Sonder, a nova Disrupção da hotelaria

Você PRECISA conhecer o modelo de negócios da Sonder, o mais novo ‘unicórnio’ da nossa indústria, avaliada em mais de USD 1 Bilhão, e considerada por alguns como a verdadeira disrupção da hotelaria, muito mais que o Airbnb.

Tive o prazer de participar do Fórum de Hotelaria do FOHB (que arrasou na organização, inclusive!) e citei a Sonder no painel de Inovação que mediei. E algumas pessoas depois seguiram me perguntando sobre a nova marca que começa a ganhar mercado. Então Vamos lá…

História

Tudo começou em 2012, quando Lucas e Francis foram visitar San Francisco e alugaram um apto. por site de vendas compartilhadas (rsrs), e os problemas começaram: não conseguiam contato com o proprietário, o apartamento não parecia estar pronto para os visitantes, havia comida pela metade na geladeira e pelos de cachorro cobrindo os móveis. Resumo: foram para um hotel. Mas a dúvida ficou: E se houvesse um lugar tão confiável quanto um hotel, mas com o aconchego e estilo de uma casa?

Equipe Sonder

A Sonder contrata construtores de imóveis para arrendar andares inteiros em seus edifícios.

Eles economizam dinheiro eliminando serviços específicos (seu aplicativo atribui a cada hóspede um código de acesso ao quarto) e terceirizando serviços de manutenção e limpeza.

Hoje, as propriedades de Sonder têm uma taxa de ocupação de quase 80% (a média para hotéis nos EUA é de aproximadamente 65%) e recebem cerca de US$ 57.000 por unidade, por ano.

Como funciona

É uma espécie de híbrido entre o Airbnb e um hotel, considerados pelos fundadores da Sonder como: ‘modelos defeituosos’. E eles quiseram oferecer o melhor dos 2 mundos, sem os defeitos de cada um:

Melhor do Airbnb:

  • Comunidade (sensação de ‘pertencer’ e conhecer a cultura local)
  • Conforto (sensação de ‘estar em uma casa’)
  • Custo

Melhor dos Hotéis:

  • Limpeza
  • Segurança
  • Consistência

Afinal, a Sonder:

  • Cumpre leis e regulamentos vigentes de impostos, zoneamento, incêndio e segurança. Não era isso que a hotelaria queria, um ‘campo de jogo’ igual?
  • É composta por ‘micro hotéis’ em apartamentos tradicionais (em prédios de uso misto), utilizando design contemporâneo e tecnologia para oferecer serviços que as pessoas desejam. Vários com cozinha, lavanderia, etc.
  • Tem um modelo de negócios que inclui aquisição de ativos e arrendamento de longo prazo.
Princípios da Sonder

Pontos Positivos:

  • Aplicativo fácil de usar com processo completo de Reservas, check-in, check out (através de código na fechadura).
  • Contato 24hs – um hóspede estava incomodado com o barulho do apto. ao lado, reclamou com a Sonder, que pediu desculpas e disse que ia entrar em contato com o apto. barulhento. Houve silêncio em seguida. Talvez não acontecesse se o apto. fosse de morador, mas é um serviço bem acima da média do Airbnb, por exemplo.
  • Pelo aplicativo, o hóspede pede o serviço de limpeza (que a Sonder ampliou, e está oferecendo inclusive para os moradores do prédio também).

Pontos Negativos:

  • Em alguns prédios, os porteiros não ficam muito felizes com hóspedes Sonder, e fazem muuuuitas perguntas. Afinal, pessoas moram lá também!
  • Hóspedes que não falam inglês tem dificuldade de entrar em contato com a Sonder pelo eu aplicativo, principalmente porque ela se distribui por algumas OTAs, e esse atendimento fica mais difícil.
  • Durante a hospedagem não é possível abrir o aplicativo para reservas outras unidades. Só volta a ficar disponível depois do check out.
  • Ao ser pedido um check-in antecipado, envia uma mensagem um pouco dura: “Parece que não podemos aprovar seu pedido de check-in antecipado”. Sobre cobrar o early check-in, tudo bem, aqui falamos somente da qualidade da mensagem.

Motivos pelos quais essa pode ser a verdadeira disrupção da hotelaria:

  • Eles exigem uma mentalidade de alto crescimento equilibrada com disciplina fiscal implacável.
  • Foco em construir uma cultura, não só uma empresa. Eles tem uma super profissional desenvolvendo líderes em tempo integral. Quantas empresas de nível C você conhece que investe nisso.
  • Tem pensamento de longo prazo.
  • O setor global de acomodações está chegando a 1 trilhão de dólares. Este é um mercado altamente fragmentado, com a maior cadeia de hotéis com apenas 3,7% de participação de mercado. Portanto, a oportunidade está bem à frente para a Sonder.

Como diz um de seus fundadores: ‘Está na hora de reintroduzirmos a humanidade no setor de acomodações e aproveitarmos o poder da tecnologia para democratizar as viagens e oferecer experiências impressionantes com serviço, conforto e estilo.’

Escritório da Sonder

Você acha que esse modelo de negócios é mesmo a nova disrupção da indústria?

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R.I.P. RFP

Se perguntarmos para hotéis, TMCs ou gestores de viagens, todos terão a mesma resposta sobre a época dos ‘benditos’ RFPs: um processo ‘chato’ e ultrapassado.

Mas será que o mercado está pronto para dar o próximo passo?

Um estudo recente da GBTA com 161 gestores de viagem mostrou que 66% deles estão satisfeitos com o processo de contratação de hotéis, e explicam que não vêem razão para inovar um processo tático, ou não sabem como.

Mas não é exatamente de inovação que nossa indústria precisa?

Será que o velho ‘envio em setembro, aceite em outubro, carregamento em novembro, disponível em janeiro’ seguirá intocável por outras tantas décadas?

Do lado dos buyers: reunir dados, enviar ofertas, negociar, negociar novamente, negociar mais uma vez, assinar um contrato, verificar o carregamento dos preços, verificar a disponibilidade dos preços, começar tudo de novo. Ufa!

E abaixo os critérios que mais os influenciam na seleção de um hotel:

Do lado dos hotéis: RFP entra na comercialização como a força contrária ao esforço e investimento em recursos tecnológicos e humanos para implementar revenue management, preços dinâmicos, acordos de curto prazo, desintermediação, compra online, etc. E tudo isso, muitas vezes, com dados imprecisos e incompletos para a tomada de decisão, em função de um database ineficiente.O diretor de vendas da MGM Resorts International, Michael Dominguez, diz: “Estamos muito aquém da velocidade da mudança que precisamos. Dizemos que somos inovadores, mas somos inovadores em termos de produto. Precisamos começar a ser mais inovadores no processo“.

Alguns especialistas arriscam palpites sobre o RFP no futuro:

  • Contratos que continuarem de longo prazo incluirão um mix de tarifas fixas, descontos dinâmicos por hotel, e monitoramento diário.
  • Expansão das empresas de ‘sourcing’, que negociam em nome dos gestores, e tem 75% de aprovação dos mesmos.
  • Programas limitados a hotéis onde tenham, por exemplo, 100 diárias ou mais.
  • O desempenho do hotel e da marca será monitorado em tempo real.
  • Se uma negociação não acontecer naquele momento ou se o mercado tiver mudado, a empresa ou o hotel poderão cancelar o contrato e um novo RFP poderá ser solicitado. Isso substituirá a negociação somente anual.
  • Contratos flexíveis, conectados com a dinâmica de mercado.

Em resumo, mesmo sabemos que os clientes mudam, as equipes mudam, e os padrões de viagem mudam, a indústria de viagens corporativas é lenta para mudar, e o processo contratual estático é um exemplo disso.

Flexibilidade será a base da contratação de hotéis no futuro (próximo).

E você?  Qual seu time?

  1. Vida Longa ao RFP! Melhor processo já inventado ever…
  2. Ok manter, mas definitivamente precisa ser modernizado.
  3. Coisa do passado! Precisamos inovar JÁ!

Deixei seu comentário.

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