada de “True Blood” (2008 a 2014), a maior parte da ação se passa em Nova Orleans. Em um dos episódios, os vampiros circulam pelas ruas e bares do French Quarter. Já “Entrevista com o Vampiro” (1994) mostra Nola ao longo de 200 anos de trajetória de Louis (Brad Pitt), o personagem principal. Do século XVIII ao XX.

Em “Risco Duplo” (1999), Nova Orleans é cenário da parte final do longa. Ali, estão o French Quarter e um hotel localizado em um prédio histórico. Uma das cenas mais emblemáticas e perturbadoras do longa é no Cemitério Lafayette.

Lufthansa

Como é voar na nova classe executiva da Lufthansa (Boeing 787-900)

A Allegris, nova cabine das aeronaves na Lufthansa, vem sendo divulgada nos últimos anos, e ganhou repercussão no início do mês, com a apresentação da nova primeira classe. O produto, que também trará novidades para econômica, econômica premium e business class, ainda não foi lançado – algo que deverá ocorrer a partir de meados deste ano. Mas você sabia que a Lufthansa já tem uma nova classe executiva em operação?

Instagram e Tik Tok: rafaelatborges

Ainda não é a classe executiva da cabine Allegris, mas já representa um grande upgrade ante o produto atual, que tem a disposição 2-2-2 (seis assentos por fileira, distribuídos aos pares). Essa configuração deixa os passageiros da janela sem acesso direto ao corredor.

Na nova classe executiva da Lufthansa, na qual voei em fevereiro, a configuração da cabine é 1-2-1. São quatro poltronas por fileira, e há pares apenas nas do centro. As da janela são individuais. Com isso, todos os passageiros da business class têm acesso ao corredor.

Essa nova classe executiva está disponível em apenas dois 787-900, que fazem rotas de Frankfurt (Alemanha) a Toronto, no Canadá, e Newark, em Nova Jersey, nos EUA – este é um dos três aeroportos que atendem a cidade de Nova York. A operação começou em dezembro de 2022. Porém, a Lufthansa comprou outros três modelos dessa aeronave com a mesma configuração de classe executiva.

Lufthansa adota solução temporária

Os cinco Boeing 787-900 comprados pela Lufthansa foram preparados para a chinesa Hainan Airlines, que acabou desistindo da compra. Por isso, a companhia alemã ficou com as aeronaves com a cabine feita para a empresa asiática. Houve apenas uma adaptação de cores.

A Lufthansa fez isso pois a entrega de suas novas aeronaves com a cabine Allegris atrasou muito. São modelos 777 e 787, da Boeing, e A350, da Airbus. O novo produto vem sendo mostrado desde 2017, e até agora não entrou em operação – aviões que já estão na frota, como o B747 que faz São Paulo – Frankfurt, serão renovados com a nova estrutura.

Agora, a expectativa é de que a Allegris entre em operação ainda em 2023, mas a total renovação de aeronaves só deve ser concluída em 2025 – oito anos após a apresentação do produto. Com todo esse atraso, os 787-900 da Hainan foram a solução da Lufthansa para começar a oferecer um produto mais moderno.

Porém, essa nova classe executiva só estará disponível nas cinco aeronaves 787-900 – as duas em operação e as três que começam a ser operadas em breve. Os demais aviões, inclusive os dois que operam no Brasil, vão receber a cabine Allegris. Além de SP – Frankfurt, a Lufthansa também faz Rio de Janeiro Munique – com um Airbus A350.

O meu voo na nova classe executiva da Lufthansa

Voei na nova classe executiva da Lufthansa em uma condição atípica: de Munique a Frankfurt. São apenas 40 minutos de voo, e a rota é feita regularmente com um Airbus A320.

Quando há muita demanda, a Lufthansa estuda a possibilidade de entregar aeronaves maiores para cumprir a rota. Mas, além disso, outra razão pode ter contribuído para a mudança: naquela semana, havia caos nos aeroportos alemães, com voos cancelados por causa de greve dos funcionários da companhia.

Apoio para os pés afunila Lufthansa classe executiva
Apoio para os pés afunila

Filas imensas se formavam na central de serviços tanto na área de check-in quanto no terminal de embarque do aeroporto de Munique. Como fiz uma rota doméstica, o que contarei aqui é como é a nova cabine. Isso porque os serviços são de classe executiva, mas para voos locais, não internacionais.

Serviços de alimentação e Sala VIP

Falarei dessa parte brevemente pois, como expliquei acima, os serviços não podem ser avaliados como os de um voo internacional. Recebemos uma torta doce e eu pedi um refrigerante, mas havia opções como vinhos e cervejas para os passageiros da business class.

Era um voo rápido e na parte da tarde. Em rotas domésticas e de curta distância dentro da Europa, a Lufthansa costuma oferecer refeições leves no almoço e no jantar – como carpaccios, saladas e sanduíches quentes.

Sala VIP da Lufthansa em Munique

Já a Sala VIP do aeroporto de Munique tem poucas mudanças entre as rotas internacionais e nacionais. Há o lounge da primeira classe, o Senator (para integrantes de níveis mais avançados do programa de fidelização Miles&More) e o para passageiros da classe executiva, o mais “humilde” dos três.

É uma Sala VIP sem excessos, mas com conforto e serviços de alimentação que se espera desse tipo de produto. Há refeições quentes, diversidade de saladas e aperitivos e doces. Entre as bebidas, refrigerantes, sucos, café, chá e variedade de opções alcóolicas de qualidade.

O lounge tem sofás, poltronas, mesas para alimentação, área de trabalho e chuveiro. Não faltam tomadas para recarga de aparelhos eletrônicos. Já em Frankfurt, em alguns terminas as Salas VIPs da Lufthansa seguem o mesmo padrão.

Porém, no Terminal C, de onde partem os voos de empresa rumo ao Brasil, é diferente. Cada portão de embarque tem seu próprio lounge de classe executiva. O embarque é feito diretamente desta sala, que tem ponte para conectar-se às aeronaves.

A contrapartida é que os lounges conectados são mais simples tanto em relação ao conforto quanto aos serviços de alimentação. Não há, por exemplo, cabines com chuveiros – quem precisar tomar banho tem de se dirigir ao terminal B, o mais próximo.

Poltrona da nova classe executiva da Lufthansa

Como já expliquei, a disposição é 1-2-1. Eu voei em uma das poltronas das extremidades. Em todas, o console fica entre elas e a janela. Em muitas cabines que adotam essa solução, há uma alternância entre as fileiras pares e ímpares.

Pouso e decolagem Lufthansa
Pouso e decolagem

O mais comum é em uma fileira o console ficar ao lado da janela e, na seguinte, próxima ao corredor, garantindo mais privacidade ao passageiro. Mas, no caso da nova classe executiva da Lufthansa, não há problema. O casulo que envolve as poltronas é grande o suficiente para que seu ocupante não seja visto, principalmente quando está dormindo.

Além disso, as poltronas são mais largas que o convencional para esse tipo de configuração. Chama a atenção o amplo espaço para as pernas.

A poltrona se reclina a 180 graus, transformando-se em uma cama larga e com cerca de 2 metros de comprimento. Porém, o apoio de pés à frente afunila levemente, algo que pode prejudicar passageiros mais altos.

Posição cama Lufthansa
Posição cama

Do lado esquerdo, há uma pequena tela sensível ao toque com os comandos da poltrona. Há três pré-programadas: pouso e decolagem, descanso e cama. Porém, as combinações também entre encosto e assento também podem ser feitas pelo próprio passageiro.

Outros detalhes

Gostei muito da mesinha de madeira, que fica quase embaixo da tela do entretenimento. Para puxá-la, basta acionar uma trava na parte de baixo. O lado bom é que, ao terminar as refeições, não há necessidade de esperar que os comissários retirem louças e talhares.

Entretenimento Lufthansa

Basta empurrar a mesinha para frente. Assim, haverá espaço suficiente para o passageiro acessar o corredor, se houver necessidade. A tela de entretenimento é grande e sensível ao toque. Há mais de cem filmes disponíveis, entre lançamentos e clássicos, além de séries, músicas e programações para crianças.

Chama a atenção o sistema que mostra informações sobre o voo, com muitas ferramentas de interatividade. O entretenimento também pode ser comandado por controle remoto, que tem uma segunda tela. Dá para ver uma programação nela e outra no sistema de entretenimento.

Outro destaque da nova classe executiva da Lufthansa é a quantidade de porta-objetos no console. Dos grandes aos pequeninos, há espaço para armazenar todo tipo de objeto – de smartphones a sapatos e bolsas. Tomadas e entradas USB também estão disponíveis.

Classe executiva da AA

Como é voar na classe executiva da American Airlines no Boeing 777

No fim de janeiro vivi minha primeira experiência na classe executiva da American Airlines, umas das companhias americanas com maior presença no Brasil. A anterior havia sido em 2018, de São Paulo a Dallas, no Boeing 787.

No Instagram: @rafaelatborges

Desta vez, voei de São Paulo (aeroporto Internacional de Guarulhos) a Miami no Boeing 777. Foi o meu primeiro voo em classe executiva já sem as restrições impostas pela pandemia – a companhia não exige uso de máscara nem limita serviços.

No ano passado, eu havia voado na classe executiva da United, mas ainda com muitas limitações em razão da covid-19. Confira como foi minha experiência.

Veja outras experiências em classe executiva

Emissão

Emiti o trecho com milhas + dinheiro no programa Smiles, da Gol, que é parceira da American Airlines. Foram 30.000 milhas + R$ 3.150. Com as taxas, o total ficou em R$ 3.500.

Emitir na Smiles para voos de parceiros, seja na classe executiva ou na econômica, não é fácil, pois há exigência de muitos “pontos”. Uma executiva pode variar de 180.000 milhas e passar das 350.000 por trecho.

A área principal da Sala VIP da American Airlines no Terminal 3
A área principal da Sala VIP da American Airlines no Terminal 3

Mas a solução de milhas + dinheiro é muito boa no programa. Com poucos “pontos”, dá para viajar de classe executiva gastando bem menos que na econômica. Nem sempre há voos disponíveis mas, se houver insistência – entrar na lista diversas vezes ao dia -, eles acabam aparecendo.

A contrapartida é que meu destino final era Dallas, e há um voo direto da American Airlines para a cidade. Porém, ao emitir na Smiles, eu precisei fazer duas conexões (uma em Miami e outra em Austin). A cidade do Texas estava muito procurada no período, por causa de um evento – o NADA Show.

Não havia opção de comprar o bilhete direto para Dallas com milhas da Smiles. E, para emitir com a companhia, o valor do voo sem conexões na classe econômica era de R$ 6 mil por trecho. Já a “perna” de classe executiva custava R$ 40 mil.

Check-in e Sala VIP da American Airlines

Não consegui fazer check-in online, mas esse não foi um problema da American Airlines. Nos dias posteriores, fiz voos internacionais com outras duas companhias aéreas, e enfrentei a mesma limitação. Ao que tudo indica, havia um problema de documentação causado pela exigência do certificado de vacinação contra covid-19 – o meu está em dia, mas eu precisava apresentá-lo no balcão.

Mas o check-in no aeroporto foi tranquilo, rápido e sem filas. A American Airlines tem uma área exclusiva no Terminal 3 para passageiros de primeira classe, executiva, econômica premium e membros de níveis mais avançados de seu programa de fidelização. Ele é separado dos balcões convencionais.

A companhia tem sua própria Sala VIP no Terminal 3, que estava tranquila, com muitos lugares disponíveis. Em horário próximo a meu voo havia apenas um outro, para o aeroporto JFK, em Nova York.

Há muitas poltronas com estações de carragamento de aparelhos eletrônicos, áreas de descanso, mesas para alimentação, uma sala de TV mais escura e chuveiros para quem quer tomar banho antes de embarcar. O buffet, em duas ilhas, tem muitos frios e petiscos quentes, além de opções como hambúrguer e sopas.

Há muita variedade de bebidas alcóolicas e não alcóolicas: refrigerantes, sucos, vinhos, whisky, gin e outros destilados, além de cervejas. O status dos voos da American Airlines são avisados por meio do alto-falante do lounge.

Embarque

Embarquei na fila preferencial para passageiros de executiva e primeira classe – disponível neste voo para Miami, mas não em todos os da companhia. Mas, ao verificar meu bilhete, a atendente disse para que eu me encaminhasse ao deck de embarque na econômica – no Terminal 3 do aeroporto de Guarulhos, há dois fingers.

O bar da Sala VIP da American Airlines
O bar da Sala VIP da American Airlines

O deck de embarque da classe executiva e da primeira não estava funcionando. Então, acabei enfrentando uma fila no corredor. O problema, no entanto, é mais do aeroporto que da companhia aérea.

Cabine e poltronas da American Airlines

A classe executiva da American Airlines tem a disposição 1-2-1 e é dividida em duas partes da cabine – uma menor, à frente, e outra maior, com pelo menos oito fileiras de quatro poltronas. Como estava viajando sozinha, escolhi uma das poltronas da extremidade, sem ninguém ao meu lado. Aos poucos, a maioria das business class vão aderindo a esse modelo, que garante mais privacidade ao passageiro.

As poltronas reclinam em 180 graus, e viram camas voltadas para a janela – em uma posição conhecida como espinha de peixe. O apoio do pé à frente afunila, o que é um problema para passageiros mais altos, mas não para mim.

Poltrona da American Airlines

Há duas posições pré determinadas: pouso e decolagem e cama. Porém, comandos permitem diversas combinações, como usar o apoio de pé em encosto para transformar o ambiente em uma poltrona de Sala VIP de cinema, para assistir a um filme, por exemplo.

Entretenimento e conectividade

Na cabine há ainda tomada e entradas USB, além de um compartimento para armazenar pequenos objetos. Senti falta de um espelho, oferecido em outras companhias aéreas com as quais já voei. Isso é bem útil para quem quer retocar a maquiagem – evita que a pessoa passe minutos e mais minutos no banheiro e, assim, evita filas. Fica a dica para a American Airlines e outras empresas que ainda não aderiram a essa solução simples.

O tela de entretenimento é sensível ao toque, mas essa função não estava funcionando muito bem na minha. Tive de comandá-la pelo controle remoto, com uma tela na qual dá para ver outra programação, diferente da transmitida na principal.

Assim, enquanto assiste a um filme, o passageiro pode, por exemplo, acompanhar as informações sobre o voo no controle remoto.

Serviço de bordo da American Airlines

Nos últimos dez dias, voei na classe executiva de três companhias aéreas diferentes. A única a oferecer cardápio físico foi a American Airlines. Sobre as demais, conto em próximos posts, mas a experiências com elas me mostraram a importância de oferecer ao passageiro um menu detalhado.

Entrada, salada e prato principal são servidos juntos, o que agiliza o serviço da American Airlines.
Entrada, salada e prato principal são servidos juntos, o que agiliza o serviço da American Airlines. Mas entregar os pratos separadamente, por passos, é mais comum nas classes executivas e aproxima o serviço dos de restaurantes sofisticados

O cardápio estava em inglês e português, mas não havia opção de entrada (camarão grelhado) e salada (de folhas). O passageiro só podia escolher prato principal (quatro alternativas, sendo uma vegana) e sobremesa (duas, além de prato de queijos).

Escolhi um filet mignon que estava um pouco além do ponto, mas saboroso. Para o café da manhã, havia duas opções, e durante a noite o passageiro tem alguns snacks à disposição em uma ilha próxima à cozinha.

Carta de vinhos da American Airlines

O serviço foi rápido e eficiente, com funcionários muito bem treinados. Na seleção de bebidas, além de diversos destilados e drinks preparados pela tripulação, havia uma boa seleção de vinhos, com champagne, brancos e tintos da Califórnia, um tinto francês e opção de sobremesa. A carta de vinhos é detalhada e separada do menu principal.

Chegada

Após o desembarque e rápido processo de imigração em Miami (a fila estava pequena), houve o procedimento de reembarque. Há uma fila preferencial para checagem de segurança nesse aeroporto da Flórida, voltado a passageiros de classes premium e integrantes de programas de fidelização.

Porém, não há grande vantagem. A fila estava imensa. Independentemente da classe de viagem, a checagem de segurança nos Estados Unidos é sempre um processo minucioso, demorado e cansativo para o passageiro. Não há como fugir.

Houve alguns atrasos em meus dois voos seguintes, por causa das condições climáticas em uma semana rigorosa de inverno no sul dos Estados Unidos. Mas cheguei a Dallas sem maiores contratempos. Lá, o início da entrega das malas demorou, mas a minha foi uma das primeiras a chegar.

No geral, achei bem positiva a nova experiência de voar com a American Airlines em classe executiva. A cabine não mudou nada em relação a 2018 (são praticamente idênticas no 777 e no 787). Porém, ainda não há necessidade de upgrade, pois o produto é moderno e oferece conforto ao passageiro.

Os serviços da companhia são eficientes e bem executados, embora não supreendentes como, por exemplo, o de companhias do Oriente Médio e da Ásia. Mas está dentro do padrão ofertado pelas empresas dos Estados Unidos e Europa.

Beale Street

A Rota da Música nos EUA: Memphis é o encontro entre o blues e o rock

Esta é a segunda reportagem sobre a Rota da Música no sul dos Estados Unidos. O roteiro de cerca de 900 quilômetros entre Nashville, Memphis e Nova Orleans é uma imersão no passado e no presente de quatro gêneros musicais que incendiaram o século XX e ditaram os caminhos da arte no XXI: jazz, blues, country e rock and roll. Depois de Nashville, a capital do country, chegou a vez de Memphis, a terra do blues.

No Instagram: @rafaelatborges

Se Nashville é a capital do Tennessee, Memphis é a maior cidade desse Estado. As duas estão separadas por 300 km de rodovias interestaduais (chamadas nos EUA de interstates) marcadas por uma bela paisagem de montanhas e pedras, em um local também famoso por suas cavernas.

Na primeira reportagem, eu expliquei como percorrer a Rota da Música, a época melhor para visitar a região, as maneiras de voar do Brasil a esses locais e outras informações importantes para quem pretende fazer o roteiro. Aqui, você confere todos os detalhes.

Desta vez, o foco será em Memphis, que eu acreditava ser a capital americana do rock and roll, ou pelo menos a representação desse ritmo na Rota da Música. Não deixa de ser. Mas, ao chegar à cidade eu descobri que, antes de mais nada, é o blues que a domina.

A terra do blues

Você assistiu ao filme “Elvis”, de Baz Luhrman, que foi um dos grandes sucessos do cinema de 2022 e tem indicações aos principais prêmios da temporada? Bem, de Elvis, o Presley, falaremos mais tarde, pois sim, ele tem tudo a ver com Memphis. Mas, agora, o objetivo é explorar uma cena em que o artista se encontra com BB King em um bar de uma rua colorida e movimentada. Aquela é a Beale Street (ou uma representação dela, já que o longa foi gravado na Austrália).

Beale Street Memphis
Beale Street

E a alma da Beale Street é o blues. Foi lá que um dos grandes nomes do ritmo, King, se popularizou. Também na Beale Street Ike Turner fez seu nome, assim como outros artistas que representam esse gênero musical marcado por guitarras e fortes vocais.

A Beale Street, no centro de Memphis, estava em seu auge nos anos 50, mas caiu em decadência na década seguinte. Hoje, revitalizada e mantendo a atmosfera colorida e vibrante de seus anos de ouro, atrai pessoas de todo o mundo em busca dos sets de blues que dominam seus bares.

O mais famoso desses bares atende pelo nome de… BB King. Nem poderia ser outro. Diferentemente da Broadway de Nashville, em que os bares têm entrada gratuita, alguns da Beale cobram entrada, uma espécie de couvert artístico para as bandas que se apresentam.

BB King Bar Memphis
BB King Bar

Um deles é o BB King. O couvert, no entanto, não ultrapassa os US$ 10. Além dos bares, bandas e artistas solos de blues se apresentam na própria rua. Bem próximo à Beale, na Main Street, está o museu Blues Hall of Fame.

O local honra pessoas que fizeram parte da história do blues. Além do próprio King, tem nomes como Billie Holiday, Etta James, Rufus Thomas, Big Mama Thorton e Eric Clapton, um dos mais recentes introduzidos no hall.

Memphis é o berço do rock and roll?

Não é incomum o turista mais desavisado chegar a Memphis imaginando estar indo visitar a terra, ou talvez até o berço, do rock and roll. E por que não? As origens do rock and roll, tanto em relação a data quanto a locais, sempre geram controvérsia.

Porém, uma coisa é fato: mesmo com a “invasão” britânica dos anos 60, o rock and roll nasceu nos Estados Unidos. E Memphis teve uma grande contribuição nos primórdios do gênero. Não à toa: uma das vertentes do ritmo surgiu a partir da junção de country (à época, chamado de hillbilly) e Rhytm and Blues, com uma pitada de gospel.

Por isso, Memphis foi o cenário ideal dessa ebulição que começou na Sun Records. Gravadora que revelou BB King, a Sun ficou mais popular graças a nomes dos primórdios do rock, como Elvis Presley e Jerry Lee Lewis. O estúdio da Sun (Sun Studio) hoje é aberto à visitação.

A 2 km do centro, no número 706 da Union Avenue, o Sun Studio tem tours a cada 45 minutos, por US$ 15. Entre os destaques estão os estúdios de gravação, que tem entre as atrações um X indicando o local em que Elvis Presley gravou “That’s All Right Mamma”, música considerada um dos pontos de partida para o movimento que ficou conhecido como rock and roll.

Para quem não quiser fazer o tour, dá para passar pelo charmoso prédio de tijolos apenas para tirar uma foto em um dos berços do rock. Ou ainda tomar o drink no bar que fica no hall de entrada do Sun Studio. Não é necessário reservar ingressos.

A Memphis de Elvis Presley

Mesmo com a Beale Street, o Hall da Fama do Blues e o Sun Studio, é inegável que a principal atração turística de Memphis, mesmo para quem não tem sua visita focada no mundo da música, é Elvis Presley. Nascido em Tupelo, Mississippi, o maior artista da história dos EUA se mudou para Memphis na adolescência.

Graceland Memphis
Graceland

E, por mais que tenha passado bastante tempo em Los Angeles durante os anos 60, Memphis sempre foi sua casa. E Graceland, a mansão que comprou em 1957, e na qual morreu, está aberta à visitação.

Quem visita a mansão pode conhecer as salas de visitas e jantar de Presley, sua cozinha, o subsolo (com sala de TV e de jogos), os estábulos, uma quadra de racquetball e, principalmente, o cômodo conhecido como Jungle Room. Esse local serviu, em 1976, como estúdio de gravação para os últimos discos de Presley.

A sala de TV de Elvis Presley

O ingresso para visitar Graceland inclui o museu Elvis Presley Memphis, com exposição de carros, motos e os famosos ternos e macacões do Rei do Rock, além de muitas fotos, vídeos e discos de ouro e platina. Dois aviões que pertenceram ao artista também estão em exposição.

Para visitar o complexo, o ideal é tirar o dia todo. Os ingressos, que incluem o tour a Graceland (com áudio em português, inclusive) e a visita ao museu custam US$ 80. Reservar é recomendável, para evitar longas filas.

Serviço

A área mais residencial de Memphis fica em Midtown, mas a melhor opção para quem visita a cidade em busca de seu caráter musical é o centro. Afinal, a maior parte das atrações está concentrada por lá. E dá para fazer quase tudo a pé.

O Peabody (diárias a partir de US$ 203) é o hotel mais histórico de Memphis e está a poucos passos da Beale. O Indigo (US$ 165) tem um visual mais moderno e uma bem-vinda piscina para quem opta por visitar a abafada cidade no verão.

Já a Memphis de Elvis fica a cerca de 10 km do centro, em uma avenida batizada de Elvis Presley Boulevard. Para quem visita a cidade de olho apenas no legado do Rei do Rock, uma boa opção pode estar bem ao lado, no resort The Guest House at Graceland (US$ 144). Os preços foram apurados para o mês de fevereiro.

Jungle Room, em Graceland Memphis
Jungle Room, em Graceland

O churrasco e as carnes em geral são a base da culinária do Tennessee, e Memphis tem até um festival dedicado no mês de maio. São muitos os restaurantes especializados nesse produto, inclusive na Beale Street e imediações.

Mas a melhor opção do centro da cidade é o sofisticado Flight, um restaurante e Wine Bar. As carnes são o carro-chefe, mas o cardápio é bem variado e o serviço e a carta de vinhos, impecáveis. O endereço é Main Street, 39.

Fora do roteiro musical, vale dar uma volta pelas margens do Rio Mississippi, que corta a cidade e desce até a Luisiana (tema da próxima reportagem sobre a Rota da Música). Além disso, Memphis é sede do Museu dos Direitos Civis.

Broadway, em Nashville

A Rota da Música nos EUA – Nashville, a capital do country

Country, jazz e blues com um bom tempero de rock and roll. Essa é a receita que os amantes de um trecho muito especial do sul dos Estados Unidos: a Rota da Música. Ela é formada pelas cidades de Nashville e Memphis, no Tennessee, e Nova Orleans, na Luisiana.

No Instagram: @rafaelatborges

Na Rota da Música, o passado e o presente dos quatro gêneros musicais promovem uma imersão na história, complementada por muito conhecimento e infindável diversão. Em Nashville, impera a música country: suas origens, seu passade e seu presente.

Memphis, para surpresa de muitos, é a capital mundial do blues. Eu mesma, sem conhecimento nenhum, cheguei à cidade do Tennessee acreditando que iria encontrar um universo 100% voltado ao rock and roll.

Mas, se você prefere esse estilo, não vai se decepcionar. Em Memphis, está um dos berços do rock and roll, e parte das origens desse gênero que começou a incendiar o mundo nos anos 50, para nunca mais parar.

Restaurante The Standard: ótima gastronomia e muita história

E Nova Orleans? Eu cheguei à mais famosa das três cidades acreditando ser aquela a capital do blues. Não me decepcionei, pois há muito blues nas ruas de seu mais famoso bairro, o French Quarter. Porém, oficialmente Nova Orleans é a capital mundial do jazz.

A Rota da Música tem muitas atrações em cada uma das cidades. Por isso, vou dividir essa reportagem em três partes. Na primeira, vamos falar de Nashville.

A capital do Tennessee foi meu ponto de partida para percorrer da Rota da Música.

VEJA TAMBÉM

Como percorrer a Rota da Música

O trecho total entre as três cidades é de 900 km. São 300 km de Nashville a Memphis e outros 600 da capital do blues até Nova Orleans. A melhor maneira de percorrer essa distância é de carro. As estradas são impecáveis.

Além disso, você ainda terá a oportunidade de ver as incríveis vias suspensas da Luisiana. Primeiro, elas estão sobre pântanos. Na aproximação a Nova Orleans, sobre o Golfo do México. Outra vantagem de ir de carro é que fazer uma road trip nos Estados Unidos é uma experiência que todo fã de viagens deveria viver. Especialmente no sul.

Johnny Cash Museum, em Nashville, na Rota da Música
Johnny Cash Museum, em Nashville, na Rota da Música

Aqueles hotéis e restaurantes de rodovias tão comuns em road movies se proliferam aos montes por todo o trajeto, em um cenário que parece nos transportar ao cinema. Porém, se a vida ao volante não é seu negócio, há grandes aeroportos nas três cidades. Dá para voar.

O ideal é começar o roteiro por Nashville ou Nova Orleans, principalmente se a escolha for percorrê-lo de carro, pois Memphis fica no meio do caminho. Não há voos diretos do Brasil para nenhuma das três. Os locais mais próximos com voos sem conexão são Miami, na Flórida, e Atlanta, na Geórgia.

Porém, com conexão todas as companhias americanas oferecem boas opções para Nashville, Nova Orleans e Memphis – além da brasileira Latam e da panamenha Copa Airlines.

Quando ir


E quanto aos preços das passagens? Depende da época. Em abril, por exemplo, os preços de São Paulo a Nashville, e vice-versa, partem de R$ 5.600 – classe econômica, de Delta, com conexão em Atlanta. E por falar em época, dê preferência aos períodos de abril a meados de junho, e entre setembro e novembro.

No inverno do Hemisfério Norte, de dezembro a março, não há grandes programações de festivais de música, gastronomia e cultura que são típicos das cidades. Já no verão (meados de junho a meados de setembro), o calor é mais forte que na maior parte das cidades do Brasil.

Na Broadway, em Nashville, na Rota da Música, festa é 24 horas
Na Broadway, em Nashville, na Rota da Música, festa é 24 horas

Nos meses de abril e, especialmente, maio e junho, também faz calor, mas não tão intenso quanto no alto verão. Já no outono do Hemisfério Norte, você pode encontrar temperaturas um pouco mais baixas, mas não como em outras regiões dos Estados Unidos. O clima nas três cidades é bem parecido com o da Flórida, mais conhecida pelos brasileiros.

No inverno, porém, pode fazer frio de verdade nas cidades da Rota da Música – e há até anos em que Memphis, por exemplo, registra neve. Não é a condição ideal para a Rota da Música, cujas atrações mais legais exigem caminhar ao ar livre.

Destaques de Nashville

Já falei do lado festivo de Nashville aqui, em uma comparação com Nova Orleans e Las Vegas. E ele é mesmo muito forte. A Broadway, rua musical do centro da cidade, tem shows de country praticamente 24 horas por dia.

Os bares, que se estendem por três quarteirões, têm entre dois e três andares, cada um com uma banda diferente. Muitos oferecem rooftops, com apelo especial para ver o por do sol e observar a brilhante e colorida Broadway, cujo estilo das construções remete às décadas de 40, 50 e 60, principalmente.

A noite na Broadway

Mas a conexão de Nashville com a música country vai muito além da festa da Broadway. Lá, estão museus dedicados a dois dos maiores nomes da história do gênero, Johnny Cash e Patsy Cline. Eles ocupam o mesmo prédio e um ingresso (US$ 20) dá acesso a ambos.

Outro programa imperdível é visitar o Hall da Fama da Música Country (Country Music Hall of Fame, fundado em 1961), também no centro. O museu tem partes dedicadas a muitos de seus 149 membros. Entre eles, estão o já citados Cash e Cline, os pioneiros Hank Williams e Jimmy Rogers, a Carter Family, Dolly Parton e até Elvis Presley.

Country Music Hall of Fame, o hall da fama da música country

O mais novo integrante do Hall da Fama da Country Music é Jerry Lee Lewis, que foi também um dos pioneiros do rock and roll e faleceu no mês de outubro, aos 87 anos.

Music Row e Opryland

Dá para combinar a visita a esse museu com a entrada no estúdio B da gravadora RCA (com apenas um ingresso), onde grandes nomes não apenas do country, mas de outros gêneros, já fizeram gravações. Quem? Elvis Presley e Dolly Parton estão entre eles.

Porém, o prédio do estúdio B da RCA não está no centro, e sim no Music Row. A simpática região é o berço das gravadoras e dos estúdios de gravação de Nashville. Por lá, as ruas têm nomes de astros do gênero.

No mesmo prédio estão os museus dedicados a Johnny Cash e Patsy Cline

Também fora do centro da cidade, em uma área chamada Opryland – a cerca de 10 km – está o Grand Ole Opry House. Vale a pena assistir a um show no local, que é sede de um concerto semanal de country (de mesmo nome) transmitido pelo rádio – trata-se do mais antigo programa de rádio dos EUA.

Fora do circuito da música, visite o descolado bairro The Gulch, a cerca de um quilômetro da Broadway. Lá, você vai encontrar muita arte de rua e bares e lojas mais sofisticados. Nashville, aliás, é um ótimo local para comprar artigos de couro, como casacos e botas.

Hotéis em Nashville

Como quase tudo acontece no centro de Nashville, este é o lugar para se hospedar. Por lá, há hotéis sofisticados como o 1 Hotel (diárias a US$ 369) e o Four Seasons (US$ 592). Os preços são sempre para o mês de abril e não incluem impostos.

Outras boas opções no centro são o Hyatt Centric (US$ 250), o Hilton (US$ 370 e o mais bem localizado para quem quer curtir a Broadway) e o descolado Dream (US$ 275).

The Gulch

No Music Row, há hotéis um pouco mais em conta que no centro, como o quatro-estrelas Hutton (US$ 180) e o Best Western (US$ 140), que já é também bem mais simples. Para quem procura sofisticação nessa área, a melhor opção é o Conrad Nashville (US$ 390).

Há ainda bons hotéis no The Gulch. Entre eles, o destaque é o badalado W Hotel, por US$ 314 a diária.

Próximo ao Grand Ole Opry, há o resort e centro de convenções Gaylord Opryland (US$ 330), além de opções mais em conta (e simples) como Quality Inn, Comfort Inn e Best Western.

Os preços desses hotéis mais simples partem de US$ 75 a diária. E, para quem está de carro, muitos têm estacionamento gratuito. No centro, os valores desses serviços, nos hotéis, são de no mínimo US$ 30 por dia.

Outras informações

Para fazer a Rota da Música com calma, apreciando a imersão cultural e histórica, o ideal são dez dias. No caso de Nashville, uma visita rápida vai exigir pelo menos duas noites.

Mas, como a Broadway é muito legal, e você provavelmente vai querer visitá-la todos os dias, vale a pena ficar três noites na capital do Tenneessee.

O bar do The Standard

Para jantar, a dica é o The Standard. Mais do que os pratos de culinária internacional com uma pegada do sul dos EUA, o que chama a atenção é o prédio que o sofisticado restaurante ocupa.

O The Standard está em um edifício que era ponto de encontro de soldados da União durante a Guerra Civil Americana. O prédio foi preservado para ser mantido praticamente como era na época. O restaurante tem diversos ambientes. O mais interessante é o nostálgico bar.

Emiliano Rio prepara festa de Ano Novo em Copacabana

Para quem procura uma festa badalada de réveillon, os locais mais desejados são Trancoso (BA), Fernando de Noronha (PE), Jurerê Internacional (SC), São Miguel dos Milagres (AL) e Punta del Este, no Uruguai. Porém, o Ano Novo mais famoso do mundo sempre foi, e provavelmente sempre será, no Rio de Janeiro.

É lá que está o maior espetáculo da noite de Ano Novo: os fogos de Copacabana. Eu já estive uma vez ali nos arredores, e sinceramente não gostei. É bem lotado, e não tem nada a ver com a badalação de festas pé-na-areia dos locais acima.

Mas tudo muda quando há a possibilidade de assistir ao show de Copacabana em uma festa realizada por um dos hotéis mais luxuosos do Rio. O Emiliano, que fica no posto 6, em Copacabana, está promovendo uma grande celebração para o Ano Novo 2022/2023.

No Instagram: @rafaelatborges

Como será o Ano Novo do Emiliano

A festa de réveillon do Emiliano Rio será no restaurante no rooftop do hotel, que vem sendo uma alternativa ao Emile, no térreo. Por isso, a vista para o show de fogos de artifício de Copacabana está garantida.

O cardápio será assinado pelo chef Camilo Vanazzi. O open bar de bebidas inclui whisky Johnny Walker, gin Tanqueray, vodcas Ketel One e Ketel One Botanical e cerveja Heineken. A inspiração será na boemia carioca.

Como atrações, haverá show de Pretinho da Serrinha em estilo roda de samba, com participação da Portela. A noite terá ainda dois DJs: Sô Lyma para a abertura e Pachu para o fechamento.

Pacotes

A má notícia é que a festa é exclusiva para hóspedes. O Emiliano está vendendo pacotes que incluem hospedagem e a festa. Eles partem de R$ 26.400, já com dois pares de ingressos, com acomodação em apartamento Deluxe. Na Ocean Spa Suite, em que me hospedei quando estive no hotel, são R$ 71.200.

O pacote mais caro é o da Ocean Master Suite, de 120 metros quadrados. Nesse caso, o total sai por R$ 79.700. Outros serviços incluídos no pacote são café da manhã para duas pessoas, 15 minutos de massagem no spa, uma garrafa de champagne e Havaianas personalizadas pelo hotel. As reservas podem ser feitas por meio deste site.

Copacabana Palace

Para quem estará no Rio de Janeiro, mas sem planos de se hospedar em um hotel de luxo, o Belmond Copacabana Palace também terá sua festa de réveillon para a virada 2022/2023. Como no Emiliano, haverá DJs, bandas e possibilidade de acompanhar os fogos de Copacabana, embora não com uma vista tão privilegiada como a do restaurante rooftop.

Isso porque a festa do Copacabana Palace, que é bem maior (e menos intimista, portanto) que a do Emiliano, será realizada em três diferentes salões do hotel.

O réveillon do Copa também terá open bar e jantar. O tema deste ano será “White and Gold”. Os ingressos, por R$ 4.345, estão à venda no site Sympla.

Clubhouse Suite no Fasano

Fasano: por dentro do hotel de luxo ‘secreto’ (e brasileiro) de Nova York

Você não vai encontrá-lo em nenhum site de reservas de hotéis, nem conseguirá reservá-lo no próprio site do Fasano. Lá, encontrará um endereço eletrônico para tentar uma vaga na luxuosa propriedade, que este ano foi eleita uma das oito melhores de Nova York pela revista Vogue América.

No Instagram: @rafaelatborges

O Fasano Fifth Avenue está em um dos endereços mais badalados de Nova York. Fica na Quinta Avenida, entre as ruas 62 e 63, no bairro de Upper East Side. As vistas nos apartamentos e suítes são para o Central Park, logo em frente.

LEIA TAMBÉM

Badalado e concorrido

Não é fácil conseguir uma reserva no Fasano Fifth Avenue. O hotel funciona como um clube, e os membros são todos convidados pelo próprio time do hotel brasileiro – cuja filial de Nova York é a segunda internacional (a primeira fica em Punta del Este, no Uruguai). São apenas oito suítes dedicadas a não membros.

Quem estiver interessado em ocupar uma delas deve procurar o serviço de concierge do Fasano. Quando tentei, não havia vagas para os próximos dois meses.

E os preços? O Fasano não os divulga, mas não ficam abaixo de US$ 1.500 (quase R$ 8.000) por dia. Isso na suíte mais simples, com 30 metros quadrados. Além dessas acomodações, que estão divididas em diversas categorias e podem chegar a 42 metros quadrados, há ainda dois apartamentos, com 330 m² cada um.

Esses apartamentos são mais usados por pessoas que querem passar não apenas um período curto de hospedagem, mas uma longa temporada no Fasano. “Há pessoas da própria cidade, que estão reformando seus apartamentos, e optam por ficar por aqui”, explica a diretora do Fasano Fifth Avenue, Andrea Natal.

Vista para o Central Park a partir do Fasano

Andrea me recebeu para um pequeno tour pela propriedade. Ela, antes de se transferir para o Fasano, comandava o lendário Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Durante a visita, fotos não foram permitidas (por isso, as que você vê aqui são de divulgação).

Privacidade é assinatura do Fasano Nova York

A razão do pedido para não produzir fotos é a privacidade, um dos destaques do Fasano Fifth Avenue. Na noite anterior à minha visita ao hotel, eu tinha um jantar agendado no restarurante Fasano Nova York. Nem me dei ao trabalho de fazer a pesquisa: fui diretamente ao hotel.

Afinal, é tradição do Fasano ter um restaurante badalado integrado ao hotel. Isso desde a inauguração da primeira empreitada do grupo no ramo da hotelaria, com a propriedade de São Paulo – hoje, há filiais no Rio, Belo Horizonte, Salvador, Porto Feliz e Trancoso.

O restaurante e café do Fasano Fifth Avenue
O restaurante e café do Fasano Fifth Avenue

Foi só ao chegar lá que descobri que o restaurante fica em outro endereço, nas imediações da Park Avenue, em Midtown. Mas há um pequeno restaurante no hotel, apenas para hóspedes. É pequeno, com decoração clássica e sofisticada.

Fui informada de que poderia jantar lá, se preferisse, mas a recomendação era de que eu fosse à Park Avenue, para desfrutar de um cardápio mais elaborado (o que acabei fazendo). E só fui bem-vinda no restaurante do hotel por ser convidada. O local não está aberto ao público.

Apartamentos são chamados de Residences

Aliás, não é permitida a entrada de não-hóspedes em nenhuma área do Fasano Fifth Avenue. Isso para garantir da privacidade dos clientes, um apelo que poucos hotéis, seja em Nova York ou em qualquer outra grande metrópole do mundo, oferecem atualmente,

O que o Fasano Fifth Avenue oferece

Além de privacidade, um sofisticado restaurante e vistas para o Central Park, os hóspedes do Fasano Fifth Avenue também contam com saune e sala de ginástica. Há ainda um jardim com área para leitura, meditação e outros passatempos. O atendimento é outro destaque.

Durante minha visita guiada por Andrea Natal, ela parou duas vezes para falar com hóspedes recém-chegados, procurando saber quais eram suas necessidades – e providenciando para que fossem atendidas. Entre esses clientes, estava um casal de alemães que não eram membros do clube, mas foram indicados por um integrante para a hospedagem no hotel.

Banheiro de um dos apartamentos do Fasano Fifth Avenue
Banheiro de um dos apartamentos do Fasano Fifth Avenue

Os outros hóspedes eram uma famosa influenciadora digital brasileira e seu marido. A recepcionista do hotel agendava para eles diversos programas que queriam fazer em Nova York, conseguindo sem dificuldades reservas em restaurantes badalados – e quase impossíveis de conseguir normalmente, da noite para o dia.

Aliás, há sempre recepcionistas que ou são brasileiros, ou falam português. Afinal, estamos falando de um hotel que, apesar do DNA italiano, é nascido e criado no Brasil.

Eu pude ver também um dos grandes apartamentos, que tem quatro quartos, e algumas suítes. Essas acomodações podem ou não ter uma sala separada, dependendo de sua área. A decoração é sóbria, mas com toques contemporâneos.

Há mimos como máquina de café e chá, minibar completo com produtos premium e controle da iluminação. Em alguns banheiros, uma janela permite ao hóspede observar o Central Park enquanto toma banho.