A Copa, as greves e a Ponte dos Cadeados

Ainda bem que a Copa começou! Já não aguentava mais esta expectativa. Estou querendo acreditar, como boa brasileira nostálgica que sou, que no final tudo vai dar certo. Ainda não terminou para comprovarmos, mas enfim A Copa começou! Se bem que aos trancos e barrancos no que diz respeito à infraestrutura geral e a economia do país, porém isso já não é mais tão importante agora.

Vi as fotos de todo mundo no “Face”, preparados de verde e amarelo da cabeça aos pés, avós, pais, filhos, órfãos  e até animais de estimação.  Afinal durante alguns minutos ainda podemos sonhar e torcer, deixar de lado a indignação, esquecer o sufoco e as greves sobre as quais tenho lido nos últimos dias.

Para aqueles que estavam preocupados com a imagem que estamos dando no exterior, no que diz respeito a França, fiquem tranquilos. Estamos vivendo um segundo ano do Brasil por aqui, somos a imagem do Caos, mas o Francês não tem lá muito medo disso. Ainda existe o sonho da miscigenação de raças e religiões harmoniosas, do sol, da boa musica, da praia, da mulher bonita e do sorriso constante. E para os franceses, um povo que nunca teve sequer um século de existência sem guerras ou revoluções, fica claro que estamos avançando, ou pelo menos tentando.

Mesmo por que aqui também tivemos muitas greves recentemente: greve dos taxis, dos pilotos da Air France e agora é a vez dos ferroviários. Não tem Copa, mas tem testes nacionais similares ao vestibular, gente precisando transitar no pais inteiro entre periferias e grandes cidades. Dificuldades para o publico e uma perda de mais de 80 milhões de euros para as empresas ferroviárias governamentais SNCF ( Société Nationale des Chemins de fer Française)  RFF ( Reseau Ferroviaire France). Aliás aqui, quase todo dia temos pelo menos uma manifestação em algum lugar da cidade.

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Manifestação ao lado de casa esta semana,no Boulevard Bonne Nouvelles, contra matadouros. Acontecem quase sempre fora das zonas turisticas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quem nunca faz greve aqui são os turistas e os casais apaixonados. Estes manifestam somente o seu amor. E quem poderia ser contra? No entanto, em Paris, é maior a polêmica sobre os cadeados na Ponte do Amor que as greves do transporte. Em seu sexto dia de paralização, se os ferroviários não tivessem lançado bombas de gás nas vias férreas, talvez essa greve já nem estivesse nas manchetes. A França ganhou há dois dias contra Honduras por 3-0, e hoje tem jogos da Argélia e do Brasil. Mas em Paris do que se fala mesmo, é da Ponte das Artes, ou ponte dos Cadeados situada bem no coração da cidade, onde todo mundo, e quero dizer todo mundo literalmente, vê, e cuja parte da grade se soltou devido ao peso e caiu há uma semana, atiçando ainda mais a discussão.

De quem é Paris? Dos turistas? Dos parisienses? Será que a Ponte das Artes vai cair com todo este peso? Estão vendo? Já começou a cair, diriam as más línguas! A prefeitura fica dividida entre os frustrados que não entendem a demonstração de afeto que nunca vivenciaram, os vendedores de cadeados e os turistas apaixonados, de quem gostamos tanto diga-se de passagem.

Na rotina dos turistas ninguém quer tocar, felizmente são prioridade nos projetos da municipalidade e merecem TODO o respeito. No entanto as grades que pesam em torno de ½ tonelada (cada lado) já foram retiradas 37 vezes. Apesar do preço de revenda de metal, não parece haver interesse da prefeitura em perpetuar essa situação. A cidade esta em um impasse. Para agravar a polêmica, quando o município não dá conta de trocar as grades repletas, os amantes deslumbrados saem botando cadeados para todos os lados, chegando até na Torre Eiffel. E ai até a mais romântica das blogueiras perde a paciência com nossos tão amados visitantes: Opa! Assim também não!

Academia Francesa e Biblioteca de Mazarino ( conselheiro de Luis XIV) .1661
Academia Francesa e Biblioteca de Mazarino ( conselheiro de Luis XIV) .1661
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Foto tirada em passeio de bicicleta as 7h da manhã, a ponte quase vazia
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A cada dia mais cadeados
Vista da Ponte para Ilha de la Cité,
Vista da Ponte para Ilha de la Cité, ponta chamada “dos judeus” onde foi queimado o templario Jacques de Molay
Pont des Arts- Paris
Novo pedaço de grade da Ponte das Artes e os novos cadeados não tardaram a chegar
Vista Ponte das Artes, direção Louvre, Museu D'Orsay
Vista Ponte das Artes, direção Louvre, Museu D’Orsay.Cadeados até no topo da luminaria.

As comemorações do dia D e praias do Desembarque.

A semana que passou foi marcada pelas comemorações do dia do desembarque, o dia D.

Dia 6 de junho 1944, duzentos de cinquenta mil soldados desbravaram a costa da Normandia, para libertar a Europa do mais devastador e ditatorial sistema político e de exterminação em massa jamais inventado: o nazismo. Mais de dez mil homens deixaram suas vidas nas areias dessas praias francesas em um só dia sob as balas do inimigo nazista.A cada queda uma história de vida curta, uma morte súbita e muito, muito heroísmo.

Este ano mais de oitocentas mil pessoas vindas de todo mundo juntaram-se a população local da região do Calvados para relembrar a data e homenagear seus heróis. Vinte entre as vinte e três cerimônias oficiais ocorreram no Calvados. Mais de 50 000 pessoas assistiram a estas 23 cerimônias oficiais. 8000 pessoas participaram da cerimônia internacional em Ouistreham, 8000 da cerimônia franco-americana no cemitério americano em Colleville-sur-Mer, 5000 da cerimônia franco-britânica em Bayeux, 4000 da cerimônia franco-canadense em Courseulles-sur –Mer,

Além disso, 1.100 eventos foram organizados durante quatro dias consecutivos. A queima de fogos de artifício em 24 lugares distintos da costa atraiu cerca de 100.000 pessoas dia 5 de junho à noite. 50.000 espectadores aplaudiram a patrulha da França em Arromanches no sábado dia7 de Junho e 80 000 pessoas foram domingo a Fière no Canal da Mancha, para ver os saltos de 950 pára-quedistas. Por fim, 20 mil pessoas participaram do desfile Tatoo da Liberdade, no centro de Caen domingo.

Enquanto isso em Paris, após o trabalho, já no conforto do apartamento, a televisão moía e remoía a Shoah* com documentários, filmes, reportagens. Nunca ouviremos o suficiente sobre, não somente os horrores ocorridos durante, mas também a reconstrução do mundo após tão fatídico momento que foi a Segunda Guerra Mundial. Você sabia que a distribuição de sementes agrícolas mundial está nas mãos de cinco empresas, das quais pelo menos duas são oriundas de IG Farben** na Europa e que Monsanto, nos EUA, se desenvolveu na mesma época graças à “nécrotecnologia” química e ao agente laranja?  Meu Deus…

…voltemos para a Normandia.

Lendo sobre as festividades e tanta emoção, fiquei me perguntando por que não fui com minha família. Meu filho de dez anos teria adorado! Acompanhei pela televisão e pelo facebook de um dos poucos brasileiros que conheço que estava por lá.

Então pensando bem cheguei à conclusão: não fui por que a região está há uma hora e trinta de Paris e por que passo com frequência férias por lá. Porque dividir o espaço com tanta gente quando já pude descobrir e sentir estas mesmas emoções com calma, com uma espécie de serenidade que releva do respeito, de tristeza misturada com solenidade?  Sentimentos profundos e sinceros que embora jamais esquecidos são rapidamente suavizados pelas belezas naturais, gastronômicas  e arquitetônicas da região.

Casa do compositor impressionista Eric Satie
Casa do compositor impressionista Eric Satie em Honfleur
Villerville
Villerville
Honfleur
Honfleur
Placa comemorativa, viagens maritimas de Samuel de Champlain, em Honfleur
Placa comemorativa, viagens maritimas de Samuel de Champlain, em Honfleur
Normandia, Vestigios segunda guerre mundial
Vestigios são frequentemente encontrados nas praias
Englesqueville-la-Percée
Praia deserta Englesqueville-la-Percée, Omaha Beach
Villerville, Normandia
Villerville, Normandia
Villa Strasbourg, terreno vendido por Gustave Flaubert a familia Rothschild em 1875
Villa Strasbourg, Deauville, mansão construida em terreno vendido por Gustave Flaubert a familia Rothschild em 1875
Bunker Villerville
A natureza tenta apagar as tristes lembranças
Englesqueville-la-Percée no alto das falésias os bunkers que a força aérea aliada não conseguiu acertar anes da chegada dos soldados
Englesqueville-la-Percée no alto das falésias os bunkers que a força aérea aliada não conseguiu acertar antes da chegada dos soldados
Englesqueville-la-Percée
Praias do desembarque Omaha Englesqueville-la-Percée
Bunker abandonado
Bunker abandonado a beira mar em Villerville
entrada Omaha Beach Museum
Entrada Omaha Beach Museum
Bunker abandonado proximo a Villerville, Normandia
Bunker abandonado proximo a Villerville, Normandia

 

Pouco conhecida por brasileiros, a costa da Normandia é repleta de vilarejos de pescadores datando da idade média e foi importante ponto estratégico durante a Guerra dos Cem Anos. Lugares como os modestos vilarejos Honfleur e Villerville desfrutavam da predileção de pintores impressionistas graças a suas belezas naturais, sua luz e ao mar.

Já Napoleão e Napoleão III fizeram em Deauville, e em toda essa região costeira, luxuosas estações balneárias para a nobreza e burguesia de sua época.

Belas paisagens verdejantes, o melhor doce de leite da França, biscoitos amanteigados, peixes e frutos do mar em abundância, arquitetura rica e diversificada, são algumas das atrações da Normandia que podem também ser apreciadas enquanto lembramos o heroísmo dos soldados aliados que nos permite desfrutar de todos os atrativos locais com tanta paz e alegria nos dias de hoje.

 

*Shoah Os judeus preferem usar essa expressão ao invés de Holocausto porque é originária do seu idioma e significa calamidade, aniquilação. Holocausto, por sua vez, possui um significado relacionado com a prática da expiação de pecados por incineração, o que perpetua o antissemitismo. É exatamente nesse ponto que se apoia o argumento para o uso do termo Shoah, já que a prática nazista foi um genocídio, e não um sacrifício a Deus.

 **A proposito de IG Farben, fabricante de Zyclon B, pesticida e gás de extermínio. Citação”O cartel da Farben surgiu em 1926, quando Hermann Schmitz criou a empresa química supergigante a partir de seis companhias alemãs, que já eram gigantes… Vinte anos depois, o mesmo Hermann Schmitz foi julgado em Nuremberg por seus crimes de guerra cometidos pelo cartel I.G. Farben. Outros diretores da I.G. Farben também foram julgados, mas os afiliados americanos da I.G. Farben e os diretores americanos da própria I.G. foram caladamente esquecidos; a verdade estava enterrada nos arquivos.” (Wall Street and the Rise of Hitler, Sutton, pg 33).

A IG Farben consistia das principais empresas: AGFA,Casella,BASF,Bayer,Hoechst,Huels,Kalle e outras menores.

 

Preparativos para a Copa do Mundo no Brasil e na França

    

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a BoxBrésil criada por Fernando Volken Togni
Sushishop Box Brésil
Sushishop Box Brésil

Tenho acompanhado como posso o andamento dos preparativos para a Copa no Brasil.

Aqui deste lado do mundo fomos alegremente invadidos pelo Brasil. Além dos esforços da Embratur e o evento Brasil Sensacional , me surpreende como as empresas privadas das mais diversas áreas entraram no “clima” brasileiro. Os artefatos de marketing servem de consolo para quem não estará ai participando ao vivo deste momento memorável.

Bandeirinhas do Brasil na porta do gigante de eletrodomésticos e eletrônicos Darty, todo o estoque de redes, enfeites e bibelôs brasileiros colocados em destaque nas lojas e catálogos Nature et Decouverte, Le Brésil s’invite chez Monoprix com roupas e acessórios de criadores brasileiros, nas capas de revistas como Geo, são alguns exemplos de como o Brasil esta presente em nosso cotidiano parisiense e acredito também, francês.

Quarenta paginas da revista Geo de Maio colocam em destaque os pontos mais turísticos do Brasil do Rio de janeiro até a Amazônia passando é claro por Salvador, Fernando de Noronha, Maranhão entre outros destinos.

Arretons de Critiquer la Brésil no Correio Internacional lembra que ninguém acreditava que a Grécia estaria pronta para seus Jogos Olímpicos ou mesmo a África do Sul para a sua Copa. Afirma que os brasileiros só estão aproveitando dos holofotes para obter melhores condições de vida e que o mundo deve apoiar e aproveitar da “viagem” que representa uma copa no país do futebol.

Do meu ponto de vista, no que diz respeito a promoção do Brasil no exterior, já estamos desfrutando dos efeitos da Copa.

Basta saber se o milagre brasileiro vai operar não somente durante a Copa, mas também se nosso mercado receptivo saberá desfrutar do momento a curto e longo prazo. Saberá o Brasil aproveitar da onda que essa publicidade pode levantar?  Há interesse? Será que deixaremos uma boa imagem, conseguiremos arrancar este estigma de violentos e ladrões que começa a assolar o mundo e voltar a nossa raiz humilde, porém autêntica, honesta e hospitaleira dos bons tempos?

E depois? Terão os hoteleiros disponibilidade e preços, sobretudo preços, para 2015 e 2016? Terão equipe capacitada para responder em inglês e negociar tarifas e condições? Confirmarão os quartos pelos mesmos preços oferecidos quando negociados? Os receptivos terão equipes realmente poliglotas?  Adaptarão sua oferta para o mercado estrangeiro?   As pessoas aprenderão que dizer “daremos um jeitinho” não inspira confiança no exterior?  Espero que sim, pois a oportunidade ainda esta ai.

Veja no final do artigo alguns links sobre as promoções e artigos relativos ao Brasil no mês de maio na França e Dom Tom.

 

Catalogo Monoprix
Catalogo Monoprix
Tudo Bem, campanha da loja Découvertes et Nature
Tudo Bem, campanha da loja Nature et Découvertes

 

 

 

 

 

 

 

Escrevi o texto acima para comentar o artigo da Janine Pires sobre os preparativos para a Copa, mas depois de ver até promoções de sushi com o tema Brasil, resolvi publica-lo aqui igualmente. Afinal quem vier a Paris verá a Copa  e se surpreenderá com as cores brasileiras quase tão visíveis como o azul, branco e vermelho da França.

Hoje sou obrigada a dar continuidade visto que outra noticia relativa aos preparativos da copa em Paris fizeram as manchetes desta Segunda-feira na França e concerne quem estará aqui durante o periodo:

A COPA EM PARIS

A prefeitura de Paris não instalará o telão da Fifa no Trocadero para que os torcedores possam acompanhar os jogos publicamente.

Apesar de alegações de “vigilância orçamentaria”, acredita-se que a Prefeitura queira sobretudo evitar outro dia turbulento como o 13 de Maio 2013 quando, durante as festividades de vitória do campeonato de França pelo Paris Saint Germain, no tumulto 32 pessoas ficaram feridas e atos de vandalismo causaram perdas financeiras consideráveis.

Felizmente a iniciativa privada salvará a situação para aqueles que estarão aqui e desejam ver os jogos acompanhados de certo público. Público este certamente mais seleto que no Trocadero, visto que quando se fala em iniciativa privada entende-se despesa privada.

A iniciativa do parceiro oficial da Copa Kia segundo comunicado de imprensa: “Um oásis brasileiro em Paris”. É assim como a Kia descreve seu novo conceito que será instalado durante a Copa do mundo de futebol de 12 de Junho a 13 de Julho, chamado: Kia Cabana. Referência óbvia para os franceses a praia de Copacabana. Então, para mergulhar o visitante em uma atmosfera exótica, o fabricante de automóveis Kia imaginou uma ilha brasileira no coração de Paris: 67 metros  de comprimento e 11 de largura, em um barco atracado no Rio Sena. A Cabana Kia pode acolher até 300 pessoas, em três espaços distintos. “A praia” com areia branca, espreguiçadeiras e guarda-sóis. “Le Village” espaço para descoberta dos encantos do Brasil e, finalmente, “o Palco”, espaço necessariamente dedicadoà transmissão dos jogos. Durante o dia, a atmosfera será veranil, a idéia é desfrutar uma bebidinha sob a luz do sol, saborear a cozinha local ou até mesmo descobrir jovens criadores e artistas brasileiros.

À noite, a atmosfera da Cabana Kia deve tornar-se mais festiva, com transmissão ao vivo em uma tela gigante das principais partidas da Copa do mundo. Finalmente nos fins de semana, curso de batucada, capoeira, samba e outras músicas brasileiras para crianças e adultos.

A iniciativa do restaurante Au Chien qui fume. A Marcia, brasileira que dirige com seu marido o restaurante francês Au Chien qui Fume, desejando atender aos brasileiros que estarão em Paris durante a Copa, instalou o telão no segundo piso de seu restaurante. Lá será possível assistir aos jogos em um ambiente franco-brasileiro intimista, saboreando uma refeição 100% francesa. A qualidade do serviço eu garanto pessoalmente. Então, atenção, pois eu adoro Paris, mas não ponho minha mão no fogo para garantir a qualidade do serviço de muitos lugares.

E para completar, o estabelecimento data de 1730 e está situado ao lado da Igreja Saint Eustache de estilo gótico flamejante (1532) e do metro Halles, onde a partir da idade média até os anos 60 encontrava-se o Mercado Municipal de Frutas e Legumes de Paris, o Mercadão de Paris. O ambiente é descontraído e familiar. Ao contrário da Kia Cabana este lugar eu conheço e recomendo simplesmente por que o frequento. O lugar é, aliás conhecido entre alguns brasileiros. Na foto abaixo vemos Rai, com a Marcia no almoço promocional das retransmissões da Copa que ocorreu dia 28 de Maio e contou com a presença de profissionais do turismo e amigos da casa.

Rai no Au Chien qui Fume
Rai no Au Chien qui Fume
Marcia e Rai
Marcia e Rai no Au Chien qui Fume

 

 

 

 

 

 

 

Com certeza, especialmente agora após a decisão da prefeitura, muitos outros bares da cidade transmitirão a Copa. Quem estiver por aqui terá somente que ficar de olhos bem abertos.

 

http://www.courrierinternational.com/article/2014/05/15/arretons-de-critiquer-le-bresil

http://www.natureetdecouvertes.com/cadeaux/collection-bresil#2

http://courses.monoprix.fr/RIDG/Le-Bresil-s-invite-chez-Monoprix-14147711

http://www.geo.fr/photos/reportages-geo