5 Dicas para o Budget 2017

Para muitos hoteleiros, o ‘famigerado’ período de budget já chegou, e com ele, todas as incertezas de sempre, a falta de dados (internos e externos) confiáveis, e a velha negociação interna, onde cada um puxa a ‘sardinha’ para o seu lado.

Portanto, reforce o café, e confira 5 dicas para encarar essa época do ano:

  1. Conheça exatamente a expectativa dos proprietários/gestor da marca – antes de qualquer coisa, entenda essas expectativas, e pergunte o máximo possível. Isso evita retrabalho e falta de assertividade na alocação de recursos. Aliás, deixe claro no orçamento que tipo de recursos serão necessários para alcançar os resultados esperados. Ah, e cuidado com aquele orçamento de marketing, que costuma ser subdimensionado.
  2. Converse abertamente com a concorrência – não compartilhar dados (ou pior, passar dados errados) acabou lá pelos anos 90. Hoje em dia, além de maior transparência, é mais do que recomendado conversar com os concorrentes sobre percepções de mercado, direção da economia, riscos e oportunidades para o próximo ano. Compartilhar visões de mercado (não estratégias), além de saudável, pode trazer insights interessantes para seu budget.
  3. Envolva a equipe – quem disse que Vendas, Recepção, Grupos e outros profissionais da linha de frente não devem se envolver no processo de budget? Nunca faça isso sozinho. Pergunte para eles o que é necessário para aumentar sua eficiência, o que pode tornar seu trabalho mais impactante, o que funciona, o que não, e suas ideias para aumentar o lucro. Você pode se surpreender com as respostas!
  4. Leve as avaliações de clientes em consideração – no final das contas, TUDO é sobre seu cliente. Entenda o que está afetando a experiência do hóspede para melhor ou pior. Vasculhe os reviews online no Tripadvisor e OTAs, comentários nas redes sociais e as avaliações offline. Sabendo o que eles realmente querem, a previsão do seu orçamento de marketing ficará muito mais assertivo. Se seu hotel requer investimentos adicionais para incentivar vendas diretas, por exemplo, essa é a hora de dimensionar isso.
  5. Defina Prioridades – é vital separar o que precisamos que seja feito, do que queremos que seja feito. Acredite, isso muda tudo! Tendo isso claro, sua argumentação na hora de apresentar para o gestor/proprietário será muito mais consistente. O orçamento é o seu primeiro forecast, portanto envolva (muito) o RM, e se mantenha realista.

Evite também os principais erros ao construir um budget:

  • Tomar os números do ano atual e acrescentar 5% (ou 10%, quando as vacas estão mais gordas). Só lembrando que a inflação 2016 está em 7,3%, e a projeção para 2017 é 5,14%. Ou seja, você ficará ‘devendo’ crescimento. Se você fez todas as “contas” e entendeu que não haverá crescimento, ok.  Mas os objetivos de um negócio não podem ser definidos no “chute”. E nem pense em não ter metas. “Deixar a vida levar” dá certo para uma melodia de samba, não para o seu negócio.
  • Não segmentar. Como você saberá em que canal ou segmento investir? Os resultados virão exatamente ‘de onde’?
  • Projetar orçamento de marketing sem analisar o ROI. Ações de marketing sem análise de ‘retorno sobre investimento’ acabaram em 1931, quando Kotler nasceu (rs). Então nem pense em repetir investimentos em marketing do ano anterior sem analisar quantitativamente o que deu certo, ou não.

E já que falamos em budget de marketing, saiba que especialistas recomendam o investimento de pelo menos 75% no digital. Já para alocar corretamente esse percentual, veja a sugestão da HeBS Digital:

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Por fim, construa argumentos bem embasados para apresentar para seu gestor/proprietário. E lembre-se:

  • Tudo que pode ser contestado, será!
  • Independente do faturamento orçado, você terá que aumentá-lo.
  • Independente dos custos orçados, você terá que baixá-los.

Esteja Preparado!!!!

Dicas finais: Café forte durante o dia, chopp com os amigos à noite, ioga 3 vezes por semana, certeza que é possível… sempre.

Bom trabalho!

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Papel do Gerente Geral no Revenue Management

Ainda hoje há dúvidas sobre o papel do Gerente Geral na gestão de receitas. Converso com muitos, e as opiniões geralmente são distintas. Já ouvi de tudo:

  • ‘O RM define tarifas.’
  • ‘O RM só deve abrir e fechar disponibilidade e canais, pois quem define tarifa sou eu.’
  • ‘O RM flutua as tarifas, mas claro que de vez em quando eu preciso usar meu feeling.’
  • ‘O RM coleta dados e usa como base para saber qual a melhor tarifa do dia. Mas isso é seu trabalho parcial, pois ele precisa atuar como Reservas também.’
  • ‘O RM só dá opiniões com base nos relatórios que extrai do sistema. Quem define tarifas é Vendas, afinal, eles é que conhecem o cliente. Aliás, o RM reporta para vendas.’
  • ‘O RM cuida de preços, mas o Marketing cuida das OTAs, pois estão no ambiente online. Internet é com Marketing.’

Muito de vez em quando ouço algo como: ‘O RM é estratégico, reporta direto para mim, participa das reuniões do comitê executivo, e defende suas recomendações de igual para igual com Vendas e Marketing.’

Tudo bem variar de acordo com a organização e política de cada empresa, mas em todos os casos, o GG precisa liderar o processo de RM para garantir que a estratégia seja consistente e as equipes sigam na mesma direção.

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Imagem: ‘Gestão de Receitas é uma cultura, não uma pessoa’

Portanto, para incrementar sua rentabilidade nesse novo ambiente de negócios:

  1. Tenha uma visão aberta sobre os canais de distribuição online.
  2. Empodere seu RM (salário, posição e reporte adequados).
  3. Saiba gerenciar um bom debate entre Vendas, Marketing e RM. Isso reflete que todos estão pensando em melhores formas de aumentar seu faturamento. Mas não deixe que o ambiente se torne uma zona de batalha. Incentive a argumentação embasada, e tome decisões isentas.
  4. Esteja preparado para assumir riscos, e incentivar os ‘tomadores de risco’ da sua equipe, desde que eles ofereçam boas razões.
  5. Esteja alinhado com seu RM. Se ele colocar/retirar restrições em alguns períodos e você não acatar, o trabalho em conjunto de educação das equipes e do mercado vai por água abaixo. Isso se a sua receita não for junto. Não pode existir desacordo sobre qual estratégia tomar.
  6. Tenha em mente que seu principal papel não é analisar planilhas, mas criar valor para o cliente (de todos os segmentos), alcançando as metas do hotel.
  7. Seja obsessivo com a assertividade do forecast. Atualmente, a vida ou a morte de um hotel pode depender da sua habilidade de prever demanda e ocupação. Para isso, agregue outra obsessão a sua lista: um sistema com informações confiáveis. Dica: comece por quem insere dados no sistema (Reservas, Eventos, Grupos e Recepção).
  8. Se você costuma fazer uma SWOT Analisys (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) anualmente para seu plano estratégico, comece a fazer por segmento. Dica: Comece a pensar seriamente sobre Segmentação. Ela é uma das bases do RM, e você precisa descobrir qual o mix ideal de clientes para o seu hotel.
  9. Mensure TUDO. Agregue outras métricas à Diária Média e Ocupação. Até mesmo o RevPAR já não é mais suficiente. Abrace os cálculos de Market Penetration Index (MPI), Revpar Index ou RGI, ProPAST, ProPOST, ARI, etc.
  10. Construa uma verdadeira CULTURA de RM. Dica: Foque em Pessoas, Processos e Tecnologia.

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Para aprofundar o assunto, participe da ROC (Revenue Optimization Conference), da HSMAI Brasil, dia 11 de Agosto/16, das 9 às 12hs no Maksoud Plaza/SP. Clique AQUI para informações e inscrições.