Quando escrevi a propósito dos cantinhos tranquilos de Paris, falei brevemente sobre o Palais Royal.
Este palácio foi construído pelo Cardinal Richelieu em 1624, o braço direito da rainha regente Ana da Áustria, mãe do futuro rei sol, Luís XIV. O edifício abrigou o príncipe Luís e a mãe regente durante momentos de instabilidade política e acabou sendo legado a família real após a morte do Cardinal, tornando-se assim um palácio real.
Durante o reinado de Luís XVI, mais precisamente em 1780, sob gestão do novo herdeiro e endividado duc de Orleans o palácio sofreu mudanças arquitetônicas para acolher abaixo de suas colunas monumentais lojas, cafés e comércios dos mais diversos, a fim de proporcionarem rendas locativas ao proprietário e a coroa. Hoje em dia, quem passeia tranquilamente neste jardim de Paris não pensa nos fatos marcantes da Revolução Francesa que ocorreram ali. Os 180 comércios formavam um lugar precursor do Shopping Mall atraindo multidões de passantes e curiosos, enquanto os cafés e bares traziam a mais diversa fauna urbana. O conjunto colossal já abrigava também a Comedie Française e o Théâtre do Palais Royal. Espaço ideal para o início de discussões, confrontos e boatos, assistiu cenas épicas da história francesa e mortes dramáticas.
Entretanto, como mencionei acima, hoje ninguém ali pensa mais nisso. E justamente, passando por lá esta semana tive a agradável e não rara surpresa de presenciar duas exibições de arte temporárias, além de poder admirar os monumentos já existentes que enriquecem o local regularmente.
Está aí outro aspecto irresistível de Paris. Arte em todos os lugares. E como neste caso, imagens valem mais do que palavras…
Feliz semana queridos leitores!
Palais Royal, Metro Palais Royal- Musée du Louvre
8 Rue de Montpensier, 75001 Paris
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