Pacific Coast Highway

viagem pela pacific coast highway, na califórnia

Viajar pela Pacific Coast Highway é um programa que encanta até quem não é grande adepto de road trips. A estrada, também conhecida como Califórnia Highway 1 ou California 1, percorre o litoral do Estado mais famoso do Oeste dos EUA de norte a sul. Seu trecho mais procurado é entre Santa Mônica (Los Angeles) e São Francisco.

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São 730 km que poderiam ser percorridos entre nove e dez horas, se o objetivo fosse viajar em apenas um dia, direto. Mas, para quem quer apenas chegar de um ponto ao outro, melhor fazer o roteiro pela I5, em seis horas, ou combinando essa rodovia com a US-101 (nesse caso, são seis horas e meia). Pela Pacific Coast, o mais importante não é o destino, mas sim tudo aquilo que se encontra pelo caminho.

E há de tudo: cânions, praias, pontes, serras, paisagens deslumbrantes e muitos locais que merecem algumas horas de visita, ou até mesmo um dia todo. Por isso, o ideal é passar pelo menos duas noites em pontos diferentes da Pacific Coast Highway. Se você tiver mais tempo, melhor ainda: fique mais, porque vale a pena.

Há pontos em que US-101 e Pacific Coast Highway são a mesma estrada
Há pontos em que US-101 e Pacific Coast Highway são a mesma estrada

Meu roteiro completo pela Pacific Coast Highway foi de sete noites, sendo três no ponto de partida (São Francisco) e duas em Los Angeles. As outras duas foram divididas entre San Luis Obispo e Santa Barbara, ambas na Pacific Coast Highway.

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Pacific Coast Highway: a estrada

Há alguns trechos da Pacific Coast Highway que têm pista dupla, especialmente nos momentos que ela se confunde com a US-101. Isso ocorre um pouco à frente de San Luis Obispo (mais precisamente em Gaviota Beach). As duas vias só voltam a se separar muitos quilômetros depois, na aproximação a Malibu.

Mas a maior parte da Pacific Coast Highway é composta por pista simples, em estrada cheia de curvas, com montanhas e muitas pontes. Na maioria dos trechos, à direita o Oceano Pacífico sempre está à vista (no meu caso, que parti de São Francisco rumo a Los Angeles), com seu tom azulado.

Há uma grande variação de velocidade máxima permitida. Nos trechos de serra mais travados, fica em torno de 35 milhas por hora (56 km/h). Nos demais pontos de pista simples, é permitido acelerar até 55 mph (88 km/h). Nos locais em que a pista é dupla, a máxima é de 65 mph (104 km/h).

O piso da Pacific Coast Highway é bem pavimentado na maior parte dos trechos, e a estrada é bem sinalizada. Entre São Francisco e Los Angeles, não há pedágios nessa via.

Fiz a Pacific Coast Highway ao volante de uma RAM 1500, pois minha viagem foi mais ampla do que esses sete dias – incluindo parques como Death Valley, em que algumas áreas são mais fáceis de percorrer com um veículo robusto. Mas qualquer tipo de automóvel é adequado para o trajeto.

Como a estrada é cheia de curvas, esta pode ser uma excelente oportunidade para alugar um carro que ofereça mais esportividade ao volante, como um BMW 320i ou um Ford Mustang (mais comuns nas locadoras). No trajeto, encontrei muitos Chevrolet Corvette e Porsche 911 – que já são um pouco mais difíceis de achar em empresas tradicionais de locação.

Bixby Bridge, na Pacific Coast Highway
Bixby Bridge, na Pacific Coast Highway

Como chegar e o que ver

Navegadores GPS do próprio carro ou os usados no smartphones (Maps e Waze, por exemplo) costumam calcular a rota usando vias expressas e o caminho mais rápido. Para não ter erro, em São Francisco coloque a localização Pacifica no dispositivo.

Assim, logo que sair de São Francisco, você já estará na Pacific Coast Highway. No trecho inicial, já são avistadas inúmeras montanhas e praias como Montara Beach. Cerca de duas horas e meia depois, seguindo pela CA-1, chega-se a Monterey, que vale algumas horas de visita.

Ao lado, está uma cidadezinha ainda mais interessante, Carmel-by-the-Sea. A viagem continua em direção à região de Big Sur. E é neste ponto que estão as paradas mais interessantes e cênicas, que têm pontos de observação para produção de imagens.

Em Whaler’s Cove, grandes perdas emergem do Pacífico e, dependendo da hora do dia, as nuvens parecem se projetar do mar ao céu. Bixby Bridge é a ponte mais famosa da Pacific Coast Highway. Logo adiante, o Hurricane Point é um belíssimo desfiladeiro, com uma pequena praia ao lado.

Outras paradas importantes a caminho de Los Angeles são San Luis Obispo, Santa Barbara, Malibu e, finalmente, Santa Mônica.

pacific coast highway: Carmel e Monterey

Monterey é a cidade sede do concurso de elegência de Pebble Beach, o mais famoso evento de carros clássicos dos Estados Unidos – aliás, coincidentemente, este ocorreu uma semana antes de eu passar por lá.

Em Monterey vale passear por Old Fisherman’s Wharf e Cannery Row – região que abrigava antigas fábricas de sardinha e se transformou em ponto turístico. Nos dois locais, você terá lojas, restaurantes e belas vistas do Pacífico. Se houver tempo, a cidade tem um interessante aquário.

Além de praias lindas (e um tanto geladas), Carmel-by-the-Sea investe na preservação histórica. Seu epicentro é a Ocean Avenue, que termina na praia Carmel Sunset Beach. Estacione o carro nos arredores e vá conhecer os charmosos cafés, restaurantes, inúmeras galerias de arte e lojas de grifes de luxo.

Minha recomendação de hospedagem para a primeira noite na Pacific Coast Highway é Carmel, após visitar Monterey. Para ficar no epicentro da cidade, escolha o Pinne Inn, belíssima propriedade cuja decoração clássica combina com o clima retrô da cidadezinha.

Por lá, o estacionamento é gratuito. Diárias a partir de US$ 260 em outubro. Uma curiosidade sobre Carmel: fundada em 1916, ela já teve como prefeito ninguém menos que Clint Eastwood. Aliás, quem acaba de comprar uma mansão histórica em Carmel é Brad Pitt.

pacific coast highway: Big Sur

Se Monterey tem um centro revitalisado e muito turístico, e Carmel investe no clima retrô, a parada seguinte traz um clima de Velho Oeste à Pacific Coast Highway. Em Big Sur, a cerca de 40 minutos de Carmel, estão pontos importantes citados acima, como Bixby Bridge e Hurricane Point.

A área de Big Sur tem cerca de dez quilômetros com complexos que parecem ter saído de um filme de faroeste. Incluem postos de combustível, restaurantes, lojas e hotéis de rodovia. O destaque fica por conta do River Inn, com diárias a US$ 250 em outubro.

Big Sur, na Pacific Coast Highway

Para quem quer uma hospedagem com mais clima de clássica road trip americana, Big Sur tem esta e outras opções. Inclusive, alguns campings. Já San Luis Obispo acabou sendo apenas uma parada para dormir, por causa de problemas logísticos que enfrentei (explico abaixo). O local, no entanto, merece ser explorado, segundo os turistas com quem conversei por lá.

Santa Barbara

A segunda noite foi em Santa Barbara, que merece mais que um dia de visita. Mas, como eu não tinha esse dia extra, aproveitei a belíssima orla da cidade com uma passagem pelo Stearns Wharf, seu pier mais famoso (com restaurantes, algumas lojinhas e estacionamento gratuito).

As praias do centro são East Beach e West Beach, com faixa de areia (branquinha) longa e boa infraestrutura. Na parte oeste, a água é extremamente calma. Outro ponto que visitei foi a State Street, considerada o centro de Santa Barbara.

Santa Barbara

A zona animada tem alguns dos restaurantes mais bacanas da cidade. Recomendo o espanhol Loquita (202 State St), em que comi uma das melhores paellas da vida. É importante fazer reserva, pois o local é concorrido.

O estilo espanhol, aliás, domina a cidade. E pode ser visto em uma das melhores opções de hospedagem de Santa Barbara, o hotel Californian. Descolado e contemporâneo, está bem ao lado da State e tem diárias a partir de US$ 800 em outubro, com US$ 48 de estacionamento por dia.

Para economizar, tanto as praias do lado leste quanto do oeste têm boas opções de hotéis no estilo bed & breakfest, com estacionamento gratuito. Eu recomendo o Blue Sands Inn (US$ 200), com quartos confortáveis, piscina, visual contemporâneo.

Fica do lado oeste. Nas proximidades, por cerca de US$ 70 a mais por dia, mas com uma oferta bem melhor de serviços, há um resort a beira mar: Hilton Santa Barbara Beachfront.

São Francisco de carro

Pontos inicial e final da viagem, São Francisco e Los Angeles são visitas obrigatórias para quem quer começar a conhecer a Califórnia. Qualquer roteiro sobre ambas merece uma reportagem exclusiva. Por isso, aqui o foco é o automóvel nessas duas grandes cidades.

São Francisco, com atrações mais concentradas, merece pelo menos três dias. Tem entre os destaques a orla de Fisherman’s Wharf, Golden Gate Bridge, as ladeiras, as casas de estilo vitoriano e o distrito Haight-Ashburry, epicentro do movimento hippie.

São Franscisco, ponto inicial de minha viagem pela Pacific Coast Highway

E sabe o que é ideal em São Francisco? Explorar sem carro. Por isso pode ser mais interessante começar a jornada na Pacific Coast Highway pela cidade do norte. Nesse caso, você só precisa alugar o automóvel no dia de partida.

Dá para explorar San Francisco a pé, de ônibus, bonde, Uber ou táxi (estes ficam sempre entre US$ 10 e US$ 15). Já estacionar o carro nos hotéis pesa no bolso. No meu, a diária para o automóvel era de US$ 67 (com manobrista). Mas como minha RAM 1500 é de porte grande, a conta subiu para US$ 77 por dia. Não vale a pena.

Hospedei-me na região de Union Square, que é central e está a um táxi rápido da maioria das atrações. Além disso, concentra a maior parte dos hotéis. Minha escolha foi o Beacon Grand, que ocupa um prédio histórico, mas foi completamente remodelado. Tem um excelente bar rooftop, um bom restaurante e quartos muito modernos. Diárias a partir de US$ 310 em outubro.

Los Angeles de carro

Los Angeles, extremamente espalhada e com péssimo sistema de transporte, é cidade que exige carro para ser explorada. Três dias é o mínimo, mas dá para ficar bem mais, pois as atrações são inúmeras – incluindo as imediações.

Táxi e Uber em Los Angeles são caríssimos. De Santa Monica a Beverly Hills, por exemplo, você vai gastar pelo menos US$ 70. Então, o carro vale a pena. O problema é que nos bairros mais badalados as diárias de estacionamento custam entre US$ 50 e US$ 70. Mas há alternativas.

No moderninho Andaz Calabasas (US$ 200), que fica naquele que é hoje um dos bairros residenciais mais valorizados da cidade, o estacionamento custa US$ 15 por dia, uma excelente oferta para Los Angeles. As opções noturnas na área, porém, são bem restritas.

Malibu

Para explorar bares e restaurantes de táxi e Uber, o melhor é hospedagem em locais que tenham vida noturna mais animada, como Hollywood, West Hollywood, Beverly Hills e Santa Mônica. E aqui vai uma dica: em Fairfax, entre Beverly Hills e West Hollywood, o The Beverly Laurel tem estacionamento gratuito, com manobrista.

É uma propriedade no estilo road hotel (que os americanos chamam de motel) em pleno coração de Los Angeles. Todo reformado, é simples e sem muitos serviços, mas charmoso e confortável. Além disso, tem restaurante próprio investe em um ar retrô, pois é uma propriedade histórica. Diárias a partir de US$ 170 em outubro.

Dicas importantes

Faz calor na Califórnia no verão? Muito! Em áreas de deserto, as temperaturas são altíssimas. E mesmo em Los Angeles, a estação é muito quente. Mas não a beira mar. A brisa do Pacífico pode deixar as temperaturas bem mais baixas nas zonas litorâneas até em julho e agosto.

Hurricane Point

Em locais como Carmel, Monterey, Malibu, Santa Barbara e Santa Mônica, houve momentos em que, mesmo com sol, eram 19 graus Celsius nos termômetros. Recomenda-se, portanto, estar preparado. Para quem sente mais frio, um agasalho é importante para essas regiões mesmo no verão.

É comum a neblina na Pacific Coast Highway. Em locais como o Hurricane Point, deixa a paisagem mais bela. Em outros, pode atrapalhar bastante. Houve pontos em que nem dava para ver o Pacífico, embora ele estivesse bem ao lado.

A neblina na região é mais comum pela manhã. Por isso, pode valer a pena explorar alguns locais na parte da tarde, para ter uma experiência melhor.

Monterey é uma das atrações da Pacific Coast Highway
Monterey é uma das atrações da Pacific Coast Highway

Logo abaixo de Big Sur, há um trecho da Pacific Coast Highway em que o asfalto desabou, formando um buraco. Por isso, em alguns momentos do dia, a rodovia pode estar fechada (como ocorreu em um dos dias em que a percorri). Nesse caso, é preciso voltar até Monterey para fazer o roteiro pela US-101.

Antes de viajar, pesquise se a estrada está completamente aberta. Se não estiver, vale a pena sair cedinho de Carmel, visitar Big Sur e depois voltar para Monterey para ir locais como San Luis Obispo e Santa Barbara pela US-101. Se deixar para fazer isso no fim do dia, será cansativo.

Baja Califórnia Sur

Um retiro de corpo e alma na sofisticada Baja Califórnia Sur

O Caribe é o destino de praia mais popular do México, e atrai turistas de todo o mundo, especialmente os americanos. Do lado oposto do país, há um destino de praia bem mais exclusivo. O turista dos EUA é o visitante mais frequente também, mas aquele que está à procura de experiências mais sofisticadas. Trata-se da Baja Califórnia Sur.

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Coberta pelo Pacífico e pelo Golfo da Califórnia, repleta de belas praias e desertos, a região é um hotspot mexicano. Nos últimos anos, seu mercado imobiliário vem passando por expansão, impulsionada por californianos endinheirados à procura de um destino longe do turismo de massa.

As impressionantes casas de veraneio ao estilo Malibu e Calabasas (nas imediações de Los Angeles) vêm ganhando destaque no cenário da Baja Califórnia Sur. A região, no entanto, oferece também opções sofisticadas para quem ainda não tem uma propriedade para chamar de sua.

Uma delas está na pequena vila Todos Santos, a cerca de uma hora e meia dos dois aeroportos que servem a região (La Paz, a capital, e Los Cabos). Trata-se do hotel Paradero Todos Santos, construído no deserto e com diárias a partir de R$ 3,5 mil (valor sem taxas).

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Retiro no deserto da Baja Califórnia Sur

O conceito do Paradero Todos Santos é de retiro do corpo e alma. Para quem está acostumado a hotéis e resorts de luxo cheios de amenidades, o local pode causar certo estranhamento logo de cara, com seu conceito rústico chique.

Localizado no deserto da Baja Califórnia Sur, tem design impressionante, com amplo uso de madeira e cimento. A ideia é que tudo no Paradero Todos Santos remeta a um santuário. Spa e academia (não há aparelhos eletrônicos, apenas aqueles que auxiliam a usar o próprio corpo no exercício) estão instalados em tendas.

Diariamente, há atividades como ioga, meditação, caminhadas na praia (Palm Beach, a 200 metros do hotel) e passeio de catamarã (em grupo ou exclusivos). O conceito de alimentação e bebidas investe em ingredientes saudáveis. Os pães, por exemplo, são de fermentação natural.

Os refrigerantes, por sua vez, não estão disponíveis no hotel – que os substitui por sucos naturais combinados a água com gás. Bebidas alcóolicas, no entanto, estão disponíveis, com direito a drinks autorais e criativos e uma bela carta de vinhos.

Experiências

A restrição a alimentos não saudáveis não torna a gastronomia um problema. Pelo contrário: os pratos são saborosos e criativos, uma perfeita interpretação de um prazeroso detox. O café da manhã é outra experiência impressionante.

A la carte, tem algumas opções e sugestões. Porém, o fato é que a cozinha é capaz de preparar, de maneira criativa, qualquer especialidade de café da manhã que o cliente deseje, combinando ingredientes como pães, ovos, legumes e vegetais e queijos, por exemplo.

As amplas suítes impressionam, mas também causam estranheza em um primeiro momento (leia mais abaixo). Nelas, menos é mais. A piscina de borda infinita é climatizada e tem uma linda vista para o deserto e montanhas, além de uma segunda parte, aquecida.

Ao final de 24 horas os hóspedes já começam a se sentir revigorados. A combinação de atividades revigorantes, contato com a natureza e a alimentação saudável geram, de fato, um detox de corpo e alma e uma extrema sensação de paz.

Suítes

O Paradero Todos Santos tem 30 suítes, divididas entre garden (jardim) e mountain (montanha). As do primeiro grupo, térreas, têm 60 metros quadrados. Há opção com ou sem ofurô na varanda.

A minha hospedagem foi na categoria mountain, de 72 metros quadrados e três níveis. No primeiro está apenas a entrada. O segundo começa com uma varanda com vista para os cactus. Do lado direito está o quarto e do esquerdo, o banheiro.

Sim, é preciso atravessar a varanda ao ar livre para ir de um a outro, e no deserto, as temperaturas são muito baixas à noite. Roupões quentinhos, no entanto, estão nos quartos, para resolver esse problema.

E por falar em quartos, não há TV, nem minibar, nem telefone. O contato para solicitação de serviços é feito via WhatsApp, acessado por um QR code entregue junto com a chave, no check-in. Mas há uma deliciosa cama king size, travesseiros e plumas e enxoval de altíssima qualidade.

No quarto, além da cama, há balcões, tapete de ioga, gavetas, espelho e vistas panorâmicas para o deserto.

O banheiro, rústico, tem poucas amenidades, como xampu, sabonete líquido e secador. O box tem parede de vidro, para que o hóspede possa tomar banho observando a paisagem do deserto e montanhas.

O terceiro andar é um terraço com cadeiras de sol e uma rede para observação de estrelas. Na região desértica, elas têm um brilho impressionante, é apreciá-las antes de dormir (de preferência, muito bem agasalhado) é uma atração à parte.

Highlights sobre a Baja Califórnia Sur

Minha visita à Baja Califórnia Sur foi no início de junho, primavera nessa região do mundo. As manhãs e noites são geladas. Já os dias são quentes, com temperaturas que podem ultrapassar facilmente os 30 graus.

A aproximação à Baja Califórnia Sur por La Paz é um espetáculo à parte, com uma linda vista para o Golfo da Califórnia. Por lá, se observa diversas marinas com barcos impressionantes. Impressionantes também são as suntuosas aeronaves particulares no pátio do aeroporto.

A Baja Califórnia Sur tem a praia que é considerada a mais bonita do México, Balandra, no golfo. Fica próxima a La Paz. Por lá, foi inventada uma das bebidas mais tradicionais do país, a margarita.

A Aeroméxico e todas as companhias americanas têm voos para La Paz ou Los Cabos, com conexões em Cidade do México ou outros diversos destinos dos EUA. Eu voei com a American Airlines. Na ida, fiz conexão em Miami. Na volta, em Dallas.

Apesar de as diárias no Paradero Todos Santos partirem de R$ 3,5 mil, há algumas promoções em sites de viagem. No booking.com, por exemplo, há descontos que reduzem o valor inicial para cerca de R$ 2,5 mil no próprio mês de junho. O café da manhã é incluído.

Auditório Westgate Elvis Presley

Elvis Presley e ‘Proposta Indecente’: o hotel que é um ícone da cultura popular em Vegas

Em março deste ano, precisei ir a Las Vegas para cobrir um evento de trade no Centro de Convenções. Foi tudo meio corrido, e minha rotina de entregas a cada dia de cobertura seria intensa. Então, na hora de escolher o hotel, procurei o mais próximo do local da mostra, de preferência conectado.

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Foi aí que cheguei ao Westgate Las Vegas. Só de observar as fotos, já vi que não era um hotel de luxo. Parecia antigo, mas ainda assim os quartos eram decentes. Além disso, os preços estavam extraordinários. Geralmente, eles giram em torno de US$ 80 a US$ 90 por dia, a base de um quatro-estrelas na região da Strip (como o Treasure Island, o Paris ou o Planet Hollywood).

Há opções até bem mais em conta que o valor regular do Westgate – em Vegas, dá para encontrar acomodações decentes por menos de US$ 50 a diária. Porém, achei uma promoção no site 123 Milhas e, no meu período, consegui as diárias por cerca de US$ 40 nesse hotel.

Então, estava perfeito: ao lado do centro de convenções e barato mesmo para Vegas. Eu sou a favor de, na cidade de Nevada, optar por um hotel de luxo. Afinal de contas, a mais cara e luxuosa propriedade de Las Vegas consegue ser mais barata que a pior opção em Manhattan.

Bar e cassino no Westgate Las Vegas

Por isso, vale a pena aproveitar Vegas para viver uma experiência de luxo. Porém, eu já havia feito isso mais de uma vez e, para o meu propósito de viagem, que não era turismo, e sim trabalho duro, o Westgate estava ótimo.

Explico isso porque esse post não é uma recomendação para que você se hospede no Westgate. Pelo contrário: acho que você não deveria fazer isso (e explico no fim do texto). O objetivo aqui é contar o que descobri quando cheguei lá, e nos meses subsequentes. A descoberta me deixou fascinada: de maneira despretensiosa e nada planejada, eu estava simplesmente em um dos locais mais importantes da história de Las Vegas. O hotel é um grande marco da cultura popular – mesmo que você ainda não saiba disso.

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Elvis Presley no Westgate Las Vegas

Quando cheguei ao Westgate, logo após o check-in, dei de cara com uma estátua de Elvis Presley bem ao lado do cassino. Sinceramente, não dei maior importância, mas o astro voltaria a chamar minha atenção durante os sete dias de hospedagem.

Pelos corredores, eu sempre me deparava com fotos de Elvis no palco, ou ao lado de outras pessoas, com aquelas trajes icônicos e na maior parte das vezes brancos que marcaram suas aparições nos anos 70. Me lembro de pensar: mas o que Elvis tem a ver com isso?

A estátua de Elvis Presley
A estátua de Elvis Presley

Ainda assim, na coreria da cobertura do evento, não procurei descobrir a conexão de Elvis Presley com aquele hotel. Afinal, eu não estava ali para cobrir o Westgate. Tanto que, como vocês podem ver, as únicas fotos de minha autoria são do quarto, que acabei mostrando no Instagram.

Voltei aos Estados Unidos no início de maio e passei no país quase o mês inteiro. Meu tour foi pelo sul, desvendando rotas de música, história e bourbon, muito bourbon. Obviamente, fui visitar Graceland, a mansão de Elvis Presley, e o museu dedicado ao astro em frente sua casa.

O programa completo dessa viagem começará a ser publicado aqui em breve. Mas, a quem possa interessar, o tour por Graceland e o museu sai por US$ 77, e foi um dos programas mais legais da jornada.

Aqui, vale ressaltar que o interesse em Elvis está renovado nesse ano de 2022. É que a cinebiografia do astro é um dos destaques do Festival de Cinema de Cannes, e estreará nos cinemas em 14 de julho.

Hotel International

De volta a Graceland e ao museu de Elvis, há muitos dados, imagens, vídeos e áudios sobre os mais de 600 shows que o cantor fez em Las Vegas entre 1970 e 1977, no International Hotel. As aparições de Presley, todas com ingressos esgotados, mudaram a história do entretenimento na cidade, atraindo muitos turistas não em busca de jogos de azar, mas do maior ídolo da música norte-americana.

Tanto que hoje o investimento em grandes shows, sejam eles fixos ou temporários, é uma das assinaturas de Vegas. E boa parte dos astros da música fazem temporadas na cidade.

International Hotel Elvis Presley
International Hotel foi palco das apresentações ao astro

Ao retornar ao Brasil, por curiosidade, coloquei no Google “International Hotel”. E o que apareceu no resultado? Westgate Las Vegas. A partir daí, descobri que o hotel em que estava hospedada é um dos mais importantes da história da cidade.

Ele foi inaugurado em 1969 na Paradise Road, atrás da parte norte da Las Vegas Boulevard, conhecida como Strip. Na época, era o maior hotel dos Estados Unidos, e um dos mais luxuosos. Cada um dos quartos tinha decoração sofisticada inspirada em diferentes países.

A abertura do hotel teve show de Barbra Streisand no auditório e Peggy Lee no lounge. O segundo show no auditório foi de Elvis Presley, e o sucesso foi tão estrondoso que logo o International fechou com o astro um contrato de cinco anos. Nesse período, ele passaria dois meses por ano em Vegas, se apresentando no hotel.

Las Vegas Hilton

Mas o nome International Hotel só foi usado de 1969 a 1971. Neste ano, a propriedade foi comprada e se transformou no Las Vegas Hilton, que usou até 2012. Então, por um pequeno período, passou a se chamar LVH – Las Vegas Hotel e Cassino, até ser comprado pela rede Westgate, em 2014.

A suíte em que Elvis se hospedava em seus períodos no hotel, a Imperial, tinha 460 meros quadrados. Após a morte do artista, foi rebatizada para Elvis Presley Suite. No entanto, foi demolida nos anos 90 para dar lugar ao conjunto de suítes batizadas de Sky Villas, no 30º andar.

Já a estátua em homenagem a Elvis Presley foi erguida logo após a morte do cantor, e lá permanece, apesar de todas as trocas de bandeira. A área de exposições do Westgate, aliás, já sediou uma mostra com móveis e objetos que marcaram o período do artista em Las Vegas – encerrada em 2016.

Proposta Indecente

No início da pandemia, eu me dediquei, aqui no blog, a produzir algumas reportagens sobre filmes que nos transportam a destinos de viagem. Afinal, passamos muito tempo sem poder viajar, e os streamings de vídeos nos salvaram nesse período.

Planejava fazer um texto exclusivo para Las Vegas. Há muitos filmes rodados lá, como “Se Beber Não Case”, no Caesar’s Palace, “Última Viagem a Vegas”, no Aria, entre outros exemplos.

Acabei incluindo um dos filmes apenas em uma reportagem com locais mais variados, e desisti do post exclusivo para Vegas. Entre outras razões, fiz isso porque não consegui descobrir o cenário de “Proposta Indecente”, em minha opinião um dos melhores gravados na cidade.

Na época, li que as locações do longa foram no Las Vegas Hilton, um hotel já desativado. Cheguei a ver reportagens dizendo que o filme com Demi Moore, Robert Redford e Woody Harrelson nem mesmo teve gravações na cidade, e sim em um estúdio em Hollywood.

Recentemente, revendo o longa de 1993, notei que na cena em que Redford observa Demi Moore admirar um vestido, o cenário era muito parecido com o do Westagate. E eu estava certa. “Proposta Indecente” foi fimado no hotel, então chamado de Las Vegas Hilton.

Há cenas nas lojas e nos cassinos, e é lá que o personagem de Redford faz a proposta do título aos de Morre e Harrelson: uma noite com ela por US$ 1 milhão.

HOSPEDAGEM no Westgate Las Vegas?

É como eu disse no início do texto: em Vegas, o que vale mesmo é se hospedar em um hotel de luxo. A partir de US$ 150 dá para ter ótimas opções, dependendo da época. O Westgate é antigo e seu cassino, atualmente, nada especial.

Além disso, tem uma oferta bem limitada de restaurantes, embora o Edge Steakhouse seja excelente. No bar, as bebidas são servidas em copos de plástico. Efeito da pandemia, talvez, mas outras propriedades da Strip não adotaram essa medida.

Há uma boa academia, mas ela fica aberta apenas das 9h às 17h. No meu caso, limitou o uso, pois era justamente o horário em que eu estava na convenção. Já a piscina é bem legal. O que mais incomodou foi o elevador.

Como havia convenção ao lado, no fim de semana estava impossível subir e descer. Levava muitos e muitos minutos, com o elevador parando de andar em andar – o meu era um dos últimos. Esse, no entanto, é um problema que atinge muitos dos imensos hotéis da cidade.

LOCALIZAÇÃO, PONTO POSITIVO E VERIDITO

O Westgate Las Vegas, embora fique atrás da Strip (Paradise Road, 3000), exige uma caminhadinha para chegar na principal avenida de Vegas. É que os quarteirões na cidade são imensos, com pelo menos um quilômetro cada. Além disso, o norte da avenida não é das partes mais badaladas – mesmo que tenha algumas propriedades muito interessantes, como a dupla Wynn/Encore e o novíssimo Resorts World.

A boa notícia é que há uma estação de monorail bem ao lado do Westgate Las Vegas, para transporte até a parte mais badalada da Strip. Já os quartos são grandes e confortáveis. Não sei como são os mais básicos, pois recebi upgrade no check-in.

O meu tinha 30 metros quadrados, um bom banheiro, algumas amenidades e internet rápida – incluída na taxa de resort obrigatória de US$ 30 por dia, uma prática comum em 99% dos hotéis da região da Strip de Las Vegas.

Vale a pena ficar? Eu acho que, para quem está em férias, não. Até porque o Westagate nem é dos mais baratos. Em junho, por exemplo, as diárias estão partindo de US$ 110. Se for para economizar, há opções bem mais em conta, e no epicentro da Strip. Mas sem dúvidas vale a pena visitar, por ser um marco da história e da cultura popular.

Vicky Cristina Barcelona

Barcelona: filmes mostram vários lados da cidade

Na semana passada, diversos países europeus começaram a abrir suas fronteiras ao turismo. Mas, por enquanto, o fluxo é permitido apenas entre países da União Europeia e Reino Unido. Os brasileiros ainda terão de esperar. Enquanto isso, dá para “viajar” por meio do cinema a uma das grandes cidades mais procuradas no verão da Europa: Barcelona, na Espanha.

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Depois das séries que mostraram filmes sobre viagem, sobre o verão europeu e alguns que permitem conhecer Londres, chegou a vez da cidade catalã. É mais comum ver Barcelona em filmes espanhóis. Porém, aqui eu saí do óbvio e selecionei alguns longas produzidos também fora da Espanha.

A lista tem diretores consagrados e premiados, como Woody Allen e Pedro Almodovar. Grandes atores também estão incluídos na seleção, que tem dramas, comédia romântica e ação.

Barcelona atrai turistas pelo seu clima litorâneo, pela arquitetura peculiar e pela agitada vida noturna. Além disso, é berço de grandes nomes da gastronomia mundial. Vamos aos filmes?

A Barcelona de Almodovar em ‘Tudo sobre minha mãe’

Este é um dos meus filmes preferidos dirigidos pelo consagrado espanhol Pedro Almodovar. Além disso, é o único da lista não tem o espanhol Javier Bardem no elenco. O longa de 1999 traz entre os destaques Cecilia Roth e uma jovem Penélope Cruz.

Após a morte do filho, Esteban, Manuela (Roth) viaja de Madri a Barcelona, para dar a notícia ao pai do garoto. Lá, retorna ao universo do teatro, do qual fazia parte na juventude, por meio da amizade com uma grande atriz – interpretada por Marisa Paredes.

Antonia San Juan e Cecilia Roth

Madri é o cenário mais comum nos filmes de Almodovar. Nessa viagem a Barcelona, ele explora diversos pontos da cidade, desde seu lado mais obscuro aos locais mais turísticos. Entre os cenários, há o Cemitério de Montjuic, com esculturas modernistas, e o Cinema Coliseum, fundado em 1923.

Nesse cinema, foi projetado o primeiro filme sonoro da Espanha. “Tudo sobre minha mãe” venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2000.

O Franco-Atirador

O filme de ação tem locações em Cidade do Cabo, na África do Sul, Londres, Barcelona e Gibraltar. Por isso, poderia ser, mais que um filme de ação, um longa de viagens.

Na cidade catalã, uma das cenas é produzida na famosa Praça Real, próxima às Ramblas. Em um restaurante na praça, ocorre o reencontro do casal protagonista (Sean Penn e Jasmine Trinca).

O desfecho é em uma praça de touros, cuja fachada é a da arena de Barcelona que hoje abriga um museu. Na cidade catalã, já não há mais touradas.

Javier Bardem, Sean Penn e Jasmine Trinca em restaurante na Praça Real

O filme também usa vinícolas nas imediações da cidade como cenários. Em uma delas, se passa a principal cena de perseguição do longa.

Embora o filme seja uma ação que não foge do convencional nem traz grandes inovações, o elenco é estrelado. Além do bicampeão do Oscar Sean Penn, há Javier Bardem e Idris Elba.

Na trama, um matador (Penn) vai à Espanha à procura de pessoas que estão tentando matá-lo. Por lá, se encontra com um ex-colega de crime (Bardem).

No entanto, o personagem de Bardem agora casado com ex-namorada (Trinca) do protagonista. O filme é dirigido por Pierre Morel.

Biutiful

Dos quatro filmes da lista, três são de diretores premiados. Este foi dirigido por Alejandro González Iñarritu, bicampeão no Oscar – por Birdman e O Regresso. Além disso, Biutiful, filme de 2010, recebeu indicações na categoria filme estrangeiro e ator (para Javier Bardem).

Javier Bardem está em três dos quatro filmes sobre Barcelona

A Barcelona de Biutiful é obscura, mais distante de locais turísticos. Mas esses lugares também estão lá. Há, por exemplo, uma cena de perseguição nas Ramblas.

Uxbal (Bardem) ganha a vida com atividades ilícitas e tem uma família disfuncional. Após sentir dores, ele descobre que está com câncer e tem poucos meses de vida.

Vicky Cristina Barcelona

Faz parte da série de filmes que Woody Allen produziu explorando o lado turístico de cidades europeias. Além de Barcelona, essa série inclui as capitais da Itália (Para Roma, Com Amor) e da França (Meia-Noite em Paris).

No longa de 2008, Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) são duas amigas norte-americanas que vão passar o verão em Barcelona. Lá, acabam se envolvendo com artista Juan Antonio (Javier Bardem).

Javier Bardem e Penélope Cruz em Vicky Cristina Barcelona

Além disso, a ex-esposa de Juan Antonio, Maria Helena (Penélope Cruz), também passa a influenciar a viagem das norte-americanas.

Os cenários de Barcelona são tão importantes no longa quanto a própria trama. Entre os locais visitados pelo filme estão a catedral da Sagrada Família, o bairro Gótico, a Casa Milà e o parque de Montjuic.

El Gordo Trancoso

Trancoso: as praias, pousadas e restaurantes mais legais

O mês de junho deve marcar o início da reabertura do turismo em alguns países da Europa. Mas esse reinício será bastante restritivo e, na maioria dos países, ainda limitado a fronteiras terrestres. Para nós, brasileiros, ainda é cedo para começar a planejar uma viagem ao continente. Isso deve atrair mais pessoas para destinos dentro do País na próxima temporada de primavera e verão nacionais. Por isso, a reportagem de hoje é sobre Trancoso.

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Paraíso das celebridades, o vilarejo no sul da Bahia tem fama de badalado, agitado e caro. Mas, fora da temporada de Ano Novo, Trancoso assume um caráter bem diferente mesmo no auge do verão. Continuam lá a ótima infraestrutura para um local tão paradisíaco, mas em uma atmosfera bem mais calma e, principalmente, com hotéis a preços bem mais acessíveis.

No próprio vilarejo ou nas imediações, Trancoso tem praias de águas cristalinas, algumas com piscinas naturais. Esse pacote paradisíaco vem acompanhada por uma série de facilidades. Por lá, você encontra ótimos clubes de praia, restaurantes de alta gastronomia e uma variedade de pousadas muito charmosas, que vão das rústicas a luxuosas.

PRAIAS

O charmoso Quadrado, com a simpática igrejinha branca ao fundo, é o epicentro do vilarejo. Por ali estão os principais restaurantes e lojas, além de algumas pousadas de Trancoso. Para quem olha em direção ao mar, à esquerda está a praia dos Nativos e à direita, a dos Coqueiros.

As duas praias mais próximas ao vilarejo têm boa infraestrutura. Porém, a não ser no período da manhã, quando a maré está bem baixa, são praias mais comuns. Têm areia branquinha e água cristalina, mas não as mesmas características excêntricas de outras na imediação.

Vamos começar pelo lado esquerdo. A praia dos Nativos é onde estão duas das principais pousadas do vilarejo, como as famosas Estrela d’Água e Tangará, ambas com clubes de praia abertos ao público.

Ao lado, em direção a Arraial d’Ajuda, você encontra a praia do Rio da Barra, boa para quem gosta de tomar banho no rio de mesmo nome. Quanto ao mar, a maré lá é um pouco mais forte do que na vizinha.

Em seguida, está a praia do Taípe. Apesar de já ser parte de Arraial d’Ajuda, é um programa tradicional para quem visita Trancoso. É famosa pelas lindas falésias e tem a água mais cristalina entre as três.

Porém, não tem clubes de praia com infraestrutura luxuosa, e sim barracas de praia menos sofisticadas. Para quem vai a Trancoso em busca de clubes inspirados nos de hot spots da Espanha, França, Itália e Grécia, passar o dia no Taípe pode não ser uma boa opção. Já conhecer a belíssima geografia da praia é imprescindível.

Taípe

Do lado direito do Quadrado, Coqueiros é a praia para a turma que vai ao vilarejo passar o dia em grandes grupos – geralmente, pessoas provenientes de destinos como Porto Seguro e Arraial d’Ajuda. Ônibus de excursões são constantes por lá, e as barracas de praia (mais comuns que clubes) ficam lotadas.

Se o objetivo é ter uma experiência mais exclusiva e longe do turismo em massa, Coqueiros é a praia a se evitar. Rode mais um pouco e vá à Rio Verde, ao lado. Por ali, há mais clubes de praia sofisticados. E, para quem está vindo do Quadrado, no finzinho dessa praia dá para encontrar algumas piscinas naturais.

Essas formações, porém, serão vistas com mais exuberância ao lado, na Ponta de Itapororoca, minha praia preferida em Trancoso. Por lá, não há estrutura nenhuma, a não ser as privadas, das casas dos sofisticados condomínios do local.

Ponta de Itapororoca

Mas vale levar a canga e passar pelo menos uma manhã na Ponta de Itapororoca. É nessa parte do dia que as piscinas naturais estão mais à vista. E mais bonitas.

As praias estão interligadas por uma estrada de terra, que ficam em uma única reta tanto a leste (Nativos) quanto a oeste (Coqueiros). Do Quadrado ao Taípe, leva-se cerca de 25 minutos,de carro. Do centro à Ponta de Itapororoca, são 15 minutos.

PRAIA DO ESPELHO

A praia do Espelho fica a 25 km do centro de Trancoso. Porém, por causa da estrada de condições ruins, leva-se quase uma hora para chegar ao local, de carro. Muito conhecida por suas piscinas naturais, que lembram espelhos, acabou virando um centro do turismo em massa, que nada tem a ver com a atmosfera do vilarejo.

Porém, ao menos para marinheiros de primeira viagem, é quase um pecado não conhecer uma das praias mais bonitas do Brasil – bem como sua vizinha, a praia dos Amores. A dica é chegar cedo, até às 9h, até para aproveitar a maré baixa, que deixa a paisagem ainda mais bela.

Praia do Espelho

Depois de caminhar pelas duas praias, o ideal é ir embora antes do meio dia. Das 11h em diante, começam a chegar diversas vãs de excursões e, dependendo da época, a praia fica bastante lotada.

Mas, para quem quer passar o dia, o Espelho tem alguns restaurantes com infraestrutura de praia, que cobram consumação de R$ 100 a R$ 150. Esse valor pode ser aproveitado para o almoço.

Porém, se for ficar até esse horário, vale mais curtir o almoço no restaurante da Silvinha, especializado em frutos do mar e muito bem conceituado.

CLUBES DE PRAIA

Na praia dos Nativos, há os clubes de praia das pousadas Estrelha d’Água – onde dá para aproveitar também o excelente restaurante – e Tangará, Dependendo da época, paga-se consumação que começa em R$ 100, e podem passar dos R$ 300. As piscinas das pousadas não estão disponíveis a não-hóspedes.

Casa Clube

Já no Rio Verde, o Casa Clube tem consumação livre, cadeiras e camas confortáveis e ótimos drinks. Também dá para aproveitar a ótima estrutura de praia da pousada Bahia Bonita.

Todos esses clubes funcionam durante o ano todo. Durante temporadas de verão, há mais opções. Entre elas, uma unidade da famosa rede Café de la Musique.

RESTAURANTES

O Quadrado concentra a maior parte das excelentes opções gastronômicas de Trancoso. Por lá, além dos restaurantes, há também alguns bares e lojas de roupas, acessórios e artesanato.

El Gordo

O restaurante da pousada El Gordo, na ponta do quadrado, tem visual inspirado em de atrações da Grécia e uma das vistas mais bonitas da cidade. Ali, o cardápio é variado. Peixes e frutos do mar são carro-chefe, mas há opções para quem prefere carnes, por exemplo.

Não deixe de experimentar o impressionante petit gateau de doce de leite. Em outra pousada do Quadrado, Capim Santo, está o restaurante de mesmo nome, com filial em São Paulo. Ingredientes tipicamente brasileiro são o carro-chefe do cardápio.

Entre as sobremesas, o brigadeiro de capim santo é imperdível. Já o Jacaré fica nos arredores do Quadrado. Os drinks são incríveis e há um bar lounge ao lado, para quem quiser estender a noite. O robalo com risoto de pupunha é o carro-chefe, e vale muito a pena.

Para quem prefere ficar totalmente ao ar livre, o Silvana e Cia tem mesas sob as árvores do quadrado. A massa com frutos do mar é um ponto alto, mas evite as carnes vermelhas.

O petit gateau de doce de leite do El Gordo

Elas são mais saborosas no Sabor da Bahia, um dos primeiros restaurantes para quem está chegando ao Quadrado, que tem preços um pouco mais em conta.

Para quem gosta, nesse restaurante há quase sempre música ao vivo, assim como no Cantinho Doce, um clássico de Trancoso.

ONDE SE HOSPEDAR EM TRANCOSO

Para quem não quer saber de pegar carro à noite, nem gastar no mínimo R$ 50 com táxis, a melhor opção é ficar hospedado no Quadrado. Mas, se estiver de carro (a melhor opção para quem visita o vilarejo), certifique-se de que o hotel tenha estacionamento. Em alguns casos, não há, e a entrada é pelo próprio Quadrado, não pela rua de trás. Isso obriga o hóspede a caminhar com suas malas na chegada e na saída, já que veículos não circulam nessa área.

Capim Santo

Uma das pousadas mais bacanas do Quadrado é a Capim Santo (R$ 381 por dia, tarifa válida para check-in em 14 de setembro e mínimo de duas diárias; fora da promoção, diária parte de R$ 750). Tem estacionamento gratuito, piscina e quartos e suítes bem iluminados, com decoração rústica chique. Algumas são de dois andares.

Já a pousada El Gordo (média diária a partir de R$ 760), na ponta do Quadrado, oferece uma das vistas mais deslumbrantes de Trancoso. Outro local com uma bela vista e muita sofisticação é o hotel boutique Bahia Bonita (parte de R$ 760 por dia), que fica fora do quadrado, mas próximo a essa área.

Nas imediações do Quadrado, há outras opções charmosas que, dependendo da época, podem sair um pouco mais em conta. Entre os exemplos estão as pousadas Mar à Vista (a partir de R$ 600 a diária) e Encantada (média parte de R$ 480 por dia).

Tangará

Na praia, as pousadas mais famosas são as luxuosas Estrela d’ Água (a diária parte de R$ 1.920) e Tangará (média a partir de R$ 1.680 por dia). Ambas ficam na praia dos Nativos e são muito badaladas. Uma opção de praia mais em conta e igualmente sofisticada é a Bahia Bonita – Praia (Rio Verde, com diárias a partir de R$ 1.100). O único problema dessa pousada é a ausência de piscina.

Para economizar um pouco e ficar confortavelmente instalado na praia, há a Casa Clube (Rio Verde, com preço diário a partir de R$ 390). A cerca de 200 metros da praia dos Nativos, há a Mata N’Ativa (diárias a partir de R$ 448), com natureza exuberante e às margens do rio Trancoso. Tem quartos muito confortáveis e espaçosos, além de um restaurante com preços baixos para o nível do vilarejo – e comida bem gostosa.

Mata N’Ativa

Vale a pena se hospedar no Club Med (a partir de R$ 2.090 por dia)? Em minha opinião, não. Por ser um resort, o hóspede vai acabar passando muito tempo por lá, e não desbravará tudo o que Trancoso tem a oferecer. Além disso, fica no Taípe, uma das praias mais distantes do centro.

Todas as cotações de preço são as mais baixas encontradas para o mês de setembro. Foram feitas por meio do site de pousadas e hotéis, e também pelo Booking.com.

COMO CHEGAR

A maneira mais comum de chegar à Trancoso é pelo aeroporto de Porto Seguro. Por lá, a sugestão é alugar um carro e ir até o vilarejo, apenas por estrada (70 km) ou usando a balsa até Arrail d’Ajuda (40 km, mas sujeito a filas em alta temporada).

Trancoso é uma cidade que não permite ao visitante andar a pé o tempo todo. As praias são distantes uma das outras e os táxis cobram caro (R$ 50 do Quadrado até a Praia dos Nativos, a cerca de 3 km do centro, e R$ 70 até o Taípe). Por isso, vale a pena ir de carro.

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Para alugar, reserve no site das locadoras. Há quiosques de diversas empresas no desembarque do aeroporto de Porto Seguro. Dá para reservar na hora, mas há o risco de não haver disponibilidade na alta temporada. Além disso, as opções online costumam oferecer descontos e condições especiais de pagamento.

Se preferir não alugar um carro, uma corrida táxi de Porto Seguro a Trancoso pode sair por R$ 400. Vale ligar para o hotel e solicitar serviço de transfer, que partem de R$ 100 por pessoa, em média.

Filmes de viagem

Filmes de viagem para desbravar o mundo

O isolamento social está permitindo colocar em dia aquela listinha de filmes que há tempos queríamos assistir, ou rever. Como não dá para viajar, o cinema é sempre uma boa pedida para visitar lugares que gostaríamos de conhecer, ou revisitar destinos que amamos. Chegou a hora de publicar minha seleção sobre filmes de viagem que podem ser vistos em streamings.

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Nesse período de distanciamento, já fiz listas de filmes sobre o verão europeu, e de longas que nos permitem conhecer Londres. Agora, vem a lista mais óbvia: aquela que mostra histórias sobre pessoas que viajam, e os locais que elas visitam.

Nossos viajantes das telas têm motivações variadas. Há os turistas, os que viajam a trabalho, os que correm atrás de um grande amor perdido e acabam em um complicado jogo de perseguição… Tem romance, tem comédia, tem ação.

Sei que “Na Natureza Selvagem” deveria estar aqui. Ele está em qualquer lista de filmes de viagem. Mas olhe só: eu só listei longas que já assisti, gostei e recomendo.

“Na Natureza Selvagem” eu ainda não assisti. Mas, se você quiser ver, o filme de 2007 está disponível para venda nas lojas da Microsoft e Apple.

Então, escolha seu estilo, seu destino e divirta-se.

1 – A vida secreta de Walter Mitty

Quando li a sinopse do filme, não me interessei tanto. Ben Stiler viaja em busca do fotógrafo que produziu a primeira foto da revista em que trabalha, para que ela possa ilustrar também a edição de despedida da publicação. Mas acabei assistindo o longa, alguns anos atrás, por não ter nada de mais interessante para fazer.

Eu adorei. Principalmente porque “A Vida Secreta de Walter Mitty” nos leva a uns dos destinos mais inóspitos do mundo, a Groenlândia. Por lá, Minty, o personagem de Stiler, enfrenta até um vulcão.

Além de Stiler, o longa de 2013 traz no elenco Adam Scott, Kirsten Wiig e Sean Pen. Está disponível no Telecine Play e na Claro.

2 – Para Roma, com amor

Entre as décadas passada e a atual, Woody Allen fez uma série de filmes sobre cidades da Europa. O mais popular é “Vicky Christina Barcelona”, que você pode encontrar na lista de filmes sobre o verão europeu.

O melhor é Match Point, que não é sobre viagens, mas nos mostra locais incríveis de Londres. Está nesta lista aqui.

E o pior é “Para Roma, com amor”, de 2012, disponível no Amazon. Mas como estamos falando de Woody Allen, até “o pior” é um filme que vale a pena.

O longa que homenageia Roma é uma comédia divertida com vários elementos do cinema de Allen. Desta vez, não traz apenas um núcleo de personagens, mas várias histórias que não necessariamente se interligam.

O elenco é de peso: Penelope Cruz, Alec Baldwin, Roberto Benigni, Ellen Page e o próprio Allen. Em comum, todas as histórias se passam em Roma e exploram os locais mais emblemáticos da cidade eterna.

3 – Sob o sol da Toscana

Baseado na história da escritora Frances Mayes, conta um capítulo de sua vida. Abandonada pelo marido, Frances, interpretada por Diane Lane, parte em uma viagem pela Toscana, na Itália. E lá decide ficar.

As principais locações são na cidade de Cortona, próxima a Arezzo. Há ainda cenas em Positano, na Costa Amalfitana. Para lá, Frances vai ao encontro de um interesse romântico, Marcelo (Raul Bova).

O longa de 2004 está disponível no Telecine Play.

4 – A Praia

Aqui, saímos da Europa rumo à Ásia, mais precisamente a Tailândia, para contar a história de mochileiros que encontram uma comunidade em uma secreta e paradisíaca praia. Um dos mais famosos filmes de viagem, “A Praia” se perde um pouco na parte final, mas vale pelos cenários e o retrato de um estilo de vida em total conexão com a natureza.

O elenco do filme de 2000 é encabeçado por Leonardo di Caprio e as principais locações são na ilha de Phi Phi. O longa, disponível na Claro e no Telecine, mostra também cenários de Bangcoc.

5 – Última viagem a Vegas

Há muitos filmes com cenários na cidade do pecado. Este, além de ser um dos mais recentes e ter um elenco de peso (Morgan Freeman, Michael Douglas, Robert de Niro e Kevin Kline), mostra lugares muito legais da cidade. Passa, inclusive, pela Freemont Street, na antiga Vegas, antes de o coração da cidade ser transferido para a Strip, a avenida dos grandes hotéis-cassino.

Entre as locações há o hotel Aria, a fonte do Bellagio e o Stratosphere Tower, atração radical de queda livre no topo do hotel Stratosphere, na Strip. O longa também mostra alguns cenários do Brooklyn, em Nova York, e de Malibu, na Califórnia.

Quatro amigos na faixa dos 70 anos viajam a Vegas para a despedida de solteiro de um deles, o personagem de Douglas. A comédia de 2013 está disponível no Amazon Prime e no Telecine Play.

6 – Paris pode esperar

O filme traz novamente Diane Lane em uma viagem pela Europa. Desta vez, seu personagem, Anne, está em Cannes e precisa chegar a Paris. Ela pega uma carona em uma road trip com o sócio de seu marido Michael (Alec Baldwin), Claude (Arnaud Viard).

A viagem, que ela esperava ser rápida, acaba sendo lenta, com paradas em diversos locais do trajeto – na Riviera Francesa, na Provença e em Lyon. O filme é dirigido por Eleanor Coppola, mãe de Sofia e esposa de Frances Ford, ambos aclamados diretores.

Lançado em 2016, está disponível no Telecine Play e no Globo Play.

7 – Encontros e Desencontros

Aqui, saímos da França e partimos para Tóquio, no Japão, mas continuamos na família Coppola, desta vez com a direção de Sofia. Em 2004, Bill Murray, indicado ao Oscar, ficou nitidamente contrariado ao perder o prêmio para Sean Penn, que levou a estatueta por “Sobre Meninos e Lobos”.

Não sou crítica de cinema, mas considero a atuação de Penn impecável neste filme. Mas, ao assistir recentemente “Encontros e Desencontros”, realmente não sei se Murray deveria ter perdido. Ele é fenomenal como o ator entediado que vai gravar um comercial em Tóquio e acaba tendo de passar um tempo a mais por lá.

Ele conhece no hotel o personagem de Scarlett Johansson, igualmente entediada por passar horas no hotel à espera do marido, um fotógrafo que está fazendo diversos trabalhos no Japão. Unidos pelo tédio, os dois partem juntos para explorar Tóquio.

Como a maior parte dos filmes de Sofia, o longa é lento, muito reflexivo e profundo. Aqui, valem mais os sentimentos dos personagens, perdidos em suas agônias e também no choque entre as culturas norte-americana e japonesa. Você pode alugar o longa de 2003 no Google Play.

8 – Thelma & Louise

Clássico dos filmes de viagem e também dos longas sobre road trips, mostra duas mulheres comuns que decidem fazer uma viagem de carro pelo Meio Oeste dos EUA, e acabam sendo perseguidas por acusação de assassinato.

A bordo de um Ford Thunderbird conversível dos anos 60, Thelma (Geena Davis) e Louise (Susan Sarandon) percorrem cenários deslumbrantes dos EUA, como o Grand Canyon, no Arizona.

Além das duas estrelas, o filme de 1991 traz Michael Madsen, Harvey Keitel e um Brad Pitt em início de carreira. Por enquanto, só pode ser alugado na loja da Apple.

9 – O Turista

O filme de ação de 2010, que está disponível no Netflix, começa em uma viagem de trem rumo a Veneza, e explora atrações da lindíssima e inusitada cidade da Itália. Você pode não gostar do gênero mas, se quer ver detalhes da cidade, ele é imperdível.

Ex-policial, o personagem de Angelina Jolie parte para Veneza para reencontrar seu amor, um criminoso que está sendo perseguido pela polícia da Inglaterra. No caminho, conhece um turista americano interpretado por Johnny Depp, que acaba sendo perseguido junto com Elise (Angelina).

10 – Meia-Noite em Paris

Outro filme de Woody Allen ambientado em cidades europeias, mostra a Paris de hoje e de ontem. Obcecado pela década de 20 do século passado, o escritor Gil (Owen Wilson) está visitando a capital da França com a noiva Inez (Rachel McAdams).

Ele acaba conseguindo viajar no tempo e se encontra na Paris dos anos 20, convivendo com personagens famosos como Ernest Hemingway e Salvador Dali. Na aventura, conhece também Adriana, interpretada por Marion Cottilard.

De 2011, pode ser visto no Amazon Prime e no HBO Play.

11 – Antes de Partir

Estrelado pelas feras Morgan Freeman e Jack Nicholson, o longa de 2007 está disponível no Netflix e no GloboPlay. É a bonita história de dois pacientes terminais que se conhecem em um quarto de hospital, e decidem aproveitar a fase final de suas jornadas em uma viagem.

A dupla visita alguns dos destinos mais inóspitos do mundo, como o Monte Everest, no Nepal. Outros cenários são a Grande Muralha da China, o Taj Mahal, na Índia, o Egito e a Tanzânia. Filme lindíssimo.

Match Point

Filmes que levam você a Londres sem sair de casa

Na semana passada falei sobre a região de Southwark, em Londres, e prometi um texto sobre filmes que retratam bem a cidade para assistir durante a quarentena. A seleção tem nove longas: alguns ótimos, outros bons e histórias que são, pelo menos, engraçadinhas.

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Em comum, têm o mérito de mostrar diversos locais de Londres. Uma ótima pedida para fazer uma viagem virtual à capital da Inglaterra nesta época em que cruzar o oceano está fora de cogitação.

Sem sair de casa, você poderá conhecer locais como Convent Garden, Hyde Park, Palácio de Buckingham, London Eye e Tate Modern, entre outros.

UMA SEGUNDA CHANCE PARA AMAR

Família húngara se muda para Londres. Kate é a filha talentosa e busca uma carreira como cantora. Enquanto o sonho não se realiza, trabalha em uma loja de acessórios natalinos.

Interpretada por Emilia Clarke, Kate enfrenta uma fase ruim. Então, conhece Tom Webster (Henry Golding), um cara simpático e misterioso que mostra a ela um lado mais otimista da vida.

Engraçadinho, “Uma Nova Chance para Amar” é um filme de Natal lançado no fim de 2019 que investe em uma ótima trilha sonora, com músicas de George Michael.

A loja em que Kate trabalha fica no Convent Garden

As locações londrinas incluem o Convent Garden, onde está a loja de que Kate é funcionária, o London Eye e o teatro Savoy.

O filme está disponível para aluguel no Google Play, Apple, Locke e Now.

SIMPLESMENTE AMOR

Talvez esta tenha sido a inspiração de “Uma Nova Chance para Amar”. O filme de Natal, porém, é muito mais interessante, e tem elenco ainda mais estrelado.

Ele é liderado por Emma Thompson (também no elenco do outro filme natalino), Hugh Grant e Colin Firth, e traz uma Keira Knightley ainda em início de carreira. Tem participação do brasileiro Rodrigo Santoro.

Às vésperas do Natal em Londres, diversas histórias de amor de personagens interligados se desenrolam. Há o primeiro ministro apaixonado pela secretária, uma criança vivendo o primeiro amor, o astro do rock decadente que tenta se reerguer com um hit natalino e o escritor que vive um romance com uma garota com a qual não consegue se comunicar verbalmente. Ah, claro: faltou o cara apaixonado pela esposa do melhor amigo.

Elenco estrelado inclui Emma Thompson

“Simplesmente Amor” explora várias partes de Londres. Entre os cenários, há o aeroporto de Heathrow, os bairros de Mayfair, Notting Hill e St. John’s Wood, a famosa loja de departamento Selfridges, na Oxford Street, e um dos endereços mais famosos da Inglaterra: o número 10 da Downing Street, residência e escritório do primeiro ministro.

A comédia romântica de 2003 está disponível no Amazon Prime.

O DIÁRIO DE BRIDGET JONES

Aqui, saímos do Natal diretamente para o Ano Novo com duas figurinhas carimbadas em muitos filmes que retratam Londres: Colin Firth e Hugh Grant. O primeiro dia do ano é o ponto de partida para o triângulo amaroso entre Bridget Jones (René Zellweger), Mark Darcy (Firth) e Daniel Cleaver (Grant).

O apartamento de Bridget fica sobre o pub Globe, em Southwark

Entre as diversas locações londrinas há o pub Globe, em Southwark. O local é ponto de encontro da turma de Bridget. Além disso, a personagem vive em um pequeno apartamento acima do pub.

O filme de 2001 é uma comédia romântica inspirada no clássico “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen. Está disponível no Locke.

UM LUGAR CHAMADO NOTTING HILL

Um dos clássicos da locação cinematográfica londrina, o filme de 1999 colocou em evidência o cultural e boêmio bairro de Notting Hill. Mais precisamente, a Portobello Road, com suas livrarias, cafés e feirinha de roupas e acessórios.

“Notting Hill”, disponível no Telecine Play e no Globo Play, é uma história de Cinderela às avessas. Cara pacato e com vida para lá de sem graça, William (Hugh Grant) é dono de uma livraria na Portobello Road. Por um desses fatos raros do destino, ele acaba despertando a atenção da maior estrela de Hollywood, Anna Scott (Julia Roberts).

A livraria do Will fica no número 142 da Portobello Road. Na vida real, é uma loja de souvenirs

O bonito romance tem suas principais locações na Portobello Road, mas mostra também outros locais de Londres. Há o Nobu Restaurante, na Park Lane, e o hotel The Ritz.

Uma das cenas finais do filme mostra Anna gravando um filme épico nos jardins de uma bela residência. É Kenwood House, em Hampstead.

Já a livraria de Will fica no número 142 da Portobello Road. Na vida real, não é livraria. É loja de souvenirs.

O DISCURSO DO REI

Se tem Londres, tem realeza. O filme que deu o Oscar a Colin Firth conta a história do rei George VI e o médico que o ajudou a controlar um problema da fala, interpretado por Geoffrey Rush.

Os cenários de “O Discurso do Rei” retratam a Londres dos anos 30 e 40 do século passado. A casa original do rei, enquanto ainda era o príncipe Albert, ficava no número 145 da Piccadilly. Mas como essa residência foi destruída em um bombardeio, as cenas da fachada da residência foram gravadas no número 33 da Portland Place.

No filme de 2010 você poderá ver também o Regent’s Park, a abadia de Westminster e o Palácio de Buckingham. O longa está disponível no Amazon Prime, HBO GO e Claro Vídeo. Pode também ser alugado no Google Play.

MUITO BEM ACOMPANHADA

Após a despedida de solteiro da personagem de Amy Adams, ela e a irmã, interpretada por Debra Messing, percorrem Londres no teto solar de uma limusine, com uma garrafa de champanhe na mão. Na cena, você confere vários locais famosos da cidade, como o Piccadilly Circus e o Big Ben.

Há também uma partida de críquete que envolve quase todos os personagens do longa de 2005. Não consegui descobrir em que parque é essa sequência, mas o local se parece bastante com o belíssimo Hyde Park.

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O filme também tem locações no interior da Inglaterra, na região de Surrey. Disponível no Globo Play, “Muito Bem Acompanhada” conta a história de Kat (Messing), que vive em Nova York e tem de ir à Inglaterra para o casamento da irmã, Amy (Adams).

O problema é que o padrinho é seu ex-noivo, que rompeu o compromisso às vésperas do casamento. Desesperada, Kat contrata o acompanhante profissional Nick (Dermot Mulroney), para fingir para o ex-noivo que está em um relacionamento maduro.

CLOSER – PERTO DEMAIS

O London Sealife Aquarium, ali pertinho da roda gigante mais famosa do mundo, London Eye, é o ponto do primeiro encontro dos personagens de Julia Roberts e Clive Owen. Eles são duas partes do complicado quadrilátero amoroso que é o foco de ” Closer – Perto Demais”.

Fazem parte também desse quadrilátero os personagens de Jude Law e Natalie Portman. O filme de 2004, disponível para aluguel no Google Play e Apple, guarda semelhanças com o famoso poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade.

Clive amava Julia, que amava Jude, que amava Natalie, que não amava ninguém. Ou seria Natalie amava Jude, que amava Julia, que amava Clive, ou que talvez não amasse ninguém.

Essas incertezas e reviravoltas são debatidas com profundidade no belíssimo filme, que mostra uma Londres quase sempre cinzenta, talvez um reflexo da alma de seus personagens.

WIMBLEDON – O JOGO DO AMOR

Este é um filme sobre tênis e sobre o mais tradicional torneio do mundo, Wimbledon – cuja edição de 2020, aliás, foi cancelada por causa da covid. É claro, então, que a principal locação é o palco do campeonato, o All England Lawn Tennis and Croquet Club, também conhecido como All England Club.

Paul Bettany e Kirsten Dunst interpretam tenistas disputando o torneio mais tradicional do mundo

Mas há outros cenários bem conhecidos. Entre eles o tradicional hotel Dorchester, na Park Lane, em Mayfair. Por lá se hospedam, no filme, os tenistas que estão disputando Wimbledon. Entre eles, os protagonistas, interpretados por Paul Bettany e Kirsten Dunst.

Outros cenários que chamam a atenção no filme de 2004 são o Hyde Park e a London Eye. O longa está disponível para aluguel no Google Play.

MATCH POINT

O nome do filme é o usado no ponto final de uma partida de tênis. O personagem principal, Chris (Jonathan Rys Meyers) é um tenista aposentado que se transforma em professor de jovens da elite de Londres no Queens Club, que é sede de um dos torneios preparatórios para Wimbledon.

Mas “Match Point” não é um filme sobre tênis. É sobre sorte, oportunismo e o eterno duelo entre razão é emoção. Em minha opinião este é o melhor filme da lista – e também o mais incrível já dirigido por Woody Allen.

Há muitas locações conhecidas, e outras nem tanto. Entre elas, o Tate Modern, museu de arte moderna. Eu gosto muito do apartamento de Chris e sua esposa Chloe, com vista panorâmica para o Tâmisa e para o Parlamento.

Este edifício de apartamentos existe de verdade. É o Parliament View Apartments, em Lambeth, na margem sul do Tâmisa. O filme mostra ainda a Royal Opera House, em Convent Garden, e diversos restaurantes badalados da cidade.

Curiosamente, é o único da lista disponível no mais popular streaming, o Netflix. Ah, uma informação importante: o elenco traz Scarlett Johansson.

Doce veneno

Filmes sobre o verão europeu para curtir na quarentena

Para quem planejava passar o verão na Europa, esta seria a hora de começar a organizar a viagem. Mas a quarentena imposta pelo coronavírus em diversos países pelo globo acabou deixando os planos de férias em segundo plano. Que tal, então, visitar badalados destinos do verão europeu por meio do cinema?

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Fiz uma seleção de filmes cujos cenários são na Grécia, Monte Carlo, Provença, Ibiza e Barcelona, entre outros hot spots do verão na Europa. Há longas muito bons, e outros que valem não pela história, mas pela imersão nesses locais.

Os gêneros também são bastante variados, do drama à comédia, com altas pitadas de romance. São dez filmes: “Ibiza – Tudo pelo DJ”; “Amnesia”; “Vicky Christina Barcelona”; “Magia ao Luar”; “Um Bom Ano”; “Doce Veneno”; “Monte Carlo”; “Mistério no Mediterrâneo”, “Me Chame pelo Seu Nome” e “Mamma Mia”.

Separei a seleção por destinos. Todos estão disponíveis em streamings, gratuitamente ou por meio de aluguel.

O VERÃO EUROPEU EM IBIZA

Já assisti dois filmes que têm Ibiza, a meca da badalação embalada por música eletrônica, como cenário. Ambos mostram o estilo de vida agitado dessa ilha espanhola. Mas há espaço também para os magnifícos cenários do destino.

“Ibiza – Tudo pelo DJ” (filme de 2018), original do Netflix, é sobre um trio de amigas que vai a Barcelona. Uma delas se apaixona pelo DJ de uma casa noturna, e as garotas acabam partindo para Ibiza em busca dele.

Richard Madden está em ‘Ibiza – Tudo pelo DJ’

A história é boba, até meio pastelão, mas faz uma imersão bem realista nas baladas de Barcelona e Ibiza. E tem o britânico Richard Madden, o Rob Stark de “Game of Thrones”, como protagonista masculino. Dá para passar o tempo.

Já Amnesia é um belíssimo filme alemão de 2015, que está disponível para aluguel no Now. Jo é um DJ que chega a Ibiza para tentar se dar bem na carreira, logo após a queda do Muro de Berlim. Lá, acaba desenvolvendo uma bonita relação com uma mulher bem mais velha, sua conterrânea, a misteriosa Martha.

Amnesia, filme alemão de 2015

Além de oferecer uma bela história, Amnesia explora muito bem as belezas naturais de Ibiza. No elenco está Bruno Ganz, do aclamado “A Queda – As últimas horas de Hitler”. O ator, falecido em 2019, é responsável pela cena mais forte do longa.

BARCELONA

Woody Allen faz uma verdadeira homenagem ao verão na capital da Catalunha em “Vicky Christina Barcelona”, de 2008. Duas amigas americanas, interpretadas por Scarlett Johansson e Rebecca Hall, estão curtindo o verão em Barcelona e acabam se envolvendo com Juan Antonio (Javier Bardem).

Juan tem uma tumultuada relação com a ex-mulher, Maria Elena (Penélope Cruz), que levou o Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo excelente papel.

Scarlett Johansson no verão de Barcelona

O longa é uma imersão nas atrações turísticas, boêmias e culturais de Barcelona, com direito a uma pequena (e bela) apresentação embalada pela guitarra espanhola.

“Vicky Christina Barcelona” está disponível no Locke e para aluguel no Google Play.

FRANÇA

Mais uma vez, Woody Allen explora o verão europeu em um de seus ótimos filmes. Nesse caso, “Magia ao Luar”. O longa de 2014 com os vencedores do Oscar Emma Stone e Colin Firth usa e abusa dos cenários da Riviera Francesa.

‘Magia ao Luar’ tem Colin Firth, Emma Stone e a Riviera Francesa

As locações são em Nice, Antibes, Menton e Juan-les-Pins, entre outros locais da paradisíaca Côte d’Azur (costa azul). A divertida história é sobre um ilusionista (Firth) que recebe uma missão: desmascarar uma suposta médium que pode estar tentando enganar uma família rica.

O longa de Woody Allen está disponível no Amazon Prime, Telecine Play e GloboPlay.

Já “Um Bom Ano” coloca em evidência o estilo de vida lento, bucólico e regado a ótimos vinhos da Provença. Os principais cenários estão no Luberon, o parque que reúne vinícolas e diversas cidadezinhas de arquitetura provençal.

Um executivo britânico workaholic interpretado por Russell Crowe recebe de herança do tio uma vinícola no sul da França. Ele vai até a região para tentar vendê-la, e acaba se encantando com a bela francesa interpretada por Marion Cottilard, que trabalha em um restaurante na bucólica vila de Gordes (onde estão os principais cenários).

O filme está disponível no Claro Vídeo e no Locke.

‘Um Bom Ano’ tem cenários no Luberon, na Provença

Já o francês radicado no Brasil Vincent Cassel é uma das estrelas de “Doce Veneno” (2016). Mas é ofuscado pela beleza da região de Córsega, onde se passa o longa.

No filme, disponível no Telecine Play, são mostrados os belos cenários de Córsega, formado pelo mar esverdeado, cânions e montanhas. Há também uma imersão no estilo de vida da ilha, com seus restaurantes, clubes de praia e festas embaladas por música eletrônica.

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Cassel atua ao lado do excelente François Cluzet, de “Os Intocáveis”. Seus personagens são melhores amigos, e viajam juntos a Córsega, acompanhados de suas filhas.

Porém, o personagem de Cassel acaba despertando a paixão da filha de Antoine (Cluzet). A comédia francesa, embora prometa mais do que cumpra, é bastante divertida.

MÔNACO

O principado independente no meio da Riviera Francesa desperta fascínio e é cenário de algumas obras do cinema. Porém, quando o assunto é Mônaco no verão, há uma comédia meio pastelão e um romance adolescente, que podem não agradar a todos – embora tenham a sua graça.

Ainda assim, valem para quem quer explorar cenários de Mônaco por meio do cinema. “Monte Carlo”, de 2011, traz ainda um bônus: Paris.

‘Monte Carlo’: destinos coloca turistas americanas no Hotel de Paris, com tudo pago

Três adolescentes norte-americanas fazem uma viagem bem turística e muito econômica a Paris. Porém, acabam recebendo um empurrãozinho do destino e vão parar na suíte em de um dos hotéis mais badalados do mundo, o Hotel de Paris, em Monte Carlo.

Por lá, experimentam uma vida de extremo luxo, com direito a barcos, competições de polo e até contato com a nobreza europeia. O filme está disponível no Amazon Prime e para aluguel no Google Play e Apple Store. O elenco traz Selena Gomez e Leighton Meester.

“Mistério do Mediterrâneo”, original do Netflix de 2019, reúne os comediantes Jennifer Aniston e Adam Sandler em uma lua de mel fora de época. Em vez de cumprirem o roteiro original, conhecem um bilionário francês no voo para a Europa, e se tornam hóspedes do novo amigo em um luxuoso yatch com destino a Mônaco.

Aniston e Sandler em ‘Mistério no Mediterrâneo’

Porém, o casal norte-americano acaba envolvido em uma trama de assassinato.

GRÉCIA/CROÁCIA

A lista na verdade tem 11 filmes, pois “Mamma Mia” tem dois capítulos (“Mamma Mia – Lá Vamos nós de novo”). E com cenários paradisíacos diferentes.

Tanto no primeiro quanto no segundo filme, a ação é na mesma ilha fictícia da Grécia. No primeiro, as principais locações são na praia de Kastani, na costa sudoeste daquele país.

“Mamma Mia” (2008) é a história de Sophie (Amanda Seyfried), que às vésperas de seu casamento quer saber quem é seu pai, informação nunca revelada pela mãe Donna (Meryl Streep). Porém, acaba descobrindo que há três candidatos, interpretados por Pierce Brosnan, Colin Firth e Stellan Skarsgard.

Colin Firth e Amanda Seyfried em “Mamma Mia” (2008), na Grécia

“Já Mamma Mia – Lá Vamos Nós de Novo” mantém a lista de personagens, mas visita a juventude de Donna e seu encontro, 25 anos antes, com os três candidatos a pais de Sophie. Por isso, o elenco ganha o reforço de novos nomes, como Lily James, a jovem Donna.

O cenário é, teoricamente, a mesma ilha fictícia do primeiro filme. Porém, desta vez as locações foram na Croácia, principalmente na ilha de Vis.

Os dois filmes estão disponíveis no Telecine Play e para aluguel no Google Play e Apple. O primeiro “Mamma Mia” também pode ser visto no Netflix.

Lily James na sequência de “Mamma Mia”, gravada na Croácia

ITÁLIA

O belíssimo “Me Chame pelo Seu Nome”, de 2017, é a história de um pesquisador norte-americano que vai fazer uma espécie de estágio de verão com um renomado professor francês, do qual se hospeda na casa de veraneio, na Itália.

O personagem, interpretado por Armie Harmer, acaba despertando a paixão do jovem Elio (Timothée Chalamet). O filme se passa nos anos 80 na região da Lombardia, na Itália.

‘Me Chame pelo Seu Nome’ explora a Lombardia, na Itália

As principais locações são na cidade de Crema, mas há também cenários em Bérgamo. Além disso, o filme explora as regiões rurais da Lombardia.

“Me Chame pelo Seu Nome” está disponível no Telecine Play, e para aluguel no Google Play e Apple.

Chateau la Canorgue

Luberon, o espaço mais especial da provença

Imagine uma grande reserva, espécie de parque, cheia de videiras, plantações de lavanda, vinícolas e cidadezinhas medievais. Tudo isso em um lugar que também se destaca pela alta gastronomia.

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Assim é o Luberon, o lugar mais especial da bela Provença. Na região das lavandas e do vinho rosé, há muito mais a se visitar. A cidade que é campeã de hospedagem é a universitária Aix-en-Provence.

Há ainda Avignon, onde o destaque é o Palácio dos Papas. Por alguns anos, a cidade francesa foi sede do papado. Marselha, segunda maior cidade do país, é o ponto de chegada à Provença para quem desembarca de avião na região.

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Por lá, também há algumas coisas a se ver, como a antiga prisão Chateau d’If, que os amantes de literatura conhecem pelo romance – também adaptado ao cinema – “O Conde de Monte Cristo”.

Já as Calanques de Cassis são um espetáculo natural raro, que reúne cânions e mar. Podem ser visitadas por meio de passeio de barco ou percorrendo trilhas leves ou pesadas.

Gordes é vilarejo no alto de uma montanha

Com tudo isso – e muito mais -, a região de Provença merece dez dias para ser explorada por completo. A melhor data? Entre o fim de junho e julho. Só assim dá para garantir que os belos campos de lavanda estarão em seu auge.

Em breve, vou preparar um guia completo de Provença. Desta vez, vou falar sobre o delicioso Luberon, que merece pelo menos dois dias de visita.

Ruas típicas dos vilarejos do Luberon

DESTAQUES DO LUBERON

Para conhecer Provença direitinho, o ideal é fazer duas bases. Uma delas pode ser no Luberon, ou nas imediações. A melhor maneira de explorar o parque é de carro, porque as opções de transporte coletivo são ruins.

Fiz minha base de L’isle-sur-la-sorgue, conhecida pelas feirinhas provençais e ao lado do Luberon. Da cidadezinha até o parque, são cerca de dez minutos de carro.

No Luberon, a primeira parada foi Gordes, que também tem algumas opções de hotéis bacanas para se hospedar. O vilarejo provençal fica no alto de uma montanha, e já pode ser visto da estradinha estreita e rodeada por videiras e lavandas que dá acesso a ele.

La Renaissance

O local é dominado pela arquitetura típica da região, com inspiração medieval, além de hotéis e restaurantes charmosos. No primeiro caso, o mais badalado é o La Renassaince, ao lado da famosa fonte do vilarejo.

A abadia e o chateau de Gordes são visitas obrigatórias.

No caminho de Gordes a Bonnieux, você verá alguns campos de lavanda. Visite a vinícola Chateau La Canorgue, cenário de “Um Bom Ano” (leia mais abaixo). Faça degustação e escolha o vinho topo de linha, que custa 20 euros e é excelente.

Chateau la Canorgue

Já Loumarin é para visitar galerias de arte, comprar sabonetes da Provença e jantar. Eu fui ao restaurante do simpático hotel Le Moulin, um dos melhores em que já estive na vida. Paixão total.

Aliás, apesar de ser marcada pela excelente gastronomia provençal, os restaurantes da Provença têm preços baixos, quando comparados aos das demais regiões do sul da França.

Loumarin

VIDA PACATA

Antes de visitar o Luberon, recomendo assistir ao filme “O Bom Ano”, com Russell Crowe e Marion Cotillard. O longa retrata bem a vida lenta e pacata que é gostosa de se degustar no parque, curtindo os detalhes sem pressa.

Por isso, se possível, vale passar até três dias por lá, entre o fim da primavera e o verão. Acordar, degustar café da manhã, curtir a piscina e depois sair para desfrutar feirinhas, lojas e diversos restaurantes é uma ótima receita. Some a isso visitas a vinícolas, para degustar vinho rosé e algumas opções de tintos.

Campos de lavanda

Tudo o que se vi no filme está no Luberon. Há as estradas estreitas e lindas, com muitas árvores e, nessa época, diversos ciclistas. O tour de France passa por lá, mas os amantes de bikes estão sempre na região.

Campos de lavanda há aos montes, e Gordes é o vilarejo que empresta seus cenários ao longa. É lá, em um restaurante, que trabalha a personagem de Marion Cotillard.

Campos de lavanda, vinhos, arquitetura provençal e vida sem pressa são destaques do parque Luberon

Villa Laura

A TOSCANA VISTA PELOS CENÁRIOS DO CINEMA

A semana começa com a repercussão do Oscar 2019, que premiou o sul-coreano “Parasita” como melhor filme. E no embalo do cinema, que tal visitar uma região que já emprestou seu cenário para diversos filmes.

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Em minha recente visita à Toscana, fiz um “tour cinematográfico”, passando por locais que emprestaram sua beleza a três produções de que gosto bastante: “Hannibal”, “A vida é bela” e “Sob o sol da Toscana”.

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São três filmes bem diferentes, mas que se encontram nas paisagens impressionantes dessa romântica região italiana.

Cortona é encanto no topo de uma colina

Da lista, a história da americana traída e abandonada pelo marido que se muda para a Toscana é a que menos me atrai. O que sempre me encantou em “Sob o sol da Toscana” não foi o roteiro, e sim os cenários e a fotografia.

Paisagens rurais dessa região da Itália se alternam com o epicentro geográfico do filme, a cidade de Cortona, que fica no topo de uma colina – como outras da Toscana.

Escadaria do Palazzo Comunale (Foto: Divulgação)

Como me hospedei em um hotel agriturismo nas imediações da cidade, ela foi minha primeira visita do roteiro de cinema. Cortona, como vários locais da região, tem lindas vistas e vielas repletas de construções históricas.

Um cenário bem comum em “Sob o sol da Toscana” é a escadaria do Pallazzo Comunale. Já na Piazza de la Repubbica a personagem principal, Frances Mayes (Diane Lane), escreve uma carta endereçada à mãe de um dos seus companheiros de excursão – antes de decidir abandonar o grupo e se mudar para a Itália.

O filme é baseado na experiência real de Frances, que comprou a antiga e bela, mas fora de ordem Villa Bramasole, em um impulso, durante uma viagem de férias pós-divórcio. Escritora, ela transformou essa experiência no livro “Sob o sol da Toscana”, que depois virou filme.

A cena em que Frances abandona a excursão e chega à Villa Bramasole (Foto: Divulgação)

A casa que “interpretou” a Villa Bramasole é a Villa Laura, a seis quilômetros do centro de Cortona. O local está disponível para aluguel para temporadas. A Villa Bramasole de verdade fica nas imediações da cidade, e até hoje e a casa de Frances.

Toscana dos anos 30 e 40 em clássico italiano

Premiado com o Oscar de melhor filme estrangeiro – categoria que passou a se chamar “filme internacional” na edição deste domingo do prêmio -, “A Vida é Bela” é um dos filmes mais consagrados do cinema italiano. A história de Guido (Roeberto Benigni) e Dora (Nicoleta Braschi) se passa nas ruas de Arezzo.

Duomo de Arezzo (Foto: Rafaela Borges)

A cidade, a 30 km de Cortona, sabe explorar bastante sua conexão com o filme. Em todos os locais que serviram de cenário para a produção, há uma placa explicando a cena.

Um desses locais, em uma rua entre a estação de trem de Arezzo e o centro da cidade, é o prédio que foi cenário da escola em que Dora, professora, trabalhava.

Guido e Dora nas escadas do Duomo

Ao lado está a basílica de São Francisco. Lá, Guido corteja Dora e a convida para tomar um sorvete.

Já o Duomo di Arezzo emprestou suas escadarias para a cena em que Guido estende um tapete vermelho para Dora, evitando que sua amada molhasse seus pés.

A escola em que Dora trabalhava, em Arezzo (Foto: Rafaela Borges)

A Florença de Hannibal Lecter

No final de “O silêncio dos inocentes”, o psicopata Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) foge da prisão. Anos depois, volta à lista dos criminosos mais procurados, ação impulsionada pela pressão do bilionário Mason Verger (Gary Oldman), que foi vítima do assassino e quer se vingar.

Acessórios na Ponte Vecchio

É nesse ponto que tem início “Hannibal”, de Ridley Scott. Clarice Starling está de volta à trama, mas desta vez interpretada por Julianne Moore, que substitui Jodie Foster (premiada com o Oscar pelo papel).

Em um vídeo de segurança de uma loja, Clarice descobre o destino de Lecter em seus anos foragido: Florença, a mais importante cidade da Toscana. E parte do roteiro se passa em uma das capitais mundiais da cultura e arte, além de berço do Renascimento.

Vista a partir da Ponte Vecchio (Foto: Rafaela Borges)

Uma das cenas mais chocantes de “Hannibal”, quando Lecter assassina o policial italiano Pazzi, mostra a fachada do Palazzo Vecchio. Já a residência do psicopata é o Palazzo Capponi.

Um dos principais cartões-postais de Florença, a Ponte Vecchio é repleta de lojas de joias, além de bijuterias e outras acessórios. É lá que o policial Pazzi, disposto a capturar Lecter para entregá-lo a Verger e conseguir uma gorda recompensa, compra um bracelete para tentar registrar as impressões digitais do psicopata.

Palácio Vecchio (Foto: Rafaela Borges)

Depois, Pazzi lava suas mãos cheias de sangue na fonte do Porcellino, na qual, dia a dia, turistas jogam suas moedinhas e fazem pedidos, além de registrarem o momento com uma foto.

A fonte do porquinho é ao lado do Mercado Novo. Por lá, há diversos artigos de couro italiano à venda – com preços bem interessantes.

Bônus: Montepulciano é a Volterra das telas

Esse filme não está na minha lista dos favoritos, mas o assisti. A parte que gostei? O Porsche amarelo percorrendo as estradas da Toscana. Estou falando de “Lua Nova”, o segundo capítulo da saga vampiresca adolescente “Crepúsculo”.

Ali no fim do filme, a mocinha Bella (Kristen Stewart) vai à Volterra, na Itália, “casa” dos grandes vilões da história, os Volturi. A missão? Resgatar seu amado Edward Cullen (Robert Pattinson).

Pallazzo del Comune e piazza Grande (Foto: Rafaela Borges)

Volterra de fato existe e fica na Toscana. É uma cidade medieval que funciona muito bem em um passeio combinado com a não muito distante San Gimignano. Porém, o cenário para as cenas de “Lua Nova” foi o centro medieval de Montepulciano.

O palácio dos Volturi é o principal da cidade, o Pallazzo del Comune. Fica no alto de Montepulciano e em frente à piazza Grande, cenário para uma festa típica, com pessoas vestidas de vermelho, encenada em “Lua Nova”.

Toscana já emprestou seus cenários para grandes produções do cinema
Cena do filme em Montepulciano

Ao visitar Montepulciano, aproveite para degustar e comprar trufas e azeites trufados. E, se é fã de vinhos, os da cidade são uma das referências na Itália. Nos arredores, aliás, há algumas boas vinícolas para visitar.