Pegando Leve em Paris: O Pequeno Guia de Turismo Responsável da Capital

Turismo Responsável- Tem se falado muito sobre os esforços de Paris para se tornar uma cidade sustentável e verde.

A limpeza do Rio Sena, a oferta de água potável gratuita em diversos pontos da cidade para reduzir o uso de garrafas plásticas, a arborização de praças — como o pátio da prefeitura —, o aumento das vias cicláveis e das ruas exclusivas para pedestres são exemplos concretos dessa transformação. Os esforços são contínuos e moldam, dia após dia, a cidade do futuro — uma característica histórica de Paris, que a mantém no topo da lista das metrópoles inovadoras desde seus primórdios.

Paris oferece água potável gratuita em diversos pontos da cidade para reduzir o uso de garrafas plásticas. Bebedouro à direta da imagem.

Pegada carbono

Em visita ao Brasil e falando com amigos, me dei conta que nem todo brasileiro parece familiarizado com o conceito de pegada de carbono — o cálculo que mede o rastro de CO₂ deixado por nossas ações. Ou seja, o quanto nossos atos contribuem para a poluição. Esse é um conceito importante e amplamente utilizado na concepção da Paris do futuro.Ver Plano Clima 2024–2030 *1

Veja abaixo o gráfico com a pegada de carbono média de algumas de nossas atividades.

Considerando o impacto ambiental das viagens de longa distância de avião, você — que ama viajar e se preocupa com a natureza — provavelmente ficou até espantado, né? *2

Pegando Leve em Paris: Pequeno Guia de Turismo Responsável

Mas ainda há maneiras de curtir Paris sem culpa e, melhor ainda, colaborando com a sustentabilidade da cidade. Diria até que, nos dia de hoje, viajar de maneira responsável é a maneira mais parisiense de descobrir a capital francesa, ou seja deixando uma pegada leve de CO2.

Ônibus elétricos e caminhadas guiadas

Empresas de transporte e turismo como o passeio de ônibus Hop On Hop Off Tootbus e os cruzeiros Vedettes de Paris adotaram completamente o conceito sustentável, oferecendo experiências 100% limpas.

Além dos ônibus elétricos panorâmicos, o passeio Tootbus também oferece áudio guias com percursos para caminhadas, ideais para quem deseja explorar os bairros históricos com calma e consciência ambiental. São roteiros pensados para valorizar o patrimônio cultural e minimizar o impacto ecológico, promovendo uma autêntica conexão com a cidade. Paris Capital da Moda, A arte de Viver Parisiense, Em volta da Torre Eiffel, Emily em Paris são alguns dos temas explorados pelo aplicativo Tootbus.

Turismo Responsável- Navegando sem poluir

A companhia de cruzeiros Vedettes de Paris pode igualmente ser considerada uma empresa engajada no combate à sua pegada carbono. Membro ativo da Convention des Entreprises pour le Climat e signatária da Declaração de Glasgow sobre Ação Climática no Turismo desde novembro de 2021, a empresa logrou em 2025, a conversão elétrica de toda sua frota.

Com sede aos pés da Torre Eiffel, a empresa recebe cerca de 800.000 visitantes por ano em cruzeiros de uma hora, realizados em embarcações de escala humana com capacidade para 250 passageiros. No cais, são oferecidos espaços de restaurante e animações.

Aos pés da ponte Alexandre III, a bordo de luxuosos iates também elétricos, a empresa acolhe visitantes em cruzeiros privativos para um máximo de 12 pessoas denominados Riviera.

A descarbonização dos barcos da companhia marítima evitará o consumo de 400 000 litros de diesel por ano, ou seja, cerca de 1 250 toneladas de CO₂ anualmente (dados de 2019). Somente o barco Paris Trocadéro permitirá economizar o equivalente a 59,5 voltas ao redor da Terra em um veículo a combustão.

Cruzeiro e Alta gastronomia Responsável

Pioneiro no ramo do turismo responsável, desde março de 2018, o chef Alain Ducasse lançou o Ducasse sur Seine, o primeiro restaurante-flutuante 100% elétrico no Rio Sena. A embarcação parte do Quai de la Bourdonnais, aos pés da Torre Eiffel, trazendo uma proposta de gastronomia sustentável que une alta cozinha e tecnologia limpa.

Vans e passeios privativos  

Os operadores de vans, por sua vez, já há algum tempo foram obrigados a se adequar à uma nova regulamentação,+é e a maioria da frota automóvel que circula atualmente na cidade luz é de veículos elétricos ou híbridos. *3

Vantagens para o visitante

Além de reduzir o impacto ambiental, a experiência a bordo desses meios de transporte, são silenciosas, livre de vibrações e odores — proporcionando aos visitantes a descoberta das mais belas paisagens de Paris com seus cinco sentidos.

Assim, o visitante pode explorar Paris e, ao mesmo tempo, fazer parte da onda verde e consciente. Basta trazer seu cantil e embarcar nessa jornada através do turismo responsável pela capital francesa.


Vedettes de Paris mais imagens


Nota*1 – Plano Clima 2024–2030

Todos os anos, a cidade de Paris realiza um inventário detalhado de suas emissões de gases de efeito estufa, tanto das fontes “locais” (edifícios, transportes, aquecimento urbano) quanto das atividades “fora de fronteira” (transporte aéreo, alimentação, materiais de construção).

Entre 2004 e 2022, as emissões locais caíram 32 %, atingindo 4,72 milhões de toneladas de CO₂e em 2022, graças principalmente às renovações energéticas e à redução do tráfego automobilístico.

Para traduzir esses diagnósticos em ações, a Cidade de Paris adotou seu Plano Clima 2024–2030, que estabelece como meta a neutralidade de carbono até 2050 e visa reduzir 50 % das emissões até 2030 em relação a 2004 (segundo o site da Prefeitura de Paris). Entre as medidas-chave estão:

  • a renovação energética de edifícios públicos e privados por meio do programa Éco-rénovons Paris+ (segundo o site da Prefeitura de Paris),
  • o desenvolvimento de fontes locais de energia renovável, com o objetivo de suprir 45 % das necessidades até 2030 (segundo o Plano Clima 2024–2030),
  • a expansão da Zona de Baixas Emissões (ZFE) para restringir o acesso de veículos mais poluentes .

Os resultados desses monitoramentos são publicados anualmente no portal Paris Data, em formato open data, o que permite a cidadãos, pesquisadores e associações acompanhar a evolução da pegada de carbono e participar ativamente da transição ecológica.

Fontes: Inventário Anual de Gases de Efeito Estufa da Cidade de Paris e portal Paris Data


Nota *2 – gráfico elaborado pelo Copilot, que usou como referência um voo de longa-distância entre São Paulo (GRU) e Paris (CDG) em classe econômica. Eis os detalhes:

  • Distância aproximada (ida): 9 700 km
  • Fator de emissão considerado: 0,115 kg CO₂ por passageiro-quilômetro (média para voos intercontinentais em econômica)
  • Emissão total estimada (ida):  9700km×0,115  kg CO₂p-km≈1115  kg CO₂\,9 700 \text{km} \times 0,115\;\frac{\text{kg CO₂}}{\text{p-km}} \approx 1 115\;\text{kg CO₂}

Para o gráfico, Copilot arredondou para 1,1 t CO₂ por viagem de longa distância. ( dados sem garantias que a IA não tenha alucinado)


Nota *3O que é o Crit’Air

O Crit’Air é um sistema oficial de certificação ambiental que classifica todos os veículos (carros, motos, veículos comerciais e pesados) em seis categorias, de 0 (elétricos e a hidrogênio) a 5 (os mais poluentes), com base em critérios de emissão de poluentes atmosféricos.

Classes de emissão

  • Crit’Air 0 (verde e branco): veículos elétricos e a hidrogênio
  • Crit’Air 1 (roxo): híbridos plug-in, a gás e veículos a gasolina Euro 5/6 (pós-2011)
  • Crit’Air 2 (amarelo): a gasolina Euro 4 (2006–2010) e diesel Euro 5/6
  • Crit’Air 3 (laranja): a gasolina Euro 2/3 (1997–2005) e diesel Euro 4 (2006–2010)
  • Crit’Air 4 (marrom): diesel Euro 3 (2001–2005)
  • Crit’Air 5 (cinza): diesel Euro 2 (1997–2000)
  • Sem classificação: veículos anteriores a 1997 (muito poluentes).

Etiqueta e obtenção

Para circular em Paris, é obrigatório exibir a etiqueta Crit’Air no para-brisa. Ela é obtida online, mediante o número de registro do veículo, e vale para toda a vida útil do automóvel. O custo varia entre 3,11 € e 4,21 €, incluindo taxa de envio e taxa administrativa, e o adesivo chega em poucos dias pelo correio.

Zona de Baixas Emissões (ZFE)

A ZFE de Paris cobre todo o território dentro do anel viário da A86 (excluída).

Restrições de circulação

  • Proibidos hoje (2025): veículos sem classificação e Crit’Air 3, 4 e 5.

Penalidades

O desrespeito às regras da ZFE acarreta multa de 68 € para veículos leves e 135 € para pesados, aplicada por controle automático ou fiscalização de agentes de trânsito.

Paris para amantes de vinhos

Paris para amantes de vinhos, art de vivre & Gastronomia ou Paris para Les Bon Vivants*

Quando você pensa na França, o que lhe vem à mente? Acredito ser ponto pacífico que a Torre Eiffel é a imagem mais emblemática do país. Certamente, a Grande Dama de Ferro é um ícone universal, que evoca imediatamente a elegância e o charme da França e de sua capital.

No entanto, outras imagens surgem logo em seguida. Para os amantes da “arte de viver” ou “les bons vivants” mencionar a França é também invocar seus famosos vinhos e sua gastronomia.

De fato, a vinicultura faz parte da França, assim como a França faz parte da vinicultura. A grande diversidade de vinhedos espalhados de norte a sul do país – em regiões produtoras como Alsácia, Champagne, Borgonha, Bordeaux, Languedoc ou ainda a marítima Provença (isso para citar apenas algumas) – conta histórias de tradições e literalmente paixões através dos tempos.

parte da história FrancesA

Lembrando que já na Antiguidade, o vinho desempenhava um papel central nas sociedades grega e romana, indo muito além de suas qualidades gustativas. Entre os gregos, era um símbolo de convivência e elemento essencial nos banquetes. Além é claro, de ser a essência divina de Baco, Deus do vinho, da ebriedade e dos excessos.

Os gregos introduziram a viticultura no sul da França, especialmente na região da Provença, seis séculos antes de Cristo, trazendo diferentes variedades de uvas e técnicas de vinificação.

Os romanos, por sua vez, aperfeiçoaram essas práticas, desenvolveram rotas comerciais e expandiram a cultura da videira por toda a Gália.
O vinho era um símbolo de civilização e um instrumento para “romanizar” as regiões conquistadas. Era consumido em tavernas e utilizado como moeda de troca, refletindo sua importância econômica e social.

O vinho, nas civilizações antigas, era muito mais do que uma simples bebida: ele incorporava valores culturais, religiosos e sociais, sendo também um marcador de status e um vetor de trocas comerciais.

Vinhos: alegria, convivialidade e confraternização

Hoje, para os franceses e muitos europeus, o vinho é sinônimo de alegria, convivialidade e confraternização.

Para aqueles que visitam a cidade de Paris e desejam explorar o universo deste item essencial da cultura francesa, mergulhando em um mundo onde olfato e paladar nos transportam muito além das diversas regiões do país, a adega Les Caves du Louvre é o lugar ideal para uma visita.

As adegas, outrora ligadas ao Palácio do Louvre, convidam os amantes da gastronomia francesa a descobrir o mundo do vinho por meio de uma visita aos seus 800 m², minuciosamente decorados para proporcionar aos visitantes conhecimento e experiências enológicas inovadoras

Paris para amantes de vinhos- Caves du Louvre- Sala texte olfato
Ateliê preparaçao de vinho Paris
Local de Ateliê de Criação de Vinhos

Em espaços acolhedores e informativos todos os aspectos relativos ao vinho, desde a cultura das uvas até à degustação da bebida são explorados: tipos de uvas, solos, tipos de toneis, clima, engarrafamento, regiões, o olfato… De maneira divertida o visitante aprende e descobre informações pertinentes e interessantes sobre os variados temas.

Paris para amantes de vinhos: descoberta e saborEs

As visitas podem ser feitas com áudio guia em português pela manhã terminando em encontro com o sommelier para a degustação de três vinhos excepcionais e um bate papo e ou ainda tendo a agradável presença do sommelier durante todo percurso dando explicações, servindo os mesmos 3 excelentes vinhos e respondendo perguntas em francês ou inglês pela tarde.

O visitante pode escolher entre dois tipos de degustações de três vinhos, denominadas Visita e Degustação de Vinhos Clássicos e Visita e Degustação de Vinhos Premium.

Irwin, o simpático sommelier que acompanhou minha visita as Caves do Louvre é enólogo, formado em Vinicultura e um amante incondicional de vinhos.

Adegas em Paris Les Caves du Lovre
Especialista realiza visita guiada pelas tardes

Além das visitas com áudio-guia e visitas guiadas, as adegas Les Caves du Louvre têm parceria com os melhores artesãos franceses, proporcionando não apenas degustações de vinhos excepcionais, mas também workshops sobre harmonização de queijos e vinhos, além da oportunidade de criar a sua própria versão da bebida de Baco.

Fica a dica para um passeio repleto de descoberta e sabor em Paris!

  • Endereço: 52 rue de l’arbre sec – 75001 Paris
  • Horários das visitas sob reserva, 7/7 dias, pelas manhãs com audio-guia e pela tarde visita acompanhada em inglês e francês.
  • Horários da loja: Das 14h às 19h, de segunda a sábado
  • Metrô: Linha 1: Parada Louvre Rivoli RER A & B: Parada Châtelet Les Halles

Conheça também o Museu do Vinho em Paris

Nota * Le Bon Vivant: Ser bem-humorado, alegre, que gosta e sabe aproveitar os prazeres que a vida lhe proporciona. Diz-se da pessoa que aproveita os prazeres da vida.

Fontes: Dicio, Les Caves do Louvre, https://www.vinibalades.com, http://www.cdi-garches.com/, https://fr.wikipedia.org/

Baguete pão francês

Baguete, Patrimônio Mundial em Perigo?

Vamos começar o ano falando sobre um assunto e porque não dizer, uma atração turística muito francesa.

Declarada Patrimônio Mundial pela Unesco dia 30 novembro 2022 a baguete francesa traz consigo não somente sabor e textura inigualáveis, mas também encarna uma cultura e seus diferentes aspectos através dos tempos.

Símbolo da democracia, a baguete faz parte integrante da vida do francês. Note, ela não faz parte integrante das refeições dos franceses, mas da vida deste povo. Desde o ritual da escolha do seu padeiro preferido, passando pela conversa jogada fora no balcão para alegrar o dia até o pedaço de queijo servido depois do jantar… E se você tem a sorte de pegar a baguete na padaria saindo do forno então… Ulala! 1€ por um momento de felicidade e um sentimento de estabilidade emocional mais inigualável que o próprio sabor do item comprado.

Eu considero a baguete, este pão crocante por fora com massa tenra e arejada por dentro, uma atração de grande importância para quem visita o país. Se você esteve aqui e não comeu, tem que voltar!  Se vier não pode perder!

UM PÃO SÍMBOLO DA IDENTIDADE FRANCESA

A aparição de um pão tradicional, símbolo da identidade francesa, acontece durante a Revolução Francesa.

Em 15 de novembro de 1793 (26 Brumaire An II de acordo com o calendário revolucionário), um decreto da Convenção estipulou que todos os franceses deveriam comer o mesmo pão:

“A riqueza e a pobreza também devem desaparecer do regime de igualdade, não será mais composta de um pão de farinha de flores para os ricos e um pão de som para os pobres. Todos os padeiros serão obrigados, sob pena de encarceramento, a fazer apenas um tipo de pão: “O Pão da Igualdade” …

O pão em questão, feito de farinha de trigo, levedo, sal e água, tinha a aparência de uma grande bola redonda.

A ORIGEM DA BAGUETE

Existem inúmeras versões para explicar a aparição da Baguete, uma delas seria que padeiros que trabalhavam para Napoleão I (1769-1821) a inventaram pensando na facilidade de transporte um pão longo ao invés de redondo pelas próprias tropas do imperador.

No entanto essa versão me parece inverossímil, pois pesquisando encontrei relatos de que em 1856, Napoleão III (1803-1873) tentou regulamentar o tamanho e o peso do pão para cerca de 40 cm e 300 g. No entanto, não teve sucesso e o pão redondo continuou até o século XIX a alimentar os franceses, um pão de um quilo com a crosta crocante e grossa.

O artigo do Site France Pitoresque mostra a qual ponto a fabricação do pão sempre foi legiferada pela administração do país. Os primeiros registros de confrarias de padeiros e regulamentações datam de 1260.

A BAGUETE E O METRÔ DE PARIS

Outra versão relata que durante a construção do metrô de Paris, o engenheiro Fulgence Bienvene era obrigado a lidar com as brigas incessantes entre trabalhadores “imigrantes” (Bretões e Auvergnats). Preocupado com a segurança, ele decidiu então banir facas no canteiro de obras. A faca tinha o objetivo principal (além de brigas) de cortar pão. Assim, o engenheiro teria encomendado a um padeiro pães alongados para que fossem cortados à mão.

Com um comprimento de 80 cm e um peso de 250 g, esta baguete se espalhou por toda a França entre as duas guerras mundiais, aparentemente após a votação de uma lei que proibia os padeiros de trabalhar antes das 4 da manhã, o que não lhes dava mais tempo para preparar a bola tradicional.

A baguete é chamada de flauta (flûte) ou pequena (petite) dependendo da região. Tradicional (com farinha francesa de primeira qualidade), completa, com cereais, ela se oferece com múltiplas faces. Seu preço foi fixado por decreto prefeitoral a até a década de 1980 antes de ser deixado a critério dos padeiros.

O PRÊMIO DA MELHOR BAGUETE

Todos os anos, a cidade de Paris organiza em conjunto com a Câmara Profissional de Padeiros Artesanais e Chefs de Pastelaria o concurso da Melhor Baguete de Paris.

O prêmio é considerado pelos ganhadores uma realização profissional de peso. Além de 4000 €, o vencedor se torna o fornecedor do Palácio do Eliseu por um ano. Isso, sem falar nas vendas da padaria que aumentam consideravelmente.
Os critérios para a premiação são o sabor, o cozimento, a textura da migalha, o cheiro e a aparência. Para poder competir, os bastões de farinha devem medir 55 a 65 cm, pesar entre 250 e 300 g e ter um teor de sal da ordem de 18g/litro de farinha.

Em 2021 título de melhor baguete de Paris 2021 foi concedido à Makram Akrout, proprietário da padaria “Les boulangers de Reuilly” no bairro 12º. “Ser eleito primeiro era um objetivo para mim e eu consegui”, declarou o vencedor.
Infelizmente, sua alegria não durou. Mensagens postadas em árabe em sua página no Facebook foram tornadas públicas, revelando relações e ideias que aproximam do islamismo radical aquele que chegou ilegalmente à França vindo da Tunísia quase 20 anos atrás. O incidente representou um sério problema para o serviço de segurança do Palácio Presidencial, que excepcionalmente não ofereceu o cargo ao premiado neste ano.

Em 2022 o vencedor da melhor Baguete de Paris foi o padeiro artesão Daniel Dedun e para encontrar seu pão o visitante deve ir a padaria Frédéric Comyn, situada na 88 rue Cambronne.

A BAGUETE E A GUERRA NA UCRÂNIA

A crise energética ameaça assolar a profissão de padeiro como uma foice, ou deveria eu dizer um tanque de guerra? Sim, um tanque de guerra é o termo mais propício.

Distribuição afetada de gás, preços em alta

O sistema de distribuição de energia europeu é bastante complexo, unificado e liberal, digamos assim. Recentemente a Espanha e Portugal conseguiram se safar. Mas a França faz parte integrante deste mercado onde devido à guerra na Ucrânia, o preço do gás subiu (visto a diminuição nas entregas de gás pelos russos). O preço por MWh subiu de 50€ em janeiro de 2021 para 700€ no verão de 2022, um aumento de 1.400% em cerca de 18 meses!

Além disso, devido ao lobby pseudo-ecologista, um cronograma de manutenção atrasado e ao desligamento de reatores, a produção nuclear em nível continental caiu significativamente.

Produção de energia nuclear em baixa

O aumento do preço do gás no mercado atacadista teve um impacto óbvio no funcionamento dos distribuidores. Para manter seus custos, alguns decidiram aumentar as taxas pagas pelos consumidores. Outros se recusam a aceitar novos clientes. Outros apagaram as luzes e fecharam as portas.

Nas redes de televisão e jornais o governo anunciou subsídios e esforços mantendo o teto de quinze por cento de aumento nas contas de eletricidade e gás. No entanto, os gastos em eletricidade destes profissionais ultrapassam o limite estipulado para obtenção do subsídio. Assim, na prática certos padeiros tiveram suas faturas multiplicadas por dez. Quem pagava 120 está pagando 1200, quem pagava 1500 recebeu fatura de 15 000 €.  

Estaria a Baguete, símbolo nacional francês e patrimônio mundial segundo a Unesco em perigo?

Durante os votos de Ano Novo o presidente Macron prometeu ajuda aos artesãos que acabam de ter seu trabalho reconhecido pela Unesco. Para que a França possa manter sua quota atual de 1 padeiro para cada 1800 habitantes, o presidente vai ter que se apressar.

A MELHOR BAGUETE: ONDE ENCONTRAR

Crocante por fora e macia por dentro, a baguete ideal!

Agora que já vimos juntos todos os detalhes e peripécias desta mercadoria e atração francesa fica (the last but not the least) as dicas das 10 melhores padarias de Paris:

10 finalistas do Concurso da Melhor Baguete de Paris 2022

  • Damien Dedun « Boulangerie-Pâtisserie Frédéric Comyn » – 88, rue Cambronne (15e)
  • Khemoussi Mansour « Aux Délices de Glacière » – 90, boulevard Auguste Blanqui (13e)
  • Tzu Chun Chang « La Parisienne Saint-Domnique » – 85, rue Saint-Dominique (7e)
  • Filipe Lourenço Carpinteiro « Maison Lohezic » – 143, rue de Courcelles (17e)
  • Youssef Mnakri « Boulangerie Tembely » – 33, rue Myrha (18e)
  • Linlong Sang « Boulangerie L’Abeille » – 235, rue de Bercy (12e)
  • Thierry Guyot « Boulangerie Guyot » – 28, rue Monge (5e)
  • Renaud Lefrançois « Magali Charonne » – 135, rue de Charonne (11e)
  • Louis Blavette – « Les Frères Blavette » – 69, rue Daguerre (14e)
  • Montassar Taouai – « La Boulange » – 69, boulevard Barbès (18e)

Lista revista E Vous Melhores Baguetes de Paris