O Efêmero Mundo Digital

“A estabilidade se baseia na mudança.” – Heráclito, Filósofo Grego

O New York Times publicou uma pesquisa sobre o tempo de uso das informações online. Em resumo, a internet navega no mundo do efêmero, onde tudo é volátil.

E, como diz Jack London, um dos precursores da internet no Brasil, em um universo volátil, negócios também são voláteis, rápidos no uso e na geração de conteúdo, e ligeiros nas mudanças midiáticas e operacionais“.

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Quer exemplos?

No Twitter (sim, ele ainda existe), um link é visto por 3 horas. Depois disso, vira paisagem. No Facebook, esse tempo é de 3,2 horas. No YouTube, 7,4 horas. Já nos sites jornalísticos, o tempo de acesso pleno de uma notícia não passa de 5 minutos. Após esses períodos, os acessos são raros, apenas para completar pesquisas ou trabalhos escolares.

Será que é o fim da informação e reflexão duradoura? O pensamento matemático virou software de cálculo e a letra cursiva está no seu fim (em alguns estados americanos, a alfabetização é feita agora com o alfabeto gráfico, como o que você lê nesse momento).

Como se diferenciar e ser efetivo no mundo digital, se o Facebook já declarou que somente 0,5% dos cliques se transformam em vendas? Como medir retorno de investimento em comunicação online, se tudo o que é construído para internet tem a “longa” vida de alguns dias?

Planejamento e estratégia, duas palavras ainda distantes de muitos hotéis, poderiam minimizar os riscos de toda essa volatilidade. Afinal, você quer ser que o seu hotel seja simplesmente o perfil mais curtido, ou o mais vendido?

O próprio o Facebook responde, e afirma em comunicado oficial: O número de acessos de uma empresa na rede não é importante, importante é a venda no mundo real.

No mundo dos minutos, como está o seu hotel? É o mais curtido ou o mais vendido?

A Desinfoxicação do Mundo

Você também deve estar “infoxicado” e nem percebe. A quantidade de publicidade no mundo nos deixou incrédulos.

Lembra quando decidíamos o hotel das férias pelo folheto oferecido na agência? Parece que foi no século passado, não? O conteúdo gerado pelo usuário mudou a indústria do turismo nos últimos 15 anos. É a “sabedoria das multidões”, que não representa um ranking de qualidade, mas um índice de popularidade e satisfação.

Pois Stephen Kaufer, fundador do Tripadvisor, teve a idéia do site após se decepcionar com a distância entre a promessa e a entrega de alguns hotéis. Hoje são mais de 260 milhões de visitantes únicos por mês e mais de 100 milhões de opiniões sobre hotéis, restaurantes e destinos.

Os motivos para nossa “libertação” de informações são:

1) Confiança – discrepâncias entre as brochuras (ou o site) e os comentários dos hotéis não são mais desculpadas.

2) Mobilidade – o celular não é só para reservas de última hora. 94% dos viajantes usam o telefone para obter informações sobre as atividades locais, 75% para procurar restaurantes, e 80%, para pesquisar mapas.

3) Oportunidade – claro que foi aberto um espaço também para concorrentes, clientes insatisfeitos e inimigos pessoais despejarem seus comentários. Depois de uma fase de pavor, os hotéis estão aprendendo a lidar com isso, revertendo situações on-line e entendendo o amadurecimento dos seus clientes.

4) Internacionalização – se tornou vital que o hoteleiro entenda que o americano vai reclamar se o apto. for pequeno e que, esse mesmo fator não tem tanta importância para o europeu.