Em 11 de março de 2010, data da fundação da Abracorp, a expectativa era muito otimista com o turismo no Brasil.
O jornal “O Globo” chegou a publicar uma matéria com dados da 6ª Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo (Pacet), divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em conjunto com o Ministério do Turismo, com crescimento esperado de 14,6% no faturamento em 2010.
Não há números oficiais do faturamento daquele ano, mas foi um período de forte expansão no turismo em geral e também de negócios. Houve a entrada de mais de 5,1 milhões de turistas no País.
“A pesquisa (da Pacet) mostra o bom momento da imagem do Brasil, que é assentada no enfrentamento da crise econômica, nos fundamentos da economia e no crédito. Isso é que faz com que o turismo pegue uma carona neste otimismo da economia. Junta-se a isso a perspectiva com a Copa do Mundo e a Olimpíada”, afirmou na reportagem de O Globo o ministro do Turismo daquele ano, Luiz Barreto.
Os fundadores da Abracorp olharam para outro cenário. Entendiam que, mesmo com um cenário favorável, o mercado de turismo precisaria se preparar para novos desafios. Mais ainda, entendiam que o mercado de viagens corporativas já tinha peso suficiente para ampliar suas fronteiras.
De lá para cá enfrentamos todos os tipos de crise, sendo a mais dramática a da Covid-19, em 2020 e 2021, quando o turismo quase ficou paralisado.
Sem dúvida, esse foi o momento da verdade para o setor e para a Abracorp. Não fosse por tudo o que já tínhamos construído no passado, dificilmente enfrentaríamos esse momento com a qualidade e com a solidez que demonstramos.
Hoje somos ainda maiores. Segundo dados da Fecomércio-SP, o turismo corporativo representa 60% do faturamento de todo o setor.
Parece que 15 anos ainda é pouco, mas para nós é uma longa jornada, forjada por cenários agressivos ao nosso desenvolvimento.
Estamos construindo, permanentemente, um futuro baseado em nossas decisões diárias. Esperamos que, daqui a 15 anos, nas comemorações de 30 anos, olhemos para trás com o mesmo orgulho que fazemos hoje.
UM ENCONTRO PARA CELEBRAR
No dia 20, no Grand Mercure São Paulo, realizamos a Reunião dos Associados Abracor, uma instância de nossa governança. Nesses encontros apresentamos a agenda do Conselho de Administração, incluindo ações em andamento dos nossos grupos de trabalho, levantamos as aspirações do mercado e aproximamos parceiros estratégicos aos Associados.
Essa Reunião foi especial para todos nós, pois tivemos a oportunidade de celebrar, momento quase raro no meio de dias desafiadores para os nossos negócios. O tema em destaque foi o desempenho da Latam, que, pelo segundo ano consecutivo, tem o maior share em faturamento entre as companhias aéreas. Essa é uma parceria vitoriosa e demonstra toda a nossa força nessa cadeia.
Tivemos também a apresentação Guilherme Dietze, economista da Fecomércio-SP, que além de uma visão sobre a economia brasileira, apresentou um gráfico sobre as projeções do Perse, as perspectivas do setor de turismo e a do setor de viagens corporativas.
Ele prevê um crescimento do setor de turismo que no ano passado faturou R$ 206 bilhões, contra R$ 195 bilhões em 2023. Representamos 63% desse volume. Dietze reforçou o que apontei no texto anterior: faturamento não é resultado.
Mas um dos pontos que mais gosto de acompanhar é a atividade dos nossos quatro comitês. Temos o de TI, RH, MICE e Operacional. Há uma vitalidade na agenda e propostas importantes para a nossa gestão.
Essa foi a nossa primeira reunião, no ano que completamos 15 anos de atividades. Estrada dura e desafiadora.
NEM TUDO QUE RELUZ É OURO: Viagens corporativas fecham 2024 com novo faturamento recorde, R$ 13,5 bilhões
Recentemente, apresentamos um breve balanço do que foi o ano de 2024. Tivemos um faturamento recorde de R$ 13,5 bilhões, ligeiramente acima de 2023, que já havia registrado o maior ao valor desde que o levantamento começou a ser feito.
Dezembro de 2024 registrou faturamento de R$ 860 milhões, 17% acima do obtido no mesmo mês de 2019, com R$ 729,4 bilhões, mas abaixo a dezembro de 2023, com R$ 892 milhões. O recorde de faturamento no ano passado ocorreu em outubro, R$ 1,3 bilhão, superando a marca do mesmo mês do ano passado, R$ 1,2 bilhão.
Nem tudo o que reluz é outro. Esse é o caso. Como sabemos faturamento não é resultado. Olhando com uma lupa esses números, notamos que ainda há pontos frágeis que atacam a sustentabilidade da cadeia de viagens corporativas. Há desafios estruturais que precisam ser resolvidos e que, no final das contas, desaguam nas agências. São elas que, na ponta, tentam, com muito sacrifício, equilibrar os múltiplos interesses de clientes e parceiros.
Falando em sustentabilidade, temos um bom exemplo. Pelo segundo ano consecutivo, o melhor desempenho foi da Latam com faturamento, em viagens nacionais, de R$ 2 bilhões, 1% acima de 2023. Em viagens internacionais, o crescimento foi ainda maior, com 2% acima de 2023 e faturamento de R$ 599 milhões. Grande parte desse desempenho da Latam deve-se a forte parceria com as agências de viagens corporativas, que juntos têm desenvolvido soluções importantes para o setor.
Em 2024, o setor hoteleiro faturou R$ 3,9 bilhões, um crescimento de 42% em relação a 2019. Das 10 redes de hotéis analisadas, sete apresentaram aumento de receita. A Accor lidera o market share no faturamento nacional, com 13% do total, e responde por 25% do mercado internacional.
Esses números demonstram alguns bons cenários: a agências continuam buscando soluções inovadoras em sua gestão e, por outro lado, parcerias sólidas e duradouras dão resultados.
O ano de 2025 ainda nos trará mais oportunidades. Saberemos identifica-las e extrair o máximo delas.