Foi com certa apreensão que vi mais uma vez na televisão as imagens dos manifestantes vestidos com coletes amarelos, os Gilets Jaunes, espalhados por toda a cidade.
Eu, que afirmei aqui que tudo sempre acontece em volta do mesmo perímetro, como há vários sábados! Imaginei que o Brasil veria as mesmas imagens e fiquei me perguntando se isso iria afetar o fluxo de turistas para a França e Paris.
Preocupada, sai pela cidade, para constatar mais uma vez que a vida corria bastante bem e pacificamente. Mesmo se a mídia insistia em mostrar os Gilets Jaunes e policiais mais excitados nas 3 ou 4 esquinas da cidade onde ocorriam confrontos, tudo estava calmo.
Tirei fotos e filmei pontos turísticos com objetivo de mostrar como essas manifestações não tem afetado o quotidiano dos turistas. Mas seriam essas imagens suficientes contra a força da telinha?
Foi então que uma simpática turista me interpelou perguntando em inglês o que era “aquele edifício”, a Academia Francesa. Após uma breve explicação, desconfiada, perguntei qual sua origem. Uma vez a resposta feita, felizes, passamos a falar nossa língua: português do Brasil (como dizem aqui).
Muito amigáveis, os visitantes Tatiane e Sandro, aproveitaram para fazer mais algumas perguntas. E eu, muito faladeira, adorei ajudar respondendo e tentando agregar informações.
Antes da despedida, não pude deixar de perguntar:
–E então, o movimento Gilets Jaunes atrapalhou a dia de vocês?
Tatiane respondeu prontamente:
“As manifestações não atrapalharam nosso passeio. Fomos informados pelo hotel em que estamos hospedados do percurso do protesto e programamos nosso dia no sentido inverso. Porém, em um dado momento, encontramos com alguns manifestantes que foram super solícitos em passar informações sobre qual trajeto estava livre. Enfim, para nós, foi mais um dia maravilhoso em Paris!”
Sai de casa preocupada e empenhada em desmistificar o movimento dos Gilets Jaunes para você querido leitor. Voltei pensando: “Deus é pai”. Acho que além de agradecer a Tatiane e o Sandro, não preciso dizer mais nada.
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