Primavera 2024 em Paris

Primavera 2024 em Paris- Apesar de estarmos quase na segunda quinzena do mês de maio, ainda há tempo suficiente para quem visita Paris aproveitar das inúmeras atividades primaveris que ocorrem na capital francesa. Veja aqui algumas delas:

Feira do Pão

No pátio em frente à catedral Notre Dame de Paris, padeiros e confeiteiros fazem demonstrações, ateliês de produção e vendem suas criações em uma grande padaria efêmera. Pães franceses como a baguette, o croissant e brioches são as estrelas da festa, mas não somente. Uma grande variedade de pães de muitos outros países também estão expostos e disponíveis para compra. No ambiente festivo e gourmet do evento, é impossível ficar ileso e resistir às tentações.

De 7 a 16 de maio, das 9h30 até 19h00.

Noite dos Museus

O evento acontece por toda a Europa e conta com a parceria de mais de três mil museus participantes. O acesso aos museus é gratuito e muitas atividades culturais são organizadas por cada um deles.

Buscando no site do evento a cidade de Paris, obtive mais de 300 resultados. Além de museus, bibliotecas, conservatórios e galerias de artes participam e corroboram com a amplitude da festa.

18 de maio.

Pic Nic Gigante no Champs Elysées

Uma toalha de 4212 m², confeccionada com material reciclável será estendida em pleno Champs Elysées para um piquenique gigante. As refeições serão servidas pelos restaurantes da famosa avenida. Um evento que promete ser incrível, mas exige inscrição antecipada online e os convites serão sorteados entre os inscritos.

26 de maio.

Candlelight

Esses concertos ocorrem em prestigiosas salas de Paris e são iluminados à luz de velas, oferecendo uma experiência mágica para os amantes de música e beleza arquitetônica.

Durante os meses de maio e junho, os concertos mudam de salas e são dedicados a diferentes compositores. Verifique o link para escolher seu tipo de música preferida e descubra em que sala ocorrerá o concerto.

PRIMAVERA 2024 EM PARIS- Louvre em ritmo olímpico

Para os visitantes do Louvre interessados em conhecer a ligação entre o acervo artístico antigo e os Jogos Olímpicos, visitas guiadas e ateliês criativos para adultos e famílias, conferências compõem um elaborado calendário de atividades.

Primavera 2024 em Paris link para Atividades Louvre

Festa da Música

Uma tradição que transforma as ruas em palcos para grupos musicais, artistas solos e todos aqueles que desejam escutar, dançar e se divertir, é celebrada por toda a França, com a capital nacional unindo-se numa só festa. No dia 21 de junho, a melhor programação a partir do fim de tarde é caminhar através da cidade, de diferentes estilos musicais e suas tribos.

A Marcha do Orgulho LGBTQI+,

Anteriormente conhecida como Gay Pride, anuncia seu retorno a Paris neste verão, com uma edição de 2024 marcada para sábado, 29 de junho. O percurso ainda não foi anunciado, mas geralmente parte ou termina na Praça da República.

PRIMAVERA 2024 Giverny

Quem pensa em primavera pensa em flores, e na França, quem pensa em flores, pensa em Claude Monet e sua casa em Giverny. Por essa razão essa dica é recorrente quando se fala de primavera na França.

Não há lugar mais propício para descobrir a primavera durante uma estada em Paris do que um jardim elaborado pelo mestre pintor impressionista. O local fica a aproximadamente 1h30 de Paris, acessível em trem ou através de passeios oferecidos em agências de viagens.

A casa e os jardins de Claude Monet estão abertos de abril até novembro.

Obviamente, a lista de atividades para a primavera em Paris 2024 é extensa , sendo assim, fique atento para mais novidades que estão por vir. Até a semana que vem!

O dia em que Leonardo da Vinci se revirou no túmulo

O mundo inteiro viu as imagens das duas ativistas que atiraram sopa na Monalisa.

Infelizmente, poucos ouviram ou compreenderam a mensagem que elas tentaram transmitir. A mídia destacou nas manchetes o ato em defesa da ecologia e relacionado à questão climática. O que, de fato foi, mas não apenas…

Segue a transcrição do texto recitado pelas mulheres após o lançamento da sopa no “rosto” da Monalisa:

“O que é importante? O que é mais importante? Arte ou direito à alimentação saudável e sustentável? Nosso sistema agrícola está doente. Os nossos agricultores estão morrendo no trabalho. Um em cada três franceses não faz todas as suas refeições todos os dias.”

Em seguida, foram detidas. De acordo com o Louvre, elas haviam escondido a sopa de abóbora em uma garrafa térmica de café.

Falou-se muito menos nas televisões francesas e redes sociais sobre os milhares de tratores que invadiram a cidade de Paris na mesma semana, levando ao ápice o movimento iniciado em 2023 por seus donos, agricultores desesperados diante dos desafios que enfrentam.

Encargos, impostos, más colheitas, sistema burocrático pesado e, sobretudo, concorrência de produtos ucranianos isentos de impostos e do Mercosul transgênicos e cheios de agrotóxicos ameaçam a autonomia alimentar de um país que já viu sua Indústria desaparecer e segue desenfreadamente em direção ao “american way of life (and production)”

Ou seja, o governo pressionou tanto os agricultores financeiramente que agora estão acuados entre o desesperado desejo de usarem agrotóxicos hoje proibidos na Europa ou perderem suas terras. Os mesmos agricultores que lutam há anos por uma produção e uma alimentação saudável já não sabem como sobreviverão diante do liberalismo econômico e o colonialismo químico que estão sofrendo.

Enquanto a militância e termos como colonialismo político e cultural caem em desuso, esses e outros tipos de colonialismo, tal como o colonialismo midiático, e agora o colonialismo químico seguem se alastrando e no caso deste último matando gente.

A luta dos agricultores franceses é tão importante para nossas vidas quanto foi a Revolução Francesa. Se esses agricultores franceses tivessem o merecido reconhecimento e ganhassem essa guerra, a qualidade de sua alimentação no Brasil teria uma grande chance de melhorar.

Leonardo da Vinci, humanista, artista multidisciplinar, pintor, arquiteto, grande amante de botânica, biologia e horticultura certamente não aprovaria o crime que está sendo feito pelas grandes empresas que barateiam seus alimentos usando agrotóxicos e transgênicos para produzi-los.

Assim, Leonardo da Vinci, conhecido apreciador de uma dieta à base de legumes e até mesmo de sopa e notório autodidata, deve ter se virado no túmulo, não porque o vidro que protege a Monalisa ficou sujo, mas porque as militantes parecem não ter conseguido passar seu recado.

Leonardo da Vinci, o inventor e humanista, também não deve ter gostado que apesar de tantas imagens veiculadas, nada tenha sido dito sobre a real problemática por trás dos dois fatos.

Estamos vivenciando a luta pela manutenção da comida saudável e de boa qualidade e pela autonomia alimentar de um território. Se os agricultores franceses perdem essa guerra, o mundo perde. Enquanto alguns fazem a coisa certa, temos sempre a esperança que o exemplo se alastre, mas se eles forem erradicados, o que resta para as gerações futuras?

Eu só fico imaginando Leonardo, com as mãos levantadas, tal o homem de Vitruvio, talvez em um gesto de desespero, pedindo que a elite e grandes empresas alimentícias deste mundo deixem os pequenos agricultores exercerem suas profissões adequadamente e que a população francesa e do mundo coma uma comida sem veneno.


Notas:

O novo e jovem primeiro ministro Gabriel Attal, fez um bonito discurso e promessas de subsídios e atos comerciais para valorizar a produção francesa, abrindo as portas para discussão com os principais sindicatos e liberando as ruas e estradas aos arredores de Paris dos tratores pelo momento.  Em regiões Isère et Boches du Rhône o movimento continua. Veja como se apresenta a situação nos dias 3 e 4 de fevereiro.

  • Reabertura da A10 em Île-de-France em Dourdan em ambos os sentidos
  • Reabertura da A10 entre Saintes e Granzay-Gript em ambos os sentidos
  • Reabertura da A71 entre Vierzon e Bourges em ambos os sentidos

Algumas manifestações ainda estão dificultando o trânsito, envolvendo o fechamento de estradas pelas autoridades municipais (lista fornecida pelo jornal Le Midi Libre que provavelmente mudará rapidamente):

  • Fechamento da A7: no sector de Viena em ambos os sentidos; entre Chanas e Bollène em direcção a Marselha, entre Avignon Nord e Chanas em direcção a Lyon
  • Fechamento da A9: entre Gallargues e Nîmes Est em ambos os sentidos entre Remoulins e o cruzamento A9/A7 em Orange, em direcção a Lyon
  • Fechamento da A10 entre Saint-Maixent e Poitiers em ambos os sentidos
  • Fechamento da A20 no sector de Montauban em ambos os sentidos
  • Fechamento da A54 entre Nîmes e Garons em ambos os sentidos

“Manifestações em certos trechos e cancelas de pedágio também estão dificultando o tráfego, e alguns acessos à rodovia podem ser modificados por medidas de gerenciamento de tráfego“, diz a Vinci Autoroutes. Nas zonas em causa, a rede secundária está particularmente saturada e o tráfego é difícil devido ao adiamento do tráfego. Por isso, recomenda-se estar bem informado antes de viajar.” fonte https://www.midilibre.fr/


Se você deseja permanecer em boa saúde, siga esta dieta: não coma sem sentir vontade e jante levemente; mastigue bem, e deixe o que você acolhe dentro de você ser bem cozido e simples. Quem toma remédio se machuca. Cuidado com a raiva e evite o ar pesado. Levante-se direito quando sair da mesa e não adormeça ao meio-dia. Seja sóbrio sobre o vinho, tome-o frequentemente em pequenas quantidades, mas não fora das refeições, nem com o estômago vazio; nem atrasar a ida aos banheiros. Se você se exercitar, mantenha-o moderado. Não se deite de bruços ou com a cabeça baixa e cubra bem à noite. Deite a cabeça e mantenha a mente em alegria. Fuja da luxúria e siga a dieta.   Leonardo da Vinci

Para saber mais sobre Leonardo e sua relaçao com a gastronomia :

Léonard et la cuisine, de la Toscane à la France Pascal Brioist

Outras referências: Agrotóxicos e colonialismo químico – Editora Elefante, Colonialismo químico: por que o | Podcast | Rádio Brasil de Fato

Baguete pão francês

Baguete, Patrimônio Mundial em Perigo?

Vamos começar o ano falando sobre um assunto e porque não dizer, uma atração turística muito francesa.

Declarada Patrimônio Mundial pela Unesco dia 30 novembro 2022 a baguete francesa traz consigo não somente sabor e textura inigualáveis, mas também encarna uma cultura e seus diferentes aspectos através dos tempos.

Símbolo da democracia, a baguete faz parte integrante da vida do francês. Note, ela não faz parte integrante das refeições dos franceses, mas da vida deste povo. Desde o ritual da escolha do seu padeiro preferido, passando pela conversa jogada fora no balcão para alegrar o dia até o pedaço de queijo servido depois do jantar… E se você tem a sorte de pegar a baguete na padaria saindo do forno então… Ulala! 1€ por um momento de felicidade e um sentimento de estabilidade emocional mais inigualável que o próprio sabor do item comprado.

Eu considero a baguete, este pão crocante por fora com massa tenra e arejada por dentro, uma atração de grande importância para quem visita o país. Se você esteve aqui e não comeu, tem que voltar!  Se vier não pode perder!

UM PÃO SÍMBOLO DA IDENTIDADE FRANCESA

A aparição de um pão tradicional, símbolo da identidade francesa, acontece durante a Revolução Francesa.

Em 15 de novembro de 1793 (26 Brumaire An II de acordo com o calendário revolucionário), um decreto da Convenção estipulou que todos os franceses deveriam comer o mesmo pão:

“A riqueza e a pobreza também devem desaparecer do regime de igualdade, não será mais composta de um pão de farinha de flores para os ricos e um pão de som para os pobres. Todos os padeiros serão obrigados, sob pena de encarceramento, a fazer apenas um tipo de pão: “O Pão da Igualdade” …

O pão em questão, feito de farinha de trigo, levedo, sal e água, tinha a aparência de uma grande bola redonda.

A ORIGEM DA BAGUETE

Existem inúmeras versões para explicar a aparição da Baguete, uma delas seria que padeiros que trabalhavam para Napoleão I (1769-1821) a inventaram pensando na facilidade de transporte um pão longo ao invés de redondo pelas próprias tropas do imperador.

No entanto essa versão me parece inverossímil, pois pesquisando encontrei relatos de que em 1856, Napoleão III (1803-1873) tentou regulamentar o tamanho e o peso do pão para cerca de 40 cm e 300 g. No entanto, não teve sucesso e o pão redondo continuou até o século XIX a alimentar os franceses, um pão de um quilo com a crosta crocante e grossa.

O artigo do Site France Pitoresque mostra a qual ponto a fabricação do pão sempre foi legiferada pela administração do país. Os primeiros registros de confrarias de padeiros e regulamentações datam de 1260.

A BAGUETE E O METRÔ DE PARIS

Outra versão relata que durante a construção do metrô de Paris, o engenheiro Fulgence Bienvene era obrigado a lidar com as brigas incessantes entre trabalhadores “imigrantes” (Bretões e Auvergnats). Preocupado com a segurança, ele decidiu então banir facas no canteiro de obras. A faca tinha o objetivo principal (além de brigas) de cortar pão. Assim, o engenheiro teria encomendado a um padeiro pães alongados para que fossem cortados à mão.

Com um comprimento de 80 cm e um peso de 250 g, esta baguete se espalhou por toda a França entre as duas guerras mundiais, aparentemente após a votação de uma lei que proibia os padeiros de trabalhar antes das 4 da manhã, o que não lhes dava mais tempo para preparar a bola tradicional.

A baguete é chamada de flauta (flûte) ou pequena (petite) dependendo da região. Tradicional (com farinha francesa de primeira qualidade), completa, com cereais, ela se oferece com múltiplas faces. Seu preço foi fixado por decreto prefeitoral a até a década de 1980 antes de ser deixado a critério dos padeiros.

O PRÊMIO DA MELHOR BAGUETE

Todos os anos, a cidade de Paris organiza em conjunto com a Câmara Profissional de Padeiros Artesanais e Chefs de Pastelaria o concurso da Melhor Baguete de Paris.

O prêmio é considerado pelos ganhadores uma realização profissional de peso. Além de 4000 €, o vencedor se torna o fornecedor do Palácio do Eliseu por um ano. Isso, sem falar nas vendas da padaria que aumentam consideravelmente.
Os critérios para a premiação são o sabor, o cozimento, a textura da migalha, o cheiro e a aparência. Para poder competir, os bastões de farinha devem medir 55 a 65 cm, pesar entre 250 e 300 g e ter um teor de sal da ordem de 18g/litro de farinha.

Em 2021 título de melhor baguete de Paris 2021 foi concedido à Makram Akrout, proprietário da padaria “Les boulangers de Reuilly” no bairro 12º. “Ser eleito primeiro era um objetivo para mim e eu consegui”, declarou o vencedor.
Infelizmente, sua alegria não durou. Mensagens postadas em árabe em sua página no Facebook foram tornadas públicas, revelando relações e ideias que aproximam do islamismo radical aquele que chegou ilegalmente à França vindo da Tunísia quase 20 anos atrás. O incidente representou um sério problema para o serviço de segurança do Palácio Presidencial, que excepcionalmente não ofereceu o cargo ao premiado neste ano.

Em 2022 o vencedor da melhor Baguete de Paris foi o padeiro artesão Daniel Dedun e para encontrar seu pão o visitante deve ir a padaria Frédéric Comyn, situada na 88 rue Cambronne.

A BAGUETE E A GUERRA NA UCRÂNIA

A crise energética ameaça assolar a profissão de padeiro como uma foice, ou deveria eu dizer um tanque de guerra? Sim, um tanque de guerra é o termo mais propício.

Distribuição afetada de gás, preços em alta

O sistema de distribuição de energia europeu é bastante complexo, unificado e liberal, digamos assim. Recentemente a Espanha e Portugal conseguiram se safar. Mas a França faz parte integrante deste mercado onde devido à guerra na Ucrânia, o preço do gás subiu (visto a diminuição nas entregas de gás pelos russos). O preço por MWh subiu de 50€ em janeiro de 2021 para 700€ no verão de 2022, um aumento de 1.400% em cerca de 18 meses!

Além disso, devido ao lobby pseudo-ecologista, um cronograma de manutenção atrasado e ao desligamento de reatores, a produção nuclear em nível continental caiu significativamente.

Produção de energia nuclear em baixa

O aumento do preço do gás no mercado atacadista teve um impacto óbvio no funcionamento dos distribuidores. Para manter seus custos, alguns decidiram aumentar as taxas pagas pelos consumidores. Outros se recusam a aceitar novos clientes. Outros apagaram as luzes e fecharam as portas.

Nas redes de televisão e jornais o governo anunciou subsídios e esforços mantendo o teto de quinze por cento de aumento nas contas de eletricidade e gás. No entanto, os gastos em eletricidade destes profissionais ultrapassam o limite estipulado para obtenção do subsídio. Assim, na prática certos padeiros tiveram suas faturas multiplicadas por dez. Quem pagava 120 está pagando 1200, quem pagava 1500 recebeu fatura de 15 000 €.  

Estaria a Baguete, símbolo nacional francês e patrimônio mundial segundo a Unesco em perigo?

Durante os votos de Ano Novo o presidente Macron prometeu ajuda aos artesãos que acabam de ter seu trabalho reconhecido pela Unesco. Para que a França possa manter sua quota atual de 1 padeiro para cada 1800 habitantes, o presidente vai ter que se apressar.

A MELHOR BAGUETE: ONDE ENCONTRAR

Crocante por fora e macia por dentro, a baguete ideal!

Agora que já vimos juntos todos os detalhes e peripécias desta mercadoria e atração francesa fica (the last but not the least) as dicas das 10 melhores padarias de Paris:

10 finalistas do Concurso da Melhor Baguete de Paris 2022

  • Damien Dedun « Boulangerie-Pâtisserie Frédéric Comyn » – 88, rue Cambronne (15e)
  • Khemoussi Mansour « Aux Délices de Glacière » – 90, boulevard Auguste Blanqui (13e)
  • Tzu Chun Chang « La Parisienne Saint-Domnique » – 85, rue Saint-Dominique (7e)
  • Filipe Lourenço Carpinteiro « Maison Lohezic » – 143, rue de Courcelles (17e)
  • Youssef Mnakri « Boulangerie Tembely » – 33, rue Myrha (18e)
  • Linlong Sang « Boulangerie L’Abeille » – 235, rue de Bercy (12e)
  • Thierry Guyot « Boulangerie Guyot » – 28, rue Monge (5e)
  • Renaud Lefrançois « Magali Charonne » – 135, rue de Charonne (11e)
  • Louis Blavette – « Les Frères Blavette » – 69, rue Daguerre (14e)
  • Montassar Taouai – « La Boulange » – 69, boulevard Barbès (18e)

Lista revista E Vous Melhores Baguetes de Paris