um novo Revenue manageR ressurgirá pós covid

Em 2014 escrevi uma matéria para o Panrotas intitulado ‘Revenue Management é coisa do passado’, e desde lá o Brasil avançou muito. Há uns dois anos já falamos de Revenue Strategy, já pensamos mais em lucro e não somente em receita, já posicionamos o profissional de RM como estratégico, mas ainda temos um caminho importante a trilhar….

Pensando justamente nesses próximos passos, e considerando o impacto de 2020 nos negócios, a última Executive Roundtable dos Hotel Chief Revenue Officers (CROs) da HSMAI Intl. em Outubro/20 se transformou em white paper super interessante sobre o novo papel do Revenue Strategist e o futuro da gestão de receitas/lucro. Traduzi e separei as melhores conclusões dessa reunião para compartilhar com vocês.

Da maximização da eficiência à eliminação de silos e priorização da automação, a pandemia acelerou a evolução da otimização da receita do hotel.

A mudança implementada em cada empresa em resposta à crise pandêmica será instrumental para sua recuperação.

Como todos os que trabalham no setor de hospitalidade durante o COVID-19, os Revenue Managers tiveram que fazer mais com menos. Cada vez mais enxutos, eles foram forçados a se adaptar, improvisar, inovar e se tornar mais estratégicos. E isso não vai mudar tão cedo.

A pandemia chacoalhou o modelo tradicional de RM, e algumas decisões precisaram ser tomadas:

  1. Gerir Receita de forma Conjunta – com a necessidade de reduzir equipes, e trocaram RMs dedicados por RMs ‘de praça’, que atuam em clusters por bairros ou cidades, atendendo 2, 3 ou mais hotéis.
  2. Romper Silos – equipe mais enxuta levou a uma maior colaboração com outras equipes (vendas, marketing, distribuição, operações e financeiro), algo que não era parte da rotina em ‘tempos normais’.
  3. Fazer mais com menos – se concentrar mais na jornada do cliente do início ao fim e, em seguida, descobrir onde temos oportunidades de tornar a experiência melhor a curto prazo.
  4. Aproximar / Incentivar o Digital – com grupos parados, e hotéis corporativos com 90% dos seus negócios altamente transitórios e de lazer, o site da marca e o online indireto aproximou a equipe digital, pois a necessidade de aumentar visibilidade dobrou.

Não importa se você é o hotel de menor preço se estiver na página sete de uma OTA.

5. Priorizar Dados – responsivos e confiáveis, com capacidade de interpretá-los de forma rápida e eficiente. Dados sempre foram cruciais para RM, especialmente no que se refere à segmentação, mas a pandemia ampliou essa necessidade.

2019 está perdido para sempre em termos de relevância dos dados. Em algum momento, talvez em 2022, os dados de 2021 serão relevantes novamente. Ainda assim, as tendências recentes serão mais importantes do que esse histórico.

6. Aumentar o Foco – a pergunta mudou de ‘Como maximizo minha Diária Média em alta ocupação?‘ para ‘Como aumento RevPAR para compensar o consumo do caixa utilizado para manter o hotel aberto e pagar as contas?’

E a Equipe de RM Pós Covid?

Os especialistas afirmam que ela não retornará ao seu modelo pré-COVID. Ao invés de aumentar novamente, a equipe de RM se manterá enxuta, flexível e eficiente. Será escrita uma nova história, que usará as inovações da pandemia como um ponto de partida, e continuar a evoluir.

Quel o Perfil do RM (na verdade, Revenue Strategist) Pós Covid:

  1. Mais colaborativo – típico no novo RM Rev-Gen. “Os líderes do futuro serão muito bem versados em várias disciplinas”, disse Dave Roberts, professor da Escola de Administração Hoteleira da Universidade Cornell e ex-sênior VP de estratégia e soluções de Receita da Marriott International. E não apenas vendas, marketing e receita, mas “também em outras áreas do negócio, incluindo finanças e gestão de ativos ou imóveis, porque essas decisões estão completamente relacionadas“.
  2. Mais estratégico. Ele estará mais envolvidos nas decisões estratégicas em torno do sucesso de seus ativos.
  3. Mais analítico – os RMs continuarão a usar forecast e análise diversas para elaborar preços com base nos atributos do produto e padrões de demanda. Entretanto, a captação de informações serão ampliadas para outras fontes, e a personalização, inclusive em marketing, será a nova regra.
  4. Mais automatizado – mais dados não significa automaticamente melhores dados. Aproveitar o big data e a automação, o ‘machine learning‘ e IA é o futuro para todos profissionais que trabalham com estratégia. É preciso investir em recursos e tecnologias para ter certeza de que estamos fazendo parceria com a empresa certa, por exemplo.

Mas NUNCA nos esqueçamos que tecnologia é suporte à decisão. Ainda precisamos de pessoas inteligentes para tomar decisões. Preço e inventário podem ser automatizados, mas a criatividade e a apresentação de novas estratégias que não foram vistas antes, somente pessoas podem fazer.

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Sobre a Hospitality Sales & Marketing Association International (HSMAI) é o principal defensor da indústria da hospitalidade para o crescimento inteligente e sustentável da receita do hotel. A HSMAI fornece aos profissionais de hotelaria e seus parceiros ferramentas, insights e experiência para impulsionar as vendas, inspirar o marketing e otimizar a receita por meio de eventos, cursos, certificações, etc. No Brasil, visite HSMAI BRASIL.


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meu ‘resort office’ (e seus respectivos protocolos) no royal palm plaza

Sem dúvida a pandemia mudou muitos aspectos da nossa vida, especialmente as viagens. Após 6 meses em casa, decidimos seguir trabalhando, mas fora de casa, sendo mimados pela primeira vez em meses. Nada melhor que um ‘resort office’, e o escolhido foi o incrível Royal Palm Plaza, em Campinas.

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Claro que estávamos apreensivos com uma possível exposição ao vírus, mas depois de ler os procedimentos internos do resort muitas das nossas preocupações foram amenizadas. Ou seja, comunicação bem feita importa, e muito!

Assim que chegamos, ficou claro que nossa saúde e segurança estavam em primeiro lugar. Após tirar a temperatura, o check-in foi simples, com distância social de 1,5 m e todos de máscara.

A recomendação de só tirarmos as máscaras na mesa do restaurante e nas espreguiçadeiras da piscina ficaram muito claras. Então pegamos as chaves, juntamente com 2 potes pequenos de álcool gel, e subimos para o apartamento.

Opções: alguns hotéis optam por limpar e lacrar o volante do veículo com plástico, e a recepção inclui divisórias de acrílico. Outros ainda tiram temperatura antes de entrar em elevadores e restaurantes, mas sinceramente não senti falta dessa rigidez toda.

Nos sentimos muito seguros (muito mais do que ir ao supermercado, por exemplo), e com aquela sensação momentânea de que a vida voltou aos tempos pré Covid que tanto precisávamos. Os protocolos de higienização estavam presentes, mas definitivamente não interferiram na experiência geral de hospedagem.

O que mais queríamos checar era o impacto dos protocolos na experiência geral do hóspede, e fomos surpreendidos. Tudo feito com bom senso e cuidado para que as restrições não minimizassem a hospitalidade.

Vimos até um evento acontecendo, a sala de reunião com menos cadeiras por mesa, e buffet normal (com os devidos protocolos que descreveremos mais abaixo). Olha o segmento corporativo aí começando a voltar, mas devagar que o lazer, mas retomando.

Recebemos um mimo incrível na chegada e durante os dias de semana, um chá da tarde era gentilmente servido na suíte.

PISCINA

Mesmo Campinas já liberando ocupação de 100%, o hotel determinou máximo de 40% por segurança. Claro que aumentou a circulação de pessoas no final de semana, mas nada de nos deixasse desconfortáveis .

Soube que as toalhas da piscina ensacadas serão um dos legados da pandemia, pois o hotel pretende manter esse procedimento. Gostei!

KIDS

Com todos os pequenos devidamente ‘mascarados’, a diversão seguiu firme. As atividades aquáticas em grupo não estão acontecendo, e algumas brincadeiras foram adequadas ao momento, mas nada que tirasse o sorriso constante do rosto da minha filha (11 anos), que curtiu demais!

O lanchinho da tarde continuou, e o Kata Kuka (espaço para brincadeiras vivenciais) também.

APTO. EXTRA PARA TRABALHAR

Um dos pontos altos do nosso ‘resort office’ foi o apto. extra concedido no Pacote Viva Royal.

O apto. já incluído no pacote não tinha cama…nem precisava.

Encontramos bancada de trabalho, mesa extra e cadeira super confortável. Pegávamos a chave qualquer horário pela manhã e podíamos ficar com ela até máximo 22h. Após esse horário, a chave era devolvida na recepção para limpeza.

Quebrou um galho e tanto esse espaço…imagina 2 adultos fazendo reunião ou dando treinamentos, mais uma criança assistindo aula, todos no mesmo quarto? Não ia dar certo…

E para completar, a vista do quarto-escritório tornou tudo mais leve…

LIMPEZA

Além da limpeza reforçada, a supervisora de governança passa para revisão final e desinfecção.

Nós que precisávamos pedir a limpeza, e elas só entravam se não estivéssemos no apto.

Sabe aquela opção de não limpar o apto.? Nem cogitamos, assim como 99,9% dos hóspedes pelo mundo que seguem não abrindo mão desse conforto.

SPA

Essa era uma curiosidade pessoal que tinha, e me surpreendi com a experiência praticamente normal.

As luvas cirúrgicas da massagista não atrapalharam em nada, tanto que só fui notar no final. Tanto eu quanto ela usamos máscaras o tempo todo.

Tudo ensacado no armário, além da novidade dos sacos plásticos extras para sapatos e roupas. Aliás, a utilização de plásticos extras está exigindo mais reciclagem, mas para aqueles hotéis que já estavam trabalhavam bem seus resíduos, aumentou o volume, mas os procedimentos seguem os mesmos.

Os horários mais espaçados e o número reduzido de atendimentos completavam os protocolos.

ACADEMIA

Funcionando com horário marcado, mas aberta.

RESTAURANTES

Alguns restaurantes optaram pelo acrílico dividindo o buffet e o colaborador servindo os hóspedes. O Royal me disse que iniciou fazendo isso, mas iniciava aglomeração na fila, por isso decidiram pelas luvinhas + máscara no buffet + álcool gel por todo lado.

Restante do serviço, como bebidas servidas na mesa, seguiu igual.

E teve sim feijoada com chorinho no sábado…

Em resumo, descansamos, nos divertidos, ‘carregamos as baterias’, e comprovamos que os hotéis estão mais que preparados para nos receber.

Como hóspedes, nos sentimos seguros, MUITO bem-vindos, e já com saudades!

Como hoteleira, fiquei MUITO feliz por ver a cena abaixo: check-ins sendo feitos, malas sendo distribuídas pelos apartamentos, movimento, e colaboradores sorrindo, contentes pelo seus trabalhos, e pela oportunidade de seguir proporcionando conforto e bem estar!

Por mais malas chegando….

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