Nova classe executiva da Copa Airlines: os prós e contras

Voar de classe executiva da Copa Airlines é a mesma coisa que ir de econômica. Certo? Isso era uma ideia não muito distante da realidade. Porém, apenas até a estreia da Dreams, a nova business class da companhia aérea do Panamá.

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Na verdade, a nova classe executiva da Copa Airlines não é assim tão nova. Estreou no Brasil pouco antes da pandemia. Mas aí veio a crise sanitária global, e a aviação só começou a voltar a ser o que era a partir de 2022. Foi naquele ano que tentei ter minha primeira experiência na Dreams. Não rolou.

Em 2023, consegui, mas acabei não escrevendo a resenha. O que foi ótimo, pois em janeiro de 2024 voei novamente na classe executiva da Copa Airlines e pude comparar as experiências. Que foram idênticas.

Mas o que é a Dreams? É o produto classe executiva oferecido pela Copa Airlines em suas cerca de 20 aeronaves 737 MAX 9, com poltronas que viram cama. Nos demais aviões (737-800), as poltronas são mais largas que as da classe econômica, e reclinam um pouco mais.

Algumas trazem apoio para os pés. Porém, é isso. Nos 737-800, a experiência de classe executiva semelhante à de companhias que voam com aeronaves maiores não existe. E é isso que a Dreams se propõe a oferecer.

E o veredito vem antes mesmo de entrar nos detalhes: a Dreams é inferior às classes executivas da Latam e companhias aéreas norte-americanas. As concorrentes da Copa Airlines são essas, uma vez que os destinos mais comuns da panamenha a partir do Brasil são Caribe e Estados Unidos.

Aqui, vale uma pontuação. A Azul também faz voos aos EUA, a partir de Campinas. E, por fotos e relatos que já vi, li e escutei, acredito que tenha uma ótima classe executiva. Porém, não posso opinar, pois nunca fiz um voo internacional com a aérea.

De volta à Copa Airlines: mesmo sendo um produto inferior, a Dreams vale a pena? Em algumas situações, vale muito a pena. Muito mesmo. Aqui, eu vou mostrar quais são os prós e os contras dessa classe executiva.

Outras resenhas de classes executivas

Dreams: bom produto da Copa Airlines

A Copa Airlines tem alta frequência de voos no Brasil, partindo de diversas cidades com destino à Cidade do Panamá, na América Central – hub da companhia. A partir do Aeroporto de Guarulhos, todos os cinco voos diários são com o 737 MAX 9 – ou seja, equipado com a classe executiva Dreams.

Já em voos partindo de outras cidades do Brasil, a empresa também usa o 737-800 (classe executiva antiga). Mais adiante, vou ensinar como saber se o produto adquirido é ou não é Dreams.

Nessa classe executiva, as poltronas viram camas confortáveis, garantindo uma boa noite de sono ao viajante. Porém, não há milagre. Aqui estamos falando de uma aeronave de médio porte e apenas um corredor.

copa airlines classe executiva

Por isso, a disposição é 2-2. São duas poltronas à direita, uma ao lado da outra, e duas à esquerda. Quem viaja na janela não tem acesso direto ao corredor. E quem embarca em voo solo vai necessariamente se sentar ao lado de um desconhecido.

Isso é exclusivo da Copa? Não é. Nos 787 da Aeromexico que fazem a rota entre a capital mexicana e São Paulo a cabine da classe executiva é 2-2-2, também tirando o acesso ao corredor dos passageiros que vão ao lado da janela.

A Latam também tem o 787 na configuração 2-2-2 para algumas rotas – entre elas, São Paulo (GRU) – Cidade do México. Já para os Estados Unidos, a maioria dos aviões usados pela companhia binacional (brasileira e chilena) é com a nova classe executiva, 1-2-1.

Isso garante acesso de todos os passageiros ao corredor e privacidade para quem está viajando sozinho. O mesmo ocorre com os voos partindo de São Paulo de todas as companhias americanas que operam no Brasil (Delta, United e American Airlines).

Contra: entretenimento de bordo

As poltronas da Dreams são sim um ponto positivo. Se o objetivo do viajante que adquire o produto é ter conforto e uma noite de sono razoável (afinal, são apenas sete horas de voo), está garantido com esse produto da Copa Airlines.

copa airlines classe executiva

Mas, se espera mais, vai se decepcionar. O entretenimento de bordo, apesar da tela de boa resolução e sensível ao toque, mas também com comando remoto, é muito limitado. Poucas opções de filmes e séries e sem títulos novos interessantes.

Ou seja: tem entretenimento e dá sim para passar o tempo com ele. Mas o pacote é muito inferior ao da Latam e companhias americanas. Ah, vale ressaltar que a Gol, apesar de ter alguns voos diretos para EUA e América Central, não oferece classe executiva. Por isso, não está sendo considerada nas comparações desse review.

Serviço de econômica em ‘traje’ de executiva

O serviço deixa a desejar. Dependendo da configuração da aeronave, a Dreams pode ter 12 ou 16 passageiros. E há apenas um comissário de bordo para todos eles. Se o serviço oferecido é café da manhã (o que ocorre na maior parte dos voos partindo do Brasil, que são na madrugada), funciona.

Porém, se é almoço ou jantar, é lento, pois antes o comissário serve castanhas e bebidas. Depois, prepara a bandeja de cada passageiro. E só então começa a servir.

Em um de meus voos de 2023 (Panamá a São Paulo, à noite) levou quatro das sete horas de viagem para o serviço ser concluído (uma turbulência após a decolagem contribuiu para a demora). Isso acabou deixando pouco espaço para dormir no trajeto (como eu queria escrever review e estava produzindo o vídeo que você vê abaixo, precisei esperar o jantar).

copa airlines classe executiva

E por falar em serviço, há apenas um completo na classe executiva da Copa Airlines. De São Paulo e Panamá, em janeiro de 2024, era café da manhã. Como o voo partia de madrugada, foram servidas bebidas (a variedade é até boa, mas os vinhos oferecidos naquele dia eram ruins) e um sanduíche pequeno, frio e muito ruim.

Na aproximação ao Panamá, foi servido um café da manhã razoável, com omelete e tomates, mas sem pães quentinhos. Já na experiência de 2023, era jantar. Opções: carne ou frango. Eu queria carne mas, como estava na última fileira, tive de me contentar com frango – sem graça, servido com legumes.

Não há cardápio na classe executiva da Copa Airlines. Então, como na econômica, você escolhe entre carne ou frango no jantar e almoço, omelete ou panqueca no café da manhã. Qualidade e apresentação são de razoáveis para ruins.

Ou seja: serviço e gastronomia de classe econômica com louça de classe executiva e bebidas alcoólicas e não alcoólicas à vontade. Aqui, é importante pontuar que, em minha opinião, um serviço completo apenas é aceitável para um voo de apenas sete horas.

Mas não é minha opinião que conta. É preciso olhar para o que a concorrência está fazendo. O voo de São Paulo a Miami leva também cerca de sete horas. A American Airlines oferece dois serviços completos, jantar e café da manhã.

Quem quiser dormir mais pode simplesmente recusar um, ou ambos. Mas fato é que tem a opção.

Principal ponto positivo: conexão

A Copa Airlines é a melhor conexão para o Caribe. Trata-se da maneira mais rápida e menos distante de chegar às atrações dessa região da América Central. E também pode ser um ótimo negócio para quem está viajando para os Estados Unidos.

A partir de São Paulo, a Latam oferece voos diretos a Miami e Nova York diariamente. Boston, Los Angeles e Orlando têm duas ou três frequências por semana. De American Airlines, dá para chegar sem conexão a Miami, Dallas e Nova York, partindo do aeroporto de Guarulhos.

Nova York também é um destino atendido por United Airlines e Delta, a partir de São Paulo. A primeira voa ainda a Houston, Chicago e Washington. A segunda, a Atlanta. A Azul voa de Campinas a Miami (Fort Lauderdale).

Se seu destino final não for nenhum desses, o melhor negócio é ir de Copa Airlines. Eu voltarei a escolher a companhia até mesmo para Los Angeles (algo que fiz recentemente), se os dias não coincidirem com o voo direto da Latam.

A Copa Airlines também é boa opção para Las Vegas, Orlando e Boston (em dias sem voo direto). A companhia voa ainda do Panamá a São Francisco, Tampa, Denver, Baltimore e Raleigh, além dos destinos que têm conexão direta com o Brasil.

A vantagem é a rapidez da conexão, que acaba também reduzindo o tempo total da viagem. Como são muitos voos a partir do Brasil, em horários diversos, o passageiro terá quase sempre paradas rápidas no Panamá.

Em uma das experiências, fiquei apenas 50 minutos no aeroporto, e sem risco de perder o voo. Os portões não costumam ser distantes uns dos outros (com raras exceções) e não é preciso passar por imigração.

Além disso, quando há checagem de segurança (nem sempre é necessária), é feita no próprio portão de embarque. Os passageiros de classe executiva têm acesso preferencial. Portanto, não precisam enfrentar filas nesse processo.

Igual a conexão nos Estados Unidos, né? Só que não. Conectar em um aeroporto norte-americano é quase sempre um grande contratempo. O procedimento de imigração é muito demorado, mas inevitável – seja em voo que partiu do Brasil ou do Panamá.

Só que a imigração pode levar até duas horas. E, para quem vai fazer conexão, em seguida ainda há o procedimento de segurança. Alguns aeroportos, como o de Las Vegas, oferecem prioridade a passageiros de executiva e primeira para esse processo. Outros, não.

Mas mesmo com prioridade, o procedimento, demorado e minucioso, pode demorar até uma hora. Ou seja: para não correr risco de perder a conexão, a parada tem de ter no mínimo duas horas, na chegada aos EUA – mas é melhor que seja de três horas. Isso aumentará muito o tempo de viagem. Fora o perrengue.

Na volta a conexão não precisa ser tão longa, pois não há imigração (só checagem de segurança). A não ser que você esteja conectando nos EUA no retorno de outro país, coisa que já fiz. Voei Cidade do México – Dallas – Guarulhos.

A imigração demorou tanto em Dallas que tive de ir pedindo gentilmente ao pessoal da fila para passar na frente. Se não tivesse feito isso, perderia meu voo internacional – só haveria outro no dia seguinte.

Segundo trecho com mais conforto

Voar a Los Angeles leva cinco horas a partir de Miami, cinco horas e meia de Nova York, quatro horas de Chicago e três horas de Dallas e Houston. Voando de primeira classe (nome que as companhias americanas dão à classe executiva doméstica), as poltronas são mais largas que na econômica, mas não há apoio para os pés.

Na maior parte desses voos, feitos por companhias aéreas americanas, não há entretenimento de bordo. Mas claro que você pode dar sorte. Já voei de Dallas a Miami em um 777-200 da American Airlines, com classe executiva de voo internacional (poltronas que viram camas, entretenimento completo, etc). É raro. Muito raro. Mas acontece.

copa airlines classe executiva
Classe executiva da Copa Airlines no 737-800 (trecho entre Cidade do México e Panamá

Mas mesmo nessa aeronave, o serviço é o de primeira classe doméstica. Uma refeição que pode ser quente ou fria e bebidas (pode haver ou não oferta de alcoólicas). Tudo depende do horário do voo. E a qualidade é bem inferior a de voos internacionais.

Voar do Panamá a Los Angeles leva seis horas. E você vai de Dreams, na poltrona que vira cama. O serviço é o de voo internacional da Copa Airlines. Pior que o das americanas em trechos de e para o exterior? Sim! Mas superior àquele oferecido por American, Delta, United e outras companhias dos EUA em voos domésticos.

Mas nem sempre o produto oferecido pela Copa Airlines para os EUA é com a Dreams. A maioria dos voos, na verdade, é com o 737-800. Isso porque, no geral, as distâncias são bem mais curtas que o trecho do Brasil ao Panamá.

Ainda assim, a classe executiva “antiga” da Copa Airlines oferece mais conforto que a primeira classe doméstica das americanas. As poltronas são mais largas e, em algumas aeronaves, com um bom apoio para os pés.

Além disso, grande parte dessas aeronaves oferecem entretenimento de bordo individual. E o serviço é sempre de voo internacional. Por isso, no segundo trecho, de classe executiva da Copa Airlines você vai mais confortável que na primeira classe das americanas.

Sala VIP

A sala VIP da Copa Airlines no aeroporto do Panamá era trágica. Quente, pequena, com poucas opções de comidas e bebidas. Mas a empresa criou um novo lounge, que ficou belíssimo, espaçoso e com serviços de qualidade.

Não que necessariamente você vá conseguir usar, porque as conexões são muito rápidas. Porém, se houver tempo, vale dar uma passada no lounge de dois andares, com vista panorâmica para o terminal, chuveiros e comidas e bebidas variadas.

Até piscina o lounge tem (aberta em alguns períodos do ano). E não se assuste com a fila na porta, tá? É que a Sala VIP pode ser acessada por integrantes de clubes, sejam eles associados ou não a cartões de créditos (Lounge Key, Dragon Pass, Priority Pass – não sei exatamente quais são filiados, mas basta checar nos apps de seu cartão).

Porém, há duas filas separadas. A grande é para o pessoal do cartão do crédito. Já o acesso para passageiros da executiva é exclusivo (na minha experiência, não tinha fila).

Em Guarulhos, a Copa Airlines utiliza o lounge do Banco Safra (Terminal 3, de onde partem os voos da aérea), como outras companhias da Star Alliance, aliança da qual a panamenha faz parte. Aqui, vale uma informação. Dá para creditar pontos no programa da aliança ou de outras parceiras, como United, TAP e Lufthansa – caso você não queira se filiar ao da própria Copa.

E dá também para pontuar no programa Smiles, da Gol, que é parceira da companhia aérea do Panamá. De volta aos lounges, nem tudo é festa, tá? No aeroporto de Cidade do México, por exemplo, a Copa Airlines não tem parceria com nenhuma Sala VIP. Eu tive de usar meu cartão de crédito para acessar a da Aeromexico.

Preço da classe executiva da Copa Airlines

E aqui vai a vantagem definitiva de voar Copa Airlines. Preço. A companhia é uma aérea de baixo custo e, quase sempre, tem tarifas bem mais interessantes que a de outras empresas que fazem os mesmos trechos. Isso vale também para a classe executiva?

Não necessariamente. Há situações em que a business da Copa Airlines é até mais cara. Porém, se reservar com antecedência, você provavelmente vai encontrar não apenas a viagem no menor tempo, mas também com o melhor preço (muito melhor, em alguns casos).

Fiz uma simulação de São Paulo a Las Vegas, com partida em 8 de maio, e retorno no dia 15 do mesmo mês. Ida e volta com a Copa Airlines, de classe executiva, sai por R$ 16.846 – tempo total de viagem na ida é de 15h59min e na volta, 15h18 min.

copa airlines classe executiva

Na opção mais interessante (e também mais barata) da Delta para as mesmas datas, de classe executiva, o tempo sobe para 18h20 na ida. Na volta, é mais rápido que a Copa Airlines: 14h35min. O valor é de R$ 20.663 e a conexão, em Atlanta.

Para essas datas, preços e tempo total de voo na ida e na volta na American Airlines são, respectivamente: R$ 22.034, 17h19 min (duas conexões, em Dallas e Phoenix), 13h55 min (conexão em Dallas). Há opção com uma parada apenas na ida. Só que, no período de pesquisa, a partir de R$ 60 mil.

Na United a opção mais interessante sai por R$ 33.880, com conexões em Houston nos dois trechos. Na ida há um bilhete com tempo total de 14h50min. Porém, arriscada, por ter apenas uma hora e meia de conexão. É mais seguro pegar a opção de 17h, pelo mesmo preço. Na volta, a viagem dura 13h50min.

Fiz também uma simulação com datas mais adiante, de 24 a 31 de outubro, de São Paulo a Los Angeles (ida e volta), em classe executiva. Veja os resultados:

Copa Airlines (conexões no Panamá)

Ida 15h19
Volta 14h50
R$ 15.612

Opção mais em conta da Copa Airlines (porém, mais demorada)

Ida – 15h29
Volta – 18h19
R$ 12.486

Latam

Ida (voo direto) – 12h35min
Volta (conexão em Lima) – 14h55min
R$ 20.851
OBS: de Lima a São Paulo o voo é de 5 horas em premium economy do A320 (assentos comuns, com o do centro bloqueado e serviço superior ao oferecido na econômica tradicional)

United Airlines (conexões em Houston)
Ida – 15h37
Volta – 14h
R$ 26.353

American Airlines (conexões em Miami)
Ida – 15h41
Volta – 14h56
R$ 18.552

Como saber se é Dreams

Quando postei detalhes das minhas viagens de classe executiva da Copa Airlines em meu perfil no Instagram, houve uma pergunta recorrente: como saber se é Dreams? Isso é fácil.

Ao reservar o bilhete, verifique qual é a aeronave. Se for 737 MAX 9, é Dreams. Mas, se quiser assegurar, entre no mapa de assentos. As poltronas da nova classe executiva da Copa Airlines têm posição conhecida como espinha de peixe, na diagonal.

Além disso, à frente do desenho da cabine você vai ler a palavra “Dreams”. Já as poltronas da classe executiva do 737-800 têm posição normal, direcionadas para a frente da aeronave.

Veredito final

Para facilitar, aqui vai um resumo de prós e contras.

Voe na classe executiva Dreams da Copa Airlines sem medo se:

  • O preço estiver mais interessante;
  • O destino final for o Caribe;
  • O destino final for Las Vegas, Austin, Baltimore, Raleigh, São Francisco, Tampa e, dependendo do dia do voo, até mesmo Boston, Orlando e Los Angeles;
  • Uma boa noite de sono for seu principal objetivo ao adquirir o produto business class;
  • Passar perrengue em conexões é algo que você sempre prefere evitar.

Não voe na classe executiva Dreams da Copa Airlines se:

  • Você é desses que não dorme em avião (nem na classe executiva) e faz questão de entretenimento de bordo variado;
  • Serviço rápido e eficiente a bordo é fundamental para você;
  • Classe executiva só é classe executiva se a comida for de qualidade;
  • Ao viajar sozinho, você faz questão de ter privacidade em sua poltrona;
  • Seu destino EUA for uma cidade com voos diretos e diários a partir de São Paulo (Miami, Nova York, Dallas, Houston, Atlanta, Washington e Chicago). Isso, obviamente, se você não fizer questão de economizar no valor do bilhete.
Lufthansa

Como é voar na nova classe executiva da Lufthansa (Boeing 787-900)

A Allegris, nova cabine das aeronaves na Lufthansa, vem sendo divulgada nos últimos anos, e ganhou repercussão no início do mês, com a apresentação da nova primeira classe. O produto, que também trará novidades para econômica, econômica premium e business class, ainda não foi lançado – algo que deverá ocorrer a partir de meados deste ano. Mas você sabia que a Lufthansa já tem uma nova classe executiva em operação?

Instagram e Tik Tok: rafaelatborges

Ainda não é a classe executiva da cabine Allegris, mas já representa um grande upgrade ante o produto atual, que tem a disposição 2-2-2 (seis assentos por fileira, distribuídos aos pares). Essa configuração deixa os passageiros da janela sem acesso direto ao corredor.

Na nova classe executiva da Lufthansa, na qual voei em fevereiro, a configuração da cabine é 1-2-1. São quatro poltronas por fileira, e há pares apenas nas do centro. As da janela são individuais. Com isso, todos os passageiros da business class têm acesso ao corredor.

Essa nova classe executiva está disponível em apenas dois 787-900, que fazem rotas de Frankfurt (Alemanha) a Toronto, no Canadá, e Newark, em Nova Jersey, nos EUA – este é um dos três aeroportos que atendem a cidade de Nova York. A operação começou em dezembro de 2022. Porém, a Lufthansa comprou outros três modelos dessa aeronave com a mesma configuração de classe executiva.

Lufthansa adota solução temporária

Os cinco Boeing 787-900 comprados pela Lufthansa foram preparados para a chinesa Hainan Airlines, que acabou desistindo da compra. Por isso, a companhia alemã ficou com as aeronaves com a cabine feita para a empresa asiática. Houve apenas uma adaptação de cores.

A Lufthansa fez isso pois a entrega de suas novas aeronaves com a cabine Allegris atrasou muito. São modelos 777 e 787, da Boeing, e A350, da Airbus. O novo produto vem sendo mostrado desde 2017, e até agora não entrou em operação – aviões que já estão na frota, como o B747 que faz São Paulo – Frankfurt, serão renovados com a nova estrutura.

Agora, a expectativa é de que a Allegris entre em operação ainda em 2023, mas a total renovação de aeronaves só deve ser concluída em 2025 – oito anos após a apresentação do produto. Com todo esse atraso, os 787-900 da Hainan foram a solução da Lufthansa para começar a oferecer um produto mais moderno.

Porém, essa nova classe executiva só estará disponível nas cinco aeronaves 787-900 – as duas em operação e as três que começam a ser operadas em breve. Os demais aviões, inclusive os dois que operam no Brasil, vão receber a cabine Allegris. Além de SP – Frankfurt, a Lufthansa também faz Rio de Janeiro Munique – com um Airbus A350.

O meu voo na nova classe executiva da Lufthansa

Voei na nova classe executiva da Lufthansa em uma condição atípica: de Munique a Frankfurt. São apenas 40 minutos de voo, e a rota é feita regularmente com um Airbus A320.

Quando há muita demanda, a Lufthansa estuda a possibilidade de entregar aeronaves maiores para cumprir a rota. Mas, além disso, outra razão pode ter contribuído para a mudança: naquela semana, havia caos nos aeroportos alemães, com voos cancelados por causa de greve dos funcionários da companhia.

Apoio para os pés afunila Lufthansa classe executiva
Apoio para os pés afunila

Filas imensas se formavam na central de serviços tanto na área de check-in quanto no terminal de embarque do aeroporto de Munique. Como fiz uma rota doméstica, o que contarei aqui é como é a nova cabine. Isso porque os serviços são de classe executiva, mas para voos locais, não internacionais.

Serviços de alimentação e Sala VIP

Falarei dessa parte brevemente pois, como expliquei acima, os serviços não podem ser avaliados como os de um voo internacional. Recebemos uma torta doce e eu pedi um refrigerante, mas havia opções como vinhos e cervejas para os passageiros da business class.

Era um voo rápido e na parte da tarde. Em rotas domésticas e de curta distância dentro da Europa, a Lufthansa costuma oferecer refeições leves no almoço e no jantar – como carpaccios, saladas e sanduíches quentes.

Sala VIP da Lufthansa em Munique

Já a Sala VIP do aeroporto de Munique tem poucas mudanças entre as rotas internacionais e nacionais. Há o lounge da primeira classe, o Senator (para integrantes de níveis mais avançados do programa de fidelização Miles&More) e o para passageiros da classe executiva, o mais “humilde” dos três.

É uma Sala VIP sem excessos, mas com conforto e serviços de alimentação que se espera desse tipo de produto. Há refeições quentes, diversidade de saladas e aperitivos e doces. Entre as bebidas, refrigerantes, sucos, café, chá e variedade de opções alcóolicas de qualidade.

O lounge tem sofás, poltronas, mesas para alimentação, área de trabalho e chuveiro. Não faltam tomadas para recarga de aparelhos eletrônicos. Já em Frankfurt, em alguns terminas as Salas VIPs da Lufthansa seguem o mesmo padrão.

Porém, no Terminal C, de onde partem os voos de empresa rumo ao Brasil, é diferente. Cada portão de embarque tem seu próprio lounge de classe executiva. O embarque é feito diretamente desta sala, que tem ponte para conectar-se às aeronaves.

A contrapartida é que os lounges conectados são mais simples tanto em relação ao conforto quanto aos serviços de alimentação. Não há, por exemplo, cabines com chuveiros – quem precisar tomar banho tem de se dirigir ao terminal B, o mais próximo.

Poltrona da nova classe executiva da Lufthansa

Como já expliquei, a disposição é 1-2-1. Eu voei em uma das poltronas das extremidades. Em todas, o console fica entre elas e a janela. Em muitas cabines que adotam essa solução, há uma alternância entre as fileiras pares e ímpares.

Pouso e decolagem Lufthansa
Pouso e decolagem

O mais comum é em uma fileira o console ficar ao lado da janela e, na seguinte, próxima ao corredor, garantindo mais privacidade ao passageiro. Mas, no caso da nova classe executiva da Lufthansa, não há problema. O casulo que envolve as poltronas é grande o suficiente para que seu ocupante não seja visto, principalmente quando está dormindo.

Além disso, as poltronas são mais largas que o convencional para esse tipo de configuração. Chama a atenção o amplo espaço para as pernas.

A poltrona se reclina a 180 graus, transformando-se em uma cama larga e com cerca de 2 metros de comprimento. Porém, o apoio de pés à frente afunila levemente, algo que pode prejudicar passageiros mais altos.

Posição cama Lufthansa
Posição cama

Do lado esquerdo, há uma pequena tela sensível ao toque com os comandos da poltrona. Há três pré-programadas: pouso e decolagem, descanso e cama. Porém, as combinações também entre encosto e assento também podem ser feitas pelo próprio passageiro.

Outros detalhes

Gostei muito da mesinha de madeira, que fica quase embaixo da tela do entretenimento. Para puxá-la, basta acionar uma trava na parte de baixo. O lado bom é que, ao terminar as refeições, não há necessidade de esperar que os comissários retirem louças e talhares.

Entretenimento Lufthansa

Basta empurrar a mesinha para frente. Assim, haverá espaço suficiente para o passageiro acessar o corredor, se houver necessidade. A tela de entretenimento é grande e sensível ao toque. Há mais de cem filmes disponíveis, entre lançamentos e clássicos, além de séries, músicas e programações para crianças.

Chama a atenção o sistema que mostra informações sobre o voo, com muitas ferramentas de interatividade. O entretenimento também pode ser comandado por controle remoto, que tem uma segunda tela. Dá para ver uma programação nela e outra no sistema de entretenimento.

Outro destaque da nova classe executiva da Lufthansa é a quantidade de porta-objetos no console. Dos grandes aos pequeninos, há espaço para armazenar todo tipo de objeto – de smartphones a sapatos e bolsas. Tomadas e entradas USB também estão disponíveis.

Classe executiva da AA

Como é voar na classe executiva da American Airlines no Boeing 777

No fim de janeiro vivi minha primeira experiência na classe executiva da American Airlines, umas das companhias americanas com maior presença no Brasil. A anterior havia sido em 2018, de São Paulo a Dallas, no Boeing 787.

No Instagram: @rafaelatborges

Desta vez, voei de São Paulo (aeroporto Internacional de Guarulhos) a Miami no Boeing 777. Foi o meu primeiro voo em classe executiva já sem as restrições impostas pela pandemia – a companhia não exige uso de máscara nem limita serviços.

No ano passado, eu havia voado na classe executiva da United, mas ainda com muitas limitações em razão da covid-19. Confira como foi minha experiência.

Veja outras experiências em classe executiva

Emissão

Emiti o trecho com milhas + dinheiro no programa Smiles, da Gol, que é parceira da American Airlines. Foram 30.000 milhas + R$ 3.150. Com as taxas, o total ficou em R$ 3.500.

Emitir na Smiles para voos de parceiros, seja na classe executiva ou na econômica, não é fácil, pois há exigência de muitos “pontos”. Uma executiva pode variar de 180.000 milhas e passar das 350.000 por trecho.

A área principal da Sala VIP da American Airlines no Terminal 3
A área principal da Sala VIP da American Airlines no Terminal 3

Mas a solução de milhas + dinheiro é muito boa no programa. Com poucos “pontos”, dá para viajar de classe executiva gastando bem menos que na econômica. Nem sempre há voos disponíveis mas, se houver insistência – entrar na lista diversas vezes ao dia -, eles acabam aparecendo.

A contrapartida é que meu destino final era Dallas, e há um voo direto da American Airlines para a cidade. Porém, ao emitir na Smiles, eu precisei fazer duas conexões (uma em Miami e outra em Austin). A cidade do Texas estava muito procurada no período, por causa de um evento – o NADA Show.

Não havia opção de comprar o bilhete direto para Dallas com milhas da Smiles. E, para emitir com a companhia, o valor do voo sem conexões na classe econômica era de R$ 6 mil por trecho. Já a “perna” de classe executiva custava R$ 40 mil.

Check-in e Sala VIP da American Airlines

Não consegui fazer check-in online, mas esse não foi um problema da American Airlines. Nos dias posteriores, fiz voos internacionais com outras duas companhias aéreas, e enfrentei a mesma limitação. Ao que tudo indica, havia um problema de documentação causado pela exigência do certificado de vacinação contra covid-19 – o meu está em dia, mas eu precisava apresentá-lo no balcão.

Mas o check-in no aeroporto foi tranquilo, rápido e sem filas. A American Airlines tem uma área exclusiva no Terminal 3 para passageiros de primeira classe, executiva, econômica premium e membros de níveis mais avançados de seu programa de fidelização. Ele é separado dos balcões convencionais.

A companhia tem sua própria Sala VIP no Terminal 3, que estava tranquila, com muitos lugares disponíveis. Em horário próximo a meu voo havia apenas um outro, para o aeroporto JFK, em Nova York.

Há muitas poltronas com estações de carragamento de aparelhos eletrônicos, áreas de descanso, mesas para alimentação, uma sala de TV mais escura e chuveiros para quem quer tomar banho antes de embarcar. O buffet, em duas ilhas, tem muitos frios e petiscos quentes, além de opções como hambúrguer e sopas.

Há muita variedade de bebidas alcóolicas e não alcóolicas: refrigerantes, sucos, vinhos, whisky, gin e outros destilados, além de cervejas. O status dos voos da American Airlines são avisados por meio do alto-falante do lounge.

Embarque

Embarquei na fila preferencial para passageiros de executiva e primeira classe – disponível neste voo para Miami, mas não em todos os da companhia. Mas, ao verificar meu bilhete, a atendente disse para que eu me encaminhasse ao deck de embarque na econômica – no Terminal 3 do aeroporto de Guarulhos, há dois fingers.

O bar da Sala VIP da American Airlines
O bar da Sala VIP da American Airlines

O deck de embarque da classe executiva e da primeira não estava funcionando. Então, acabei enfrentando uma fila no corredor. O problema, no entanto, é mais do aeroporto que da companhia aérea.

Cabine e poltronas da American Airlines

A classe executiva da American Airlines tem a disposição 1-2-1 e é dividida em duas partes da cabine – uma menor, à frente, e outra maior, com pelo menos oito fileiras de quatro poltronas. Como estava viajando sozinha, escolhi uma das poltronas da extremidade, sem ninguém ao meu lado. Aos poucos, a maioria das business class vão aderindo a esse modelo, que garante mais privacidade ao passageiro.

As poltronas reclinam em 180 graus, e viram camas voltadas para a janela – em uma posição conhecida como espinha de peixe. O apoio do pé à frente afunila, o que é um problema para passageiros mais altos, mas não para mim.

Poltrona da American Airlines

Há duas posições pré determinadas: pouso e decolagem e cama. Porém, comandos permitem diversas combinações, como usar o apoio de pé em encosto para transformar o ambiente em uma poltrona de Sala VIP de cinema, para assistir a um filme, por exemplo.

Entretenimento e conectividade

Na cabine há ainda tomada e entradas USB, além de um compartimento para armazenar pequenos objetos. Senti falta de um espelho, oferecido em outras companhias aéreas com as quais já voei. Isso é bem útil para quem quer retocar a maquiagem – evita que a pessoa passe minutos e mais minutos no banheiro e, assim, evita filas. Fica a dica para a American Airlines e outras empresas que ainda não aderiram a essa solução simples.

O tela de entretenimento é sensível ao toque, mas essa função não estava funcionando muito bem na minha. Tive de comandá-la pelo controle remoto, com uma tela na qual dá para ver outra programação, diferente da transmitida na principal.

Assim, enquanto assiste a um filme, o passageiro pode, por exemplo, acompanhar as informações sobre o voo no controle remoto.

Serviço de bordo da American Airlines

Nos últimos dez dias, voei na classe executiva de três companhias aéreas diferentes. A única a oferecer cardápio físico foi a American Airlines. Sobre as demais, conto em próximos posts, mas a experiências com elas me mostraram a importância de oferecer ao passageiro um menu detalhado.

Entrada, salada e prato principal são servidos juntos, o que agiliza o serviço da American Airlines.
Entrada, salada e prato principal são servidos juntos, o que agiliza o serviço da American Airlines. Mas entregar os pratos separadamente, por passos, é mais comum nas classes executivas e aproxima o serviço dos de restaurantes sofisticados

O cardápio estava em inglês e português, mas não havia opção de entrada (camarão grelhado) e salada (de folhas). O passageiro só podia escolher prato principal (quatro alternativas, sendo uma vegana) e sobremesa (duas, além de prato de queijos).

Escolhi um filet mignon que estava um pouco além do ponto, mas saboroso. Para o café da manhã, havia duas opções, e durante a noite o passageiro tem alguns snacks à disposição em uma ilha próxima à cozinha.

Carta de vinhos da American Airlines

O serviço foi rápido e eficiente, com funcionários muito bem treinados. Na seleção de bebidas, além de diversos destilados e drinks preparados pela tripulação, havia uma boa seleção de vinhos, com champagne, brancos e tintos da Califórnia, um tinto francês e opção de sobremesa. A carta de vinhos é detalhada e separada do menu principal.

Chegada

Após o desembarque e rápido processo de imigração em Miami (a fila estava pequena), houve o procedimento de reembarque. Há uma fila preferencial para checagem de segurança nesse aeroporto da Flórida, voltado a passageiros de classes premium e integrantes de programas de fidelização.

Porém, não há grande vantagem. A fila estava imensa. Independentemente da classe de viagem, a checagem de segurança nos Estados Unidos é sempre um processo minucioso, demorado e cansativo para o passageiro. Não há como fugir.

Houve alguns atrasos em meus dois voos seguintes, por causa das condições climáticas em uma semana rigorosa de inverno no sul dos Estados Unidos. Mas cheguei a Dallas sem maiores contratempos. Lá, o início da entrega das malas demorou, mas a minha foi uma das primeiras a chegar.

No geral, achei bem positiva a nova experiência de voar com a American Airlines em classe executiva. A cabine não mudou nada em relação a 2018 (são praticamente idênticas no 777 e no 787). Porém, ainda não há necessidade de upgrade, pois o produto é moderno e oferece conforto ao passageiro.

Os serviços da companhia são eficientes e bem executados, embora não supreendentes como, por exemplo, o de companhias do Oriente Médio e da Ásia. Mas está dentro do padrão ofertado pelas empresas dos Estados Unidos e Europa.

United Polaris

Como é voar na classe executiva United Polaris

Foram dois anos e meio sem sair do Brasil, por causa da pandemia de covid-19. Meu retorno a territórios estrangeiros foi no início do mês de março, com destino a Las Vegas e conexão em Houston, nos Estados Unidos. Para chegar ao destino escolhi a United Polaris, classe executiva da companhia americana.

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Das três maiores dos EUA, nunca havia voado de United em trechos internacionais – apenas dentro do território americano. Já havia voado nas classes executivas da Delta e da American Airlines, então dá para compará-las à da concorrente.

O que não dá é para comparar os atuais serviços da United com os oferecidos antes da pandemia. Sabemos que tudo mudou muito na aviação por causa dos protocolos de prevenção à covid-19.

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Escolha do voo

Dois fatores me levaram a escolher a United para meu voo a Las Vegas. O primeiro foi o preço. Comprei o ticket em data próxima à partida e paguei R$ 7 mil pelo trecho, já com impostos.

Pode parecer muito, mas as demais companhias tinham bilhetes que chegavam a R$ 20 mil para conexões com duração semelhante. Este, aliás, foi o segundo fator de escolha.

A United oferecia a conexão mais curta a Las Vegas, via Houston. Havia a opção, pelo mesmo preço, de fazer a parada em Nova Jersey. Mas, nesse caso, além do trecho internacional mais longo, o voo nacional é de cinco horas.

Poltrona ímpar

De Houston a Vegas são 3 horas de voo. E de São Paulo à cidade do Texas, cerca de nove horas e meia. A conexão durou uma hora e 40 minutos, tempo exato para os demorados processos nos aeroportos norte-americanos.

Quase sempre (e isso não mudou) há imensas filas na imigração e na checagem de segurança, um processo bem minucioso. Em Houston, os deslocamentos entre terminais também são longos, demorados e podem exigir transporte em monorail (meu caso).

Em resumo, fazer conexão em aeroportos americanos é um processo desgastante. Infelizmente, no meu caso era inevitável. Não há voos diretos de São Paulo a Las Vegas.

Compra do bilhete da United Polaris

A compra do bilhete foi no site da companhia. O preço era um pouco melhor que no de parceiros como Decolar, Submarino e Viajenet. No 123 Milhas, saía por R$ 300 a menos, mas apenas para pagamento no pix ou boleto.

Então decidi não fazer essa economia, pois perderia tanto as milhas do voo (no 123, os tickets já são emitidos com milhas) quanto as do cartão de crédito. Além disso, só o site da United oferece opção de cancelamento gratuito em até 24 horas.

Há menos privacidade nas poltronas pares da united polaris
Há menos privacidade nas poltronas pares

Por falar em milhas, o programa da United é o MileagePlus. No Brasil, dá para pontuar os voos da companhia americana no Tudo Azul.

Eu optei por usar o Miles&More, da Lufthansa, da qual era passageira frequente antes da pandemia. A United, como a companhia alemã, faz parte da aliança Star Aliance.

Check-in e salas vips da United Polaris

Logo após a compra do bilhete, a United envia um formulário para apresentação de documentos necessários para o check-in. Entre eles, o teste de covid, que deve ser feito no dia anterior à data do voo – não necessariamente 24 horas antes. Pode ser RT-PCR ou antígeno. Essa é uma das exigências para entrada aos Estados Unidos.

Como é preciso inserir as informações do visto e o meu, de emergência, saiu poucas horas antes de meu voo, deixei para fazer todo o processo de check-in no balcão, no aeroporto de Guarulhos.

Lounge do Banco Safra

Graças ao atendimento preferencial para os passageiros da United Polaris, foi tudo bem rápido e sem burocracia. Apresentei o teste de covid e o certificado internacional de vacinação, outra exigência dos EUA – além de passaporte com visto. Passageiros da United Polaris têm direito a despachar gratuitamente duas malas até 32 kg.

Em poucos minutos já havia passado pela checagem de segurança e a imigração no moderníssimo Terminal 3 de Cumbica, em que a United opera. Não há fila preferencial para passageiros de classe executiva de nenhuma companhia aérea nesse aeroporto. Porém, todos os processos são rápidos.

A sala VIP da United em Cumbica é a do Banco Safra, que antigamente era a da Star Alliance. Esta “fechou” durante a pandemia, mas a nova administração não fez nenhuma mudança. A decoração é a mesma, assim como o layout. Quase todas as companhias da aliança fizeram parceria com o espaço.

A vista no lounge do Banco Safra

No lounge do Banco Safra há diversos ambientes. Entre eles, salas com TV e sofás, poltronas com vista panorâmica para a área de compras do terminal de embarque, cadeiras com mesinhas semelhantes às de avião e uma área com mesas de restaurante. Outro destaque fica por conta do bar e das cabines com chuveiros.

O buffet inclui lanches rápidos e uma variedade de pratos quentes. Já a carta de bebidas tem vinhos, champagne, drinks variados e destilados.

Em Houston, os passageiros que chegaram ao destino de United Polaris têm acesso ao lounge de mesmo nome, mas não tive a oportunidade de conhecê-lo. Não havia nenhum em meu terminal de embarque, o C. Acabei usando uma sala VIP United Club, mais simples, mas muito bem equipada, à espera de meu voo para Las Vegas.

United Club

De acordo com a United, os lounges Polaris são apenas para passageiros voando de classe executiva ou primeira classe em voos internacionais de longa duração – sejam eles realizados com a própria companhia ou com outras empresas da aliança Star Alliance. Nos EUA, são seis lounges United Polaris, que oferecem uma experiência mais exclusiva: Houston, Nova York (Newark), Washington, Chicago, São Francisco e Los Angeles.

Para passageiros voando de primeira classe ou executiva em voos dentro dos EUA, ou internacionais de curta distância, os lounges disponíveis são United Club. Há 45 salas espalhadas pelos principais aeroportos dos Estados Unidos.

Cabine e poltrona da United Polaris

O embarque foi rápido, pois quem viaja de United Polaris tem prioridade. A cabine apresenta layout 1-2-1, com acesso de todos os passageiros ao corredor. Nas duas poltronas do meio, há uma divisória para garantir a privacidade. Porém, ela pode ser removida, caso os dois ocupantes estejam viajando juntos.

Já nas poltronas das extremidades, o melhor negócio é reservar as ímpares (como a minha, 5L). Além de ficar mais próximo à janela, o passageiro conta com um console que o deixa afastado do corredor, garantindo mais privacidade.

Posição cama na United Polaris
Posição cama

Nas poltronas pares, a posição é invertida. O console fica ao lado da janela e o passageiro, mais exposto. Mas nem tanto, pois há uma espécie de “casulo” para garantir privacidade.

As poltronas da United Polaris têm três posições pré-definidas: pouso e decolagem, descanso e cama. Porém, dá para fazer qualquer combinação entre o apoio para os pés integrado ao assento e o encosto.

Manta e travesseiro são da Saks 5th Avenue na United Polaris
Manta e travesseiro são da Saks 5th Avenue

A poltrona vira uma cama flat bed, ficando a 180 graus, sem aquela posição de tobogã de outras classes executivas. Assim é chamada a posição em que os pés ficam para baixo. Felizmente, atualmente é cada vez mais rara.

O apoio para os pés à frente da poltrona, no entanto, afunila. Isso, para mim, não é um incômodo, mas costuma ser para passageiros altos ou com pés maiores.

Entretenimento e amenidades

Há um pequeno controle para comando remoto das telas individuais da United Polaris, mas elas também são sensíveis ao toque. Rápido e fácil de usar, o sistema apresenta um amplo catálogo de filmes e séries, muitos deles com opção de legendas em português.

O legal de viajar nessa época do ano é que dá para ver diversos filmes indicados ao Oscar que ainda podem estar no cinema. Entre eles, “Spencer”, “King Richard” e “Casa Gucci” (que não está na premiação, mas era um dos destaques).

Cada cabine da United Polaris tem abajur com controle de iluminação e uma grande mesinha que pode ser movimentada para o fundo mesmo com as bandejas sobre ela – o que facilta a saída da poltrona após as refeições, antes que a louça seja recolhida. Há ainda diversos porta-objetos, tomada e entrada USB.

A cabine conta com armário, onde são colocadas água e o kit de amenidades da United Polaris – que vem em uma bolsinha de couro. Traz máscara de dormir, cremes, álcool em gel e outros mimos. Já a manta oferecida aos passageiros é da Saks 5th Avenue.

Kit de amenidades da United Polaris
Kit de amenidades

Serviço de refeições

Esse foi o ponto crítico do voo na United Polaris. Não havia cardápio. Então, antes da decolagem, os comissários diziam aos passageiros quais eram as opções de prato principal e anotavam os pedidos.

O serviço começou logo após o aviso de cinto de segurança ser apagado, com bebidas. Havia vinhos, champagne, destilados, drinques e licores, além de água, refrigerantes e suco. Para acompanhar, castanhas e amendoas.

A refeição veio logo a seguir, sem toalhas para forrar a mesa. Foi servido tudo de uma vez, em uma bandeja, sem possibilidade de escolher a entrada, que era a mesma para todos. Sobremesa elaborada? Qua nada! Havia um bolinho industrial apenas.

E nada de cestinha com pãozinhos quentes. Foi servido um pão embalado, acompanhado por manteiga. Reflexos da pandemia. Ao menos, diferentemente do que ocorria na retomada dos voos antes do início da vacinação, os talheres não eram de plástico.

Em classes executivas, antes da pandemia, as refeições eram servidas em passos, com opção de entradas, sobremesas, queijos. Agora, ao menos na United Polaris, tudo mudou. O lado positivo é que o serviço terminou rapidamente e sobrou mais tempo para dormir.

Durante a noite, as galerias são abastecidas com água, refrigerantes, sanduíches, batatas Ruffles e doces. E, se o serviço de refeições deixou a desejar, com a tripulação, cordial, prestativa e eficiente, foi o contrário.

De acordo com a United, a companhia está retomando aos poucos os serviços de bordo aos níveis de pré-pandemia. Ainda conforme a empresa, alguns exemplos são o retorno do drink de boas-vindas e da louça no jantar e café da manhã. “Ainda não temos, no entanto, uma data para retorno do serviço completo, que está sendo avaliado de acordo com a retomada das viagens”, informou a United.

Na retirada de bagagens, já em Las Vegas (após conexão em Houston), a esteira demorou quase 40 minutos para começar a girar. Porém, o selo de prioridade das bagagens foi respeitado – a minha foi uma das primeiras entregues.

A United opera diariamente voos de São Paulo para Houston, Nova York e Chicago, e do Rio de Janeiro para Houston. A rota entre São Paulo e Washington é operada três vezes por semana.

Classe executiva da Air France no B777

Como é voar na classe executiva da Air France (Boeing 777)

A França foi um dos primeiros países europeus a reabrir suas fronteiras para brasileiros vacinados. Além da brasileira Latam, dá para voar ao país com a Air France. Aqui, conto como é a experiência de retornar de Paris a bordo da classe executiva da companhia.

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A Air France tem voos diários de São Paulo a Paris, e vice-versa. Há ainda três frequências semanais a partir do Rio de Janeiro. A partir de 22 de outubro, a companhia retoma seus voos partindo de Fortaleza, também três vezes por semana.

A classe executiva da Air France tem o layout 1-2-1, no formato “espinha-de-peixe”, que, para mim, é um dos mais interessantes entre os adotados pelas companhias aéreas. No voo diurno de Paris (Charles de Gaulle) a São Paulo (Cumbica), no Boeing 777, a experiência começou já no terminal 2E, onde estão os portões M, usados pela Air France e por outras companhias da aliança SkyTeam (KLM e Delta).

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Antes da pandemia, a Air France alternava voos no 777 com os no Airbus A350. Agora, vem mantendo a rota Paris-São Paulo, e vice-versa, apenas no A350. O layout da classe executiva (veja na foto abaixo) é bastante parecido, com leves diferenças, especialmente em cores e materiais de revestimento das poltronas.

Executivo no Airbus A350

Terminal 2E

A área do terminal 2E mais parece um shopping de alto luxo, com lojas das grifes mais badaladas do mundo (Prada e Chanel, entre outras) e restaurantes com ambientes sofisticados.

Voos da Air France partem do terminal 2E no Charles De Gaulle

Lá também está a sala VIP da Air France, chamada de Salon Lounge. Ela ocupa uma área imensa no terminal e tem diversos ambientes (para descansar, dormir, bater papo, tomar drinks, apreciar a vista para a pista do aeroporto ou comer).

A bordo

Escolhi um assento na janela, individual, já que estava viajando sozinha. Porém, quem ocupa as poltronas do meio também tem muita privacidade. Uma divisória (de fácil remoção, para o caso dos que viajam acompanhados) separa totalmente os dois assentos. Não é preciso nem ver o passageiro ao lado.

Como na KLM, companhia “irmã” da Air France, há apenas duas opções de ajuste automático da poltrona: decolagem (assento na posição vertical) e cama. Falta o intermediário, descanso, que a maioria das companhias oferece. Porém, é fácil encontrar essa configuração “no meio do caminho”, ao acionar a opção “cama”.

O apoio para os pés integrado à poltrona é curto. Para descansar, o passageiro usa o apoio à frente, posicionado abaixo da tela. Ele e a poltrona, quando totalmente reclinada, formam uma cama “flat-bed” muito confortável, e com boa largura – superior à oferecida pela maioria das empresas aéreas.

Flat-bed na classe executiva da Air France

Como a classe executiva não estava lotada, consegui um cobertor extra para forrar a cama, deixando-a ainda mais confortável. A tela é sensível ao toque e, como na KLM, pode ser comandada por um dispositivo remoto. É possível visualizar informações diferentes nos dois aparelhos – assistir um filme no monitor e ver mapas no dispositivo remoto, por exemplo.

No console ao lado da poltrona, há um grande porta-objetos, bom para armazenar o kit de amenidades (com produtos da Clarin) e outros pertences pequenos. Senti falta de um local para guardar a bolsa – tive de colocá-la no compartimento sobre o assento. Em compensação, há área para guardar os sapatos e, além das tradicionais meias, é oferecido um par de chinelos.

Apoio para os pés

Gastronomia

A refeição é um dos pontos altos e honra a tradição culinária francesa. Optei por um cordeiro com purê de batata no almoço (o voo era diurno) e estava bastante saboroso. Porém, achei o cardápio complicado demais – e faltou opção em português; havia versões em francês e inglês. Explicado pelos chefs de cozinha que o conceberam, os pratos eram difíceis de entender.

No jantar, foi servida uma refeição leve. Duas das três opções incluíam frutos do mar – algo incomum, já que as alergias a esse tipo de alimento são comuns.

O atendimento é bom. Antes da decolagem, o chefe dos comissários passa de poltrona e poltrona perguntando se o embarque foi bem e se o passageiro tem alguma solicitação especial. Ao fim do voo, ele cumprimenta individualmente cada passageiro.

Embarque e chegada

O embarque no Charles de Gaulle foi rápido. Como a aeronave não tinha primeira classe, e a executiva não estava cheia, não houve nem filas. Os passageiros da “business” têm prioridade no raio X e na imigração no aeroporto da capital francesa.

Em Guarulhos, a mala já estava na esteira quando cheguei para retirá-la – aplausos para o serviço rápido, já que não havia fila na imigração.

Sala VIP da Air France tem vista para a pista

Gostei bastante da nova executiva da Air France. Para mim, o ponto alto é o conforto – um dos melhores entre as companhias aéreas com as quais já voei.

Para quem não tem cartão de fidelização da Air France ou da SkyTeam, a companhia francesa tem parceria com a Smiles, da Gol. Quem voa Air France pode pontuar no programa brasileiro.

Classe executiva da KLM

Como é voar na classe executiva da KLM

Estive na Holanda pela primeira vez em 2013 e o que mais me impressionou, mais que os museus, os jardins e a liberdade de Amsterdã, foi a gentileza do povo holandês. São simpáticos, prestativos e adoram conversar e interagir com novas culturas. É uma gente sem preconceito, que se interessa pelo turista e faz com que todos se sintam em casa. A mesma sensação eu tive ao experimentar a classe executiva da KLM.

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Meu voo foi de São Paulo a Genebra, com escala em Amsterdã, hub da companhia aérea holandesa. A aeronave, um Boeing 777-200, tem configuração 2-2-2. No 777-300, maior, a configuração é a mesma, mas há mais lugares na executiva (são 18, no 200). Os Boeing 747 e 787 trazem a configurações diferentes.

POLTRONAS DA KLM

Para falar a verdade, no quesito acomodação e conforto, a classe executiva da KLM não traz nada de especial. Os assentos viram camas flat-bed (superfície plana) e há apenas dois ajustes automáticos (vertical e cama). Na maioria das companhias, há um ajuste automático intermediário, para a opção “descanso”.

Isso não é um grande problema, já que é possível fazer combinação entre assento, apoio para os pés e encosto de diversificadas maneiras – algo que muitas companhias não oferecem. Além disso, é um grande avanço ante a antiga executiva, com a inclinação conhecida como “tobogã” – em que os pés ficam apontados para baixo quando a poltrona está na posição cama, algo bastante desconfortável.

A poltrona e a configuração geral são muito parecidas com as da Lufthansa. Porém, a KLM oferece um apoio para os pés à frente da poltrona, que se integra a ela para formar a cama – algo que a alemã não tem.

INTERATIVIDADE

A tela do sistema de entretenimento é imensa e sensível ao toque. O dispositivo de comando remoto é um destaque. Parece um tablet (embora menor) e também é sensível ao toque.

Mas o melhor é que dá para ver coisas diferentes na tela e no dispositivo remoto. Dá para assistir um filme em um e acompanhar o status do voo (mapas, local em que o avião se encontra, velocidade e tempo para chegada, entre outros dados) em outro.

Um ponto negativo foi que em pelo menos quatro assentos o sistema multimídia não estava funcionando. Falha grave, já que não havia outros locais disponíveis para todos esses quatro passageiros.

GOLAÇOS DA TRIPULAÇÃO DA KLM

Aí veio o primeiro golaço da tripulação. Eles deram a esses passageiros formulários de reclamação, que devem ser enviados ao SAC da KLM, relatando o problema. Segundo os comissários, há possibilidade de devolução de parte do dinheiro gasto na compra da passagem aos passageiros que foram lesados.

Outro golaço foi em uma situação que estive envolvida. Como meu voo de Amsterdã a Genebra era em classe econômica, perguntei à comissária se poderia usar a sala VIP no aeroporto da capital holandesa. Rapidamente, ela conversou com o comandante, que entrou em contato com o pessoal de terra para ter todos os detalhes.

Em pouco mais de dez minutos, veio a resposta – a mim e ao passageiro que estava ao meu lado, que não viajava comigo, mas estava na mesma situação. Sim, é possível. Basta ter a passagem do voo anterior comprovando que o trajeto foi feito em executiva.

Alguns meses depois, ao voar Alitalia, estava na mesma situação. Voei o primeiro trecho na executiva e o segundo na econômica. Por isso, não pude usar a sala VIP no aeroporto de conexão.

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Essa facilidade da KLM, aliás, não é um padrão. Na Europa, nos EUA e no Brasil, o que vale na hora de embarcar é o voo a fazer, não o já concluído. Então, além da gentileza, vale ressaltar também a boa vontade e simpatia da comissária holandesa que nos atendeu – falando português fluente.

E não apenas para resolver essa situação. Ela se interessou por minha viagem, minha conexão, e conversou sobre diversos assuntos, explicando como funciona a rotina de uma companhia aérea. Juro: nunca fui tão bem atendida a bordo.

Serviços em terra e a bordo

O serviço de bordo e a qualidade da alimentação ficou no padrão da maioria das classes executivas. No jantar, havia duas opções de entrada, três de prato principal e quatro de sobremesa – com possibilidade de obter mais de uma. Para o café da manhã, eram duas as opções de prato principal. No geral, as refeições estavam bastante saborosas.

Sala VIP da KLM em Amsterdã

Em terra, o check-in aconteceu sem problemas. Mesmo na classe econômica, eram vários os guichês de atendimento e não houve formação de grandes filas. Na entrega das malas, um ponto negativo: demorou bastante, já que a esteira no aeroporto de Genebra (destino final) era a mesma de dois outros voos.

SALA VIP DA KLM EM GUARULHOS

Em Guarulhos, a sala VIP usada pela KLM, a mesma de Delta e Air France, entre outras, é a pior. Pequena, sem charme na decoração e com buffet bem menos completo que a da Tam e da Star Alliance (Lufthansa, Swiss e United, entre outras). Ao menos, não é tão lotada quanto a da Latam em horários de pico. Em Guarulhos a minha preferida é a da Star Alliance.

Em Amsterdã, a sala VIP da KLM para voos na Europa é espetacular. Imensa, com diversos bares, buffet variado e áreas diversificadas (mesas, sofás para descanso com tomadas, poltronas para dormir, etc). A companhia holandesa é integrante da aliança SkyTeam (junto com AirFrance, Alitalia, Delta e Aerolíneas Argentinas, entre outras).

Sala VIP da KLM em Guarulhos

Se você quer uma companhia que seja destaque em poltronas diferenciadas ou serviço de alimentação a bordo, a KLM pode te decepcionar, ou ao menos não impressionar. Nesses quesitos, ela está no padrão. Boa, mas não excelente.

No entanto, se para você o mais importante é um serviço impecável, comissários prestativos, ótimo atendimento também em terra e uma companhia que resolva a sua vida, em vez de dificultá-la, a KLM é uma escolha muito acertada.

Iberia

Como é voar na classe executiva da Iberia

Na hora de escolher em qual classe executiva voar, o conforto da poltrona é o fator que mais levo em consideração. Se esta fosse a prioridade de todos, talvez a business da Iberia pudesse disputar o prêmio de melhor da Europa.

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Porém, quem paga um alto valor para voar nessa cabine espera bem mais que uma poltrona confortável. A qualidade do serviço, em solo, a bordo e na sala VIP, é primordial. E é nesse ponto que a Iberia comete alguns pecados.

A Iberia passou a voar com a nova classe executiva para o Brasil em 2015. O meu voo foi de Madri a São Paulo, noturno. A aeronave é o A330, da Airbus. A configuração é 1-2-1, que é a minha preferida. É usada também pela Air France, por exemplo.

Essa configuração garante privacidade especialmente para quem está viajando sozinho. Quem quiser ir lado a lado pode utilizar as poltronas do meio.

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Check-in e serviço em solo

Na verdade, meu check-in foi em Malpensa, aeroporto internacional de Milão (Itália). Madri foi a conexão para São Paulo – o hub da Iberia é no aeroporto de Barajas, na capital da Espanha.

O check-in preferencial no aeroporto italiano foi lento, mas não por causa de filas – havia apenas duas pessoas à minha frente. A funcionária que estava fazendo o atendimento era lenta, não sei se por causa do sistema da companhia. Talvez, tenha sido apenas um problema pontual.

Em Malpensa, há “fast track” para os passageiros de classe executiva. Isso significa fila especial, e mais rápida, para o raio-X (não havia ninguém à minha frente).

Em alguns aeroportos, há “fast track” também para imigração. Não sei se é o caso de Malpensa, pois fiz a imigração em Madri (na cidade italiana, o voo era dentro da União Europeia).

O voo em Malpensa atrasou cerca de meia hora. O embarque para a executiva é preferencial, mas formou-se uma fila na entrada do avião – algo que acabou ocorrendo também no embarque em Madri, para o voo com destino a São Paulo.

Cheguei a Madri, portanto, com um leve atraso. O desembarque foi no terminal 4, enquanto meu voo era no satélite dessa mesma área, chamado de 4S. O acesso é de trem.

O principal problema em solo ocorreu no aeroporto de Madri, e não teve nada a ver com a Iberia. Pelo contrário: a companhia até enviou um email avisando antecipadamente sobre isso, e sugerindo algumas providências para os passageiros. No meu caso, não havia o que fazer, já que eu estava em conexão.

O problema era reforma da área onde é realizada a imigração, que acabou causando a formação de uma imensa fila. Fiquei por lá cerca de 40 minutos – em Barajas, não há “fast track” para imigração.

Sala VIP da Iberia

O atraso do voo em Malpensa e a demora na imigração acabaram abreviando meu tempo na sala VIP da Iberia no terminal 4S. Mas deu tempo de aproveitar um pouco – minha conexão era de cerca de 3 horas.

Em minha opinião, o lounge da Iberia é um dos melhores destinados à classe executiva. Amplo, tem restaurante a la carte e um excelente buffet.

As áreas para sentar são variadas: mesas, poltronas confortáveis, sofás… Há ainda um espaço para dormir: pequenas camas em salinhas privativas com cortinas e uma mesinha ao lado. Excelente para quem tem conexões longas.

Iberia/Divulgação

O problema, aqui, ficou por conta dos pequenos detalhes no serviço. Cheguei e solicitei um chuveiro, para tomar banho antes de embarcar. Tive de ficar em uma lista de espera por meia hora.

Não é a primeira vez que isso ocorre na sala VIP da Iberia. Na outra ocasião em que solicitei o serviço, também tive de esperar.

Quando chegou minha vez, recebi, na recepção, um código para abrir uma das cabines de banho (que não funcionou). Recebi ajuda de uma das funcionárias que ficam no local.

Iberia/Divulgação

Porém, os amenities (xampu e sabonete) não haviam sido repostos. Havia apenas um restinho de produto.

Também senti falta de pessoas para repor comidas e bebidas no lounge.

A bordo

Para quem gosta de privacidade, o ideal é escolher as poltronas de números pares (a minha era 2). O console fica voltado para o corredor. Nas ímpares, ele fica ao lado da janela, deixando o passageiro mais exposto.

As poltronas são largas e têm várias opções de ajuste, além das pré-determinadas (pouso e decolagem, descanso, e cama). Não há um apoio para os pés na própria poltrona, apenas o a frente. Porém, como ele fica muito próximo, achei uma ótima e confortável solução.

A poltrona é flat-bed – reclina em 180° e vira cama. Nesse quesito, é uma das mais confortáveis entre as disponíveis nas companhias aéreas europeias.

Outro ponto alto é a diversidade de porta-objetos para guardar pertences. O amenity kit também é bem completo, com cremes, proteção para ouvido e olhos, meias, etc.

A tela é sensível ao toque e grande, mas tem uso um pouco confuso e demora a responder. Já a programação de filmes e séries é extensa, com opções de legendas para alguns programas e variedade de idiomas.

O serviço inclui jantar e café da manhã. No primeiro, havia três opções de entrada e três de prato principal. O que escolhi não estava muito saboroso.

No café da manhã, o omelete estava gelado, mas os pães, quentinhos. Havia muitas opções de bebida, com vinhos de boa qualidade – e rótulo de La Rioja, região em que estão as vinícolas mais famosas da Espanha.

O atendimento das comissárias e comissários é correto, sem grandes destaques.

O pior contratempo durante o voo foi o fato de apenas um dos banheiros destinados à executiva estarem funcionando. Isso acabou formando filas para utilizar a cabine, especialmente pela manhã.

Por que vale a pena

Para mim, voar na executiva da Iberia vale muito a pena. Houve contratempos, é claro, mas o conforto é destaque.

Além disso, a entrega das malas foi extremamente rápida. No quesito serviço, para mim o destaque foi este.

O principal, no entanto, é o preço. A Iberia costuma oferecer valores mais competitivos que a concorrência para quem adquire os bilhetes com boa antecedência (três meses, pelo menos). Além disso, há boas condições de parcelamento.

classe executiva da lufthansa

como é voar na classe executiva da lufthansa

A Lufthansa é uma das companhias aéreas em que voo com mais frequência. Recentemente, a empresa retomou o voo de Guarulhos a Munique, e vice-versa, no Airbus A350. A resenha, porém, é do voo do mesmo aeroporto a Frankfurt (e vice-versa), o principal aeroporto da Alemanha, no Boeing 747, uma das maiores aeronaves do mundo.

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A classe executiva tem cerca de 60 lugares, nas seções da frente do primeiro andar e no segundo piso. Pela primeira vez, voei no segundo andar (de Frankfurt a Guarulhos), cuja configuração é 2-2. No primeiro, ela é 2-2-2.
Está aí o principal problema da companhia alemã: a falta de privacidade. Muitas empresas aéreas que reconfiguraram suas classes executivas adotaram a configuração 1-2-1.

Isso é bastante importante para quem viaja sozinho. O passageiro solitário pode desfrutar de mais privacidade nas poltronas das extremidades, sem ninguém ao lado.

Também faz falta entre as poltronas da Lufthansa uma divisória, algo que também reforçaria a privacidade. Porém, fora isso, não há muitas críticas negativas sobre a experiência de voar na executiva da companhia. Veja os destaques.

SERVIÇO EM TERRA

No Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos, o check-in da executiva costuma ter um pouco mais de fila do que o de outras companhias. Fácil de explicar: entre as empresas europeias, a classe executiva da Lufthansa é uma das maiores.

Ainda assim, as filas não são demoradas. O atendimento nunca demora mais do que dez minutos. Em Frankfurt, não há esse problema. A companhia tem diversos guichês de atendimento espalhados por todo o aeroporto. É bem raro ter alguém à sua frente na hora do check-in.

Em Frankfurt, os passageiros da executiva têm prioridade tanto na imigração quanto no scanner (que substituiu o Raio-X simples naquele aeroporto). Até 2016, essa prioridade, não ajudava muito.

O terminal dos voos para o Brasil tinha poucos aparelhos, e as filas eram inevitáveis. Esse problema, no entanto, foi resolvido. Agora, há mais scanners, e o processo ficou bastante rápido.

Tanto em Frankfurt quanto em Guarulhos, a entrega das malas também foi rápida. Quando cheguei à esteira, elas já estavam lá.

SALA VIP DA LUFTHANSA

Sinceramente, não sei porque elogiam tanto as salas VIPs da Lufthansa em Frankfurt. Até acredito que a da primeira classe seja espetacular, assim como a destinada a quem tem status Senator no programa Miles & More. Já as da executiva não têm nada demais.

São muito simples, com algumas poltronas confortáveis, mas também bancos que lembram os das salas de embarque convencional.

O serviço de alimentação é correto. Há sempre uma sopa, algumas entradinhas e um prato principal (salsichas e batatas são os mais comuns). A qualidade das bebidas é muito boa, com variedade e, para os amantes de cerveja, os melhores tipos do mundo (afinal, estamos falando de Alemanha).

O grande diferencial da sala vip da Lufthansa em Frankfurt no terminal C (de onde partem os voos para São Paulo e Rio) é que cada portão tem uma. Com isso, o passageiro já sai da sala diretamente para a aeronave, o que é bastante prático.

Mas faltam serviços como chuveiros. Quem quiser essa comodidade tem de se locomover à sala VIP do terminal B, um tanto distante. Além disso, tem de passar duas vezes pelo processo de scanner.

Em Guarulhos, a sala vip é a da Star Alliance. Eu a considero a melhor do Terminal 3. Os serviços de alimentação e bebidas são iguais, ou semelhantes, aos das demais. Porém, a sala é mais bem decorada, aconchegante e espaçosa.

POLTRONAS

Apesar da falta de privacidade, as poltronas são muito confortáveis. O espaço é excelente, tanto em relação à da frente quanto na largura.

Há três ajustes padrões: pouso e decolagem, descanso e cama. Porém, dá configurar as posições em múltiplas combinações.

Na hora de dormir, a poltrona se reclina em 180° e se une ao apoio para os pés, largo, formando uma cama grande, boa mesmo para pessoas mais altas.

É possível mudar as posições da mesa, empurrando-a para a frente, por exemplo. Com isso, não é preciso esperar os comissários tirarem os pratos para se levantar.

SERVIÇO DE BORDO

O serviço começa em solo, com champanhe, sucos e águas de boas vindas. Após a decolagem, são servidas bebidas alcoólicas e não alcoólicas, junto com aperitivos (castanhas, geralmente).

O serviço vem em etapas: primeiro a entrada, depois a salada e o prato principal e, por fim, a sobremesa.

Há pelo menos três opções de pratos principais, sempre bem elaborados, mas fáceis de agradar a um público variado. A comida na executiva da Lufthansa é, no geral, muito saborosa e os carros-chefes costumam ser carnes, peixes e massas.

A companhia não investe muito na culinária tipicamente alemã durante os voos. Porém, costuma ter em sua carta de bebidas as cervejas mais badaladas do país.

Como o voo sai no fim da tarde, são dois serviços: jantar e café da manhã. Este costuma incluir pães, frios, geleias, manteiga, iogurte, cereais e um prato quente (panquecas e omeletes são os mais comuns).

DETALHES

O entretenimento de bordo é vasto, com séries, filmes e ebooks, entre outras atrações. Na lista de filmes, há sempre entre seis e dez opções recém-saídas dos cinemas, além de outros, ainda recentes, e diversos mais antigos.

Muitos filmes e séries têm opção de dublagem em português. Mais raras são as opções com legenda em nosso idioma (mas sempre há uma ou duas).

A tela individual é sensível ao toque, mas, como fica bem longe da poltrona, pode ser comandada por controle remoto. É bem fácil e intuitiva.

Ao redor das poltronas há alguns compartimentos – um, grande, pode acomodar sapatos ou bolsas, por exemplo. Cada passageiro tem direito a uma tomada e duas entradas USB.

O atendimento a bordo e em solo é um dos pontos altos da Lufthansa. Os comissários e funcionários de terra são eficientes e sempre muito solícitos.

Eu gosto bastante da companhia, que, em resumo, até fica devendo em sofisticação, mas é como se abrisse mão dessa característica para privilegiar a praticidade, o conforto e o bem estar dos passageiros.

E A ECONÔMICA PREMIUM?

Entre a executiva e a econômica convencional, a Lufthansa oferece uma opção intermediária. Trata-se da econômica premium, que, aliás, atualmente faz parte da oferta da maioria das companhias aéreas.

Na aeronave, entre a cabine da executiva e a da econômica premium, há três fileiras da econômica convencional. Não entendi por que, mas acredito que seja para que a premium comece na saída de emergência, dando mais espaço aos passageiros.

A econômica premium tem cerca de cinco fileiras, cada uma com seis poltronas. A configuração é 2-4-2 (a “economy” convencional é 3-4-3).

As poltronas são muito mais largas. Os passageiros não ficam esbarrando um no outro em hipótese nenhuma. Além disso, há um console grande entre elas.

Na primeira fileira há um apoio para os pés integrado à poltrona. Para os passageiros das demais fileiras, o apoio para os pés está na parte de trás do assento da frente, uma solução bem menos confortável.

Por isso, vale a pena marcar antes o lugar (para essa classe, a marcação é gratuita) e tentar pegar a primeira fila (que, aliás, é a que oferece melhor espaço).

Por falar em espaço, o para as pernas também é mais amplo que na econômica. Porém, nada que permita a um passageiro do meio se levantar sem pedir licença a quem estiver no assento do corredor.

A inclinação também é bem mais ampla – algo entre 45° e 90°. Em resumo, dá para ter uma noite de sono bem mais confortável nessa classe que na econômica convencional.

O serviço é bem semelhante ao da econômica. A diferença é que são servidos água e sucos ainda em solo, e há um cardápio para que o passageiro possa escolher o seu prato antecipadamente.

Também não há prioridade para check-in, nem bagagens. É possível usar as salas vips mediante pagamento de taxas.

Em resumo, a econômica premium é uma econômica com mais conforto. Para quem tem dificuldades de enfrentar voos longos, achei que vale a pena sim. É uma maneira de ter mais bem estar a bordo sem ter de pagar mais que o triplo.

COMO É VOAR NA CLASSE EXECUTIVA DA AIR EUROPA

Mas e aí, vale a pena voar na classe executiva da Air Europa? A companhia aérea espanhola opera voos de Madri a algumas capitais brasileiras – e vice-versa. Pela diversidade de cidades que atende, e por preços que, na maioria das vezes, são menores que os da concorrência, a empresa vem atraindo a atenção.

Pesquisei bastante sobre a Air Europa antes de meu voo. Só havia resenhas da classe executiva em inglês, e nada muito profundo. Já as avaliações da classe econômica, feitas em português, não eram nada animadoras.

Mas, após os voos, concluí que as críticas negativas sobre as experiências na econômica não se confirmaram na executiva. Houve alguns contratempos.

Na Air Europa, a ida foi um mar de rosas. A volta, nem tanto. Os problemas, no entanto, foram menos da empresa, e mais do terminal em Barajas no qual ela opera.

Terminal em Guarulhos, check-in e sala VIP


O Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos ficou tão funcional e bonito que, sempre que tenho de fazer um voo internacional, fico infeliz ao saber que terei de usar outro. E a Air Europa é a única companhia europeia a operar no Terminal 2.

A princípio, julguei que esse seria um ponto negativo para a Air Europa. Por outro lado, foi uma boa experiência para avaliar como está o terminal depois da reforma que o ampliou, transformando-o, junto com o Terminal 1, em um único.

Foto: Divulgação

Julguei mal. O Terminal 2 já não deixa a desejar. Recebeu estrutura bem semelhante à do 3, com máquinas de leitura eletrônica de bilhetes e de passaportes para brasileiros, na imigração.

Já a área de check-in é mais tumultuada que no Terminal 3, mas, na Air Europa, ele foi feito sem filas, de maneira rápida e eficiente. A sala VIP, por sua vez, é a da Smiles, da Gol. Recentemente, a brasileira anunciou parceria com a espanhola, para emissão de bilhetes com pontos do programa nacional.

Porém, ainda não dá para pontuar no Smiles ao se pagar pelo bilhete na Air Europa. A espanhola, no entanto, gera pontos nos programas da KLM, Air France e de outras companhias da aliança da qual faz parte, Skyteam.

A sala VIP da Smiles é ampla e confortável, tem vista para a pista do aeroporto, boas poltronas com tomadas para carregar eletrônicos portáteis e cabines individuais com chuveiros. Como o voo era às 14 horas, foi servido almoço enquanto estávamos na sala VIP. Bem variado, inclui salada, queijos, sopas e pratos quentes, além de diversidade de bebidas.

EMBARQUE

Como não há primeira classe, a prioridade para embarque é dos passageiros da classe executiva. E é recomendável embarcar na primeira chamada. Diferentemente do que ocorre no Terminal 3, a Air Europa não usa duas portas de embarque nem em São Paulo nem em Madri.

Assim, tanto na ida quanto na volta, por ter demorado a embarcar, enfrentei uma fila formada no corredor do finger. O embarque da econômica, com número muito maior de passageiros, já havia começado.

CABINE DA CLASSE EXECUTIVA DA AIR EUROPA


A companhia espanhola opera o trecho São Paulo – Madri, e vice-versa, com um moderno Boeing 787-800, aquele sem cortinas na janela. A intensidade de entrada da luz é controlada automaticamente, por meio de um botão, da total iluminação ao completo blackout.

Poltronas reclinam em 180° (Fotos: Rafaela Borges)

A disposição das poltronas é 2-2-2. Elas são flat-beds, com inclinação em 180°, e se transformam em confortáveis camas. Além de três posições pré-determinadas (decolagem/pouso, descanso e cama), dá para combinar outras configurações de inclinação.

À frente das poltronas, há o apoio para os pés. Além disso, há uma divisória entre as duas poltronas, para garantir a privacidade de quem não está viajando acompanhado.

MIMOS E ENTRETENIMENTO


A Air Europa oferece forro para a poltrona, além de cobertor e travesseiros confortáveis. O kit de amenidades é completo e com produtos de boa qualidade. Inclui cremes para pés, mãos e rosto.

Há forro para as poltronas e travesseiro e cobertor de boa qualidade

A tela individual é grande e sensível ao toque. Também pode ser comandada por um dispositivo remoto, que tem a opção de exibir programações diferentes das que estão no monitor principal.

A seleção de filmes não é extensa, mas tem diversos títulos recem-saídos dos cinemas, além de uma coleção de clássicos de diversas épocas. Também há algumas temporadas completas de filmes de sucesso.

SERVIÇOS


A bordo são servidas bebidas de boas-vindas: espumante, água e sucos. O serviço de alimentação tem início pouco tempo após o piloto desligar o aviso de cintos de segurança.

Não é preciso escolher a entrada. Vem tudo o que está no cardápio. O passageiro só escolhe o prato principal, servido separadamente. Eu comi um peixe com legumes, extremamente saboroso, assim como as entradas.

Foto: Divulgação

Isso no voo de ida, de São Paulo a Madri. Na volta, na direção oposta, o prato principal foi servido junto com as entradas. E estava tudo muito ruim. Escolhi um frango com gosto tão estranho que não consegui comer.

E mesmo os aperitivos disponíveis na galeria da executiva, durante o voo, foram diferentes nos dois trechos. No primeiro, havia variedade de sanduíches e doces. No segundo, apenas um tipo de sanduíche. E mais nada.

Além do jantar, é servido também café da manhã – a cerca de uma hora e meia da chegada ao destino.

O cardápio de bebidas é bem diversificado. Além de não-alcoólicos, há destilados, drinks e vinhos espanhol e português.

Porém, tanto na ida quanto na volta vale destacar a extrema cordialidade da tripulação.

OUTROS DESTAQUES


Outro ponto positivo é o tamanho da mesinha de refeições, maior e mais fácil de operar que a média. Por outro lado, só havia um banheiro em operação na classe executiva.

Ainda assim, não houve filas – até por se tratar de uma cabine pequena, para 24 passageiros apenas.

Tanto em São Paulo quanto em Madri, as malas chegaram rapidamente, respeitando a prioridade da classe executiva.

A bordo do 787-8 da Air Europa, minha principal crítica é o serviço de internet. O passageiro da executiva ganha um voucher de 10 MB, que não dá para nada. Só serve para instigar a comprar mais.

Foto: Rafaela Borges

São três opções, sendo a mais cara tabelada em 20 euros. Porém, só 100 MB estão disponíveis, que também não são suficientes para quase nada. Na Lufthansa, por esse valor a internet é ilimitada, durante todo o voo – e, quando fiz dois, de São Paulo a Frankfurt e então ao Bahrein, ainda pude usar o que sobrou do primeiro trecho no segundo.

A American Airlines também oferece plano de internet ilimitada. Nas demais companhias, não testei o serviço. Aqui, ponto negativo para a Air Europa.
Vale destacar que não consegui fazer marcação de assento por meio do site da Air Europa na internet. Era preciso entrar em contato com a central de atendimento por telefone. Desisti.

TERMINAL 1, EM MADRI


As diferenças entre os trechos de São Paulo a Madri e de Madri a São Paulo eu já expliquei um pouco no tópico “Serviços”. Na volta, o espaço para a bagagem sobre minha poltrona estava quebrado. Porém, acomodei tranquilamente minha mala de mão no compartimento ao lado.

O grande problema da experiência com a Air Europa é o terminal em que ela opera no Aeroporto de Barajas, em Madri. Trata-se do Terminal 1, onde estão a maioria das aéreas que fazem parte do SkyTeam.

Para quem conhece o T4 e o T4S desse mesmo aeroporto, modernos e funcionais, a impressão é de estar em um local totalmente diferente. Estes são usados pela Iberia e as companhias da aliança One World, principalmente.

Feio, tumultuado e pouco funcional, o Terminal 1 parece um pesadelo. Lembra muito os antigos terminais 1 e 2 de Guarulhos, antes da reforma.

O check-in foi lento e os funcionários, mal educados. Há fast track (passagem exclusiva) para os passageiros da executiva no Raio-X. Na imigração, as filas são imensas. Dependendo do horário, dá para perder uns bons 40 minutos por ali.

SALA VIP EM BARAJAS


A sala VIP usada pela Air Europa no Terminal 1 em Barajas chama-se Cibeles. Não é exclusiva; várias companhias a utilizam.

Ao me aproximar, notei uma imensa fila. Procurei me informar: a sala estava lotada e aquela fila era para pessoas que queriam pagar para usar o lounge, bem como para passageiros com status mais baixos em programas de fidelidade das companhias.

Quem voava de executiva poderia passar direto. Porém, a recepcionista logo avisou: não havia lugar para sentar.

Sala Cibeles, no Terminal 1, em Barajas (Foto: Divulgação)

Já coloquei meu nome na lista para usar uma das cabines com chuveiro logo ao chegar ao lounge. A recepcionista avisou que demoraria. Havia oito pessoas em minha frente, mas cinco cabines disponíveis. Eu não me preocupei tanto: teria uma hora e meia na sala Cibeles.

Porém, eu só consegui tomar um banho “relâmpago” porque meu voo atrasou uma hora. Descobrimos que havia só uma pessoa para fazer a limpeza, e só uma das cinco cabines em operação. Mesmo com a sala lotada.

A sala Cibeles é até bonita, ampla e com muitas poltronas e mesas. Porém, estava muito cheia e sem pessoal suficiente para atender à demanda. Quase nada era reposto.

Além disso, o ar-condicionado não estava funcionando. Então, a sala VIP virou um verdadeiro forno. Ao menos, há uma varanda aberta, com vista para a pista, que acabou sendo a salvação.