Baco e São Francisco de Paula no Museu do Vinho de Paris

Felizmente os dias começaram a ficar mais longos e estamos deixando o inverno para trás. Apesar de Paris estar a 48°51′12 Latitude Norte e Nova York 40°42′51 Latitude Norte, o clima da cidade luz durante os meses de inverno é bem mais clemente que o da “big apple”. Este ano quase não  tivemos temperaturas abaixo de zero.

Não que eu não goste do inverno, muito pelo contrário. Como gosto de lembrar aos friorentos, a cada ano esta temporada oferece inúmeras atividades únicas e excepcionais. Eu por exemplo, venho aproveitando os últimos momentos desta estação para dar continuidade a minha “turnê dos pequenos museus da capital” ou pelo que gosto de chamar “Império dos Sentidos”.

Fui então conhecer o Museu do Vinho e cultuar Baco (ou Dionísio) no centro de Paris. O lugar onde está situado o museu já é bem peculiar. Ao lado do Trocadero, a extensa exposição de artefatos e objetos ligados à produção e consumo de vinho no decorrer da história humana encontra-se onde, entre os séculos XIII e XVIII, existiu uma mina de extração subterrânea de rochas. Na realidade o museu se encontra a 35 metros acima do nível do Rio Sena, mas como está localizado em minas escavadas sob o solo e não a céu aberto e que, além disso, datam da idade média, a sensação de descoberta de algo muito especial é inevitável.

Impossível também não lembrar que muitas das pedras que compõem os prédios e belas fachadas da cidade de Paris saíram de lá.

Uma segunda parte do museu é constituída por salas que pertenciam a um monastério fundado por São Francisco de Paula no século XV e destruído durante a Revolução Francesa. Os salões subsistentes serviam de adegas aos freis vinicultores da época. O vinho realizado com uvas oriundas das encostas do Trocadero era guardado ali.  Hoje  as salas servem para reuniões,  degustações de vinhos e realização de festas para grupos de turistas e de incentivo.

O Museu do Vinho pertence a uma confraria de enólogos e vinicultores e atua também como centro de formação profissional para enólogos, oferece cursos para amadores, conferências, financia projetos no exterior, além de organizar noites temáticas em volta dos melhores vinhos franceses.

Uma surpresa: a frequentação da clientela brasileira é grande. Somos os segundos da lista de visitantes, vindo somente depois dos franceses.  A entrada do museu do vinho está incluída em certos tours gastronômicos oferecidos por operadoras brasileiras e no Paris Pass.

Fica a dica e meus votos de uma excelente semana.

 

O Musée du Vin Paris fica no seguinte endereço:
5, square Charles Dickens
75016 PARIS

 

Published by

Silvia Helena

Após breves passagens pela Faculdade Metodista de São Bernardo e Belas Artes de São Paulo, aos 18 anos fui estudar no Canadá, onde vivi durante 23 anos. Lá me formei em História da Arte pela Universidade de Montréal, estudei turismo no Collège Lasalle de Montréal e no Institut de Tourisme et Hôtellerie du Québec. Comecei minha carreira na área trabalhando em Cuba. Durante os anos vividos no Canadá, entre outras coisas, fui guia de circuitos pela costa leste e abri minha primeira agência de receptivo para brasileiros. Há 18 anos um vento forte bateu nas velas da minha vida me conduzindo até França. Atualmente escrevo de Paris, onde vivo e trabalho dirigindo a empresa de receptivo, LA BELLE VIE.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *