Classe executiva da Air France no B777

Como é voar na classe executiva da Air France (Boeing 777)

A França foi um dos primeiros países europeus a reabrir suas fronteiras para brasileiros vacinados. Além da brasileira Latam, dá para voar ao país com a Air France. Aqui, conto como é a experiência de retornar de Paris a bordo da classe executiva da companhia.

No Instagram: @rafaelatborges

A Air France tem voos diários de São Paulo a Paris, e vice-versa. Há ainda três frequências semanais a partir do Rio de Janeiro. A partir de 22 de outubro, a companhia retoma seus voos partindo de Fortaleza, também três vezes por semana.

A classe executiva da Air France tem o layout 1-2-1, no formato “espinha-de-peixe”, que, para mim, é um dos mais interessantes entre os adotados pelas companhias aéreas. No voo diurno de Paris (Charles de Gaulle) a São Paulo (Cumbica), no Boeing 777, a experiência começou já no terminal 2E, onde estão os portões M, usados pela Air France e por outras companhias da aliança SkyTeam (KLM e Delta).

LEIA TAMBÉM

Antes da pandemia, a Air France alternava voos no 777 com os no Airbus A350. Agora, vem mantendo a rota Paris-São Paulo, e vice-versa, apenas no A350. O layout da classe executiva (veja na foto abaixo) é bastante parecido, com leves diferenças, especialmente em cores e materiais de revestimento das poltronas.

Executivo no Airbus A350

Terminal 2E

A área do terminal 2E mais parece um shopping de alto luxo, com lojas das grifes mais badaladas do mundo (Prada e Chanel, entre outras) e restaurantes com ambientes sofisticados.

Voos da Air France partem do terminal 2E no Charles De Gaulle

Lá também está a sala VIP da Air France, chamada de Salon Lounge. Ela ocupa uma área imensa no terminal e tem diversos ambientes (para descansar, dormir, bater papo, tomar drinks, apreciar a vista para a pista do aeroporto ou comer).

A bordo

Escolhi um assento na janela, individual, já que estava viajando sozinha. Porém, quem ocupa as poltronas do meio também tem muita privacidade. Uma divisória (de fácil remoção, para o caso dos que viajam acompanhados) separa totalmente os dois assentos. Não é preciso nem ver o passageiro ao lado.

Como na KLM, companhia “irmã” da Air France, há apenas duas opções de ajuste automático da poltrona: decolagem (assento na posição vertical) e cama. Falta o intermediário, descanso, que a maioria das companhias oferece. Porém, é fácil encontrar essa configuração “no meio do caminho”, ao acionar a opção “cama”.

O apoio para os pés integrado à poltrona é curto. Para descansar, o passageiro usa o apoio à frente, posicionado abaixo da tela. Ele e a poltrona, quando totalmente reclinada, formam uma cama “flat-bed” muito confortável, e com boa largura – superior à oferecida pela maioria das empresas aéreas.

Flat-bed na classe executiva da Air France

Como a classe executiva não estava lotada, consegui um cobertor extra para forrar a cama, deixando-a ainda mais confortável. A tela é sensível ao toque e, como na KLM, pode ser comandada por um dispositivo remoto. É possível visualizar informações diferentes nos dois aparelhos – assistir um filme no monitor e ver mapas no dispositivo remoto, por exemplo.

No console ao lado da poltrona, há um grande porta-objetos, bom para armazenar o kit de amenidades (com produtos da Clarin) e outros pertences pequenos. Senti falta de um local para guardar a bolsa – tive de colocá-la no compartimento sobre o assento. Em compensação, há área para guardar os sapatos e, além das tradicionais meias, é oferecido um par de chinelos.

Apoio para os pés

Gastronomia

A refeição é um dos pontos altos e honra a tradição culinária francesa. Optei por um cordeiro com purê de batata no almoço (o voo era diurno) e estava bastante saboroso. Porém, achei o cardápio complicado demais – e faltou opção em português; havia versões em francês e inglês. Explicado pelos chefs de cozinha que o conceberam, os pratos eram difíceis de entender.

No jantar, foi servida uma refeição leve. Duas das três opções incluíam frutos do mar – algo incomum, já que as alergias a esse tipo de alimento são comuns.

O atendimento é bom. Antes da decolagem, o chefe dos comissários passa de poltrona e poltrona perguntando se o embarque foi bem e se o passageiro tem alguma solicitação especial. Ao fim do voo, ele cumprimenta individualmente cada passageiro.

Embarque e chegada

O embarque no Charles de Gaulle foi rápido. Como a aeronave não tinha primeira classe, e a executiva não estava cheia, não houve nem filas. Os passageiros da “business” têm prioridade no raio X e na imigração no aeroporto da capital francesa.

Em Guarulhos, a mala já estava na esteira quando cheguei para retirá-la – aplausos para o serviço rápido, já que não havia fila na imigração.

Sala VIP da Air France tem vista para a pista

Gostei bastante da nova executiva da Air France. Para mim, o ponto alto é o conforto – um dos melhores entre as companhias aéreas com as quais já voei.

Para quem não tem cartão de fidelização da Air France ou da SkyTeam, a companhia francesa tem parceria com a Smiles, da Gol. Quem voa Air France pode pontuar no programa brasileiro.